Autoria de Lu Dias Carvalho
A nossa cultura é adepta da Lei de Gérson. Aqui as pessoas querem levar vantagem em tudo, o que significa, sem usar de rodeios, passar o outro para trás. Em se tratando de negócios, a verdade é que ninguém leva vantagem sem que essa seja retirada do balaio da outra parte. Deveria ser considerado um bom negócio, quando esse fosse satisfatório para ambas as partes, mas não quando apenas uma delas angariasse maiores ganhos. Mas não é assim que funciona o mundo capitalista.
O “contrato leonino” é ainda pior do que a Lei de Gérson, pois ludibria principalmente as camadas mais pobres e incultas, incapazes de ler nas entrelinhas ou de pagar por consultorias. Este tipo de contrato vem acontecendo muito nos dias de hoje, a começar pelas letras minúsculas, impossíveis de serem lidas, presentes nos contratos de empréstimos, adesão aos planos de saúde, TV a cabo, aluguéis e coisa e tal.
A expressão “contrato leonino” tem sua origem numa fábula de Esopo que depois foi recontada por Fedro, La Fontaine e outros, com algumas modificações, tendo como personagens a raposa, o leão, o chacal e o lobo (fábula presente no livro HISTORIANDO FÁBULAS de minha autoria).
Na fábula os quatro animais associam-se durante uma caçada. A presa que tal sociedade pegasse seria irmãmente dividida entre seus membros. Após matarem um inocente viadinho, puseram-se a fazer a partilha, tendo o leão no comando. E no parte e reparte, o rei da selva acabou ficando com o animal inteiro, enquanto os demais ficaram a ver navios?
Portanto, caro leitor, abra bem os olhos quando for fazer algum contrato, ou vender algo. Numa sociedade capitalista como a nossa, os leões andam cada vez mais vorazes, pouco lhes importando se a presa é frágil ou robusta, o importante é levar a melhor.
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Lu
Triste realidade em todos os segmentos, do nosso pãozinho de cada dia às tarifas mensais, uma contestação como consolo, a tributos pouco esclarecidos!
Sandra
É verdade! E nem mesmo sabemos pelo que estamos pagando. O Estado brasileiro é um sanguessuga que quase nada oferece em troca.
Beijos,
Lu
Lu
Discordo que os contratos leoninos sejam artimanhas de hoje. Sempre existiram. Antigamente o povo era mais inocente, confiava mais. Sempre houve os malandros, os que querem tirar proveito de tudo. Não sou uma pessoa com experiência em trambicagem. Graças a Deus nunca me deparei com os ditos pilantras. Sofri 3 assaltos que me deixaram traumas. Não acho que hoje é pior do que antigamente.
Celita Linda
Os contratos leoninos sempre existiram e continuarão a existir, pois a esperteza veio junto com a inteligência humana. Em razão do pouco acesso à informação, as pessoas de antigamente eram muito mais propensas a serem passadas para trás, gozando uma pequena minoria de formação em malandragem e, por isso, deitando e rolando. Também não podemos nos esquecer de que os golpes virtuais estão pululando em todo o mundo. Olho vivo!
Beijos,
Lu
Lu,
Um verdadeiro “Contrato Leonino” vai ser assinado essa semana com a Privatização da Eletrobrás. Os Investidores vão ficar com a maior parte e o governo com uma merreca no famoso Contrato Caracu.
Adevaldo
Perdoe-me a rima barata, mas o povão brasileiro irá tomar no c. com o Contrato Caracu.
Beijos,
Lu
Ed
O mercado brasileiro é um dos mais avaros do mundo. Imagine só, encontrei uma blusa numa pequena loja no coração da cidade com um valor ínfimo, mas não havia o número que eu queria. Num shopping, encontrei a mesma blusa, inclusive com a mesma etiqueta, 500% mais cara. E olhe que a pequena loja não estava tendo prejuízo! Por isso, as vendas caem, pois o comprador brasileiro está ficando esperto, pesquisando, ciente de que é preciso buscar melhores preços. O consumista doentio compra sem necessitar e sem pesquisar, sem se importar em ser passado para trás. É precioso olho vivo, pois a falta de escrúpulo só pensa no lucro fácil e desmedido.
Abraços,
Lu
LuDias
A nossa sociedade capitalista está tomando de vez todas as nossas esperanças. Ela impôs, como artigo mais importante, o bem material. É o materialismo o bem mais importante do sistema capitalista que está tomando conta e destruindo quase tudo. Como não têm escrúpulos alguns, a sociedade capitalista semeia contratos leoninos e incentiva a lei de Gérson, levando, é claro, vantagem em tudo.
Nos velhos tempos, os valores humanos eram outros. Tínhamos falhas, erros, o bem e o mal se digladiando. Acho que em todos os tempos isso aconteceu. No entanto, era um mundo muito melhor para viver, pois havia muito mais amor, solidariedade, amizade.
Hoje, resta-nos o culto à futilidade e ao prazer de usufruir bens materiais. O homem caminha firme para a sua infelicidade e destruição. Mas vamos fazendo nosso Carpe Diem, de cada santo dia. Quem sabe, talvez possamos retornar aos tempos da alegria que embalava nosso espírito.