IMPRESSIONISMO E NOVAS TENDÊNCIAS II (Aula nº 87)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O termo Pós-impressionismo, criado pelo pintor e crítico de arte inglês Roger Fry, engloba, na verdade, a obra de quatro artistas: Paul Cézanne, Georges-Pierre Seurat, Vincent van Gogh e Paul Gauguin. Sendo todos eles, de uma forma ou de outra, influenciados pelo Impressionismo, como mostram as evidências: Cézanne foi atraído pela estrutura pictórica; a Seurat interessou o caráter científico da cor; Van Gogh usou as pinceladas fortes para transmitir sua intensidade emocional; e Gauguin fez experiências com o uso simbólico da cor e dos traços. São tidos como os principais precursores dos movimentos artísticos do século XX. A eles foram agregados os nomes de Renoir e Toulouse-Lautrec.

O Pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por volta de 1880, marcando também o início do Cubismo, já no início do século XX.  Diz respeito a um grupo de artistas e de movimentos diversos que seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensionalidade. A maioria deles iniciou como impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas, não mais representando fielmente os preceitos originais do Impressionismo, ainda que não tenham se afastado totalmente de tal estilo. Queriam ir além, ultrapassar a Revolução de Manet. Os pintores mais consagrados desta época foram: Vicent van Gogh, Paul Gaugain, Toulouse-Lautrec, Paul Cézanne, Odilon Redon, Georges Seurat e Eliseu Visconti (brasileiro em Paris).

Os estudiosos da arte consideram o Pós-impressionismo como sendo uma extensão do Impressionismo e não um estilo específico. Não se pode negar que o Impressionismo transformou e elevou a arte francesa, ao mostrar novas maneiras de retratar o mundo físico. Os pintores em questão achavam que ele já se esgotara. Queriam bem mais do que pintar sombras e reflexos. Tanto é que, dentre as mudanças efetuadas por eles, estavam o uso de cores vivas, camadas grossas de tinta e pinceladas expressivas que fortaleciam as formas geométricas.

O Pós-impressionismo diz respeito à pintura criada por artistas donos de um estilo particular, incapazes de enquadrar-se em qualquer movimento artístico, a exemplo de Vincent van Gogh, Henri de Toulouse Lautrec, Paul Gauguin, Paul Cézanne, etc. Suas obras desses são vistas na História da Arte como uma preparação para o nascimento da pintura moderna.

Vincent van Gogh (1853-1890) criava formas simples, usava pinceladas dinâmicas e usava as cores com integridade absoluta, vindo a causar profunda admiração na geração de artistas que o sucedeu. Dizia que punha paixão em tudo que pintava. Teve uma vida curta e muito difícil, tendo conseguido vender apenas uma de suas obras. Apenas após a sua morte é que sua obra ganhou a dimensão que tem hoje, encontrando-se entre as mais caras dos leilões de obras pictóricas. Suas obras possuem tendências impressionistas, tendo influenciado o Expressionismo e outros movimentos que se seguiram.

Henri de Toulouse Lautrec (1864-1901) teve uma vida muito curta. Escolheu a vida boêmia de Paris como tema de suas obras. O modo esboçado, inacabado e fragmentário de seus trabalhos chegou ao nível de um princípio estilístico. Não dava nenhuma importância às divisões de classes e às hierarquias. Revolucionou o design gráfico ao criar cartazes publicitários como os do cabaré Moulin Rouge.

Paul Cézanne (1839-1906) dedicou-se com afinco à pintura, estudando seus princípios fundamentais. Seu ponto de partida era a natureza, contudo não aceitava criar uma mera reprodução do que via. Ao estudar as relações encontradas entre cor, forma, luz e espaço, atingiu uma perfeição tamanha que franqueou o caminho para o Cubismo e para a abstração. Os objetos, os volumes e o espaço passaram a ter como base interpretações pictóricas de padrões e formas geométricas básicas. Transformava os elementos da natureza em elementos geométricos (cilindro, cone, esfera, etc.). É visto como o pai da arte moderna.

Paul Gauguin (1848-1903) embora houvesse pintado paisagens impressionistas, queria encontrar outras formas de expressão e de formulação para sua arte. Ao atingir uma forte linguagem visual, acabou trilhando o caminho da arte moderna, mas sem jamais ter aberto mão de vários aspectos do Impressionismo, como o fato de pintar ao ar livre. Algumas de suas pinturas trazem referências simbolistas. Gostava de usar cores intensas como vermelhos, violetas, amarelos e verdes. Mais tarde veio a dedicar-se à arte primitiva.

Nota: conheça mais sobre a vida de Van Gogh, acessando os links abaixo:

  1. Mestres da Pintura – VINCENT VAN GOGH
  2. Van Gogh – SUA PAIXÃO PELA ARTE
  3. Van Gogh – SUA SEDE DE AMOR
  4. Van Gogh – O PINTOR DOS GIRASSÓIS
  5. Van Gogh – CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE SUA VIDA

Fontes de pesquisa
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
Obras-primas da pintura ocidental/ Taschen
Apenas arte/ E. H. Gombrich

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EM PAPOS DE ARANHA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

aran

Vivemos tempos de vacas magras. Não é recomendável abaixar a guarda, pois tudo pode acontecer num piscar de olhos. Deparamos com situações que nos fazem sentir na boca do leão ou em papos de aranha. Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Parece que vivemos em guerra aberta contra o mundo, num mato sem cachorro. Somos obrigados a tomar decisões desafiadoras a todo o momento, a não ser que viremos caramujos ou ajamos como avestruzes.  Os acontecimentos ruins caem sobre nós como um rolo compressor. A bruxa parece estar solta. É realmente o fim da picada. Ainda assim, não podemos abandonar a luta, faz-se necessário aguentar o rojão, pois do contrário a vaca vai pro brejo. Botemos todos a boca no trombone!

Segundo alguns filólogos (estudiosos da língua), no que diz respeito à expressão que dá título a este texto,  o correto seria dizer “palpos” em vez de “papos”, pois as aranhas são possuidoras de palpos e não de papos. Contudo, o povo tem a sabedoria de simplificar ou mudar a língua, de modo que ela se adapte ao seu falar, optando sempre pela forma mais simples e mais fácil. Assim, o “L” foi suprimido, caiu fora do baralho. A maioria dos autores aceitam as duas expressões como corretas. Resta aos puristas ficar a ver navios, pois assim é e assim será. O fato é que o povo brasileiro encontra-se tanto em palpos de aranha quanto em papos de aranha, comendo o pão que o diabo amassou, a começar pela inflação que corrói seu bolso.

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IMPRESSIONISMO E NOVAS TENDÊNCIAS I (Aula nº 86)

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Autoria de LuDiasBH

Os estudiosos da Arte consideram o Neoimpressionismo e o Pós-impressionismo como uma extensão do Impressionismo, originados do descontentamento de alguns artistas com as limitações do estilo impressionista, embora não se possa negar que o Impressionismo transformou e elevou a arte francesa, ao mostrar novas maneiras de retratar o mundo físico. Esses pintores achavam que tal estilo já se esgotara. Queriam bem mais do que pintar sombras e reflexos. O Impressionismo dava primazia às questões técnicas, como a luz natural e a pintura ao ar livre, enquanto seus segmentos, além da técnica, valorizavam a expressividade e a emoção no momento em que se criava. Dentre as mudanças efetuadas por eles estavam o uso de cores vivas, camadas grossas de tinta e pinceladas expressivas que fortaleciam as formas geométricas. Havia, portanto, uma tentativa de evolução e superação da pintura impressionista.

Os dois termos, portanto — Neoimpressionismo e Pós-impressionismo —, dizem respeito a um período (1880 a 1910) de renovação artística ímpar. Eram variados os estilos e os temas dos pintores desses 30 anos de novas tendências do Impressionismo. Em nenhum dos casos tratava-se de grupos coesos com objetivos específicos ou com um estilo em comum. Os artistas dessa fase, dotados de estilos específicos, não podem ser enquadrados em um movimento artístico específico. O Neoimpressionismo foi iniciado pelo artista Georges Seurat. Os pintores mais consagrados desta época foram: Georges Seurat, Paul Signac e Pissarro.

Muitos dos artistas que trabalharam nesse período haviam passado pela fase impressionista ou foi por este movimento influenciado em um ou outro aspecto de sua caminhada. Essa nova geração de artistas almejava, além da busca pelo naturalismo, expressar sentimentos e ideias — o que não estava presente no Impressionismo — através de suas pinceladas, do uso radical da cor e do contexto. Dentre esses pintores, Paul Cézanne foi aquele que maior influência exerceu sobre outros artistas. Foram seus experimentos com a composição e o volume que levaram ao Cubismo e à Arte Abstrata.

Os artistas desse período recriaram a arte da pintura, ao ressaltar as formas geométricas e aplicar um colorido artificial, a exemplo de Cézanne que revolucionou a perspectiva com a aplicação de planos interrompidos de cor e de Georges Seurat que desenvolveu uma técnica conhecida como “pontilhismo” (ou divisionismo), ao estudar as cores complementares, aplicando-as sobre a tela como pequenos pontos regulares de cor pura, com o objetivo de que esses se fundissem diante do olhar do observador, dando vida a uma mistura óptica de cores.

A tela intitulada “Tarde de Domingo na Ilha da Grande Jatte” (ilustração) de autoria de Georges Seurat foi responsável por lançar o Neoimpressionismo. Após sua morte precoce aos 31 anos, seu grande amigo Paul Signac tornou-se o líder do grupo, tendo escrito que “a técnica dos impressionistas é instintiva e instantânea e a dos neoimpressionistas é deliberada e constante”. O Neoimpressionismo caracteriza-se pelas pinturas de Seurat e pelo modo como ele usava pontos de cor pura.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

farinha

Conta-se que antigamente os bandeirantes em suas andanças pelo interior do Brasil, costumavam levar farinha de mandioca para complementar a comida. Era usada principalmente com feijão e no pirão de peixe.  E toda vez que tão importante produto ameaçava acabar, havia sempre os espertos que pensavam com seus botões: Farinha pouca, meu pirão primeiro, ditado que põe às claras o egoísmo do ser humano, principalmente nos tempos de hoje. Primeiro se preocupa em encher o próprio bucho e, se sobrar, dividirá com os outros. Um outro ditado estimula o anterior: “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”. Gente que pensa desse modo é certamente imbuída de extremo egoísmo, farinha do mesmo saco.

O ditado Farinha pouca, meu pirão primeiro  perpetuou-se e ainda hoje é falado e posto em prática em várias regiões de nosso país. Os vivaldinos, que existem aos montes nas terras brasileiras, principalmente no seio da política em quaisquer que seja os níveis, pensam primeiro em si mesmos.  Se o quinhão deles estiver garantido, tudo está resolvido, ainda que o Brasil esteja a desmoronar. O resto é que se exploda.

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MANTEIGA DERRETIDA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

manre

Existe coisa mais chata do que criança excessivamente mimada, que chora por qualquer coisa? As lágrimas já ficam ali, escondidinhas nos cantos dos olhos, prestes a desabar por uma coisinha de nada. Nem que a vaca tussa aceitam a palavra “não” e pensam que tudo e todos estão ao seu dispor. Os responsáveis não movem uma palha para corrigi-las. Esses anjinhos chorões, parecidos com purgantes, vão amargar um futuro desastroso no contato com o mundo real, enchendo as burras dos terapeutas.

A minha priminha Juju é uma manteiga derretida hors concours. Se cisma que alguém olhou para ela de um jeito meio enviesado, corre para os braços da mãe ou do pai, fazendo o maior berreiro, quando não quebra tudo que encontra pela frente. Até os coleguinhas vêm se afastando dela, cansados de sua denguice, pois afinal ninguém é de ferro para aguentar tanto chilique de uma pirralha mal-educada. Tudo mundo diz que a tal será educada pela vida, levando muita pancada.

Dias desses estava a chatomilda brincando com uma amiguinha, quando começou um berreiro de dar medo. Corremos para o quarto da pequena rainha, pensando que algum armário tivesse desabado sobre ela. A cena era patética. A bruxinha estava deitada no chão, batendo pernas e braços, enquanto a amiguinha, encolhida num cantinho do quarto, trazia o rosto molhado por lágrimas silenciosas. A mãe, com cara de quem comeu e não gostou, tomou a birrenta no colo, querendo saber o que lhe acontecera. Entre berros ela se explicou:

– Eu não quero brincar com a minha boneca, quero a dela, e ela não quer me dar!

Imaginei que fosse uma boa hora para que a genitora ensinasse à filha alguns limites, de modo a respeitar as coisas dos outros. Mas não! Para agradar a chorona, disse-lhe:

– Não chore mais, filha, pois a mamãe vai lhe dar uma boneca igualzinha à dela.

A amiguinha foi embora envergonhada, sem receber uma palavra de atenção da mãe da pirracenta. Indignada, meti a colher no angu, ao abrir o bico:

– Cuidado prima, a gente cria filhos para o mundo e não para nós.

Ao que ela prontamente me respondeu:

– Ela é muito pequena ainda, vai chegar o seu tempo de aprender.

Dias desses fiquei sabendo que a manteiga derretida deu o maior show no aniversário de uma de suas coleguinhas. Queria desesperadamente um pedaço do bolo da aniversariante, antes da hora, sem esperar pelos parabéns. Não sendo atendida, puxou a toalha da mesa, espatifando tudo no chão. Envergonhados, os pais não sabiam onde enfiar a cara, com mil e um pedidos de desculpas. Bem feito! Quem planta urtiga jamais colherá miosótis, diz um dito popular, pois é de pequenino que se torce o pepino!

Já ia me esquecendo de falar sobre a expressão “manteiga derretida”, uai. Trata-se de uma alusão ao chiado da manteiga, quando é levada ao fogo.

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ESTAÇÃO DE ÁGUAS EM… (Aula nº 85 D)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                                               (Cliquem na imagem para ampliá-la.)

Começo uma pintura sempre pelo céu. (Sisley)

O pintor francês Alfred Sisley (1839-1899) era filho de pais ingleses. Em Londres ele preferia visitar museus e copiar esboços a estudar comércio, como desejava a sua família. Ao retornar a Paris foi-lhe permitido entrar para o atelier de Gabriel Gleyre, onde travou amizade com Renoir, Bazille e Monet, com os quais pintava ao ar livre. Tinha grande paixão pelas paisagens, tornando-se um dos mais importantes paisagistas do Impressionismo. À medida que progredia em seu trabalho artístico, passava a dar mais atenção à cor do que à forma. Como era um grande observador, tornou-se capaz de captar os matizes mais tênues da luz, como podemos ver em seus quadros sobre as estações dos anos.

A composição Estação de Águas em Marly-le-Roi é uma obra do artista que apresenta uma paisagem invernal, quase toda congelada e coberta de neve. Um sol fraco tenta romper as camadas de nuvens e brilhar na tarde fria. Para criar sua paisagem de inverno, Alfred Sisley usa uma fina camada de tinta e uma paleta com pouquíssimas cores. Ele usou apenas cinco cores, além do preto e do branco nesta tela, criada numa única tarde. 

A estação de água em primeiro plano é o motivo central da obra. Para criar a sensação de profundidade, o artista usou uma longa estrada coberta pela neve que leva até o campo. Pequenas figuras humanas são vistas andando por ali. À direita da composição está a floresta e à esquerda vê-se um aglomerado de casas.

Ficha técnica
Ano: 1898
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 49,5 x 65,4 cm        
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de Pesquisa:
Impressionismo/ Editora Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/Alfred_Sisley

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