RETIRANTES (Aula nº 94 B)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor brasileiro Candido Portinari (1903-1962) demonstrou no ano de 1944 uma grande preocupação com a situação social do trabalhador brasileiro, tanto é que criou a “Série Retirantes”, uma denúncia social com influências expressionistas, composta por Criança Morta, Emigrantes, Retirantes e Enterro na Rede (presentes no site). Essa série mostra o sofrimento dos trabalhadores nordestinos que eram sempre açoitados pela seca.

Na obra Retirantes, ilustrada acima, o conjunto de personagens é formado por quatro adultos e cinco crianças, todos esquálidos. O grupo é composto por imensas figuras que ocupam o primeiro plano da composição. A obra possui o formato piramidal, cujo vértice superior é formado pela trouxa que a mulher carrega na cabeça. A fisionomia dos personagens demonstra tão profundo abatimento que chega a doer no coração de quem as observa.

A figura do velho que leva um cajado e a do bebê escanchado na cintura da mulher à sua frente são descarnadas, lembrando esqueletos ambulantes. O homem idoso é retratado como se fosse um santo penitente, tamanha é tristeza e o desalento que repassa. Na parte direita da composição um garotinho, vestido apenas com uma camisa, traz à vista uma enorme barriga, evocando a presença de vermes. No centro do grupo uma mulher carrega uma trouxa na cabeça, enquanto traz no braço esquerdo um desmilinguido bebê, cujo rostinho repassa uma extrema piedade.

O homem de chapéu traz um saco na ponta de um pau escorado em seu ombro esquerdo. Com a mão direita ele segura um desalentado garotinho, usando também um imenso chapéu. À sua esquerda estão presentes duas outras crianças. Homem e crianças parecem fixar tristemente o observador, como se lhes pedissem socorro. Todas as gerações são mostradas na composição, sendo afetadas pela seca.

A terra escura está salpicada de ossos, enquanto aves negras de rapina espalham-se pelo céu esquisito. Todo o grupo é composto por tipos magérrimos e acinzentados, aparentando sujeira, e descalços. O sol mostra-se tão feio e sujo quanto os retirantes, figuras que nos trazem a impressão de serem palpáveis.

A paisagem, atrás dos retirantes, é seca, triste e desolada, onde não se vê uma folha verde. Mais ao longe montanhas nuas e ressequidas complementam-na. Existem poucas tonalidades fundamentais na tela (brancas, cinzas e pardas) que têm por objetivo colocar em evidência o contexto estrutural, avivado em poucos pontos com tons mais quentes que possuem valor meramente decorativo.

Ficha técnica
Ano: 1944
Dimensões: 190 x 180
Técnica: Óleo sobre tela
Localização: Acervo MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Fontes de pesquisa
Portinari/ Coleção Folha
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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ESTAR COM O OVO VIRADO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

ovo

Existem pessoas com as quais é difícil lidar, pois parecem se encontrar sempre de ovo virado. Estão sempre de mal com tudo à sua volta, reclamando disso e daquilo, pois nada está bom, nada lhes agrada.  Não carregam sorrisos nos lábios e tampouco louvam o nascer de um novo dia, nem mesmo que ganhassem uma galinha com ovos de ouro. Um cumprimento na boca de gente desse tipo é como chuva no deserto, e conversar com elas é um desperdício de palavras. É uma danação conviver com uma pessoa que já acorda com o ovo virado, pois nos faz ter azia ou má digestão. O melhor a fazer é botar milhas e milhas de distância de gente assim, pois viver pisando em ovos não é tarefa fácil nos dias de hoje.

Alguns carrancudos alegam que, ao exercer a função de chefia, precisam estar sempre sérios e azedos, para serem respeitado pelos comandados. Certos patrões no trato com seus serviçais acham que esses não são merecedores de gentilezas para não ficarem mal-acostumados. E existem certos tipos que basta subir num tijolo para mudar a personalidade, achando-se os tais, acima de todos.  Franzem cara, como se tivessem com um ovo atravessado na saída do oritimbó.  Tola raça humana, não aprende mesmo que a vida é passageira e somos todos iguais diante da morte e, consequentemente,  deveríamos ser iguais também diante da vida.

Onde fica o ovo virado na história? A sabedoria popular é de uma riqueza inestimável. Nada possui base científica, sendo tudo fruto da observação empírica. As expressões criadas caem sempre como uma luva. A expressão estar de ovo virado, por exemplo, é de origem popular, nascida da observação do povo no meio rural. Assim como o bebê deve nascer com a cabecinha para baixo, para não trazer demasiado sofrimento à mãe, o saber popular reza que o  ovo da galinha deve estar com a parte mais fina para baixo, na hora de ser expelido. Caso esteja ao contrário, a ave passa por maus momentos, podendo até morrer. Qualquer um fica nervoso e mal-humorado com a presença da dor, até mesmo os bichos, nascendo daí a expressão estar com o ovo virado. Vale lembrar que os humanos não precisam sentir dor para ficarem com o ovo virado.

E por falar em ovo, quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?

 

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O GRITO (Aula nº 94 A)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

       
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Eu caminhava pela estrada com dois amigos. O sol estava se pondo. De repente, o céu ficou vermelho sangue. Exaurido, eu me recostei na balaustrada e fiquei ali parado, tremendo de medo, enquanto meus amigos seguiam caminhando. Eu senti um grito agudo e interminável atravessar a paisagem. (E. Munch)

Ele se impressionava ao ver os animais sendo abatidos e o lamento dos pacientes do hospital. (Sue Priedeaux)

A composição expressionista O Grito, obra do norueguês Edvard Munch, foi inspirada num ataque de pânico sofrido pelo artista, enquanto caminhava com dois amigos. Nela estão explícitos os tormentos psicológicos do pintor. Munch tinha o costume de fazer várias versões de seus quadros. E com O Grito não foi diferente. Existem quatro versões da composição que apresentam mínimas mudanças, mas em todas está presente este sentimento universal, que tanto abala a humanidade – a angústia. É por isso que o personagem principal não apresenta sexo, idade ou identidade. A figura maior, aqui exposta, é a mais conhecida de todas as versões.

O Grito traz-nos a impressão de que produz som através das ondas de choque à direita. E o som é tão agudo que o personagem tapa os ouvidos, fica com o corpo desvirtuado e grita. Atrás dele caminham calmamente outros dois personagens que não apresentam nenhuma mudança física ou comportamental, totalmente alheios aos acontecimentos vivenciados pela figura principal. Conclui-se, portanto, que o grito agudo e assustador do personagem central é ocasionado apenas por sua mente, sem nenhuma correlação com o espaço físico. O pavor vivenciado por ele é tão grande que seu copo físico sofre uma repentina mudança: torna-se alongado e o rosto toma a forma de uma caveira, com os olhos saltados e a boca aberta. Seus olhos encaram o observador que também é envolvido pelo terror.

A cena ocorre num golfo estreito e profundo de Oslo, na Noruega, entre montanhas altas. Próximo dali estava um matadouro e um hospício onde estava internada a irmã do pintor. As linhas onduladas do golfo e do céu contrastam com a diagonal com forte declive da estrada e com um pôr do sol perturbador em cores quentes, contrastando com o azul do rio, cor fria, que ultrapassa a linha do horizonte. Tudo resulta num efeito vertiginoso, torto, excetuando a ponte e as duas personagens ao fundo, o que leva muitos críticos a sugerir que Munch tenha tido um ataque de agorafobia. Ele criou outras obras semelhantes, nas quais ficam visíveis a representação simbólica da morte e da solidão, temas sempre presentes em sua vida. Ao longe na baía veem-se pequenos barcos à vela. É como se a natureza se condoesse com o grito do personagem central e com ele interagisse.

O Grito demonstra o medo e a solidão do Homem, mesmo em meio a um cenário natural que não representa nenhum perigo para ele. E esse grito, ainda que mudo, ecoa desde a baía até o céu, numa violência dinâmica de linhas. Munch acabou por pintar quatro versões de seu quadro, para substituir as cópias que ia vendendo. Ele o pintou quando a psicanálise começava a ficar no auge e, por isso, a pintura logo passou a simbolizar as agruras da alma e, com os desacertos da vida moderna passou também a representar desde o estresss do cotidiano às fobias ecológicas, passando a traduzir qualquer forma de aflição. Para alguns críticos, O Grito é a mais forte representação visual da sensação de receio e apreensão, sem motivo aparente, na história da arte. Encontra-se entre as pinturas mais conhecidas em todo o mundo.

Curiosidades sobre a obra

  • A composição O Grito tornou-se tão forte na história da arte, que ganhou espaço na cultura pop. Pode ser vista no cartaz do filme Esqueceram de Mim e na máscara do assassino da série de terror denominada Pânico.
  • Em 2012, segundo noticiário em todo o mundo, a quarta versão original dessa obra, que se encontrava em mãos de certo proprietário particular, chegou num leilão à cifra estupenda de 119,9 milhões de dólares, tornando-se O Grito o maior recordista de preço num leilão de arte.
  • A obra de Munch, O Grito, em versões diferentes, foi roubada duas vezes de museus da Noruega em 1944 e 2004, trazendo comoção e mais fama ao trabalho do artista norueguês.
  • O sucesso desta obra, enquanto ícone cultural, teve início após a Segunda Guerra Mundial. Com sua popularização O Grito tornou-se um dos quadros mais reproduzidos tanto em pôsteres como em objetos.
  • Foi capa da revista Time em 1961, ilustrando os temas sobre culpa e ansiedade.
  • O artista pop Andy Warhol em 1980 também usou a obra, ao dedicar-lhe uma série de trabalhos.
  • O personagem Hortelino no filme Looney Tunes de Volta à Ação, faz uma expressão semelhante à do quadro numa cena.
  • A série de desenho Os Simpsons mostra o quadro duas vezes: em 1993 e 2005.
  • O quadro aparece na série Os Feiticeiros de Waverly Place, do Disney Channel, etc.

Ficha técnica
Ano:1893
Técnica: óleo, têmpera e pastel em cartão
Dimensões: 91 x 73,5
Localização: Nasjonalgalleriet, Oslo, Noruega

Fontes de pesquisa
Os pintores mais influentes…/ Editora Girassol
Munch/ Editora Paisagem
Revista Veja/ 9-05-2012
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito_%28pintura%29

 

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É MAIS FÁCIL UM BOI VOAR…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

boivoa

Conta-se que São Tomás de Aquino, grande gênio filosófico e teológico, parecia às vezes viver no mundo da lua, tamanho era o seu desligamento das coisas terrenas. Certo dia, quando se encontrava em um de seus costumeiros alheamentos, um colega tentou lhe pregar uma peça, dizendo:

– Frei Tomás, corra aqui até a janela e veja lá fora um boi voando!

Tomás imediatamente levantou-se e foi até à janela atender o chamado do colega, que se dobrava de tanto rir. Como se não bastasse só o riso, ainda ironizou:

– Deixe de ser bobo, irmão, você já viu um boi voar?

Ao que Tomás de Aquino respondeu-lhe:

– Não! Mas achei que é muito mais fácil um boi voar do que um frade mentir.

Nota
O provérbio É mais fácil um boi voar do que… denota sempre a impossibilidade de que um determinado fato aconteça. Mas nos dias de hoje não tem sido muito fácil usá-lo, pois ficamos impressionados, abestalhados e perturbados com o que vemos acontecer, todos os dias, Brasil afora. Foi-se o tempo em que era mais fácil um boi voar. Olhem para o céu, caros leitores, e vejam como é grande a boiada a voar, tão paradoxais são os acontecimentos nas bandas de cá. Boi voar agora é fichinha!

 Fonte de pesquisa:
Provérbios e ditos populares / Pe. Paschoal Rangel

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NOVO ESTILO – EXPRESSIONISMO II (Aula nº 94)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Os artistas expressionistas punham grande ênfase na forte reação psicológica e emocional de seus temas e não no tema em si. O que almejavam era atingir o observador através de seu lado emocional. O que mais retratavam eram paisagens, a vida cotidiana, o nu feminino e a vida das ruas de Berlim. Como as obras refletiam a visão interior de cada artista, o movimento jamais poderia ser homogêneo, pois cada artista possuía uma visão de mundo. O escritor e crítico alemão Paul Fechter considerava que havia dois tipos de Expressionismo: um “intensivo” — inspirado na experiência interior, sendo Kandinsky seu principal representante — e outro “extensivo” que procedia de uma relação enriquecida com o mundo exterior, tendo em Max Pechstein seu maior representante.

No que diz respeito ao Expressionismo, o alemão Kurt Pinthus — escritor e crítico — dizia que “na arte, o processo de criação deve ir do interior para o exterior, não do exterior para o interior, pois o importante é retratar a realidade interior mediante os recursos do espírito”. Dentre as características da arte expressionista estão presentes, como elementos essenciais, a distorção linear, a reavaliação do conceito de beleza artística, a simplificação radical de detalhes e o uso de cores intensas. Os artistas expressionistas eram de acordo que, se havia a presença do mal no mundo, ele não poderia ser ignorado, mas, sim, deveria ser retratado.

Os primeiros trabalhos artísticos dos expressionistas foram em geral influenciados por Van Gogh, Edvard Munch e pelos pós-impressionistas, contudo, nos anos de 1905 a 1908 eles acabaram por encontrar um estilo expressionista próprio, quando passaram a pintar, fazendo uso de cores brilhantes e vivas, usando empastamento grossos com pinceladas rápidas e explosivas, criando um efeito tremido. Mesmo trabalhando quase sempre ao ar livre, os expressionistas faziam uso de uma perspectiva limitada e, aos poucos, foram abrindo mão de imitar a natureza.

Os nazistas, ao chegarem ao poder em 1933, coibiram o Expressionismo, assim como outras artes de vanguarda que, para eles, eram vistas como “degeneradas”. Vários artistas europeus exilaram-se nos EUA, permitindo que, a partir dos meados de 1930, o Expressionismo influenciasse inúmeros jovens artistas naquele país. Contudo, essa guerra levou consigo muitas vidas expressionistas, pois muitos desses artistas tiveram que ir para o front. Dentre os mortos podem ser citados os nomes de August Macke (morto em 1914) e Franz Marc (morto em 1916), autor da ilustração acima, intitulada “O Destino dos Animais”.

O Expressionismo alemão atingiu o seu ápice com o Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), mesmo o grupo tendo se desintegrado com o início da Primeira Guerra Mundial. Mesmo assim, a arte expressionista espalhou-se por toda a Alemanha após o final do conflito. No início dos anos 1920, o Expressionismo, ou o que sobrevivera dele, já se encontrava muito mudado. Muitos artistas passaram a tomar um novo rumo. Uma famosa frase do compositor austríaco Arnold Schoenberg que veio a tornar-se um dos slogans do Expressionismo diz que “A arte surge por necessidade, não por habilidade”.

Não se pode esquecer também o nome de outros artistas expressionistas que trabalharam independentemente, não se unindo a nenhum grupo. Em Viena pode ser citado o jovem Egon Schielle que chocou os burgueses com o erotismo carregado de seus trabalhos, sendo inclusive preso sob a pecha de “divulgar desenhos indecentes”. Os trabalhos do austríaco Oskar Kokoschka, outro artista independente, também desagradaram os críticos, por acharem que ele era um “superfovista”.

O Expressionismo influenciou várias artistas no Brasil, contribuindo para estimular o Movimento Modernista. À época houve um grande interesse em expor as realidades social, cultural e espiritual do povo brasileiro. A segunda exposição da artista Anita Malfatti já apresentava traços expressionistas. Lasar Segall — pintor e escultor de origem lituana — tem como destaque sua obra “Navio de Imigrantes”. Candido Portinari criou quase cinco mil obras abordando questões sociais (ver as obras desses artistas presentes aqui neste site).

Nota: a composição que ilustra este texto, intitulada Cavalo na Paisagem, obra de Franz Marc, criada em 1910, é um óleo sobre tela da fase expressionista. É tida como uma das obras mais maduras do artista, na qual são vistas duas de suas principais características: animais como tema e o uso não convencional de cores primárias brilhantes.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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CORRA DE ABRAÇO DE TAMANDUÁ

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Postado por Lu Dias Carvalhotamand

“Avisa ao formigueiro/ vem aí tamanduá.”(Ivan Lins)

O tamanduá é um animal muito comum em terras brasileiras, sendo também conhecido pelo nome de tapi e jurumim. O bichinho tem verdadeira adoração por cupins e formigas. Talvez isso se deva ao fato de não possuir dentes para mastigar.

Por que esse nosso personagem foi entrar nesta história, sendo tão mal-afamado, a ponto de servir de exemplo para os humanos? É que esse falsinho, quando vê um inimigo, levanta-se nas patas traseiras e abre as dianteiras, como se fosse receber o crédulo indivíduo num caloroso abraço. Vendo tão efusiva demonstração de carinho, a vítima cai na esparrela, vindo a renegar a hora em que nasceu. O dissimulado abraça-a, é verdade, mas pressiona-a com seus braços e enfia-lhe nas costas suas enormes e afiadas unhas. Como é fingido e astucioso tal bichinho!

A maldade do falso amigo ainda é maior porque ele não degusta a sua presa, uma vez que lhe faltam dentes. O espertinho deixará que ela apodreça ali, passando a servir de isca para suas deliciosas formigas, as quais não tardará a papar. Portanto, meu caro leitor, fique com a orelha em pé com o exemplo que nos dá esse mamífero desdentado. Não confie em muitos abraços que anda recebendo por aí, achando-se o mais amado do pedaço. Olho vivo, camarada, pois há muita gente dando abraços de tamanduá.

Vixe! Olhem aí o tamanho do A!

 

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