Fra Angelico e Fra Filippo Lippi – A ADORAÇÃO DOS MAGOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição em forma circular (tondo), intitulada A Adoração dos Magos, tida como uma das mais belas pinturas florentinas conhecidas, deslumbrante em suas cores e cheia de movimentos, sendo, portanto, uma obra-prima, é atribuída a dois grandes pintores italianos: Fra Angelico e Fra Filippo Lippi, uma vez que tem sido difícil precisar qual dos dois foi o autor da obra. Os críticos de arte mais recentes preferiram creditar aos dois artistas o painel, ou seja,  acreditam que este foi feito numa parceria entre os dois grandes mestres, pois é fácil distinguir a contribuição de cada um deles, ambos donos de grande afinidade espiritual. É também possível que Fra Angelico tenha dado início ao painel que ficou inacabado e, após a sua morte, cerca de 20 anos depois, Fra Filippo Lippi tenha terminado-o. Acredita-se que assistentes da oficina dos dois mestres tenham ajudado.

Dentre os temas mais representados pela iconografia cristã está em primeiro lugar aquele que se refere à crucificação de Cristo e em segundo o nascimento de Jesus, como representado na obra dos dois religiosos dominicanos, mostrando inúmeros personagens que já se encontram ou se dirigem para o local onde se encontra o Menino Jesus. Dentre eles estão os Reis Magos. Três pastores, com suas vestes pobres, encontram-se próximos a São José, estando um atrás dele e dois à sua direita, próximos ao estábulo. São tantas as pessoas em visita ao Menino — algumas a pé, outras montadas em cavalos ou camelos — que quase se fecha o círculo.

A Sagrada Família encontra-se ao ar livre, à esquerda, estando a Virgem Mãe, com seu rosto delicado, sentada com seu Menino Jesus no colo e seu esposo José, de pé, à sua esquerda. Os Reis Magos, ajoelhados diante de Maria e de seu Filho, entregam seus presentes. Atrás deles encontra-se um imenso séquito. Mais para o centro da composição está a estrebaria, próxima a uma construção em ruínas. Ali ocorreu o nascimento do Salvador, mas a manjedoura é vista fora do estábulo. São vistos um burro e um boi ao ar livre e cinco cavalos sob os cuidados de quatro cavalariços, dentro da estrebaria. Acima, no telhado da construção, encontram-se um pavão, meio fora da escala, e um casal de faisão, que deve ser visto como se estivesse em voo. Deitado em primeiro plano, olhando para trás, está o que parece ser um cão.

Alguns significados presentes na obra:

  • O pavão simboliza a imortalidade da criança, pois sua carne era tida como incorruptível.
  • O casal de faisões simboliza a vitória de Cristo sobre a morte.
  • Os nus presentes nas ruínas, ainda não muito bem compreendidos, podem representar o acolhimento dos marginalizados pela nova fé.
  • A arquitetura em ruínas refere-se ao fim do paganismo com o nascimento de Cristo.
  • O homem de vermelho, à esquerda, com os olhos espantados voltados para o céu, alude à presença da estrela que guiou os Reis Magos.
  • As sementes de romã, presentes na mão esquerda do pequeno Jesus, simbolizam o acolhimento das almas dos crentes pela Igreja.

Ficha técnica
Ano: c.1445
Técnica: painel
Dimensões: 137 cm de diâmetro
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA


Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirado
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.41581.html

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Van Dyck – MARQUESA ELENA GRIMALDI

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Marquesa Elena Grimaldi Cattaneo é uma obra-prima do pintor flamengo Anthony van Dyck, o mais talentoso discípulo e ajudante do pintor francês Peter Paul Rubens, de quem herdou o talento na representação da textura e superfície das figuras. Ele também veio a transformar-se num dos pintores retratistas mais procurados da Europa. Esta obra é um dos muitos retratos da nobreza genovesa, pintados pelo artista, quando esse se encontrava na Itália, que chama a atenção, sobretudo, pela elegância.

A sofisticada marquesa encontra-se no terraço de seu palácio, protegida por um guarda-sol, sob um céu de nuvens densas. Seu rosto está voltado para o observador, encarando-o com certo orgulho. Nota-se que ela é extremamente alta. A sua estatura desproporcional também tem por objetivo mostrar a sua importância e sofisticação. Ela se encontra luxuosamente vestida. Usa um suntuoso e longo vestido preto, enfeitado com uma gola de rufos, botões dourados e punhos vermelhos que diminuem a austeridade de sua vestimenta, além de destacar suas finas mãos. A marquesa traz na mão direita um raminho de flores de laranjeira, numa alusão à sua castidade. Tem os cabelos presos com enfeites dourados no coque.

Um pajem negro de olhar triste e semblante fechado segura o pomposo guarda-sol vermelho brilhante, postado num ângulo oblíquo que, além de amplificar o tamanho da marquesa, formando uma espécie de auréola sobre sua cabeça, também serve para equilibrar a falta de massa da composição, em sua parte superior, e também para suavizar as verticais, presentes na colunata dourada, às costas dos dois personagens. O servo negro é também uma alusão ao tráfico de escravos que ainda existia na Itália, devendo o artista ter se inspirado nas obras de Ticiano, a quem muito admirava, e que retratou negros em suas telas.

Uma paisagem desenrola-se ao fundo, onde são vistas as montanhas e resto de edificações sob um céu nublado.

Ficha técnica
Ano: c.1460
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 37 x 27 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.1231.html

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PALAVRAS PARA LAURA

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Autoria de Celina Telma Hohmann

Laura!

Do latim laurus, significando “Vitorioso”, “Triunfal”. Já trouxe no nome a força e, hoje, em plena fase de abrir todas as portas e janelas, às voltas com os tormentos do existir. Você tem a facilidade da escrita, que é o que há de mais difícil, posto que nem todos são detentores deste poder que é grande. Se escreve tão bem e faz pesquisas com um quase assustador meio de decifrar-se, tem o discernimento para descobrir que faz consigo o que muitos – e aí me incluo – usam da autossabotagem para não prosseguir, como uma preguiça que dói e nos prende ao nada.

Laura, você dispõe dos recursos que a muitos não é acessível. Sobra em si uma sabedoria formal, até além daquela que sua idade permite, adquirida, ao que demonstra, pela sua facilidade em aprender, mesmo quando cita que o ensino foi algo a que nem deu muito valor. Primeira das suas negativas é essa. Você soube extrair do ensino o melhor que ele lhe ofereceu, mesmo não dispondo das sonhadas “ferramentas fornecidas pela Prefeitura”. Não nos tornamos melhores ou piores se faltam ou sobram possibilidades. Não as tendo, podemos encontrá-las em nós mesmos, não esperando ou culpando fracassos (que não é o seu caso) pela falta de oportunidades. Oportunidades são exatamente o quê? Já fui jovem. Já tive vinte anos e, como você, também me senti perdida, sabe por quê? Porque eu estava acima da média, como muitos estão, mas dentro da mesmice que nos chateia…

Meu primeiro trabalho foi aos treze anos e nunca mais parei, até que, parando, veio o vazio real. Obviamente vocês, jovens de hoje, têm menos chances de um trabalho formal, considerando que nosso país não oferece muito aos jovens que estão à busca de trabalho, mas isso não os põem na condição de inúteis, vazios…Vocês não são isso, exceto se desejarem! O olhar para o passado é bom, mas olhar só para justificar o caos do presente é destruir a semente que já está germinando. Abra-se para o novo, minha linda! Arregace as mangas, descubra-se capaz (e o faça com fidelidade absoluta)! Colha, depois, o que plantou, pois, se plantar amarguras, terá uma colheita sofrida.

Entendo como você se sente, Laura, ao não saber qual direção tomar. Cada um de nós, aqui neste cantinho, veio com lágrimas, por vezes reprimidas, mas com tanta necessidade de sair do casulo, que o passo, por vezes tão doloroso, resultou não no remédio imediato, mas na compreensão, que é o que buscamos. Colocamos nossas histórias em trechos, por vezes desrespeitando a concordância, a regência, o correto uso da escrita, mas na busca desesperada por um ombro amigo que parecia distante.

A vida é uma sinfonia, Laura, na qual se encontram partes que poderão nos deliciar com as mais suaves notas e outras que nos farão sofrer. Um dedilhar descuidado, um ouvido não atento ou um coração em compasso desajustado não resultará em harmonia, embora ela seja tão procurada e na maior parte das vezes tão menosprezada. Existe, mas não a ouvimos e se ouvimos, não conseguimos decifrar o novo som… Nossa capacidade em afastar o que nos faz bem é grande. Carregamos o poder de destruir nossos sonhos.

Laura, não existe vida sem sonhos! Vegetar não faz parte do nosso processo, não, em seu estado mais natural! Sei que deveria lhe dar o colo que precisa, olhar em seus olhos, segurando suas mãos e dizer: menina, siga! Não estão no mundo as respostas que busca. O mundo se basta a si mesmo. Ele é e pronto! Fazer dele bom ou mau depende de cada um de nós. E aqui, é importante esclarecer que não podemos culpar os outros, ou esperar dos outros, ou pelos outros que nossos caminhos se abram. Quando nossas primeiras células, de forma maravilhosa foram se duplicando, multiplicando, fazendo-nos um humano, já estava escrito o que seríamos: uma pessoa!

Você é GENTE, Laura, portanto, seu compromisso consigo mesma é descobrir seu melhor lado e com ele explorar todo o potencial que tem – e tem muito – e fazer o gol (obviamente chutando a bola) e correr para o abraço. A vida precisa que você dê a ela o valor que ela lhe deu, criando-a perfeita em todas as suas faculdades físicas e intelectuais. Através dela, você recebeu a bênção de ser alguém especial. Quando houver conflitos de sentimentos, considere-se normal, mas jamais, em hipótese alguma se dê o direito de julgar-se mais sofrida ou inferior a quem quer que seja. Se no calor que sufoca buscamos a sombra e no frio exagerado o mais quentinho dos abrigos, então, na sofreguidão da alma e nas buscas por respostas, façamos o mesmo! Sempre haverá, num cantinho, por vezes ainda não explorado! Não se sinta só!

Um abraço quente, uma compreensão meio durona, mas um carinho à doce fase da juventude!

Nota: a ilustração é uma obra de Pablo Picasso, Mulher Adormecida com Persianas.

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Correggio – NOLI ME TANGERE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Noli me Tangere (Não me toque!) é uma obra do pintor italiano Correggio, cuja cena mostra o encontro de Cristo ressuscitado com Maria Madalena. Graças ao uso do claro-escuro, o pintor consegue repassar uma atmosfera de intenso lirismo e adoração silenciosa.Esta obra faz parte da maturidade do artista. O mesmo tema já foi pintado por outros pintores como Fran Angelico e Ticiano.

Na pintura, Maria Madalena encontra-se em campo aberto sob a luz da manhã, quando recebe a visita do Mestre, após esse ter ressuscitado. A princípio, a discípula pensa tratar-se de um jardineiro, pois tem perto de si uma enxada e uma pá. Ao reconhecer Jesus que a chama pelo nome, Maria Madalena lança-se no chão, emocionada e, ao ouvir sua voz para que não o toque, ela retrocede, surpresa. (João 20: 14-18): “Noli me tangere!” (Não me toque!).

Há no rosto de Maria Madalena e no gestual de seu corpo uma grande emoção no encontro com Jesus Cristo. Mesmo surpresa com o pedido para não tocá-lo, ela demonstra um grande afeto pelo Mestre. Há uma profunda troca de olhares entre o Cristo ressuscitado e Madalena, ajoelhada sob o impacto da emoção. Ao fundo, descortina-se uma paisagem verdejante.

Ficha técnica
Ano: c. 1523
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 130 x 103 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
A história da arte/ E.H. Gombrich
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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EU NÃO TENHO SONHOS!

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Autoria de Laura Alencar

Eu tenho 20 anos, não estudo, não trabalho e não tenho sonhos, nem objetivos. Os planos mudam tão rápido de lugar. Minha luta,  vulgarmente, escorre pelos meus dedos. Vejo-me tão líquida e obscura no chão, uma poça de desespero e insatisfação. Parece que estou em desvantagem, presumo que seja por causa da minha condição socioeconômica, que impossibilitou a oportunidade de eu estudar em uma escola bem equipada para poder aflorar meus talentos, assim como não havia tanta cobrança por parte de minha avó, quem me criou, devido à ausência dela para com os meus estudos.

Estudar ou não, não era uma obrigação, era algo que dependia de mim e, como eu era muito criança, eu não fazia as atividades nem me esforçava, nem o corpo docente público podia dar suporte a tantos alunos devido à falta de ferramentas fornecidas pela prefeitura.

Minha sina é tão imprecisa. Tenho tanto medo de ficar acomodada, levando uma vida insignificante. Quero me movimentar, entretanto me desvio e perco o foco na caminhada. Já tive tantos planos. Em questão de segundos, dias, semanas já fui tanta coisa, mas não consigo prosseguir com meus deveres, pois, logo me sinto letárgica.

Vivo a fazer pesquisas sobre meus possíveis transtornos psicológicos e em busca de um diagnóstico para, por sua vez, ter um tratamento mais preciso e ser uma adulta decidida, constante e responsável. Não sei de nenhum histórico de transtorno mental em minha família, a não ser depressão. Não fui diagnosticada com nada. Uma vez meu antigo psiquiatra disse que eu tinha vestígios de SP. E foi só isso. Já meu atual psiquiatra, que não o vejo há 3 meses, pois ele tinha sofrido um acidente e, quando voltou às atividades, a fila de espera para a consulta estava enorme, uma vez que faço tratamento pelo SUS, e a demanda de pacientes no Caps AD (álcool e drogas)  é realmente significante – e cá entre nós, preocupante.

Ao invés de esperar pelo atendimento psiquiátrico, opto por um pedido manuscrito por minha psicóloga, baseado nos remédios prescritos pelo meu psiquiatra no nosso último encontro, pra ser “autenticada” pelo médico do posto de saúde local, para assim eu pegar meus remédios no CAF (Centro de Abastecimento Farmacêutico). Mesmo que eu tome  amitriptilina,  fernegam e carbamazepina – para dormir e controlar meu humor inconstante – eles parecem não funcionar, porque tenho crises em que não consigo controlar meus pensamentos e meus impulsos autodestrutivos como fortes ideações suicidas, mutilações e pensamentos distorcidos sobre tudo, todos e sobre mim.

Atualmente ando me sentindo muito bem e confiante. Todavia, subitamente, sinto como se a atmosfera das coisas mudassem ao meu redor, é quase palpável, porque sinto medo e nervosismo caindo sobre meu cálido e eufórico corpo e mente. É como se eu estivesse num sonho, ou como se eu não tivesse controle total sobre meus sentimentos, ou como se eu tivesse altamente chapada de maconha – não fumo mais.  Eu fazia psicoterapia, mas deixei de ir a, aproximadamente, 2 meses, pois parecia que as consultas e minha vida estavam empacadas, embora minha psicóloga tenha me ajudado bastante desde então. Penso em procurar outra psicóloga e/ou psiquiatra, mas é difícil e demorado conseguir uma consulta que não seja paga.

Eu já tinha visto alguns artigos deste blog, porém não sabia que havia colaboradores. Sendo assim, venho pedir ajuda: Existe alguém que já se sentiu assim como eu, mas que hoje vive uma vida satisfatória, com boa carreira, bons amigos, faz viagens, etc. Se tem alguém assim, por favor, me ajude a enxergar oportunidades, além da morte que me assombra com o seu sopro de desesperança nesse mausoléu existencial.

Nota: pintura chamada “Angústia”, de Cristina Alquicira Palácios

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Dürer – MADONA E O MENINO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Madona e o Menino é uma obra do pintor alemão Albrecht Dürer, que também foi gravador, ilustrador, matemático e teórico de arte e, provavelmente, o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI tanto em  seu país como nos Países Baixos. Foi um dos principais propagadores das ideias do Renascimento italiano para os artistas do Norte em razão de suas viagens à Itália.

Esta obra, possivelmente dedicada à devoção privada, faz parte dos trabalhos iniciais do artista e nela fica clara a homenagem do mestre alemão ao mestre italiano Giovanni Bellini, como nós podemos observar através das funções e das colocações das duas figuras que se relacionam com o fundo através de uma paisagem. Este trabalho foi, inclusive, atribuído anteriormente a Giovanni Bellini.

A Virgem Mãe, de frente para o observador, usa um vestido azul escuro e um manto também azul, mas num tom levemente mais claro, que lhe cobre  toda a testa, deixando apenas parte das sobrancelhas de fora. Ela ocupa o canto de uma sala com paredes de delicado mármore, próxima a uma janela aberta, através da qual se vê uma distante paisagem alpina, minuciosamente retratada. Muito concentrada e com o semblante fechado, parecendo triste, ela segura firmemente seu rechonchudo Menino, de pé sobre uma almofada verde. Ambos formam uma pirâmide. Atrás dos dois personagens desce uma cortina vermelha que contrasta com a cor das vestes de Maria.

A criança, nua, traz o rostinho tristonho voltado para a esquerda e o braço direito, abaixado, segurando uma maçã com o punho dobrado e a mão voltada para trás, como se escondesse a fruta, simbolicamente responsável pelo pecado da humanidade que, por isso, irá passar por grande sofrimento. A mão direita do Menino toca no decote do vestido da Mãe e recebe o peso da cabeça. O enchimento vermelho da almofada, assim como os enfeites nas pontas, pode simbolizar o sangue da Paixão de Cristo.

A paisagem arborizada traz um castelo no alto de um rochedo. Um soldado a cavalo é visto dentro da propriedade, na parte de baixo, a fazer a guarda do lugar. Um muro e um portão fechado separa a parte interna do domínio da externa. Do lado de fora vê-se uma pequena figura, parecida com um monge com seu cajado, em direção contrária à do lugar.

Na parte inferior da pintura, à esquerda, são vistas as armas da família Hallery e, à direita, as da família Koberger, ambas importantes em Nuremberg. Há quem diga que esta pintura foi encomendada por Wolf III Haller que veio a casar-se com Ursula Koberger. No verso deste painel existe uma segunda pintura, denominada “Ló e suas Filhas”, o que faz supor tratar-se de um díptico.

Ficha técnica
Ano: antes de 1505
Técnica: óleo no painel
Dimensões: 50 x 40 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.41598.html
http://www.wga.hu/html_m/d/durer/1/02/07haller.html

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