Autoria de Lu Dias Carvalho
O termo Pós-impressionismo, criado pelo pintor e crítico de arte inglês Roger Fry, engloba, na verdade, a obra de quatro artistas: Paul Cézanne, Georges-Pierre Seurat, Vincent van Gogh e Paul Gauguin. Sendo todos eles, de uma forma ou de outra, influenciados pelo Impressionismo, como mostram as evidências: Cézanne foi atraído pela estrutura pictórica; a Seurat interessou o caráter científico da cor; Van Gogh usou as pinceladas fortes para transmitir sua intensidade emocional; e Gauguin fez experiências com o uso simbólico da cor e dos traços. São tidos como os principais precursores dos movimentos artísticos do século XX. A eles foram agregados os nomes de Renoir e Toulouse-Lautrec.
O Pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por volta de 1880, marcando também o início do Cubismo, já no início do século XX. Diz respeito a um grupo de artistas e de movimentos diversos que seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensionalidade. A maioria deles iniciou como impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas, não mais representando fielmente os preceitos originais do Impressionismo, ainda que não tenham se afastado totalmente de tal estilo. Queriam ir além, ultrapassar a Revolução de Manet. Os pintores mais consagrados desta época foram: Vicent van Gogh, Paul Gaugain, Toulouse-Lautrec, Paul Cézanne, Odilon Redon, Georges Seurat e Eliseu Visconti (brasileiro em Paris).
Os estudiosos da arte consideram o Pós-impressionismo como sendo uma extensão do Impressionismo e não um estilo específico. Não se pode negar que o Impressionismo transformou e elevou a arte francesa, ao mostrar novas maneiras de retratar o mundo físico. Os pintores em questão achavam que ele já se esgotara. Queriam bem mais do que pintar sombras e reflexos. Tanto é que, dentre as mudanças efetuadas por eles, estavam o uso de cores vivas, camadas grossas de tinta e pinceladas expressivas que fortaleciam as formas geométricas.
O Pós-impressionismo diz respeito à pintura criada por artistas donos de um estilo particular, incapazes de enquadrar-se em qualquer movimento artístico, a exemplo de Vincent van Gogh, Henri de Toulouse Lautrec, Paul Gauguin, Paul Cézanne, etc. Suas obras desses são vistas na História da Arte como uma preparação para o nascimento da pintura moderna.
Vincent van Gogh (1853-1890) criava formas simples, usava pinceladas dinâmicas e usava as cores com integridade absoluta, vindo a causar profunda admiração na geração de artistas que o sucedeu. Dizia que punha paixão em tudo que pintava. Teve uma vida curta e muito difícil, tendo conseguido vender apenas uma de suas obras. Apenas após a sua morte é que sua obra ganhou a dimensão que tem hoje, encontrando-se entre as mais caras dos leilões de obras pictóricas. Suas obras possuem tendências impressionistas, tendo influenciado o Expressionismo e outros movimentos que se seguiram.
Henri de Toulouse Lautrec (1864-1901) teve uma vida muito curta. Escolheu a vida boêmia de Paris como tema de suas obras. O modo esboçado, inacabado e fragmentário de seus trabalhos chegou ao nível de um princípio estilístico. Não dava nenhuma importância às divisões de classes e às hierarquias. Revolucionou o design gráfico ao criar cartazes publicitários como os do cabaré Moulin Rouge.
Paul Cézanne (1839-1906) dedicou-se com afinco à pintura, estudando seus princípios fundamentais. Seu ponto de partida era a natureza, contudo não aceitava criar uma mera reprodução do que via. Ao estudar as relações encontradas entre cor, forma, luz e espaço, atingiu uma perfeição tamanha que franqueou o caminho para o Cubismo e para a abstração. Os objetos, os volumes e o espaço passaram a ter como base interpretações pictóricas de padrões e formas geométricas básicas. Transformava os elementos da natureza em elementos geométricos (cilindro, cone, esfera, etc.). É visto como o pai da arte moderna.
Paul Gauguin (1848-1903) embora houvesse pintado paisagens impressionistas, queria encontrar outras formas de expressão e de formulação para sua arte. Ao atingir uma forte linguagem visual, acabou trilhando o caminho da arte moderna, mas sem jamais ter aberto mão de vários aspectos do Impressionismo, como o fato de pintar ao ar livre. Algumas de suas pinturas trazem referências simbolistas. Gostava de usar cores intensas como vermelhos, violetas, amarelos e verdes. Mais tarde veio a dedicar-se à arte primitiva.
Nota: conheça mais sobre a vida de Van Gogh, acessando os links abaixo:
- Mestres da Pintura – VINCENT VAN GOGH
- Van Gogh – SUA PAIXÃO PELA ARTE
- Van Gogh – SUA SEDE DE AMOR
- Van Gogh – O PINTOR DOS GIRASSÓIS
- Van Gogh – CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE SUA VIDA
Fontes de pesquisa
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
Obras-primas da pintura ocidental/ Taschen
Apenas arte/ E. H. Gombrich
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