La Tour – MARIA MADALENA PENITENTE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

         

Nada se sabe nada sobre a vida do pintor francês Georges da La Tour (1593 – 1652) até o aparecimento de seu nome, em 1618, por ocasião de seu casamento, quando ele se encontrava com 25 anos de idade. Era um homem triste e retraído. Através do estudo de seu estilo é possível presumir que o artista tenha visitado os Países Baixos e a Itália. Sua obra só se tornou conhecida a partir do início do século XX, sendo muito pequena, não contabilizando vinte quadros, que se dividem entre pinturas religiosas e históricas, sempre ligadas à noite. Em suas pinturas, o artista apresenta poucas figuras humanas, postadas em primeiro plano, sendo que um forte contraste de luz e sombras é responsável por determiná-las. Seu estilo mostra influência de Caravaggio e de seus seguidores, os caravaggistas.

A composição do artista, denominada Madalena Penitente, também conhecida por Maria Madalena com a Lamparina, reflete a grande sensibilidade de La Tour ao retratar figuras humanas. Ele é também tido como um perito em naturezas-mortas, como a vista em segundo plano. O pintor fez outro quadro muito parecido com este, trazendo a mesma temática, denominada “Maria Madalena com o Espelho” (imagem menor). Este era um de seus temas preferidos, sobre o qual fez quatro pinturas. Em ambas é possível captar uma grande solidão e uma imobilidade cheia de tristeza, bem de acordo com o temperamento do artista.

Maria Madalena encontra-se em profunda meditação, sentada de perfil, num ambiente extremamente simples. Ela veste uma blusa branca de mangas compridas, com decote redondo, e uma saia vermelha segura por um cinto trançado, semelhante a uma corda. Seus joelhos e pernas estão à vista, assim como seus pés descalços. Seu corpo preenche a metade da tela. A mão esquerda sustenta o rosto redondo, voltado para a luz fraca da lamparina, enquanto a direita repousa sobre um crânio, em seu colo, mas voltado para o observador. Dentro do recipiente com líquido iluminante é vista a mecha torcida que funciona como pavio. Uma forte luz jorra de uma fonte de dentro do quadro, fazendo um grande contraste entre luz e sombra.

A jovem mulher está diante de uma velha mesa de madeira, onde se encontram uma cruz de madeira, alguns livros e uma lamparina. A presença do crânio e da chama flamejante simboliza a fugacidade da vida, enquanto a cruz representa a redenção, ou seja, a vida após a morte. E é exatamente sobre isso que Maria Madalena reflete.

Ficha técnica
Ano: c. 1644
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 128 x 94 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.louvre.fr/oeuvre-notices/la-madeleine-la-veilleuse

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