Quem não conhece aquele indivíduo fingido, enganador, dissimulado que aparenta exatamente aquilo que não é? Pois esse é o chamado “santo do pau oco”. Quem não conhece o sujeito, compra-o por um bom dinheiro, pois é a falsidade em pessoa. Eles se encontram, sobretudo, no mundo político e religioso.
Na época em que o Brasil vivia sob a tutela de Portugal – Brasil Colônia – suas riquezas, principalmente o ouro e as pedras preciosas, eram levadas para fora do país em direção à metrópole portuguesa. Contrariados com a cobrança do famoso “Quinto”, cobrado em cima de todos os metais preciosos garimpados no seu país, os brasileiros começaram a enganar a fiscalização da Coroa Portuguesa, usando santos ocos de madeira, pois sentiam que estavam sendo roubados pelo governo português.
Os benditos santos eram cheios, sorrateiramente, com ouro ou diamantes, não tendo seu dono que prestar contas às casas de fundição que ficavam sob a fiscalização da gulosa Coroa. Até os escravos, embora fortemente vigiados, burlavam o fisco português, assim como governadores, funcionários brasileiros e clérigos. As imagens dos santos do pau oco eram bem rústicas, esculpidas em madeira e o que ali era guardado permanecia como se fosse um cofre móvel, bem distante do rigor da Coroa Portuguesa que sempre buscava arrancar o couro do povo de sua colônia em benefício da governança portuguesa. Assim, enquanto a santidade era exteriorizada e, com certeza aplaudida pelo governo português, o furto era perpetrado silenciosamente.
Dizem que a expressão santo de pau oco nasceu nas Minas Gerais, celeiro do ouro e das pedras preciosas. E, segundo contam, as imagens eram transportadas em procissões religiosas, no maior fervor, sem que os portugueses desconfiassem de nada. Por muito tempo foi possível encontrar imagens escondidas, cheias de ouro ou diamantes em cidades mineiras como Diamantina, Sabará, Tiradentes, por exemplo, quando velhos casarões eram derrubados. Muitas delas encontravam-se escondidas dentro das paredes, assoalhos ou forros ou nos caibros dos telhados.
Há também uma versão que explica que tal dito diz respeito às imagens de santos que vinham de Portugal, abarrotadas de dinheiro falso, para circular no Brasil. E eu, particularmente, acredito que as duas explicações são verdadeiras.
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Lu
Como nos velhos tempos, os ditos ricos são os que mais burlam o fisco. O Brasil tem um histórico de cobrança de altos impostos. Os grandes empresários que burlam o fisco não têm nada de “santos”, pode ser que sejam ocos.
Adevaldo
Eles são ocos de competência e ocos de amor ao país, só pensam em si nas suas famílias.
Abraços,
Lu
Lu
Infelizmente a natureza do ser humano em burlar está cada vez mais evoluída, o caráter desse ladeira abaixo, e o preço é pago pelos menos privilegiados.
Sandra
É verdade, minha amiguinha! A corda sempre arrebenta do lado do mais fraco.
Agradeço a sua presença e comentário.
Beijos,
Lu
Bem, eu precisava de um saquinho desses, na verdade, todos nós temos um pouco de santo de pau oco, pois fugimos da verdade como quem foge do fogo, quando é tão bom andar nela. Há poucas pessoas que não se deixam comprar por um saquinho de ouro!
Rui
Um santinho cheio de ouro ou de pedras preciosas ia fazer muita gente feliz… risos. Mas o bom mesmo é contarmos com o nosso esforço e seguir adiante.
Abraços,
Lu
Lu
Bem que eu estava precisando encontrar um santinho recheado!
Aninha
Vamos derrubar uns muros lá em Diamantina.
Beijos,
Lu
Lu
Tem gente que até hoje está na pista dos santos de pau oco!
TT
Quando morei em Diamantina, durante um temporal caiu um muro de um antigo casarão, onde foram encontradas duas garrafas cheias de ouro em pó. Também fiquei sabendo de saquinhos de couro com pedras preciosas escondidos dentro de paredes. Imagino que ainda haja muito tesouro escondido pelos escravos.
Beijos,
Lu