A ARTE EGÍPCIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Antes que a Ciência se fizesse presente, a religião sempre esteve atrelada à Arte, como se pode ver na civilização egípcia, cuja organização era feita de modo que a religião fosse responsável por determinar as ações políticas e a função das classes sociais, o que, consequentemente, exercia influências nas formas de arte daquele povo, principalmente porque se considerava o faraó como um representante de Deus na Terra, havendo também diversos deuses a comandar o destino dos egípcios.

O período situado entre os anos de 2.649 a.C e 1070 a.C no Egito, quando 18 dinastias por aquelas terras passaram, houve a criação de uma importante variedade de pinturas, esculturas, arquitetura, joias, produtos têxteis, cerâmicas, paisagismo e vestimentas. As obras dos artistas egípcios estavam sempre voltadas para alguma função religiosa, dinástica ou cultural. Através delas eles comunicavam doutrinas políticas, sociais e espirituais. Mesmo tendo que trabalhar de acordo com sistemas de representação já definidos, eles mostravam uma técnica apurada e de grande criatividade. É importante considerar que no Egito não havia distinção entre “arte” e artesanato”, divisão que só foi aparecer na primeira fase do Renascimento.

A arte do povo egípcio era muito ligada à passagem desta vida para a eterna. Tudo era feito com o intuito de preparar o homem para esta viagem. O famoso “Livro dos Mortos” tinha por objetivo servir de guia espiritual para a vida após a morte. Trechos dele eram inscritos nas paredes dos túmulos que eram arranjados dentro de regras preestabelecidas e às pinturas cabia obedecer rigidamente aos seguintes parâmetros:

  • ausência de profundidade;
  • o grau social do defunto é que determinava o tamanho das figuras, sendo o faraó e os deuses representados em tamanho maior;
  • uniformidade na cor (sem distinção entre claros e escuros), sendo que a pele dos homens era mais morena (vermelha) do que a das mulheres (ocre);
  • observância da “lei da frontalidade” (tronco e olhos sempre desenhados de frente, enquanto a cabeça, braços e pernas eram vistos de perfil).

No que diz respeito ao uso das cores (as tintas eram obtidas na natureza: pó de minérios, substâncias orgânicas, etc.) no Egito Antigo, além de decorativas elas também carregavam um sentido simbólico:

  • preto – associava-se à morte e à regeneração;
  • branco – estava ligado à pureza e à verdade;
  • amarelo – simbolizava a eternidade;
  • vermelho – representava energia e poder;
  • azul – associava-se ao rio Nilo e ao céu;
  • verde – simbolizava a regeneração da vida.

Os egípcios eram ligados às esculturas, feitas à semelhança dos faraós, sacerdotes e escribas, com a finalidade de garantir-lhes a imortalidade, se por acaso o corpo embalsamado não resistisse ao tempo. O ato de embalsamar, portanto, tinha por objetivo preservar o corpo do falecido para a viagem à outra vida.

Na fase do Reino Novo (c. 1550 a.C. a 1070 a.C., que se situa entre a 18ª e a 20ª dinastia) houve uma grande estabilidade política e crescimento econômico no Egito, o que permitiu a outros notáveis, além do faraó, encomendar murais requintados para seus túmulos, com relevos pintados nas paredes, relembrando seus feitos em vida. Havia sempre a figura de Anubis — deus da morte e protetor dos falecidos — que era representado com uma cabeça de chacal.

O jovem Tutancâmon reinou de 1333 a.C. a 1327 a.C, durante o Reino Novo, morrendo aos 19 anos. Sua tumba foi descoberta em 1922, contendo muita riqueza. A arte do chamado Reino Novo foi a mais bela, sofisticada, ambiciosa e avançada em termos de técnica produzida não Antigo Egito, sendo que nenhuma outra civilização egípcia conseguiu superá-la. Deu testemunho de uma civilização que relegava à arte um importante papel na prosperidade cultural e espiritual de sua gente.

A arquitetura egípcia ganhou destaque sobretudo na construção de templos e de tumbas. Um exemplo desse trabalho monumental e grandioso, apresentando linhas simples e geométricas, são os templos de Luxor e Karnak, construídos na cidade de Tebas. As pirâmides foram criadas para servirem de túmulos para os faraós por volta da quarta dinastia, em substituição às “mastabas” que eram túmulos feitos como caixas. As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos encontram-se entre as sete maravilhas do mundo antigo.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE ANTIGA DOS EGÍPCIOS
O LIVRO DOS MORTOS
O LIVRO DOS MORTOS DO ESCRIBA ANI
Teste – A ARTE EGÍPCIA

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich

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