MINIMALISMO – MENOS É MAIS (I)

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

O homem de nosso tempo ainda se move dentro da ambivalência entre o mais e o menos, entre o essencial e o supérfluo, embora se perceba cada vez mais uma tendência, no seu conjunto, a privilegiar o menos em relação ao mais. (Juan Arias)

O que sobra no prato dos ricos falta no prato dos pobres. (Ghandi)

O minimalismo vai contra a onda do consumo desenfreado. Não significa necessariamente ter menos coisas, mas, sim, viver em equilíbrio e somente com o essencial. (Prof. Gustavo de Castro)

A tendência minimalista atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo. Não são poucas as que vêm buscando ter menos coisas ou só obter aquilo que realmente é necessário. É a busca pela vida cada vez mais simples e a consciência de que a felicidade não se atrela ao acúmulo de bens materiais. O minimalismo compreende a vida de uma maneira mais singela e desapegada. Um de seus objetivos é justamente a eliminação de excesso de produtos para a obtenção de espaço, de modo que a pessoa se sinta mais livre e menos sufocada pelo consumismo exacerbado.

Mas o que vem a ser o minimalismo? Trata-se de uma filosofia de vida que adverte que o bem-estar e a satisfação pessoal estão no fato de o indivíduo manter apenas o que é essencial à sua vida, suprimindo os aspectos desnecessários, ou seja, os excessos. O minimalismo é, portanto, o estilo de vida que leva à busca pelo mínimo possível dos recursos para viver, o que resulta também na preservação de nosso planeta.

O primeiro passo para ser minimalista é desapegar-se dos excessos. O desapego é a mola mestra desta filosofia. É o entendimento de que, ao fazer uso apenas do necessário, a pessoa permite que outros tenham acesso ao que não lhe é necessário. Podemos ampliar a visão de Ghandi, acima, não apenas no tocante aos alimentos, mas em relação a tudo que se usa. Num mundo cruelmente desigual são os excessos que fomentam as diferenças, criando a ilusão de que a felicidade está no número de posses.  É um ledo engano pensar que o “ter” doentio está atrelado ao “ser”.

Outro ponto importante na adoção do minimalismo é o autoconhecimento, pois este inibe a necessidade de autoafirmação que leva ao exagero, ao desregramento. Quem se conhece melhor vai a cada dia aprimorando as suas escolhas, buscando um consumo mais equilibrado e eficiente. Não é uma tarefa fácil a prática do minimalismo num mundo capitalista, totalmente focado no consumo. As propagandas do compre isso ou aquilo, presente na mídia, invadem a nossa vida a todo momento. As vitrines são cada vez mais chamativas. Os influenciadores digitais multiplicam-se no mundo virtual. As metodologias de convencimento são cada vez mais agressivas. Somente o autoconhecimento pode levar o indivíduo a ser senhor de si quando em suas escolhas.

O consumo desenfreado, o descomedimento no comprar, além de aniquilar as riquezas do planeta e ampliar as toneladas de resíduos sólidos, ainda traz um dano à saúde emocional das pessoas, principalmente àquelas que se endividam na tentativa de preencher seus vazios (pesquisas mostram que o Brasil tem cerca de 60 milhões de endividados). Aqueles que se desapegam de bens materiais afirmam que vivem com menos obrigações, tendo mais tempo para se dedicar àquilo que realmente vale a pena. Não são poucos os casos de acumuladores que beiram à insanidade.

Quem é um minimalista? É aquele que opta pelo que precisa, sem jamais acumular objetos sem utilidade. Em razão disso passam a viver melhor, uma vez que tem menos obrigações e, em consequência, possui um estado mental mais leve, sem apegos doentios. Cada vez mais cresce o número de pessoas que se conscientiza de que é preciso questionar o fato de que a autoestima não pode ser construída em cima das coisas erradas para si e para o planeta, sendo necessário adquirir uma nova mentalidade no que diz respeito à vida, numa equação de que “menos” é “mais”.

O minimalismo estimula o reaproveitamento e, por isso, vem crescendo em todo o mundo a compra de objetos usados. Durante muito tempo no Brasil torcia-se o nariz para os brechós, coisa que na Europa é extremamente comum, mas hoje em dia esses pontos de venda estão em alta, sendo que a maioria deles possui fins solidários, por isso os preços são tão baixos. Outro ponto importante é a reciclagem que ainda é muito pequena em nosso país. Segundo o escritor Juan Arias, o homem vem se tornando eclético em tudo, preferindo a síntese à acumulação, na certeza de que “menos é mais”.

Obs.: Busque no YouTube por vídeos sobre o tema.

 

6 comentaram em “MINIMALISMO – MENOS É MAIS (I)

  1. Marinalva Autor do post

    Lu

    É muito interessante esse tema. Só que uma pequena minoria liga para isso. Alguns são realmente humanos racionais, outros são desumanos e irracionais. Todos estamos caminhando para a extinção da espécie humana e de tudo o que existe. É só uma questão de tempo. Não vejo solução para uma reversão. É a realidade. O ser humano é por natureza, egoísta e insaciável. Não vai mudar!

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Marinalva

      É uma pena o fato de muitas pessoas ignorarem a filosofia do Minimalismo, pois além de fazer um grande bem pessoal, ainda contribui para a conservação de nosso planeta Terra que definha a cada dia.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Hernando Martins

    Lu

    Com certeza MENOS é MAIS!

    Acredito que vivemos num mundo onde as pessoas estão cada vez mais angustiadas com o estilo de vida em que vive a humanidade. Devemos buscar meios necessários para nos aproximarmos do ponto de equilíbrio. O mundo precisa que sejamos menos egoístas, menos ambiciosos, menos acumuladores, menos poluidores, menos nefastos com o próximo e com o meio ambiente. Devemos ser mais altruístas, mais ambientalista, mais amáveis, mais tolerantes, mais justos, mais desprendidos e, em consequência, mais felizes. Só assim conseguiremos nos transformar em pessoas melhores, simplificando a vida de uma forma simples e inteligente na busca do equilíbrio e da felicidade.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Hernando

      É verdade! Faz um bem danado saber que muitas pessoas no planeta estão a perseguir uma vida mais simples. O excesso de bugigangas em nossa vida só atrasa a nossa caminhada. O “ter” excessivo não é sinônimo de vida aprazível, mas de egoísmo e de falta de autoconfiança. Concordo com tudo que você disse.

      Abraços,

      Lu

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  3. Mário Mendonça

    Prezada Lu Dias

    O ser humano precisa ser exterminado para dar lugar a algo realmente evoluído! Sem moralismos seletivos, o raciocínio é terrível e maléfico!

    Abração.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      Segundo a visão da Ciência, é o raciocínio que nos difere de outros animais, mas não podemos negar que o homem também o usa para maquinar o mal. É uma moeda de dois lados, pois também temos as maravilhas da Ciência que nos possibilita viver cada vez mais tempo. A evolução humana é cheia de altos e baixos. Temos muito a melhorar. Há dias em que também me sinto muito triste com a nossa espécie.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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