PROTEGENDO NOSSOS IDOSOS

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Infelizmente, nem todos envelhecem da forma que gostaríamos. Temos familiares ou conhecidos com maior ou menor grau de dependência funcional. A segurança desta parcela da população é de extrema importância, pois os números realmente são assustadores. No Brasil cerca de 30% dos idosos caem pelo menos uma vez no ano. A frequência de quedas é maior em mulheres e elas também têm maior risco de fraturas – 5% a 10% das quedas resultam em ferimentos importantes. O risco de quedas aumenta com o avançar da idade e pode chegar a 51% em idosos acima de 85 anos. Mais de dois terços daqueles que já tiveram uma queda cairão novamente nos seis meses subsequentes, sendo que 70% das quedas em idosos ocorrem dentro de casa.

Readequação

Os idosos têm reflexos mais lentificados, maior dificuldade de adaptação em ambientes escuros, massa magra reduzida e, portanto, menor força muscular. Ossos mais frágeis, geralmente usando vários medicamentos que podem causar efeitos colaterais diversos, etc. Segundo a Associação Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), as quedas em idosos constituem a primeira causa de acidentes em pessoas acima de 60 anos e também uma das grandes consequências de morte e invalidez devida, principalmente, às fraturas, em especial do colo de fêmur. A segurança da pessoa idosa passa por uma readequação do ambiente domiciliar e por uma boa avaliação por parte do médico.

No ambiente clínico, devem ser investigados pontos importantes, que estão intimamente ligados às quedas em idosos, como:

  • grau incorreto dos óculos,
  • avaliação e tratamento da osteopenia/osteoporose,
  • perda de audição,
  • tratamento de artrites e artroses,
  • hipotensão postural (queda da pressão arterial quando a pessoa se levanta)
  • e avaliação da poli farmácia (uso e interação entre várias medicações).

Lembre-se de que a pessoa que pratica atividade física desde cedo terá menos chance de desenvolver osteoporose, artrose, entre outras patologias que vão predispor as quedas no futuro.

Cuidados

No ambiente doméstico, devemos ficar atentos a alguns pontos que são importantes para evitar acidentes mais sérios:

  • O acesso externo deve ser sem barreiras, de preferência, sem escadas. Se essas estiverem presentes, devem ser de piso áspero com fitas antiderrapantes e com corrimão para apoio.
  • De preferência, todas as portas devem ter um vão de 80 cm (em especial para os cadeirantes). As maçanetas devem ser do tipo alavanca e os cômodos mais usados devem possuir molas nas portas para facilitar sua abertura e amortecer quando fechadas.
  • Os desníveis em toda a casa devem ser vencidos por rampas.
  • A cama deve ter uma altura que permita a pessoa colocar os pés no chão – o mesmo vale para as poltronas – e ter cabeceira que permita o recosto.
  • No banheiro, devem ser colocadas barras de apoio no chuveiro, no vaso sanitário e na pia a uma altura de 80 cm.
  • Todo o ambiente deve permitir boa iluminação e ventilação, os tapetes devem ser retirados ou seguros por fitas antiderrapantes coladas ao chão.Ao tomarmos atitudes como estas, estaremos promovendo proteção aos nossos idosos e garantindo melhora na qualidade de vida.

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BODAS E COMPANHEIRISMO

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

A palavra “boda” vem do latim “vota”, que quer dizer “promessa”, referindo-se aos votos matrimoniais feitos na data do casamento. A tradição das bodas surgiu na Alemanha, onde era o costume de pequenos povoados oferecerem uma coroa de prata aos casais que fizessem 25 anos de casados e uma de ouro aos que chegassem aos 50. Mas o que tem a ver as bodas em uma coluna de saúde? Tudo! Pense que se você tem um bom casamento e este é duradouro, a saúde e a felicidade vão andar de mãos dadas. 

Estou comemorando as bodas de 22 anos, em outras palavras as Bodas de Louça. Em um primeiro momento, mais parece um material frágil e quebradiço. Mas se formos mais a fundo, a louça é um tipo de cerâmica que é submetida a altas temperaturas em sua manufatura. Portanto, é um material resistente e, por que não dizer, resiliente. 

Existe uma boda para cada ano, para que os casais renovem suas promessas de casamento. Particularmente não me lembro de ter feito nenhuma promessa concreta, mas sei que alguns pontos são importantes para um casamento próspero. O principal deles é o companheirismo. Um amor companheiro é aquele que aprende a ceder, estar presente em situações que não são as suas prediletas. O companheirismo leva necessariamente à cumplicidade, fazendo o casal se entender com um simples olhar.

De igual forma, não deixe a rotina adentrar em seu casamento. Mude a forma de fazer as coisas no dia a dia, acrescente novidades. Experimente coisas novas; novos lugares; novas atividades; viagem juntos; tenham novos círculos de amizade, quem sabe, até uma renovação de votos de casamento. Olho na sua autoestima. Saiba também que casamento não é prisão. Permaneça livre e independente. Não perca sua personalidade. Ceder às vezes. Anular-se, nunca! Descubra como conciliar isso com a vida a dois. Tente entender o outro e mantenha o respeito. Seja tolerante com as falhas de quem está a seu lado, aprendendo a aceitar as diferenças de quem você gosta. Descubra como se superar e evoluir juntos.

Não perca de vista também a vida íntima. Além do carinho, a vida sexual também precisa de cuidados. A falta de sexo pode ser tão prejudicial quanto uma rotina sexual sem novidades. Trazer o novo para os momentos de intimidade é tarefa de ambos. Crie sempre um canal de diálogo. Aceitar os defeitos não significa guardar ressentimentos e mágoas. Fale sempre o que está sentindo de forma clara. Nunca em tom de crítica. A “infelicidade é irmã do silêncio” – os homens devem se exercitar mais neste ponto (eu, inclusive!).

Todos esses conselhos não são meus. Isso é resultado da observação de estudos realizados ao longo da história envolvendo os relacionamentos humanos. Mas não existem receitas prontas para bodas duradouras. Cada casal deve descobrir seus próprios meios para tornar seu casamento melhor e duradouro. Essas dicas podem ser de grande utilidade quando começamos a nos esquecer de pontos que são cruciais para a sobrevivência de uma família feliz. 

À minha esposa Dani “fofinha” Prata. Sigamos em frete e que venham as bodas dos 60 anos…

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O QUE EU DESEJO PARA MIM?

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Caro leitor, você já passou de certa idade (50, 60, 70 anos ou mais) e está com perguntas não respondidas? Está em fase de repensar sua vida, suas rotinas e desejos? Pois bem, no texto desta semana vou focar este tema que, mais dia menos dia, adentra nossos pensamentos. É um rápido convite à reflexão.

Sua vida tomou um rumo que não era o que você esperava? Suas atividades habituais estão com foco em seus desejos? O que você faz tem trazido alegrias? Sua vida faz sentido para você? Se as respostas estão em desacordo com o que você esperava, está na hora de repensar a sua vida – em especial seus objetivos e sua rotina diária.

Muita gente se deixa levar pela ilusão de que uma vida feliz é ocupada, cheia de afazeres e com a presença de aplausos alheios. A vida só será boa se fizermos aquilo que nos faz feliz de verdade, independentemente de títulos e status. Pense bem e escolha o que realmente faz mais sentido para você. Particularmente, penso que a felicidade não está no objetivo final a ser alcançado e, sim, no caminho que trilhamos para atingi-lo.

É preciso reavaliar suas escolhas e o que você considera importante para ser feliz. Se o trabalho já não traz mais alegria, se o relacionamento só traz insatisfações, se qualquer parte de sua vida não te traz mais a energia de antigamente é preciso olhar o que pode estar errado e fazer as devidas correções.

Há momentos em que sentimos que a nossa vida não está em nossas mãos, que não temos o controle do nosso destino e que não sabemos como chegamos e nem mesmo para onde estamos indo. Estamos completamente perdidos. Talvez esse seja o momento de repensar as escolhas, de se perguntar: o que eu desejo para mim? O que preciso fazer para chegar lá? Os projetos têm de ser pensados e bem elaborados. Caso contrário, se os riscos não forem bem calculados, a chance de novos erros pode ser grande.

Quando se está dentro de uma situação confusa e nebulosa, é difícil enxergar as coisas com clareza. Pergunte a si mesmo o que você acha que está errado e o que é preciso para mudar. Converse com alguém da sua confiança – ou com um psicólogo – que possa ajudá-lo nos momentos mais tenebrosos, pois, com clareza, fica mais fácil enfrentar esses momentos nebulosos da vida.

Quando nos decepcionamos com a vida é preciso parar e repensar a forma como estamos vivendo. Não reformular nossa rotina certamente vai desencadear crises. E crises são situações extremadas que carregam mais dor e sofrimento. Portanto, evite as crises corrigindo o rumo de algo que não está indo bem antes de o problema se agravar. De igual forma, pare de justificar seus erros. Isso não vai ajudar na correção daquilo que está torto.

Com o amadurecimento a gente muda e a nossa visão de sucesso e felicidade também. Se nós não mudamos as nossas escolhas e comportamentos de acordo com as nossas novas definições, abrimos lugar para a infelicidade e os desencontros. Pense no que efetivamente faz sentido pra você e que te deixa em paz.

Nota: obra de Vincent van Gogh

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EXERCÍCIOS FÍSICOS EM TODAS AS IDADES

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Nunca é tarde para iniciar atividades físicas. Isso é o que apontam alguns estudos relacionados ao tema. Portanto, se o seu caso está ligado ao sedentarismo e à preguiça  não permite que você volte a se exercitar, não se preocupe, porque ainda é “tempo de correr atrás do prejuízo”.

Um desses estudos foi apresentado no Congresso EuroPRevent, na França, e apontou que começar a fazer exercícios antes dos 30 ou depois dos 40 anos oferece os mesmos efeitos positivos ao coração. Com isso, os pesquisadores concluíram que iniciar a prática de atividade física após os 40 anos não é tarde demais para beneficiar o sistema cardiocirculatório.

Nessa pesquisa, metade dos homens começou a prática de exercícios antes dos 30 anos e a outra metade depois dos 40. Os voluntários passaram por vários exames, como medição da frequência cardíaca e da pressão arterial, ecocardiograma e testes durante os exercícios. Foi verificado, em paralelo e durante o estudo, que houve benefícios extras, com melhora da densidade óssea e da massa muscular. Mesmo considerando as mudanças biológicas que ocorrem com a idade, o coração, segundo os pesquisadores, é capaz de melhorar sua função quando se começa a praticar exercícios após os 40 ou 50 anos. A conclusão final é que o benefício é geral para todas as idades, independentemente do tempo de início das atividades.

O exercício físico regular traz benefícios diversos:

  • Melhora e fortalece todo o sistema cardiorrespiratório – o que inclui coração e pulmões.
  • Melhora a coordenação motora e a flexibilidade corporal e modula medidas importantes, como o colesterol, a glicemia e a pressão arterial.
  • E vai além, pois pode prevenir processos neoplásicos e degenerativos, como as artroses.
  • Benefícios extras, como redução do estresse, de quadros depressivos e dos episódios de ansiedade, são nitidamente observados devido à melhora do estado de humor.

Entretanto, a pessoa sedentária tem que iniciar as atividades de forma mais leve e, se possível, sob supervisão médica ou de educador físico. Começar caminhando é uma boa ideia, pois não se esgota um corpo que ainda não está preparado para exercícios mais intensos. O tempo necessário para ir ganhando um bom condicionamento físico é de 150 minutos divididos em cinco vezes na semana. Em outras palavras, praticar atividade física por 30 minutos ao dia é o ideal e não provoca fadiga.

Os três primeiros meses normalmente são os mais difíceis. É o tempo que o corpo leva para entender um novo padrão de comportamento. Você deve ter a consciência de que, no início, tudo é mais difícil e que vai sentir preguiça, mau humor e uma profunda vontade de desistir. A dica é ter regularidade e não se preocupar com a intensidade. Pense como se fosse uma conta que você vai ter que pagar. Se passar do dia do vencimento, a fatura vai aumentando aos poucos e vai cobrar seu preço no futuro. Portanto, pare e pense! Você tem de pagar uma conta de 30 minutos diários para não ficar endividado com sua saúde.

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O PODER DA PERSISTÊNCIA

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

A persistência mostra capacidade de perseverança, indicando tenacidade e força de vontade.

Está aí uma característica que todos nós devemos possuir ou almejar. A palavra “persistência” vem do latim “persistere” que significa “continuar com firmeza”, ou seja, refere-se àquele que não desiste fácil. Agir com persistência é ser esforçado e ter foco em seus objetivos, sem se deixar abalar facilmente por quaisquer dificuldades ou obstáculos que apareçam.

A persistência diz respeito à capacidade de perseverança, indicando tenacidade e força de vontade. Os persistentes têm as ideias claras e lutam para conseguir aquilo que se propõem. São conscientes de que quem vence na batalha da vida é aquele que se levanta pela manhã e corre atrás de seus sonhos. A chave do sucesso pessoal e profissional está baseada na persistência de lutar por metas e objetivos, não importando os obstáculos a serem vencidos.

O mais comum é não conseguir tudo aquilo que se propõe logo de cara. É importante a pessoa ter em mente que deve encontrar o equilíbrio entre o que é possível e factível naquele momento, para não se frustrar com sucessivos fracassos. É neste momento que entra um planejamento bem elaborado, o que torna os sonhos alcançáveis.

As pessoas que vencem no campo de trabalho são profissionais que já apresentaram, eventualmente, alguns fracassos em sua caminhada, mas estão conscientes de que podem aprender com seus erros e, assim, corrigir e retomar novos caminhos. Preste atenção: errar uma vez se considera aprendizado, mas errar duas ou mais vezes a mesma equação pode indicar outros problemas.

A persistência é uma qualidade valorizada pelos recrutadores, juntamente com a determinação. Um profissional persistente é aquele que não vai desistir diante da primeira negativa do chefe nem ficar desestimulado. Ele está determinado a fazer sua ideia dar certo e vai trabalhar para melhorá-la, ao invés de simplesmente abandoná-la. Quando você se torna uma pessoa persistente, você se torna mais focada, com energia, motivada e emocionalmente controlada. A persistência e a autoconfiança geram uma retroalimentação positiva que só pode trazer um resultado – aquilo que se deseja.

Veja bem, é preciso ter em mente que você não será capaz de conquistar tudo aquilo que almeja. A ideia da persistência é que a pessoa tenha um caminho em mente para atingir aquilo que deseja e, mais do que isso, caso o seu plano não dê certo, que tenha alternativas para seguir em frente, ou se adapte às circunstâncias e, assim, não se sinta desmotivado e desista de seus objetivos.

Portanto, nada de desculpas ou de desistir no primeiro obstáculo! Momentos de dificuldade durante a caminhada certamente vão aparecer. Entretanto, serão essas mesmas dificuldades que vão ajudá-lo a conquistar aquilo que deseja. Atualmente você não está conseguindo alcançar seus objetivos? Analise suas ações e veja se elas são condizentes para que tenha sucesso em sua trajetória. Não conseguiu atingir a meta de primeira? Continue tentando e seja resiliente.

Charles Chaplin disse certa vez que “A persistência é o menor caminho para o êxito”.

Nota: Menina com Gato e Piano, obra de Di Cavalcanti

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APRENDENDO A SER FELIZ

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A felicidade é a transição do espírito para um estado mais perfeito, enquanto o sofrimento é a transição para um estágio inferior. (Baruch Spinoza)

 A alegria não tem efeito apenas sobre a mente, mas principalmente sobre o corpo – a infelicidade o destrói, enquanto a felicidade o regenera e o revigora. (Stefan Klein)

Se múltiplos são os pontos de vista, inúmeras são as definições sobre o que é a felicidade. Quando olhada sob um ponto de vista mais simplificado, trata-se de um estado de espírito que se encontra atrelado à maneira como sentimos e vivemos a vida.

Com o chegar da maturidade vamos aprendendo que os problemas possuem a dimensão que damos a eles e que todos são passageiros. Aquilo que nos faz sofrer hoje, amanhã poderá provocar em nós boas risadas. Partindo desta premissa, procurar sempre minimizar os dissabores – o que não significa encobri-los com subterfúgios – é uma boa rota na busca pela felicidade.

Necessitamos encarar os aborrecimentos com sabedoria, tentando resolvê-los na medida do possível, sem fazer dos contratempos um bicho de sete cabeças ou uma tempestade. É claro que tropeços muitas vezes existirão ao perseguirmos nossos objetivos, mas sempre podemos voltar ao ponto de partida, recomeçando a caminhada incansavelmente. Não se ganha a felicidade, ela precisa ser trabalhada.

Esperar “grandes” momentos para ser feliz pode ser o mesmo que embarcar numa canoa furada ou passar a existência em brancas nuvens. Isso me faz lembrar a história de uma mulher que ganhou uma camisola do marido em seu aniversário. A peça era tão linda que ela dizia para si mesma que somente a usaria numa ocasião especial. Passaram-se dias, meses e anos sem que encontrasse uma data propícia para fazer uso de seu precioso mimo. Terminou abatida por uma doença súbita. Após sua morte a família envolveu seu corpo em sua maravilhosa camisola – única vez em que a vestira.

De igual maneira vivenciam um grande perigo aqueles que esperam momentos especiais para serem felizes. Correm o risco de tê-los muito esporadicamente ou deles jamais gozarem, se grande for a exigência. Sigamos o exemplo das crianças, pois elas sempre acham uma maneira de ficarem felizes.

Cada um de nós deve moldar o próprio cérebro a fim de que esse assimile como ser feliz através das coisas mais simples que surgem. O primeiro passo é aprender a viver apenas um dia de cada vez.  O segundo é adotar um comportamento à Poliana*, buscado olhar – através de uma janela imaginária – os aborrecimentos  com os quais a vida costuma nos brindar, por maiores que possam parecer, sempre procurando seus pontos positivos. 

É necessário desenvolver a percepção de que, de uma forma ou de outra, os contratempos também são responsáveis pelo nosso crescimento pessoal. Não devemos procrastiná-los, mas, se não é possível resolvê-los, tampouco devemos ficar a ruminá-los, pois, como diz um velho ditado, “o que não tem solução, solucionado está”. Tocar a existência para frente faz-se necessário, como nos ensina o poeta português Fernando Pessoa: “Navegar é preciso!”. 

Está comprovado cientificamente que existe uma parte do cérebro responsável por produzir as sensações de bem-estar. As nossas emoções estimulam essa região cerebral. E se “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, podemos treinar para sermos felizes. É exatamente isso que deve ser feito – treinar e treinar.

Começar o dia agradecendo pelo sol, chuva ou tempo nublado – todos são belos e importantes nos seus diferentes aspectos. Direcionar os pensamentos positivos para cada ser vivo que surge à frente. Cumprimentar as pessoas com um alegre “Bom- dia!” e as abraçá-las sempre que for possível. E o que é o abraço senão um laço de amor com o qual envolvemos as pessoas?

As atitudes positivas estimulam a nossa capacidade intelectual, pois, segundo a neurolinguística (ciência que diz respeito às relações entre a linguagem e a estrutura cerebral), as pessoas felizes são mais criativas e tendem a resolver os problemas com mais sabedoria e rapidez. E quem não quer ser feliz?

Devemos trabalhar para nos sentirmos bem diariamente e não quando algo arrebatante e fantástico acontecer – Deus sabe lá quando. Acompanhar com atenção as emoções prazerosas que inundam nosso cérebro ajuda-nos a buscá-las. Fazendo isso, estaremos exercitando a tendência natural para expandir nossos pensamentos e sentimentos positivos, modificando nossos circuitos cerebrais e fazendo surgir novas conexões na nossa complexa rede neuronal.

É fato que para sermos felizes dependemos do ambiente em que vivemos e da cultura em que nos inserimos, mas também é fato que dependemos, sobretudo, da maneira como olhamos o mundo e interagimos  com todas as suas formas de vida. Os preconceitos arraigados e doentios têm sido um dos maiores inimigos dos sentimentos positivos.

Trabalhar para ter pensamentos e sentimentos positivos não significa transformar-se numa pessoa omissa ou deslumbrada, num robô ou zumbi. O compromisso com os problemas que nos envolvem e com nossos semelhantes, país ou planeta continua. É impossível ser feliz sem se ater a eles, pois somos uma junção de elos e, quando um enferruja, põe em perigo todos os outros, pois acabará se rompendo. O que muda é o nosso tipo de ação.

Em vez de ficarmos remoendo diariamente as mazelas da vida, cheios de um azedume irritante e sem valia, passamos a colocar a mão na massa, dando o melhor de nós em prol daquilo em que acreditamos. A comunhão com o planeta Terra deve ser real e irrestrita. E se nada disso convenceu você, medite sobre as palavras do escritor Stefan Klein**:

As pessoas felizes são também mais amáveis, atenciosas e dispostas a enxergar o bem em seus semelhantes. Engajam se mais no bem-estar comum […] A felicidade é um objetivo de vida e ao mesmo tempo um caminho para uma existência melhor.

 Nota: a ilustração é uma tela do pintor brasileiro Edmar Fernandes

Obs.:
*Poliana – personagem do livro do mesmo nome, cuja autora é Eleanor H. Porter
**Stefan Klein – autor do livro “A Fórmula da Felicidade”, Editora Sextant

Fonte de pesquisa
A Fórmula da Felicidade/ Stefan Klein/ Editora Sextante

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