A ARTE DO RENASCIMENTO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A queda do Império Romano fez com que a Itália se fragmentasse, perdesse sua unidade política e permanecesse, durante muitos séculos, numa situação confusa. Os historiadores posteriores denominaram tal período de Idade Média. Alguns estudiosos chegaram a classificá-lo como Idade das Trevas. Quanto à ideia de Renascimento, essa teve origem em Petrarca, poeta italiano do século XIV que dividiu a história em eras: a idade de ouro da Antiguidade Clássica, a Idade das Trevas (após a queda do Império Romano) e a Idade Moderna (época do renascer dos valores da Antiguidade clássica)

O estilo renascentista surgiu numa época efervescente em que aconteciam grandes transformações nos mais diferentes campos: religioso, político, social, econômico e cultural, período em que houve a derrocada do feudalismo e teve início o capitalismo. Nesse caldeirão de mudanças estava embutido o interesse em revisitar o ideal clássico, o que aconteceu primeiramente na Itália e posteriormente no norte da Europa, fazendo a transição entre o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

O humanismo nasceu desse caldeirão de transformações que aconteciam nos mais diversificados campos. A filosofia humanista, baseada nos conceitos clássicos, não aceitava o enfoque teológico que vigorava na Idade Média que rezava que o raciocínio intelectual só poderia ter um ponto de partida: o studia humanitatis (o estudo do homem e suas capacidades).

O termo “renascimento” é uma referência ao ressurgir do interesse pelas riquezas intelectuais e artísticas da Grécia e da Roma antigas. Houve uma busca pelas obras de autores clássicos (Platão, Aristóteles, Cícero e Homero), até então esquecidos, o que trouxe uma visão mais humanista que tinha como prioridade o homem e suas realizações. Mas isso não quer dizer que a religião tenha saído de foco, uma vez que a veneração e a simbologia cristãs continuavam em pauta, servindo de inspiração para os artistas da Renascença. Contudo, a nova abordagem ia de encontro aos ensinamentos da Igreja Medieval que não dava prioridade ao homem, sob a justificativa de que a humanidade não era capaz de alcançar qualquer coisa sem a ajuda de Deus.

Os artistas e intelectuais italianos voltaram-se para a arte e para as ideias da Antiguidade, pesquisando em mosteiros e bibliotecas estrangeiras, decifrando manuscritos em latim e grego.  Interessaram-se primeiramente pela literatura e depois pela escultura e arquitetura e a seguir pela música e ciência. À medida que revisitavam esse passado artístico, redescobriam a beleza do mundo clássico nas ruínas arquitetônicas, nas esculturas, nos antiquíssimos manuscritos da literatura grega e romana, criando um novo movimento cultural que viria a espalhar-se pela Europa que se desfazia de suas amarras medievais.  

A pintura e a escultura tornaram-se realistas ao retratar o mundo visível, ao contrário do que acontecia na arte medieval, quando a representação era simbólica e dizia respeito apenas ao reino celestial.  Em relação aos edifícios renascentistas houve a substituição da verticalidade do estilo gótico, visto na Idade Média, por um modelo baseado em uma escala mais humana. A escultura, que não mais se encontrava servil à arquitetura, presa em paredes,  procurava representar o homem de uma maneira mais realista, estudando seu corpo e caráter. Passou a ser colocada em pedestal, a fim de ser vista por todos os lados.

A pintura renascentista passou por cinco grandes transformações: 1- uso da perspectiva  segundo os princípios matemáticos e geométricos; 2 – uso do realismo que vê o homem como expressão de Deus, mas que merece destaque; 3 – a ilusão de volume conseguida pela introdução da técnica do claro/escuro; 4 – o uso de cores em tons esfumados; e 5 – o surgimento de estilos diferentes entre os artistas, valorizando o individualismo.

O retorno ao mundo clássico foi muito importante para a arte. A pintura, a escultura e a arquitetura sofreram transformações radicais. A arte devocional, que na Idade Média era plana e linear, tornou-se mais naturalista, com uma reflexão mais cuidadosa da forma humana e da natureza, havendo também o desenvolvimento de técnicas artísticas como a perspectiva.

A cidade italiana de Florença abraçou com intensidade o novo pensamento, vindo a tornar-se o berço do Renascimento. Recebeu várias contribuições de renomados artistas, como Brunelleschi e Michelangelo na arquitetura; Donatello na escultura; Massacio na pintura e o genial Leonardo da Vinci em diferentes segmentos. A viagem de Brunelleschi e Donatello, juntos, a Roma, no intuito de estudar as ruínas da cidade, inclusive fazendo escavações, foi importantíssima para o desenvolvimento da arte italiana, sobretudo para a arquitetura e a escultura.

Presume-se que Brunelleschi tenha sido o primeiro artista a demonstrar os princípios da perspectiva linear (técnica na qual o artista pode criar a impressão de profundidade tridimensional numa superfície plana). Ele foi também um dos primeiros mestres da Renascença a descobrir as leis da perspectiva de um único ponto de fuga, postas em prática por Masaccio. Em relação à geometria básica, acredita-se que o arquiteto, teórico de arte e humanista italiano Leon Battista Alberti seja o responsável por sua descoberta.

A Renascença — revolução cultural e intelectual que revolucionou o mundo das artes e que se passou na Europa entre os séculos XIV e XVI — começou na Itália e espalhou-se rapidamente pelos países do norte da Europa. Ao abraçar tal movimento, os artistas nórdicos deram mais importância a certos aspectos do novo movimento. Enquanto os italianos estavam mais ligados à cultura greco-romana, a Renascença nórdica inspirava-se na Reforma Protestante, nutrindo grande interesse pela representação da imagem humana e por retratar o mundo visual de forma realista.

Os artistas nórdicos foram os pioneiros na composição em três-quartos. Foram reconhecidos principalmente pela habilidade que detinham ao retratar detalhes microscópicos, texturas, metais, reflexo de luz, etc. Na Europa setentrional o Renascimento situa-se entre o fim do século XIV até o fim do século XVI. No início do século XVI, os artistas do norte da Europa criaram novos gêneros de pintura. Albrecht Aldorfer foi o primeiro a pintar paisagens a óleo sem figuras e nem narrativa. O pintor Hans Holbein com sua composição intitulada “Os Embaixadores” antecipa o gênero da natureza-morta. E Pieter Bruegel, o Velho, ao retratar camponeses no trabalho ou no lazer, como em “Jogos Infantis”, faz as primeiras pinturas com cenas do cotidiano.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Teste – A ARTE DO RENASCIMENTO
Giovanni Bellini – PIETÀ (III)
Hans Holbein, o Moço – OS EMBAIXADORES
Piero della Francesca – POLÍPTICO DE SANTO ANTONIO
Pieter Bruegel, o Velho – JOGOS INFANTIS

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
Arte/ Publifolha

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Teste – A ARTE MODERNA NO BRASIL

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(Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

Muitos artistas e intelectuais brasileiros participaram da Semana de Arte Moderna no Brasil, realizada entre os dias 15 e 17 de fevereiro de 1922, cujo evento representou uma renovação nas artes brasileiras. Essa manifestação, contudo, já havia começado anos antes com exposições de Lasar Segall em 1913 e de Anita Malfatti em 1917, além de atividades literárias da conscientização acerca do momento em que se vivia e das transformações artísticas que aconteciam na Europa.

  1. Foi o responsável por aproveitar essas transformações para valorizar as raízes brasileiras que iriam orientar os artistas plásticos no país:

    1. Oswald de Andrade
    2. Victor Brecheret
    3. Menotti Del Picchia
    4. Mário de Andrade

  2. O movimento denominado ___________ mostrava as novas propostas estéticas através da divulgação em jornais.

    1. Brasil Brasileiro
    2. Terra Brasil
    3. Pau – Brasil
    4. Terra das Palmeiras

  3. Mais tarde, em 1928, o quadro e intitulado “Abaporu” (cujo nome significa antropófago em tupi-guarani) deu nome a um segundo movimento denominado:

    1. Brasileirinho.
    2. Brasilianismo.
    3. Canibalismo.
    4. Antropofágico.

  4. O quadro “Abaporu” foi uma criação da artista plástica de nome:

    1. Tarsila do Amaral.
    2. Anita Malfatti.
    3. Francisca Júlia.
    4. Yara Tupynambá.

  5. O novo estilo dos artistas brasileiros tinha como característica a compreensão de que, como antropófagos, eles poderiam:

    1. assimilar as formas importadas e criar algo totalmente nacional.
    2. criar, através do estudo importado, obras tão boas como as dos europeus.
    3. ignorar a arte dos artistas estrangeiros, para não interferir na nacional.
    4. Todas as respostas estão corretas.

  6. O grupo de artistas do movimento modernista brasileiro se iniciou com:

    1. a criação da pintura Abaporu.
    2. a semana de arte moderna de 1922.
    3. a chegada de um grupo de artistas vindos da Europa.
    4. uma lei criada pelo presidente Washington Luiz.

  7. Escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret foi um dos mais importantes artistas modernistas de nosso país. Uma de suas monumentais esculturas encontra se em frente ao Parque do Ibirapuera em São Paulo. É intitulada:

    1. Musa Impassível.
    2. Ponto de Equilíbrio.
    3. Homenagem aos Imigrantes.
    4. Monumento às Bandeiras.

  8. São obras de Tarsila do Amaral, exceto:

    1. Carnaval em Madureira.
    2. Cartão Postal.
    3. O Homem de Sete Cores.
    4. Operários.

  9. São obras de Anita Malfatti, exceto:

    1. A Chinesa.
    2. O Farol.
    3. Estudante Russa.
    4. Estrada de Ferro Central do Brasil.

  10. O famoso quadro de Tarsila do Amaral intitulado _______ encontra-se na Argentina.

    1. A Negra
    2. Apopuru
    3. Pescador
    4. Segunda Classe

Obs.: Conheça mais sobre a obra que ilustra este texto:
Tarsila – ABAPORU

Gabarito
1a / 2c / 3d / 4a / 5a / 6b / 7d / 8c / 9d / 10b

 

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A ARTE GÓTICA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                      

O estilo Gótico nasceu na França, no século XIII, sendo identificado como a “Arte das Catedrais”. As mudanças políticas e econômicas que já se faziam sentir nos séculos anteriores também afetaram o campo artístico, produzindo uma grande revolução na arte, como era de se esperar. Contudo, o termo “gótico” só foi aparecer no século XVI, quando Giorgio Vasari, escritor, pintor e arquiteto italiano, relacionou tal período — num sinal de desprezo — com os godos — povo bárbaro que invadiu Roma por volta dos anos 400. Antes disso era chamado de “estilo ogival”, devido ao seu elemento característico — o arco ogival.

O estilo Gótico manifestou-se sobretudo no que tange à arquitetura, quando se descobriu que era possível fazer edificações com pedra e vidro, desde que os cálculos dos arquitetos estivessem corretos. Tratava-se de um estilo revolucionário de construção, mas, para isso, fez-se necessário que certas inovações técnicas ganhassem vida.  Uma regra importante na construção das catedrais é que elas deviam se erguer acima de todas as outras edificações da cidade, o que remetia à noção de proximidade do homem com Deus. Portanto, não é de se surpreender que para isso houvesse o predomínio da dimensão vertical sobre a horizontal — uma das características mais marcantes deste estilo.

O estilo Gótico espalhou-se de Ïle-de-France por toda a Europa, apresentando variedades de formas, de acordo com as tradições de cada região europeia. Por isso, pode-se dizer que há um gótico francês, alemão, italiano, espanhol, etc.

O chamado Gótico Internacional surgiu na Europa no final do século XIV. Dentre as suas principais características podem ser destacadas: uma narrativa marcante, refinamento decorativo, detalhamento naturalístico preciso, realismo das superfícies e cores exuberantes. Seu caráter internacional deu-se em consequência da semelhança entre as tendências estilísticas e técnicas que surgiram em centros geograficamente distantes. Existe uma expressiva aura de meditação e propósito nas mais importantes obras desse estilo, ainda que seu contexto seja assinalado pelo excesso de detalhes e, muitas vezes, extravagância. 

As catedrais góticas apareceram no norte da França durante a segunda metade do século XII. A arquitetura gótica afirmou-se nas regiões nórdicas da Europa, entre os séculos XII e XIII. A Catedral de Notre-Dame (Paris/França) teve sua construção iniciada em 1163 como uma obra de devoção à Maria. É uma das igrejas mais famosas do mundo e Patrimônio da UNESCO (ilustração à esquerda). O Duomo de Milão (imagem à direita) é, em dimensão, a maior igreja gótica existente.

O Prof. E.H. Gombrich em seu livro intitulado “A História da Arte” descreve maravilhado o interior das igrejas góticas: “No interior de uma catedral gótica somos levados a compreender a complexa interação de trações e pressões que mantêm a grandiosa abóbada em seu lugar. As paredes das novas igrejas eram formadas por vitrais polícromos que refulgiam como rubis e esmeraldas. Os pilares, nervuras e rendilhados despendiam cintilações douradas. […] Os fieis que se entregavam à contemplação de tanta beleza podiam sentir que estavam mais próximos de entender os mistérios de um reino afastado do alcance da matéria”.

A escultura relacionada com o período Gótico era feita em função da arquitetura das catedrais. As figuras eram alongadas para o alto, exageradamente caracterizadas pela verticalidade do estilo gótico. As feições eram caracterizadas de maneira que o devoto pudesse reconhecer com facilidade o personagem representado, uma vez que o objetivo era, através da ilustração, que os fiéis tivessem a compreensão dos ensinamentos religiosos. As esculturas adornavam o exterior das catedrais, enquanto no interior ficavam recolhidas em nichos.

A pintura por sua vez, não teve o papel fundamental desempenhado em outras épocas da história da arte, durante o período Gótico. Como nas catedrais góticas predominavam os espaços vazios, havendo ausência de paredes compactas, não interrompidas por aberturas, tornava-se impossível a decoração pictórica, o que contribuiu para que os ciclos narrativos pintados sobre as paredes (afrescos) acabassem desaparecendo.  A Itália, contudo, fugiu à regra, uma vez que a verticalidade e a leveza de suas igrejas não chegaram ao mesmo nível de outras regiões europeias.  Isso permitiu a sobrevivência da pintura com temas religiosos.

A pintura gótica foi precursora da pintura renascentista, tendo como característica o realismo. Como o declínio do Sacro Império Romano rompera com o seu papel unificador na cultura cristã ocidental, houve uma transformação dos temas religiosos na arte, dando-se um incentivo cada vez maior aos elementos de fantasia e de devoção pessoal. Personagens e cenas religiosas tornaram-se os principais temas do período Gótico, contudo alguns artistas acabaram por se distanciar de seus predecessores góticos ao adotar uma observação mais acurada da natureza e uma habilidade técnica exuberante em suas obras.

O “gótico flamengo”, cuja maturidade deu-se no século XV, diz respeito às obras produzidas na região de Flandres (hoje trata-se aproximadamente da Bélgica e de Luxemburgo). Ao rejeitar a elegância cortês e os ornamentos extravagantes do “gótico internacional”, os artistas flamengos acabaram criando um novo realismo em que as cenas excessivamente dramáticas deram lugar a retratos da vida doméstica, onde a espiritualidade e a realidade conviviam lado a lado. Esse período contou com grandes mestres da pintura, a exemplo de Jan van Eyck, Rogier van der Weyden, Hans Memling, Hugo van der Goes, etc.

Os grandes avanços conseguidos pela arte flamenga nos primeiros anos do século XV foram fundamentais para a Renascença, cuja origem encontra-se na Itália, vindo a espalhar-se por grande parte da Europa.

Curiosidade
O vitral, surgido no Oriente, foi um dos elementos chaves do estilo gótico.  Os vitrais eram muito utilizados nas catedrais góticas, sobretudo pela sensação de espiritualidade que repassavam, quando a luz externa atravessa os vidros coloridos. Os cristãos da Idade Média pensavam que a luz vinha diretamente de Deus. Os temas religiosos neles representados, além de embelezar as catedrais, também instruíam os devotos, pois a maior parte deles era analfabeta.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Teste – A ARTE GÓTICA
Giotto – A LAMENTAÇÃO DE CRISTO
Irmãos Limbourg – AS MUITO RICAS HORAS
Petrus Christus – O OURIVES
Pintor Anônimo – O DÍPTICO DE WILTON
Simone Martini – CRISTO CARREGANDO A CRUZ

Van der Goes – O TRÍPTICO PORTINARI
Van Eyke – OS ESPONSAIS DOS ARNOLFINI

Weyden – DEPOSIÇÃO DA CRUZ

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-medieval/arte-gotica/

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VILLA DEI MISTERI

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Autoria de Lu Dias Carvalho

           

A imagens vistas acima mostram uma cena esplêndida que faz parte de um conjunto de afrescos maravilhosamente preservados. Esta riqueza da arte romana foi descoberta perto de Pompeia — cidade soterrada pelas lavas do vulcão Vesúvio, no ano de 79 d.C. — na Itália, nas ruínas de uma suntuosa villa romana — a Villa Misteri — que, para a alegria da Arte teve apenas pequenas danificações por ocasião de seu soterramento.

O afresco com a cena em questão encontra-se localizado na parte da frente da villa, no seu cômodo mais importante, conhecido como triclinium ou sala de jantar. Dentre as cores vistas na composição encontram-se o azul e o verde, o que indica que o proprietário da villa era muito rico, pois esses pigmentos eram caríssimos à época. O afresco faz parte de uma série de quadros onde são retratados os “mistérios” de um ritual de iniciação exclusivamente feminino. Historiadores da arte presumem que se referia ao ingresso de uma jovem “como mulher” na sociedade da época, quando a novata passava por uma morte e um renascimento simbólicos. O ritual está ligado a Dionísio — deus da agricultura e da natureza, da fecundidade, da alegria e do teatro, inspirador da fertilidade e também chamado de deus do êxtase, conhecido na mitologia romana como Baco.

Uma sacerdotisa encontra-se entre os presentes para acompanhar a jovem mulher no decorrer do ritual de iniciação. A pintura tem como fundo uma parede vermelha, diante da qual se encontram as figuras em meio a colunas pintadas. Algumas delas estão sentadas e outras de pé sobre uma estreita borda verde que passa impressão de palco. Os personagens parecem maiores do que os humanos.

A figura sentada de costas para o observador é a sacerdotisa. Ela usa um lenço na cabeça e uma coroa de murta sobre ele. Sua mão esquerda desvela uma bandeja, cujo conteúdo é desconhecido, enquanto a direita paira sobre uma vasilha, dentro da qual uma criada, usando uma coroa de murta, derrama um líquido, possivelmente água para a sacerdotisa lavar suas mãos.

Figuras mitológicas ali também se encontram. Sileno, companheiro e tutor de Dionísio, encontra-se de pé no centro da composição e toca uma lira. À sua esquerda um sátiro, sentado, toca uma flauta de Pã, enquanto uma ninfa, também sentada, alimenta uma cabra, enquanto outro caprino mostra-se de frente para observador.

A iniciada está de pé na lateral direita da pintura. Ela traz o corpo virado para a sua direita e a cabeça voltada para a esquerda, mostrando-se muito assustada com o ritual. Um véu esvoaçante cobre suas costas.

Curiosidade
O afresco é uma técnica de pintura que consiste em pintar sobre gesso ou argamassa ainda molhada, aplicando pigmentos puros aos quais se adiciona apenas água.

Ficha técnica
Afresco (detalhe)
Dimensão: 1,62 m de altura
Localização: Pompeia/Itália

Fonte de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante

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ESTÁTUA EQUESTRE DE MARCO AURÉLIO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A estátua equestre do imperador romano Marco Aurélio, feita em bronze dourado, cuja data de criação é concebida como sendo 164–166 d.C., foi feita em tamanho maior que o natural do imperador em questão, sendo de autoria desconhecida.

Infelizmente esta é a única estátua de bronze completa deste tipo a conseguir chegar à Idade Média, sobrevivendo à Antiguidade, época em que foi criada. Isto porque, após a conversão de Roma ao cristianismo, essas obras eram tidas como pagãs e, portanto, contraditórias às leis de Deus, segundo a visão da época. A maior parte delas foi derretida e transformada em moedas, autorretratos ou bustos.

Um pequeno engano fez com que esta estátua escapasse de ser desmanchada. Pensava-se que a figura montada a cavalo fosse a de Constantino — primeiro imperador cristão. Somente na Idade Média é que o engano foi desfeito.

Marco Aurélio é retratado em toda a sua pompa e glória, não apenas como um grande líder militar, mas também como filósofo estoico, autor das “Meditações” — 12 livros que glorificam as virtudes da sabedoria, da coragem, da moderação e da justiça.

Detalhes na cabeça do imperador romano indicam o seu comportamento compassivo como filósofo estoico, sendo conhecido como uma pessoa que prezava o bem-estar do povo e esforçava-se para humanizar as leis penais. A ausência de uma arma a acompanhar sua figura mostra que ele era um homem pacífico.

O estilo clássico da barba diz respeito à força e à virilidade. O gesto feito com a mão direita tem ganhado diferentes interpretações ao longo do tempo:

  • Sinal de clemência para com o inimigo vencido.
  • Sinal de reconhecimento e bênçãos direcionado às multidões que o aclamavam.
  • Um cumprimento a seu filho Cômodo que cavalgava a seu lado.
  • Um sinal de vitória sobre os inimigos do Império.

O cavalo, maravilhosamente trabalhado, mostra a importância do imperador e a força militar do Império Romano. As formas arredondas e geométricas do animal transmitem uma impressão de imponência e força.

Obs.: Alguns historiadores da arte alegam que a pata dianteira levantada do cavalo ficava sobre o corpo esculpido de um inimigo bárbaro. Caso isso seja verdade, o gesto do imperador Marco Aurélio seria de clemência pelo inimigo derrotado. Uma réplica desta estátua encontra-se na Piazza del Campidoglio, Roma, Itália.

Ficha técnica
Dimensão: 3,50 de altura
Localização: Museu Capitolini, Roma, Itália.

Fonte de pesquisa
Tudo sobre a arte/ Editora Sextante

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A ARTE ROMANA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

É difícil definir qualquer arte como Romana, quer seja pela duração e abrangência da antiga civilização romana, quer seja pela influência recebida de várias culturas, sobretudo da grega e da etrusca. Apesar disso, os artistas romanos deram importantes e originais contribuições à arquitetura, à pintura, ao mosaico e à escultura.

Arquitetura religiosa e secular recebeu grandes inovações. Os arquitetos romanos fizeram a combinação entre elementos etruscos e gregos, usando materiais e desenhos romanos, além de apresentarem um interesse renovado no aspecto funcional e no tamanho das construções. Uma prova da criatividade dos artistas romanos foi o uso do concreto — material econômico e capaz de criar formas variáveis —, as enormes abóbadas semicilíndricas e os arcos sem sustentação, presentes nas estruturas romanas. A arquitetura romana também primou pela grandeza de material — realçando a ideia de força — e pela busca do útil, o que levou a construções práticas (vias de comunicação, estradas, calçadas, esgotos, viadutos, aquedutos, termas, etc.).

O Coliseu de Roma (ver ilustração acima) foi o mais famoso e belo anfiteatro, símbolo da Roma antiga, hoje eleito como sendo uma das sete maravilhas do mundo moderno. Abrigava espetáculos grandiosos em sua arena ovalada, com piso de madeira e quase sempre coberta de areia, para embeber o sangue das lutas. Também costumava ser inundado para aparentar uma batalha naval. Possuía 76 entradas, sendo todo ornado com estátuas, arcos e colunas em sua parte externa.

A pintura romana está ligada ao afresco — a pintura mural mais antiga e mais resistente da história da arte, empregada de modo genérico para designar a pintura mural. Esse tipo de pintura foi fortemente influenciado pela cultura grega. Apesar de a arte Romana desse período ter sido quase extinta, como aconteceu com a grega, muito ficou preservado na cidade de Pompeia e Herculano, soterradas pelas cinzas do monte Vesúvio em 79 d.C.

Quatro diferentes estilos foram identificados em Pompeia. Eles mostram a influência dos painéis e afrescos etruscos e gregos, embora tratem de temas ligados aos interesses romanos. A pintura romana também recebeu influência do cristianismo. Seus devotos pintavam cenas bíblicas — usando efeitos tridimensionais e sombreados — nas catacumbas.

A escultura romana teve como origem a escultura grega, contudo, os romanos, com o passar do tempo, foram aprimorando esse tipo de arte. Isso significa que, embora comprassem estátuas gregas originais, os artistas romanos acabaram por aperfeiçoá-las, dando mais atenção aos detalhes realísticos, incluindo os contornos e dobras da pele. Inseriram a técnica do retrato com escultura que reproduzia a figura humana com a maior fidelidade possível e não mais um ideal de beleza, como acontecia com os artistas gregos. Dentre as esculturas mais comuns estavam a dos imperadores e os baixos-relevos de cenas e rituais funerários. Os grandes monumentos públicos eram uma das características da escultura romana que retratava o sucesso na guerra e os louros da paz.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
ESTÁTUA EQUESTRE DE MARCO AURÉLIO

Teste – A ARTE ROMANA

VILLA DEI MISTERI

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich

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