Monet – MULHERES NO JARDIM

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Mulheres no Jardim é uma obra do pintor impressionista Oscar-Claude Monet, que a vendeu a seu grande amigo Fréderic Bazille.

A pintura mostra quatro jovens mulheres, elegantemente vestidas, o que denota pertencerem a uma classe social alta, num jardim. O pintor usa como modelo, para três delas, a sua esposa Camille. A quarta figura, que é a mulher com cabelos ruivos, de costas para o observador, é uma outra modelo. As quatro figuras estão muito bem vestidas, uma prova de que o pintor entendia bem da moda da época.

As mulheres vestem vestidos longos e volumosos, com rendas e bordados. Uma delas está assentada na relva, com seu vestido branco rodado, aberto como se fosse uma flor. Ela se cobre com uma pequena sombrinha e traz no colo muitas flores, para as quais dirige o seu olhar. Duas outras, próximas a ela, conversam animadamente. Uma delas usa um vestido branco com listras verdes e um chapéu plano, feito de flores, com um enorme laço, que lhe cai pelas costas. A outra, com sua vestimenta cor de pêssego, enfeitada com uma carreira de botões, de cima abaixo, traz na mão esquerda uma sombrinha fechada, e na direita um buquê de flores, com o qual cobre parte do rosto, como se estivesse a cheirá-lo. A quarta mulher distancia-se do grupo, enquanto colhe flores.

A luz ilumina a composição través da abertura entre as árvores, e em especial uma parte do caminho, assim como a mulher afastada do grupo, e parte do vestido da que se encontra sentada e também de sua sombrinha. Chama a atenção o salpicado de luz no vestido das duas mulheres que estão a conversar e as sombras sobre parte da sombrinha e o do vestido da que se encontra assentada.

Este quadro foi feito ao ar livre, mas concluído no ateliê do artista, que à época tinha 26 anos. Monet, em sua composição, não está preocupado em retratar as mulheres, tanto é que seus rostos são imprecisos, mas capturar luz e sombra do momento. Os personagens são meros detalhes.

Ficha técnica
Ano: 1866-1867
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 256 x 208 cm
Localização: Musée d’Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Monet/ Editora Abril
Monet/ Coleção Folha
http://www.rivagedeboheme.fr/pages/arts/oeuvres/claude-monet-

Pieter Bruegel, o Velho – O TRIUNFO DA MORTE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

morfin   (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

A composição denominada O Triunfo da Morte é uma pintura do artista Pieter Bruegel, o Velho, que mostra a importância de ter sido um pintor de miniaturas, ao agregar numa única tela inúmeras figuras, fato comum em suas obras. Este quadro encontra-se entre as 50 pinturas mais famosas  do mundo. Embora não tenha intenção ou temática religiosa, a sugestão para esta obra foi tirada do Apocalipse e do Eclesiastes, livros bíblicos. A sua motivação encontra-se numa razão secular: as chacinas da dominação espanhola e a revolta dos “mendigos”, inspirada, portanto, na resistência.

Bruegel tinha grande preocupação com os princípios morais estabelecidos pela religião. Preocupava-o, sobretudo, a condição humana que parecia servil aos vícios, à loucura, ao homicídio e ao medo. Nesta composição, a exemplo das obras de Hieronymus Bosch, ele mostra que, ao final, a morte sempre triunfará sobre tudo e todos, ou seja, também os opressores serão arrebatados por ela, pouco importando o seu tempo de glória terrena ou a vida de ostentação e poder que levaram.

Não era fácil a vida durante a Idade Média e início da Moderna, quando a ciência ainda engatinhava. As pessoas eram vitimadas por epidemias, pragas e, como se isso não fosse suficiente, também pelas guerras religiosas e políticas. Na visão popular tudo era atribuído ao “castigo divino” em razão dos vícios da humanidade, sendo Deus visto como um juiz temerário que enviava a morte como punição para toda a humanidade.

A tradição de culto à morte que amainou em outros lugares, continuou forte nos Países Baixos, até o século XVI, como nos mostra Bruegel na pintura acima. A Morte, com seu poderoso exército de esqueletos, alastra-se sobre toda a paisagem isolada e esfumaçada, desde o horizonte, destruindo tudo que encontra. Ela se posiciona no meio da composição, conforme mostra o seu distintivo — a foice. Um esqueleto na parte superior à esquerda toca o sino anunciando a batalha, ou seja, a sentença mortal para a Terra e seus habitantes.

A guerra final contra as forças do mal acontece em primeiro plano. À direita, na parte inferior da pintura, a Morte, montada num esquelético cavalo, com uma longa foice na mão, avança contra as pessoas amontoadas umas sobre as outras. Elas são obrigadas a entrar numa espécie de passagem que possivelmente conduz ao Inferno, encurraladas por exércitos de esqueletos à direita e à esquerda, impedindo a fuga. Estes portam escudos amarelos, parecidos com tampas de caixões, com o desenho de uma cruz.

Um esqueleto, montado num raquítico cavalo branco que leva um corvo no dorso, conduz uma carroça, onde são colocados os crânios decepados, trazendo em cima desses uma pá. Um guerreiro da morte aponta um relógio de areia para um rei, a indicar-lhe que seu tempo de vida chegou ao fim. Enquanto o monarca agoniza, um esqueleto rouba-lhe as riquezas guardadas em barris. Nem mesmo os membros da Igreja estão a salvo. Tampouco tem alguma serventia as espadas. No canto inferior direito da composição um tocador de alaúde e uma dama tentam ignorar o horror que deles se aproxima, mas um esqueleto traz a espada em punho atrás da dupla, pois nada escapa ao rigor da Morte.

A colheita da Morte é brutal: cabeças decepadas, corpos enterrados, afogados, torturados, degolados, pisoteados, transpassados por lanças, etc. Mesmo no mar é possível observar a destruição, ocasionada por incêndios e naufrágios. A mulher, usando vestido vermelho e touca branca e sobre a qual irá passar o cavalo e a carroça da morte, traz nas mãos um fuso e uma roca que simbolizam a fragilidade humana. A presença de uma mesa com toalha branca significa que os comensais tiveram que interromper seu banquete para lutar contra a Morte, enquanto o bobo da corte enfia-se debaixo da mesa.

Bruegel em sua cena dramática descreve aspectos da vida no século XVI, quando eram muito usados passatempos como o gamão e o baralho de cartas. Ele usa cores quentes para repassar a sensação de calor, reforçando a ideia de inferno que se estende por todo o quadro. Como quase toda obra do pintor esta também repassa um conteúdo moral que é o de reafirmar que a morte é cruel, mas democrática, pois não faz distinção entre credos, classes sociais ou cargos. É o fim de todos os seres vivos. É impossível esquecer a tragicidade da cena retratada.

Ficha técnica
Ano: c. 1562
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 117 x 162 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa

Enciclopédia dos Museus/ Prado/ Madri
http://comunidade.sol.pt/blogs/jaguar/archive/2008/01/21/A-Pintura-Flamenga
http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/pieter_brueghel
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Triumph_of_Death

DEUS, BUDA E O CAMINHO

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Autoria do Dr. Ivan Large

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Três dos meus pacientes, entre cinquenta e sessenta anos de idade, procuraram-me. Paulo era motorista de ônibus. Manoel trabalhava na roça. Geraldo era advogado, funcionário público aposentado. Além da faixa etária, eles tinham outra coisa em comum: os três tinham um início de catarata.

Para Paulo, eu indiquei uma cirurgia, já que não conseguia mais lhe providenciar, com a ajuda de óculos, a visão perfeita que precisava para continuar exercendo a sua profissão. Ao Manoel, aconselhei esperar um pouco antes de operar, pois, como ele me havia dito, a catarata ainda não interferia nas suas atividades rotineiras. Quanto ao Geraldo, fiquei na dúvida e deixei que ele mesmo tomasse a decisão de realizar ou adiar a cirurgia. Apenas o orientei:

– Senhor Geraldo, se a sua catarata deixa-o infeliz, vamos tirá-la, mas, se ela não o incomoda, vamos deixá-la em paz, porque o mais importante é estar se sentindo bem.

Um autor brasileiro contemporâneo, muito famoso, conta em um dos seus livros que, num mesmo dia, três homens perguntaram a Buda se Deus existia. Ao primeiro, ele respondeu que sim; ao segundo respondeu que não; e ao terceiro que ele mesmo teria que decidir. Os discípulos, que estavam presentes, acharam um absurdo o Mestre ter dado três respostas diferentes para a mesma pergunta, ao que Buda explicou:

– São três pessoas diferentes, e cada uma se aproximará de Deus à sua maneira, ou seja, através da certeza, da negação e da dúvida.

Domenichino – O TORNEIO DE TIRO DE DIANA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Domenico Zampieri (1581 – 1641), apelidado de Domenichino (pequeno Domenico), foi um dos mais famosos sucessores de Ludovico Carracci com quem estudou. Trabalhou com Annibale Carraci. Além desses dois pintores foi também influenciado por Correggio, Rafael e Caravaggio. Seu estilo independente tinha tudo a ver com a claridade e a monumentalidade da pintura clássica. Após a morte de seu mestre Annibale Carraci, veio a tornar-se o mestre da pintura paisagista de Bolonha. Suas obras (afrescos e retábulos) tratavam de temas mitológicos e religiosos.

A composição intitulada O Torneio de Tiro de Diana, também conhecida por A Caçada de Diana, ou ainda Diana e Suas Ninfas, é uma obra-prima do artista, tendo recebido influência da “Bacanal” de Ticiano (pois fora encomendado para ser uma continuação dessa obra) e também por Correggio. É tida como uma das mais belas e harmônicas composições com tema mitológico do século XVII. Ilustra uma passagem da obra “Eneida” de Virgílio, em que entram sutis alusões simbólicas.

A deusa da caça Diana, vestindo uma túnica amarela, encontra-se em meio ao grupo principal de ninfas que participam de um torneio de tiro aos pombos. Ela as observa disparando as flechas. A primeira acerta um poste, enquanto a segunda passa ao lado da ave que serve de alvo. A terceira ninfa acerta o pássaro na cabeça, o que motiva a deusa a erguer os braços, mostrando o primeiro prêmio: um aro de ouro. Ela também traz nas mãos seu arco e sua aljava. Uma criada, à sua direita, apresenta os demais prêmios, suspensos no topo de uma vara.

Acteon, o caçador, encontra-se à direita, entre as árvores, aguardando o momento em que Diana irá tomar seu banho, nua. Um dos cães de Diana, contido por uma ninfa, mostra-se extremamente agitado, tentando agarrar o intruso, enquanto o outro bebe água. Duas jovens ninfas, em primeiro plano, banham-se no pequeno rio. Uma delas aponta para longe. Ao fundo desenrola-se uma paisagem com gramados verdes e montanhas acinzentadas, onde são vistas várias figuras humanas. Duas delas trazem um veado morto, numa vara.

O artista chama a atenção em sua pintura, sobretudo, pela harmonia da composição, pela intimidade da atmosfera e pela monumentalidade das figuras e posição. O colorido cinzento-esverdeado da paisagem é outro ponto de grande beleza. A junção de tais características seria muito importante para os artistas vindouros como princípios de composição. A pintura repassa um momento de extremada harmonia entre todas as figuras.

Ficha técnica
Ano: c. 1617
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 225 x 320 cm
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
1000 obras-primas da pintura europeia/ Köneman
Mitologia/ Thomas Bulfinch

https://www.wga.hu/html_m/d/domenich/1/diana.htm

Picasso – RAPAZ COM CACHIMBO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Uma noite, Picasso abandonou a companhia de seus amigos e seu discurso intelectual. Retornou a seu ateliê, posicionou-se de frente à tela que havia abandonado um mês antes e coroou a figura do jovem aprendiz com uma grinalda de rosas.”. (André Salmon)

A composição denominada Rapaz com Cachimbo é uma obra-prima do pintor espanhol Pablo Picasso, pintada quando ele tinha 24 anos de idade. Faz parte de seu “Período Rosa”. Encontra-se entre as 50 pinturas mais famosas do mundo, em razão de ter sido leiloada por um preço exorbitante à época.

Dois dos mais íntimos amigos de Picasso, Max Jacob e Apollinaire, nutriam grande admiração por Arthur Rimbaud, poeta homossexual. E foi em razão desse arrebatamento visto nos dois, que o artista resolveu fazer esta pintura. Para alguns, Picasso inspirou-se no poema de Paul Verlaine, “Crime Amoris”, dedicado a seu amante Rimbaud. Como modelo para sua tela, o pintor escolheu Louis, um jovem de Montmatre.

O rapazinho, todo vestido de azul, toma grande parte da tela, quase atingindo a margem superior. Encontra-se assentado, com as pernas abertas, sendo vistas apenas parte delas. De seu cabelo desce na testa uma pequena mecha, em forma de vírgula, como se estivesse a assinalar seu olhar vago. Sua cabeça está envolta por uma bela coroa de rosas vermelhas.

Ele segura o banco (ou cadeira) com a mão direita, enquanto leva, na esquerda, um cachimbo, próximo ao peito. O cachimbo está relacionado com o uso de ópio ou haxixe. O pintor relaciona a iluminação do rosto com a mão a segurar o cachimbo, mostrando uma conexão entre ambos, ou seja, o uso de drogas.

A expressão do rapaz expressa feminilidade e masculinidade ao mesmo tempo, o que é próprio de sua fase de adolescente. Seu olhar parece distante e indiferente. O fundo colorido da composição deixa a palidez de sua pele ainda mais destacada. Embora a vestimenta do jovem seja simples, mais parecida com a de um trabalhador, o fundo da pintura é belamente adornado com arranjos florais.

Antes de chegar a esta pintura final, Picasso fez vários estudos, posicionando o rapazinho nos mais diferentes tipos de pose (de pé, sentado, encostado na parede, etc). Quase nada se sabe sobre o garoto que serviu de modelo.

Ficha técnica
Ano: 1905
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 100 x 81,3
Localização: Coleção particula, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
Picasso/ Coleção Folha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gar%C3%A7on_%C3%A0_la_Pipe
http://www.galleryintell.com/artex/garcon-la-pipe-boy-pipe-pablo-picasso/

Klimt – DÂNAE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Dânae é uma obra do modernista austríaco Gustav Klimt, que toma como tema o mito grego sobre a princesa Danae. Vários pintores sentiram-se inspirados por essa temática mitológica, como Rubens, Rembrandt, Ticiano, Correggio, Tintoretto, etc.

O pintor limitou-se a pintar Dânae no ato da fecundação, abrindo mão da iconografia clássica, que até então acompanhava a obra dos outros artistas. Sua Dânae é vista em pleno gozo, após ser fecundada por Zeus (Júpiter), o deus dos deuses.

O corpo nu da princesa, com seus longos cabelos ruivos, em postura fetal, ocupa a maior parte da tela, em diagonal, numa alusão à maternidade e à fertilidade universal. Apenas seu seio esquerdo encontra-se à vista. Seus olhos fechados, as narinas abertas, as maçãs do rosto vermelhas, a mão tensa e a boca entreaberta denotam o êxtase do orgasmo. Véus escuros, com estamparias douradas, assim como um halo verde cingem-na, acariciando sua pele branca, como referência à sua linhagem imperial. Por entre suas coxas, em direção à região púbica, cai uma forte chuva de ouro. A mão esquerda, que se esconde entre as pernas abertas, mostra que Dânae masturba-se, enquanto recebe a chuva de ouro.

Segundo o mito, a bela Dânae era filha do rei Acrísio, que ambicionava ter um filho, para sucedê-lo. Assim, resolveu consultar o oráculo de Delfos sobre a chegada de um menino. Contudo, a resposta recebida deixou-o profundamente preocupado. Segundo a predição do oráculo, ele seria morto por seu próprio neto, ou seja, pelo filho de Dânae, sua única filha. Temeroso, Acrísio aprisionou a princesa numa torre, muito bem vigiada, para que ela não tivesse contato com nenhum humano ou divindade, e viesse a gerar um filho.

Zeus (Júpiter) que sempre traíra a esposa Hera (Juno), viu-se apaixonado pela princesa Dânae e, para ter acesso a ela, transmutou-se numa chuva de ouro, que se entranhou por uma rachadura no teto, engravidando-a. Ela viria a dar à luz o herói Perseu, responsável por matar a Medusa. Ao tomar conhecimento do acontecido, o rei ordenou que mãe e filho fossem postos numa arca, bem fechada, e jogados ao mar. Quis o destino que a arca fosse encontrada por um pescador, que levou ambos ao rei de seu país, Polidectes, que os recebeu com muita alegria. O resto do mito encontra-se no blog, em MITOS E LENDAS.

Ficha técnica
Ano: 1907/1908
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 77 x 83
Localização: Coleção privada, Graz, Áustria

Fontes de pesquisa
Klimt/ Coleção Folha
http://www.gustav-klimt.com/Danae.jsp