Autoria de Lu Dias Carvalho
Os benefícios da Ciência não são para os cientistas, mas sim para a humanidade. (Louis Pasteur)
Duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. (Albert Einstein)
A Ciência é mais do que um corpo de conhecimento, é um modo de pensar. (Carl Sagan)
É um paradoxo ver governantes fazendo campanhas contra a Ciência. No mundo global em que vivemos, segundo Carl Sagan, tudo depende da Ciência: o transporte, as comunicações e todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, o entretenimento, a proteção ao meio ambiente e até a importante instituição democrática do voto. Entendemos que, ao se colocar numa postura de independência em relação à Ciência, atrelando-se ao conhecimento convencional ou às suas próprias convicções ou às de pessoas inescrupulosas, os governantes deixam a população em palpos de aranha. Muitos há que refutam olhar o mundo tal como é, porque preferem que deva ser como desejariam que fosse.
É aceitável que em tempos idos – por causa razão da ignorância do povo – toda e qualquer doença, assim como os flagelos da natureza, fossem atribuídos à bruxaria. Já naquele tempo havia os espertalhões que usavam e abusavam das crenças para ganhar dinheiro. Usavam da fraude para enganar o povo, apavorado com acontecimentos dos quais desconheciam a origem. O medo que o mundo exterior e o desconhecido causavam nas pessoas faziam com que elas aceitassem qualquer explicação. O conhecimento da microbiologia e da meteorologia pela Ciência, contudo, minou o campo dos espertalhões, demagogos e falsos profetas, mas não foi suficiente para que uma parte da população deixasse de crer em superstições e mentiras, muitas delas nascidas no seio dos credos religiosos. É o domínio através do terror!
Thomas Andy, um dos palestrantes e autores mais famosos do Reino Unido, alerta em seus escritos para o fato de que as nações poderiam sucumbir por falta de conhecimento científico. Será que a Ciência sabe tudo? Claro que não e será assim para sempre, num Universo cujo tamanho e idade fogem à percepção humana. Os cientistas trazem consigo a certeza de que não sabem tudo, pois nenhum conhecimento é completo ou perfeito, sendo necessária uma evolução permanente em suas pesquisas. Mas eles, usando a razão, submetem-se a vastas e cansativas horas de estudos e experiências, para trazer benefícios à humanidade, como comprovam as vacinas que salvam vidas. Mas há os que ainda as negam – os chamados negacionistas.
Carl Sagan, um dos mais renomados cientistas da história, explica que o pensamento científico é ao mesmo tempo imaginativo e disciplinado. A Ciência ensina que é preciso ajuntar os fatos, ainda que esses pareçam não se encaixar nas nossas percepções. Trabalharmos com hipóteses alternativas e observarmos qual delas coaduna melhor com a realidade. Ainda que as ideias sejam heréticas, isso não pode servir de barreira para um exame cético ainda mais exigente. Ele conclui: “Toda vez que fazemos autocrítica, toda vez que testamos nossas ideias no mundo exterior, estamos fazendo Ciência. Quando somos indulgentes conosco mesmo e poucos críticos, quando confundimos esperanças e fatos, escorregamos para a pseudociência e a superstição.”
O mais belo na Ciência é o fato de que ela está sempre buscando o aperfeiçoamento, a suplantação dos erros. Cada geração tem a possibilidade de corrigir e aprimorar, partindo do ponto que a anterior deixou. Em se tratando de Ciência é importante levar em conta um dos seus mais importantes mandamentos: “Desconfie dos argumentos de autoridade”, diz Sagan e continua: “As autoridades devem provar suas afirmações como todo mundo”. Se os cientistas são passíveis de erro, imaginem elas!
Fonte de pesquisa
O mundo assombrado pelos demônios/ Companhia de Bolso
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