Victor Meirelles – MOEMA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

moema

A tela, que assim nos arrebata e seduz, resiste à análise crítica a mais exigente, considerando-se a execução artística e as exigências da composição. (Homem de Melo)

Obra de maior valor, pois que reúne em grau muito subido todas as qualidades da grande pintura, é a Moema do Sr. Vctor Meirelles de Lima. Desenho, colorido, transparência aérea, efeitos de luz, perspectiva, exata imitação da natureza em seus mais belos aspectos, elevam esta composição magistral à categoria de um original de grande preço. O assunto, todo nacional, é uma das nossas lendas mais tocantes. (Gomes dos Santos)

A composição Moema é uma obra do pintor brasileiro Victor Meirelles, pintor de história, que nela retrata um tema indianista e, que faz parte do imaginário nacional. O artista inspirou-se no canto VI do poema épico “Caramuru”, escrito de frei José de Santa Rita Durão, em 1781, especificamente em “Caramuru, Poema Épico do Descobrimento da Bahia”.

Para entender melhor a pintura, o leitor precisa conhecer um pouco do mito sobre Moema, uma índia brasileira que se apaixonou por  Diogo Álvares Correia, náufrago português, que recebeu dos indígenas o apelido de Caramuru. Ao se ver abandonada, a índia jogou-se no mar, nadando atrás do navio francês que conduzia seu amado de volta à Europa. Ele levava em sua companhia apenas a índia Paraguaçu. Moema morre de exaustão e seu corpo é levado até à praia pela maré, onde é encontrado.

Na pintura, o corpo nu de Moema, em primeiro plano, encontra-se numa  praia desértica, em meio a pedras, areia e conchas. Tudo em derredor parece silencioso e calmo. Até o mar mostra-se quieto. O dia parece estar amanhecendo. Os cabelos negros e revoltos da índia estão espalhados sobre a areia, como se servissem de travesseiro para seu rosto pálido, voltado para o céu. Ela ainda traz no corpo parte da tanga de penas coloridas, que lhe cobre a púbis, arranjo esse que tira a naturalidade da pose.

O artista escolheu para pintar, não uma cena descrita pelo poema épico, mas aquilo que imaginou ter acontecido com a índia, após seguir o navio em que se encontrava Caramuru. Ou seja, ele ampliou o enredo do escritor, dando-lhe um final de acordo com sua imaginação.

Na época em que foi feita, a pintura teve pouca repercussão, contudo, atualmente é vista com outros olhos. Críticos e historiadores de arte têm-na como um importante marco na carreira de Victor Meirelles, sendo um dos mais notáveis exemplos do indianismo romântico na artes visuais brasileira, transformando-se num ícone nacional, inclusive recebendo várias releituras e sendo objeto de estudo nas escolas.

Ficha técnica
Ano: 1866
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 129 x 190
Localização: Museu de Arte de São Paulo (MASP), Brasil

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.escritoriodearte.com/artista/victor-meirelles/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Victor_Meirelles

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