Mit. – PÍRAMO E TISBE, UMA HISTÓRIA DE AMOR

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Recontado por Lu Dias Carvalho

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Píramo e Tisbe eram dois jovens conhecidos em toda a Babilônia, reino de Samíramis, pela beleza que ostentavam. Jamais se podia aludir a um ou outro sem pensar em como foram contemplados pelos deuses com tanta formosura. As famílias de ambos moravam em casas vizinhas, o que fez com que o amor dos dois tomasse forma muito cedo. Porém, para desgraça de ambos, essas eram inimigas e totalmente contrárias ao casamento dos jovens apaixonados. Era-lhes vedada até uma pequena conversa, tendo eles que usar sinais ou olhares, para dar vida àquele amor tão intenso.

A maior alegria de Píramo e Tisbe foi o dia em que encontraram uma fenda na parede que dividia a casa de ambos, provavelmente originária de alguma falha na construção. Ainda que mínima, permita aos enamorados uma boa comunicação através da voz. Quando se encontravam a sós, cada um punha-se de seu lado, rente à parede, de modo que até a respiração podia ser sentida. Ao se despedirem, colavam os lábios naquela fenda, com ardor. Naquela agrura, era a parede o único meio diário, usado pelo casal, para transmitir o seu amor. Ambos bendiziam aos deuses por tamanha graça.

Havia, porém, um local, onde Píramo e Tisbe conseguiam se encontrar vez ou outra, após fugirem da vigilância de suas famílias. E foi assim que, logo após a chegada da aurora, os dois foram até o lugar de sempre, e ali marcaram de verem-se na noite seguinte, quando conseguissem escapar de seus cruéis carrascos. O local do encontro ficava fora da cidade, próximo a um monumento denominado Túmulo de Nino. Aquele, que conseguisse desvencilhar de sua vigilância primeiro, aguardaria calmamente pelo outro.

Tisbe foi a primeira a chegar ao local marcado, e debaixo da árvore combinada, próxima a uma fonte, ficou a esperar pelo amado. Enquanto ali estava, uma leoa, depois de devorar sua presa, dirigiu-se à fonte para tomar água. Tibes correu para dentro de uma gruta. O animal, ao retornar, e encontrar o véu da jovem no chão, cheirou-o e estraçalhou-o com suas garras e dentes, deixando ali sinais de sangue da presa que comera. Porém, ao chegar ao lugar, vendo as pegadas da leoa no chão e o véu de Tibes espedaçado e cheio de sangue, Píramo entrou em profunda agonia, imaginando que a amada havia sido devorada, sendo ele a causa de sua desgraça. Culpava-se por ali não se encontrar para protegê-la. Com o véu entre as mãos, beijava-o, enquanto chorava convulsivamente, desejando para si sorte igual. Queria que o seu sangue também o banhasse. E não mais aguentando tanta dor, enfiou a espada, que trazia à cintura, em seu coração. O sangue jorrou furiosamente por todos os lados, colorindo de vermelho até os frutos da árvore.

Nesse ínterim, Tisbe retornou ao lugar combinado, mas qual não foi a sua dor ao encontrar o amado exalando o último alento de vida. Tomou-o nos braços, beijando-lhe os lábios e a ferida causada pela espada. Pedia-lhe desesperadamente que lhe contasse quem lhe havia feito aquilo. Mas não demorou a entender, ao ver a bainha da espada vazia e o véu ensanguentado, que ele se matara por ela. Era ela a razão de sua morte. Só lhe restava segui-lo, de modo que o amor e a morte uni-los-iam para sempre. Antes, implorou aos céus que aquela árvore, que presenciara o amor de ambos, passasse a ter seus frutos vermelhos, e que ambos fossem sepultados juntos. E também mergulhou a espada em seu coração.

Seus pais e os deuses permitiram que seu desejo fosse cumprido: o de serem enterrados num único túmulo. E a árvore, que era uma amoreira branca, passou a ter frutos vermelhos.

Curiosidade: Sonho de Uma Noite de Verão, obra de Shakespeare, retrata tal episódio, em forma de comédia.

Nota: Píramo e Tisbe, obra de Pierre-Claude Gautherot

Fontes de Pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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