Bellotto – VISTA DE VIENA, DO BELVEDERE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Bernardo Bellotto (1721-1780), também conhecido como Canaletto por causa de seu tio e mestre famoso Antonio Canal, é tido como um dos mais notáveis artistas venezianos do século XVIII. Foi muito influenciado pelas obras do tio. Foi pintor da corte do rei Estanislau II, na Polônia. Seu estilo tem como características a precisão topológica, a perspectiva arquitetural precisa e o uso de cores pálidas e frias. O artista pintou inúmeras vedute (vistas detalhadas de uma cidade ou de uma paisagem) e caprici (combinações fictícias de edifícios e paisagens), assim como cenas históricas e de gênero.

A composição denominada Vista de Viena, do Belveder é obra do artista. Foi pintada quando ele se encontrava em Viena. O pintor foi encarregado pela Casa Imperial para pintar uma série de treze vistas, sendo esta a mais famosa dentre todas elas. Retrata magistralmente a cidade vienense, vista do balcão do Palácio Superior do Belvedere, no topo da colina. Apesar da aparente fidelidade à vista captada, o pintor usou algumas estratégias na sua elaboração, como o fato de ter comprimido o plano da cidade, de modo que pudesse incluir nela um número maior de elementos arquitetônicos.

A cidade de Viena é retratada sob a luz do crepúsculo. Os bosques e colinas verdejantes servem como pano de fundo. Há uma infinidade de variados elementos na composição, como fachadas, telhados, campanários, árvores, pessoas, etc., formando maravilhosas áreas de cor. À esquerda e à direita são vistas as cúpulas arredondas da Igreja de São Carlos e do convento das salesianas.

Bellotto usou a técnica de baixar o primeiro plano para frente, dando destaque a dois interessantes motivos, separados por uma cerca de árvores: o Jardim Schwarzenta, à esquerda, e o canteiro do Jardim Belvedere, à direita, animado por inúmeras figuras.

Ficha técnica
Ano: 1759-60
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 136,5 x 212,5 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.clarkart.edu/exhibitions/klimt/bellotto/view.cfm

OS PROVÉRBIOS E O AMOR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Reza um provérbio russo que “O amor é um anel e um anel não tem fim”, no que está coberto de razão, pois o amor, se não é, deveria ser a mola que move a vida no planeta Terra. Sem ele a existência humana não terá nenhum sentido, ainda que alguns tolos pensem que o ato de viver concentre-se na acumulação de poder e riqueza, pois só “Onde semeia amor nasce alegria”, diz um provérbio conhecido em todo o mundo. Os tolos acabam partindo bem mais pobres do que chegaram ao mundo. Quando os provérbios referem-se ao amor, eles o fazem em três sentidos: o amor a Deus, o amor entre todos os homens e o amor entre duas pessoas, que deveriam se completar em todos os sentidos. Neste texto, daremos maior relevância ao último sentido.

Os provérbios são muito criativos ao abordar este tipo de amor. Eles estão presentes em todas as culturas e em todos os tempos, desde que o homem aprendeu a expressar seus sentimentos. Ora abordam sua brandura, companheirismo e generosidade, ora mencionam sua irracionalidade, engano, ciúme, desacertos e decepções. Talvez seja por isso que um provérbio húngaro ironiza: “Em sonhos e no amor nada é impossível”. É interessante também notar que em todas as culturas o primeiro amor parece deixar marcas indeléveis. Um provérbio árabe diz que “O primeiro amor é o único verdadeiro”, enquanto um português confirma que “Não há amor como o primeiro”. Um provérbio polonês, talvez querendo expressar a força dos sentimentos contida no primeiro amor, afirma: “O primeiro amor é como uma serpente: se não destrói, paralisa”.

Os provérbios confirmam que não é fácil a vida dos enamorados, pois muitas desventuras aguardam-nos. Um provérbio indiano avisa: “Há mil desditas num único amor”, portanto, não digamos que não fomos avisados. A paixão é responsável por um sofrimento ainda maior, uma vez que “Quem depressa se apaixona, depressa se separa”, vindo a sofrer grandes mágoas, já que “Um amor ardente e uma razão fria raras vezes andam juntos”. Um provérbio senegalês vai fundo na ferida: “Se as punhaladas de amor fossem uma doença das pernas, muitos coxeariam”, no que está coberto de razão.

O bom mesmo é levar a sério o provérbio romano que afirma: “Não há doença pior que o amor”, e tentar não cair em qualquer esparrela. Primeiro é necessário não ir com muita sede ao pote, e olhar com mais calma o que se esconde dentro dele. Muitas vezes, ao invés de água limpa, pode estar escondido um escorpião. O melhor a fazer é se afastar, pois “O que os olhos não veem o coração não sente”, reza um provérbio brasileiro. Sem se esquecer de que “O amor é cego, mas os vizinhos não”, como adverte o provérbio mexicano. Todo cuidado é pouco, para que não aconteça o que é apregoado pelo provérbio surinamês: “O amor cega os olhos e só a dor os abre

Quem pensa que os provérbios não diminuem a mulher, quando se trata do amor, pegou o bonde errado, enquanto o homem passa como vítima. Ela jamais poderá tomar a dianteira, pois “Se um homem persegue uma mulher, acaba em casamento; se uma mulher persegue um homem, acaba em ruína”, já que “A galinha não deve cacarejar”, ou “O cavalo não pode vender a si próprio”. Mas ela é também muito poderosa, pois, “Nem mesmo Deus pode segurar uma mulher apaixonada” e “Quando uma mulher quer uma coisa, pode enganar mais de cem homens”, pois “A mulher encontra o amante mesmo que ele esteja fechado num baú”. A vítima deve estar ciente de que “O coração feminino é tão instável como a água que escorre numa pétala de lótus“.

A mulher também é vista como interesseira, ao contrário do homem. Ela não se preocupa com o amor, mas com o dinheiro e a vida boa que o enamorado pode lhe proporcionar. Sendo assim “Mostra o dinheiro e a mulher aparece“, diz um provérbio árabe, enquanto um espanhol afirma que “Na guerra e no amor o dinheiro é o vencedor“. E um indiano, muito filosófico, afirma: “Se lhes deres comida, belos presentes e amor, as mulheres ficam mansas“. Mas um provérbio russo afirma que “Sem a mulher, as flores não florescem e os botões não desabrocham“.

Nos dias de hoje, o amor romântico anda cada vez mais escasso. A mulher já não tem como objetivo o casamento, e não mais se contenta em ser apenas dona de casa. Ela estuda, sai, trabalha fora e contribui com o rendimento familiar. Os laços mais fortes do amor passaram a ser o companheirismo e o respeito às diferenças.

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Nota: Imagem copiada de gartic.uol.com.br

MAINO – ADORAÇÃO DOS PASTORES

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Maino é um dos mais eminentes pintores de sua época, como pode ser visto em suas obras para a dita casa [San Pedro Mártir], particularmente o altar-mor daquela igreja com as quatro telas das quatro pêsames [quatro festas], nas quais existem excelentes nus e outras coisas pintadas em majestoso tamanho natural. (Antonio Palomino)

O artista mexicano Juan Bautista Maino (1580-1649) era filho de um italiano com uma portuguesa. É tido como o mais importante seguidor de Caravaggio na Espanha, uma vez que a maior parte de seu trabalho religioso diz respeito ao naturalismo tenebrista do pintor italiano que ele conheceu quando estava em Roma. Tornou-se discípulo de Annibale Carracci e amigo de Guido Reni por ocasião de sua permanência na Itália. Ao mudar-se para Toldedo/Espanha foi contratado pelos dominicanos do mosteiro Pedro Mártir para pintar o retábulo “Quatro Festas” do altar-mor da igreja e os afrescos do interior do portal de entrada, debaixo do coro.  Também era admirado como retratista e por sua habilidade em miniaturas de efígies.

A composição religiosa intitulada Adoração dos Pastores é uma das quatro pinturas – episódios mais importantes da vida de Jesus – que fazem parte do retábulo e também a obra mais famosa do artista. As demais são: “A Adoração dos Magos”, “A Ressurreição” e “Pentecostes”, acrescidas de quatro pequenas paisagens com santos e retratos de meio corpo de Santa Catarina de Siena e de São Domingos (muitos críticos julgam que esse último seja um autorretrato do artista).

A obra em destaque mostra o quanto Maino (ou Maíno ou Mayno) era fiel à arte de Caravaggio. Seu trabalho está próximo do que hoje é chamado de “super-realismo” em razão do cuidado que teve com a textura, forma e volume dos objetos. Embora fria, a iluminação é brilhante, bem ao estilo de Caravaggio e do barroco italiano. Alguns aspectos da pintura também mostram a influência de El Greco.

O artista, em sua complexa e bem estudada composição, retrata o momento em que três pastores (retratando as três fases da vida do homem: infância, meia-idade e velhice) visitam o Menino para adorá-lo, juntamente com um trio de anjos que observa a cena de cima, em meio a nuvens cinzentas, denotando respeito e adoração. Um deles aponta para a Criança, enquanto o mais novo deles sorri. A cena acontece num velho prédio em ruínas, durante o crepúsculo vespertino, conforme mostra a luz da noite. vista ao fundo através da parte aberta do local.

A composição marcadamente vertical foi criada em três níveis. O Menino rechonchudo, ao meio, parece unir o mundo terreno ao divino. Ele se encontra sobre um lençol branco que cobre as hastes de milho e grama colocadas sobre o bloco de pedra para torná-lo macio. A Virgem Mãe – ainda muito jovem – ocupa o centro da tela. Ela traz as mãos em postura de enlevo e oração, diante do Filho. Ao seu lado, ajoelhado, está São José – também muito novo – com seu bastão. Ele se posta diante do pequeno Jesus, toma-lhe o braço direito e beija seu pulso em sinal de carinho, proteção e reverência – fusão de amor paternal e de revelação espiritual.

O pastor mais velho, ajoelhado, observa o Menino. Traz a mão direita no peito em sinal de devoção e respeito, enquanto a esquerda segura o chifre de um caprino. O pastor jovenzinho, sentado no chão, toca uma flauta. O pastor de meia-idade – mais próximo do observador – está de cabeça baixa, de costas para a Criança, segurando os pés do carneirinho que levara como oferta juntamente com a cesta de ovos. Sua postura de tristeza é uma referência aos presságios da Paixão pela qual passaria o Menino, como enfatiza a presença do cordeiro com as pernas atadas – uma imagem de Agnus Dei.

As cabeças do boi e do jumento – pintadas com extremo realismo – aparecem atrás de São José. Chama a atenção a beleza do arreio do jumento, o que mostra o quanto Maino preocupava-se com os detalhes. O hálito fumegante do boi – sugerindo calor e proteção proporcionada pela presença do animal – é outra maravilha da pintura.  Um cãozinho dorme em primeiro plano, junto às pernas do pastor. Lá fora se vê uma paisagem escura.

Ficha técnica
Ano: 1612/1613
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 315 x 174 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições
https://es.wikipedia.org/wiki/Juan_Bautista_Maíno
https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-adoration-of-the-shepherds/103e1807-2917-4906-87ce-71a3a027f37e

AS SOLTEIRONAS E OS PROVÉRBIOS

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

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A vida da solteirona é pior do que a vida num mau casamento. (Provérbio búlgaro)

 Casei para não me chamarem de solteirona, tive filhos varões para não me chamarem de estéril. (Provérbio ladino)

 Antes solteirona do que casada sem amor. (Provérbio russo)

Se certas culturas não perdoam as mulheres jovens, é possível imaginar o tipo de destaque que dão àquelas que ficaram solteiras. Ao analisar os provérbios populares é possível conhecer a filosofia machista de tais sociedades. Enquanto os homens são tidos como prontos para o casamento em qualquer que seja a sua idade, ainda que se arrastem com bengalas, a mulher já nasce com data de vencimento. Um provérbio árabe reza: “Casa o teu filho, quando quiseres, e a tua filha assim que puderes”. Trocando em miúdos, a mulher é vista como uma “mercadoria perecível”, pois “Antes um marido de madeira, que solteira”, como apregoa o provérbio libanês.

Algumas sociedades partem do pressuposto de que toda mulher deve se casar, sendo aquelas, que não se vestem conforme o figurino, motivo de zombarias como se fossem uma aberração da natureza. As chamadas “solteironas” são depreciadas e desdenhadas como algo sem valor, preteridas por todos os homens. Se fossem deixadas de lado, tudo bem, mas são vistas como um perigo para a sociedade, pois, pelo fato de não terem um marido, imaginam que seu corpo esteja à disposição de todos. Por isso, um provérbio adangbe diz que “Se não se casar será uma figueira”, ou seja, será como uma figueira à beira da estrada, onde todos põem a mão para colher seus frutos, quando bem quiserem, pois não há quem a proteja.

Diferentes expressões são usadas para referir-se a uma solteirona em certas culturas, por exemplo: uma noite sem lua (bengali); um saco de arroz que ainda não foi pago (chinês); uma palmeira sem tâmaras (árabe); um cavalo sem rédeas (turco); um terreno baldio (judaico); carta não entregue (húngaro), etc. A maioria das sociedades atribui a uma falha o fato de uma mulher ficar solteira, como ser feia, ter má saúde ou mau comportamento, pois, se assim não fosse, um homem teria se casado com ela, pois, como diz um provérbio árabe “Tudo que cai é sempre apanhado por alguém, e até a solteirona às vezes tem sorte”. O machismo fica claro, ao transformar o homem em sujeito e a mulher em objeto, mostrando quem escolhe e quem é escolhido. Um provérbio minianka resume o desdém e a maldade para com a mulher solteira: “Quem não tem trabalho para fazer, pode cavar a sepultura da solteirona”.

Alguns provérbios, contudo, trazem alento para a mulher que, por livre vontade, não opta pelo casamento:

  • Antes só do que mal acompanhada. (Brasil)
  • As solteiras não correm o risco de ficarem viúvas. (Ladino)
  • Antes solteira do que mal casada. (México)
  • Antes solteira honesta do que casada desvalorizada. (Estônia)
  • Antes solteirona do que casada sem amor. (Rússia)

Para felicidade da maioria das mulheres ocidentais, esses provérbios vão ficando para trás, pois nas nações civilizadas elas são donas do próprio nariz, fazem suas próprias escolhas e casam-se quando bem querem, e se o querem. O estudo e o trabalho são as duas grandes forças que contribuíram (e ainda contribuem) para que a sociedade mudasse sua visão sobre a mulher, que vem se tornando cada vez mais independente. Muitas delas são parceiras de provisão ao lado de seus companheiros.

Fontes de pesquisa
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Ilustração: artesanato brasileiro

Velázquez – A INFANTA MARGARIDA…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                         

O pintor espanhol Diego da Silva Velázquez (1599-1660) encontra-se no rol dos maiores pintores da história da arte. Seus pais, Juan Rodríquez da Silva e Jerónima Velázquez, ambos de Sevilha/Espanha, faziam parte da pequena nobreza e gozavam de pequeno prestígio social e político. Ao descobrirem o talento do primogênito da família para o desenho, tudo fizeram para encaminhá-lo em sua vocação.

Aqui apresentamos duas obras do artista intituladas:1. A Infanta Margarida com a Idade de Três Anos ou a Infanta Margarida com Vestido Cor-de-rosa; 2. A Infanta Margarida com a Idade de Oito Anos, também conhecido como Infanta Margarida num Vestido Azul. É provável que o retrato da Infanta com a idade de três anos tenha sido o primeiro de muitos retratos que Velázquez fez sobre ela. O segundo foi feito um ano antes da morte do artista.

No primeiro retrato, a princesa, ainda bebê, tem um rosto rechonchudo e corado, com grandes olhos escuros. Ela se encontra de pé, trazendo a mão esquerda apoiada numa pomposa mesa forrada com tecido azul. Um vaso com flores quebra a severidade da mesa. O fundo suavemente sombreado contrasta com o tapete preto e vermelho, atenuado pelos tons verde e cinza vistos no vestido da menina.

No segundo retrato, o artista restringe sua paleta a tons azuis, prateados, brancos e marrons. Estão presentes várias texturas no vestido de seda, renda na gola, corrente de ouro, capa de pele (na mão da princesa). A Infanta, com expressão solene, posa para o retrato oficial que seria remetido a seu tio, o Imperador Leopoldo I, com quem viria a  casar-se aos 16 anos de idade. Ao fundo vê-se uma mesa de console alta com um espelho atrás. É tido como o retrato mais sensacional que Velázquez fez da garotinha imperial que morreria muito jovem.

Nota: A Infanta Margarida faleceu meses antes de completar vinte e dois anos, em consequência de um parto prematuro. Possuía uma saúde frágil, triste herança de décadas de casamentos consanguíneos entre os Habsburgo.

Ficha técnica das obras
Ano: 1653
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 127,5 x 99,5 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Ano: 1659
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 127 x 107,3 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Piombo – A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada A Ressurreição de Lázaro é uma obra do pintor italiano Sebastiano del Piombo (c. 1485-1547). Seu nome de batismo era Sebastiano Luciani. Foi aluno de Giovanni Bellini e de Giorgiane, tendo sido muito influenciado em seu estilo pelo segundo. Os pintores Rafael e Michelangelo também o influenciaram, sobretudo na monumentalidade e na linguagem formal de sua obra. Trabalhou não apenas em imponentes retábulos para igrejas romanas como também fez inúmeros retratos.

Esta obra foi encomendada ao artista pelo futuro Papa Clemente VII, à época cardeal, para decorar a catedral da cidade de Norbona. Outro retábulo intitulado “A Transfiguração” foi encomendado a Rafael Sanzio com a mesma finalidade, o que gerou grande tensão na concorrência entre os dois pintores. Presume-se que Michelangelo tenha colaborado com del Piombo nos desenhos preliminares de Lázaro e nos das figuras principais. Ele queria que o amigo suplantasse Rafael, seu rival. Mas o vencedor foi Rafael.

O tema do retábulo de Piombo foi colhido no Novo Testamento (João:11). Segundo o Evangelho de São João, a história do milagre pode ser separada em três partes:

  • o Mestre pede aos presentes para levantarem a pedra do sepulcro;
  • Jesus pede a Lázaro que suba na pedra;
  • o Mestre pede a Lázaro para libertar-se de seus lençóis.

O artista optou por pintar a terceira cena quando Lázaro desvincula-se de sua mortalha. Chama a atenção o gesto de Cristo apontando para Lázaro, que imita o mesmo gesto feito por Michelangelo em  sua obra  “Criação de Adão”.

Ficha técnica
Ano: c. 1517-1519
Técnica: óleo sobre madeira tranferido para tela
Dimensões: 381 x 287 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/sebastiano-del-piombo-the-raising-of-
http://www.wga.hu/html_m/s/sebastia/lazarus.html