A ARTE GREGA (II)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A arte Grega possui quatro períodos descritos em sua evolução: Período Geométrico (séculos IX e VIII a.C.); Período Arcaico (séculos VII e VI a.C.); Período Clássico (séculos V e IV a.C.); e Período Helenístico (séculos III e II a.C.). 

Após passar por dois períodos evolutivos, a arte Grega chegou ao que é conhecido como  Período Clássico (Classicismo), fase em que os artistas passaram a retratar o homem de uma maneira idealista, estabelecendo regras fixas para as apresentações artísticas, com a adoção de cânones — um sistema de proporções que definia o ideal de beleza. Policleto, o escultor responsável por escrever o tratado teórico intitulado “Cânone”, visava usar a proporção entre as partes da imagem ou do objeto criado. Ao estabelecer regras para a sua arte — a perfeição da forma era a assegurada por cálculos numéricos precisos e figuras geométricas simples —, ele acabou influenciando a futura geração de escultores.

A arquitetura grega atingiu o seu auge quando os templos passaram a ser construídos sob proporções matemáticas precisas. Amantes da perfeição, os artistas gregos da época usavam também a simetria (relação de paridade em respeito à altura, largura e comprimento das partes necessárias para compor um todo). Sobre a base da construção eram erguidas colunas que podiam ser de um dos modelos: dórico, jônico ou coríntio.

A pintura grega era feita em paredes, nas estatuárias e nos objetos de cerâmica. Ao contrário da escultura egípcia que era estática, o estatuário grego possuía perfeição de formas e movimento, predominando o porte altivo, reflexos do conjunto que buscava equilíbrio entre as virtudes físicas e morais, associando a beleza à bondade.

O teatro grego dividia-se em tragédia e comédia e teve sua origem no culto ao deus Dionísio. A comédia — criticava a política e discutia sobre temas relacionados às intrigas familiares e amorosas — teve em Aristófanes seu mais importante autor, enquanto a Tragédia — dizia respeito à religião ou às sagas heroicas — teve em Ésquilo, Sófocles e Eurípedes seus mais conhecidos autores.

A Macedônia, em meados do século IV a.C., tornou-se uma grande potência na cultura grega. Após a morte de Alexandre, o Grande, seus sucessores dividiram o império em reinos menores (Selêucida na Pérsia, Ptolomaica no Egito, Antigónida na Macedônia e mais tarde Pérgamo na Ásia Menor), o que trouxe mudanças social, política e cultural para a Grécia, começando aí o “Período Helenístico”. O termo “helenismo”, portanto, designa o período histórico que se situa entre o desaparecimento das cidades-estados gregas e a formação do Império Romano.

A arte helenística não foi criada por artistas da Grécia, mas, sim, nas novas dinastias helenísticas. O Helenismo mudou a maneira de ver a arte. Os novos patronos, sucessores de Alexandre, buscavam promover seu próprio império dinástico. Frequentemente tida como a época de declínio da arte Grega, o Helenismo deve ser visto como um estilo autônomo, cujos princípios estéticos foram resultantes da fusão da rígida e racional arte Grega com as criativas manifestações artísticas dos outros povos integrados ao Império. Ao perder o caráter unitário e homogêneo da arte clássica, o Helenismo acabou por se dissolver em diversas expressões diferentes, sediadas nas mais diferentes regiões do Império.

A arte que até antes do Helenismo era destinada aos templos como oferenda aos deuses, ou para glorificar o estado grego, passou a ser usada para decorar casas e palácios, celebrar vitórias militares ou representar deuses greco-egípcios. Os temas relativos aos retratos aumentaram cada vez mais sua abrangência. Se antes estavam restritos à realeza, agora diziam respeito a figuras grotescas, crianças e velhos. Na diversidade das etnias tratadas podia-se ver a diversidade do mundo helenístico.

O período helenístico acompanhou o fim do estilo clássico, quando as expressões faciais ainda eram estoicas e sem emoção. A partir daí elas ganharam contornos para expressar tormentos psicológicos e físicos. Muitos artistas gregos foram para Roma no século I a.C., quando essa cidade se transformou no centro de produção de arte helenística. O fim desse período ocorreu em 31 a.C., quando Otaviano — mais tarde Imperador Augusto — derrotou Marco Antônio.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE GREGA (II)

O LANÇADOR DE DISCOS

Teste – A ARTE GREGA I

Teste – A ARTE GREGA II

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich

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A ARTE GREGA (I)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

   (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

A arte e a cultura do Ocidente sofreram grande influência da cultura grega de 750 a. C. até o surgimento dos romanos. As obras de arte criadas pelos artistas gregos tinham por objetivo enfeitar templos e prédios públicos, celebrar vitórias e batalhas, celebrar pessoas famosas e os mortos, assim como servir de oferendas aos deuses. A arte Grega possui quatro períodos descritos em sua evolução: Período Geométrico (séculos IX e VIII a.C.); Período Arcaico (séculos VII e VI a.C.); Período Clássico (séculos V e IV a.C.); e Período Helenístico (séculos III e II a.C.). 

Nos séculos VII e VI a. C., a Grécia era composta por cidades-estados autônomas. Foi uma fase muito importante, marcada pela estabilidade, prosperidade, ascensão de uma classe média e sobretudo pelo surgimento da democracia. O contato feito com outros centros comerciais em meados do século VII a.C. chamou a atenção dos artistas gregos para a arte do Egito e do Oriente próximo. O contato com arquitetura e com a escultura egípcia levaram os gregos a afastarem-se da arte geométrica e a adotarem estilos e temas que faziam parte da arte Grega arcaica. O que acabou por desenvolver uma identidade artística especificamente grega, levando à prosperidade das artes.

A nova arte Grega foi notável sobretudo no desenvolvimento rápido da escultura, passando do arquétipo arcaico simétrico, inicialmente geométrico — inspirado pelos egípcios — para uma anatomia e uma expressão realistas. Esse período arcaico contou com dois tipos de esculturas em larga escala:

  • Kouros — jovem masculino nu e de pé;
  •  Kore —  jovem vestida e de pé;

Tais esculturas traziam influências egípcias na postura, no estilo linear e nas proporções. Existem diferenças estilísticas entre a escultura grega arcaica e a do início do período clássico. Lá pela metade do século V a.C., as esculturas passaram a adotar o chamado “estilo austero” que apresentou formas simples, estilização das imagens e representação das emoções e dos movimentos.

A cerâmica grega de silhueta coríntia evoluiu para os vasos com pinturas em preto, nos quais símbolos e imagens sobressaíam contra o fundo vermelho da argila não esmaltada. Os vasos retratavam cenas da mitologia grega, aspectos da vida da época, como rituais funerários, competições esportivas e feitos heroicos do campo de batalha. Em cerca de 530 a.C. houve a invenção da técnica da pintura vermelha, o que permitiu que os artistas gregos tivessem mais oportunidade para desenhar.

Nos séculos V e VI a.C., os artistas gregos chegaram a um estilo de representação que transmitia a ideia de equilíbrio e harmonia. Eles referenciavam a proporção matemática, a racionalidade e a ordem. O escultor Policleto tornou-se famoso por criar um sistema de cálculo das proporções humanas que alcançou esse ideal clássico. Míron foi outro grande nome da escultura grega. Sua obra continua viva, sobretudo na forma de cópias romanas em mármore, como o seu famoso “O Lançador de Disco”.

Na época da guerra do Poloponeso (Atenas x Esparta e cidades-estados aliados), os artistas gregos criaram as culturas livres que podiam ser vistas por inteiro. Nesse período também houve avanços da representação das vestes, assim como na representação da forma feminina. Praxiteles, escultor ateniense, jogou por terra uma das mais sólidas tradições da arte Grega, ao representar Afrodite, deusa da beleza, nua, o que até então só era permitido aos homens.

O templo de Atena Partenos ou Partenon, como é conhecido, é dedicado a Atena, deusa protetora da cidade do mesmo nome. É feito de mármore e apresenta esculturas e um friso contínuo —  mostrando alguns dos melhores exemplos do estilo clássico.

Nota: esculturas de Kouros e Kore/ Estátua que Policleto criou como ilustração de suas teorias.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE GREGA (II)

O LANÇADOR DE DISCOS

Teste – A ARTE GREGA I

Teste – A ARTE GREGA II

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich

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A ARTE EGÍPCIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Antes que a Ciência se fizesse presente, a religião sempre esteve atrelada à Arte, como se pode ver na civilização egípcia, cuja organização era feita de modo que a religião fosse responsável por determinar as ações políticas e a função das classes sociais, o que, consequentemente, exercia influências nas formas de arte daquele povo, principalmente porque se considerava o faraó como um representante de Deus na Terra, havendo também diversos deuses a comandar o destino dos egípcios.

O período situado entre os anos de 2.649 a.C e 1070 a.C no Egito, quando 18 dinastias por aquelas terras passaram, houve a criação de uma importante variedade de pinturas, esculturas, arquitetura, joias, produtos têxteis, cerâmicas, paisagismo e vestimentas. As obras dos artistas egípcios estavam sempre voltadas para alguma função religiosa, dinástica ou cultural. Através delas eles comunicavam doutrinas políticas, sociais e espirituais. Mesmo tendo que trabalhar de acordo com sistemas de representação já definidos, eles mostravam uma técnica apurada e de grande criatividade. É importante considerar que no Egito não havia distinção entre “arte” e artesanato”, divisão que só foi aparecer na primeira fase do Renascimento.

A arte do povo egípcio era muito ligada à passagem desta vida para a eterna. Tudo era feito com o intuito de preparar o homem para esta viagem. O famoso “Livro dos Mortos” tinha por objetivo servir de guia espiritual para a vida após a morte. Trechos dele eram inscritos nas paredes dos túmulos que eram arranjados dentro de regras preestabelecidas e às pinturas cabia obedecer rigidamente aos seguintes parâmetros:

  • ausência de profundidade;
  • o grau social do defunto é que determinava o tamanho das figuras, sendo o faraó e os deuses representados em tamanho maior;
  • uniformidade na cor (sem distinção entre claros e escuros), sendo que a pele dos homens era mais morena (vermelha) do que a das mulheres (ocre);
  • observância da “lei da frontalidade” (tronco e olhos sempre desenhados de frente, enquanto a cabeça, braços e pernas eram vistos de perfil).

No que diz respeito ao uso das cores (as tintas eram obtidas na natureza: pó de minérios, substâncias orgânicas, etc.) no Egito Antigo, além de decorativas elas também carregavam um sentido simbólico:

  • preto – associava-se à morte e à regeneração;
  • branco – estava ligado à pureza e à verdade;
  • amarelo – simbolizava a eternidade;
  • vermelho – representava energia e poder;
  • azul – associava-se ao rio Nilo e ao céu;
  • verde – simbolizava a regeneração da vida.

Os egípcios eram ligados às esculturas, feitas à semelhança dos faraós, sacerdotes e escribas, com a finalidade de garantir-lhes a imortalidade, se por acaso o corpo embalsamado não resistisse ao tempo. O ato de embalsamar, portanto, tinha por objetivo preservar o corpo do falecido para a viagem à outra vida.

Na fase do Reino Novo (c. 1550 a.C. a 1070 a.C., que se situa entre a 18ª e a 20ª dinastia) houve uma grande estabilidade política e crescimento econômico no Egito, o que permitiu a outros notáveis, além do faraó, encomendar murais requintados para seus túmulos, com relevos pintados nas paredes, relembrando seus feitos em vida. Havia sempre a figura de Anubis — deus da morte e protetor dos falecidos — que era representado com uma cabeça de chacal.

O jovem Tutancâmon reinou de 1333 a.C. a 1327 a.C, durante o Reino Novo, morrendo aos 19 anos. Sua tumba foi descoberta em 1922, contendo muita riqueza. A arte do chamado Reino Novo foi a mais bela, sofisticada, ambiciosa e avançada em termos de técnica produzida não Antigo Egito, sendo que nenhuma outra civilização egípcia conseguiu superá-la. Deu testemunho de uma civilização que relegava à arte um importante papel na prosperidade cultural e espiritual de sua gente.

A arquitetura egípcia ganhou destaque sobretudo na construção de templos e de tumbas. Um exemplo desse trabalho monumental e grandioso, apresentando linhas simples e geométricas, são os templos de Luxor e Karnak, construídos na cidade de Tebas. As pirâmides foram criadas para servirem de túmulos para os faraós por volta da quarta dinastia, em substituição às “mastabas” que eram túmulos feitos como caixas. As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos encontram-se entre as sete maravilhas do mundo antigo.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE ANTIGA DOS EGÍPCIOS
O LIVRO DOS MORTOS
O LIVRO DOS MORTOS DO ESCRIBA ANI
Teste – A ARTE EGÍPCIA

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich

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A TENTAÇÃO DE CRISTO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O afresco intitulado a Tentação de Cristo, cujo autor é desconhecido, é uma obra pertencente ao estilo românico. A arte dessa época estava voltada para a vida religiosa. Empregava a narrativa e o simbolismo para transmitir as mensagens bíblicas, uma vez que a imensa maioria das pessoas não sabia ler, ou seja, era analfabeta.

A obra em questão faz parte de uma série de afrescos que adornava o teto da Ermita de San Baudello de Berlanga, na província de Soria, na Espanha. Chama a atenção por suas cores vivas e pelas figuras estilizadas.

As figuras apresentam grandes cabeças, olhos, mãos e pés, traços angulosos e expressivos similares àqueles da iconografia bizantina. Apresenta a história de Cristo sendo tentado pelo demônio no deserto e inclui três episódios:

  1. O demônio tenta Jesus Cristo, incentivando-o a transformar as pedras em pães, a fim de matar a sua fome, como mostram as pedras caindo de suas mãos, à esquerda.
  2. Sugere que Jesus Cristo atire-se de um penhasco para ser salvo pelos anjos, como mostra as duas figuras ao meio.
  3. Após o fracasso do demônio, os anjos dão alimento a Jesus Cristo que já se encontra há 40 dias em provação, sem comer (figuras à direita).

Curiosidade:

Afresco é uma pintura realizada sobre emboço ainda fresco. As cores são diluídas em água. Esta técnica foi muito usada por gregos e romanos.

Ficha técnica
Ano: c. 1120 -1140
Artista: desconhecido
Técnica: afresco (atualmente sobre tela)
Dimensões: 2,13 m x 3,00
Localização: Museu Metropolitano de Arte, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
Tudo sobre Arte/ Editora Sextante
https://www.evangelizarconelarte.com/cuadros-del-mes/icono-de-la-trinidad-de-andrei-rublev-1425/

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A ARTE ROMÂNICA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A arte Românica surgiu entre os séculos XI e XII, na Idade Média, sendo semelhante à dos antigos romanos na Antiguidade. Nesse período, o Império Romano já havia sido conquistado pelos povos bárbaros, ou seja, por povos germânicos que não habitavam o Império Romano. Entre eles estavam os francos, os lombardos, os hunos, os visigodos, os vikings e os ostrogodos. O estilo românico destacou-se na arquitetura, pintura e escultura, embora tenha tido maior relevância na arquitetura das construções religiosas.

O termo “romanesco”, dado à arte desse período pelos historiadores no início do século XIX, dizia respeito à produção da Europa ocidental dos séculos XI e XII. Os mosteiros, tidos como templos do saber, criatividade e riqueza, eram responsáveis pela maior parte da arte desse período. Na decoração das igrejas eram empregados bordados, tapetes, tapeçarias, ícones, afrescos e vitrais. Ainda referentes a essa época estão as iluminuras e objetos litúrgicos (crucifixos, cálices, castiçais, etc.) nos quais se empregavam marfim, metal ou esmaltados.

O conceito de “romanesco” nasceu da própria estrutura das igrejas que se baseava na planta da basílica romana (nave, abside e corredores), sendo acrescentado um transepto atravessando a nave e também uma área que permitia aos fieis caminhar pelo santuário e visitar as pequenas capelas laterais ali encontradas.

Embora a palavra “românica” remeta a uma cultura romana, não significa que a arte Românica seja uma imitação do estilo dos romanos na Idade Antiguidade. Ao contrário da anterior, ela recebeu influência de vários outros tipos de arte (cóptica, sassânida, insular, bárbara, bizantina, etc.), isto porque, nesse período, o Império Romano já havia sido conquistado por outros povos e havia um momento de relativa paz na Europa, com as cidades prosperando. As peregrinações aumentaram, permitindo que os fiéis atravessassem o território europeu, fazendo romarias e visitando igrejas, mosteiros e templos. Com isso, as expressões artísticas, até então específicas para os diferentes povos europeus, passaram a se aglutinar, enriquecendo a arte Românica.

As mensagens bíblicas, destinadas às congregações que iam se formando, eram transmitidas através da narrativa e do simbolismo, pois a grande maioria dos adeptos era formada por analfabetos, muitos deles visitantes ou em trânsito. As igrejas de arquitetura românica possuíam fachadas esculturais, arcos arredondados, abóbadas cilíndricas e entalhes em pedra ou mármore. Felizmente muitas delas vêm resistindo ao tempo, embora muitos afrescos, vitrais, manuscritos e bordados tenham desaparecido.

A arte Românica incluía animais, plantas e cenas naturalistas como decoração. Sua pintura associava-se à religião. Seus motivos, nos quais era usada a técnica do afresco, representam histórias bíblicas que tinha por objetivo instruir os devotos, pois, como dito anteriormente, eram pouquíssimas as pessoas que sabiam ler naqueles tempos.

A Bíblia de Winchester (c. 1160 a 1175) inglesa é um dos poucos manuscritos ilustrados que chegou até os nossos dias. Foi escrita em latim por um sacerdote, num pergaminho, sendo criada para uso cerimonial. Os monges levaram mais de 20 anos, usando materiais como ouro e lápis lazúli, para criar as letras capitulares ornamentais que adornam o início de cada livro. As iluminuras — pinturas decorativas nas letras que aparecem no início dos capítulos de pergaminhos — eram delicadas e demoradas para serem criadas, sendo feitas pelos monges em conventos e abadias.

A arte Românica contribuiu para o renascimento da escultura que, por muitos anos, ficou esquecida. Seu retorno se deu, sobretudo, quando o estilo românico tornou-se mais realista e mais simbólico, já antecipando o que estaria por vir — o estilo Gótico. A escultura encontrava se condicionada à arquitetura, sem nenhum compromisso com a representação fiel dos objetos e seres. Com seus baixos e altos-relevos visava apenas decorar pórticos e arcadas. As primeiras esculturas esculturas surgiram nas igrejas francesas.

Os campos europeus eram pródigos em castelos e mosteiros. Neles predominavam a monumentalidade e a força da pedra. A arquitetura românica caracteriza-se pela presença de abóbadas, pilares maciços para sustentar paredes grossas, janelas feitas de aberturas estreitas, torres e arcos. O Duomo — mais famoso conjunto arquitetônico românico, projetado por Brunelleschi — situa-se em Pisa, na Itália (ver ilustração acima). A música litúrgica foi padrão nessa época. As composições receberam o nome de “cantos gregorianos”.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A TENTAÇÃO DE CRISTO
Teste – A Arte Românica.

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Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich

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A ESCADA DA ASCENSÃO DIVINA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Esta é uma obra de arte bizantina, intitulada A Escada da Ascensão Divina, criada no final do século XII, cujo autor é desconhecido. Mostra como era a vida de terror que levavam os cristãos da época. O convencimento dava-se através do medo do inferno. Quanto mais temor fosse incutido na indefesa vítima, maior era o fervor. Sob certo ponto de vista, os fiéis eram acorrentados à fé pelo medo que tinham do inferno, lugar de tormentos para onde iam as almas em pecado, segundo a crença, coisa que ainda vemos acontecer nos dias de hoje em inúmeros credos.

A gravura é a ilustração de um tratado de fé, escrito pelo monge cristão John Klimakos, no século VII, inspirado no sonho de Jacó, descrito no livro Gênesis em que o autor descreve os 30 passos necessários para o homem evoluir de modo a ganhar a salvação espiritual. Esta obra representa a principal metáfora do texto do monge.

A escada em questão divide a ilustração em duas partes iguais, ao formar uma diagonal. Na parte superior da gravura encontra-se o céu e na inferior o inferno. No alto da escada está o monge Klimakos,  já quase chegando ao último degrau da escada que leva ao paraíso. O que significa que ele seguiu os 30 passos da evolução espiritual, tendo recebido a recompensa prometida.

Na parte superior direita da gravura, Cristo, de braços abertos, aguarda os monges que venceram o pecado ao seguirem as recomendações de John Klimakos. Vê-se, porém, que não é fácil alcançar o paraíso, pois demônios puxam para o inferno aqueles que não foram fiéis a todos os passos da evolução espiritual. Cristo usa vestes de cores vivas que contrastam com a cor sombria das dos monges e com o preto dos demônios.

Um grupo de anjos, usando trajes festivos e em pose de oração, presentes no canto superior esquerdo da ilustração, reza para que os fiéis consigam subir a escada e chegar ao paraíso, imunes à tentação dos demônios. O monge John Klimakos, com suas vestes pretas, é o primeiro da escada, já tendo completado sua jornada. Abaixo dele está o bispo Antonios, inspirando os que vêm atrás, com vestes diferentes, em razão de seu status religioso.

Nove demônios alados tentam puxar os monges para o inferno. Dois deles lançam flechas, outros usam grandes lanças, martelo ou cordas. Sete monges já despencaram da escada, por não terem alcançado as virtudes ensinadas no tratado. Os personagens mostram-se amedrontados, como se pedissem clemência.

No canto inferior direito, um grupo de monges reza por aqueles que estão subindo, enquanto espera sua vez. Parecem angustiados e temerosos. Um monge, com vestes alaranjadas é empurrado para dentro da boca do inferno, não sendo mais possível ver sua cabeça, enquanto outros tomam o mesmo caminho.

Dados técnicos:
Autor: desconhecido
Ano: final do século XII
Técnica: têmpera em folha de ouro sobre madeira
Dimensões: 41 x 29,5 cm
Localização: Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, Sinai, Egito

Fonte de pesquisa:
Tudo Sobre Arte/Editora Sextante

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