Correggio – JÚPITER E ANTÍOPE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

jupeaA composição Júpiter e Antíope é uma obra mitológica do pintor italiano Correggio. O artista baseou-se na lenda grega que narra a história de Antíope – princesa de Tebas –, dona de uma beleza que fascinava quem a visse, tendo o próprio Júpiter sucumbido a seus encantos. Correggio compôs uma tela de extrema sensualidade.

O artista retrata o momento em que Júpiter – o pai de todos os deuses – transforma-se em um sátiro para seduzir a bela Antíope que se encontra dormindo num bosque, debaixo de uma árvore, ao lado do pequeno Cupido – deus do amor.

Enquanto a jovem e o pequeno deus dormem sob uma intensa luz que ilumina seus corpos, o deus dos deuses emerge, à esquerda, da parte escura do bosque, parando estupefato diante da lindeza da jovem. Ele toma nas mãos parte do manto azul que se encontra sob a cabeça da mulher. A presença de Cupido, dormindo ao lado de Antíope, que parece sonhar, reforça a ideia dos desejos libidinosos que Júpiter traz em relação à jovem princesa. Ao fundo, a vegetação escura dá maior projeção aos personagens.

Alegam alguns estudiosos de arte que o nome correto da obra seria Vênus e Cupido com um Sátiro, e trata-se de uma alegoria.  Presumem eles que esta alegoria do amor terreno era acompanhada de outra, denominada “A Escola do Amor” que celebrava o amor celestial.

Vejamos, então, sobre esta ótica:

A tocha flamejante que se vê entre Cupido e a mulher que se encontra dormindo é na verdade um atributo de Vênus, a deusa do amor. A tocha e as setas são também um atributo de Cupido – filho de Vênus – mostrando que o amor faz arder as pessoas acometidas por ele, afetando-as, mesmo que se encontrem distantes.

Cupido, ao lado de sua mãe, encontra-se dormindo profundamente sobre a pele de leão – símbolo da força que ganhara de sua vitória sobre Hércules – e sobre seu arco vermelho. Do lado direito da deusa está sua aljava. Vênus, por sua vez, dorme profundamente, com o braço direito em volta da cabeça e o esquerdo descansando sobre o arco vermelho de Cupido. Seu corpo nu é de grande beleza, com a pele sedosa e branca a irradiar luz.

O sátiro – criatura metade homem e metade bode – postado atrás da deusa é tido na mitologia greco-romana como perseguidor das ninfas e participantes das bacanais do deus Baco, sempre afeito aos desejos do sexo. Ele levanta parte do manto azul sobre o qual a deusa encontra-se dormindo, o que faz sombrear sua cabeça, pescoço e braço direito.

Na mitologia greco-romana não há nenhuma história referente a Vênus ser violentada por um sátiro, portanto, esta pintura deve ser vista mais como uma alegoria do que como uma história mitológica. Segundo estudos, o nome recebido por ela, no século 17, era “Venerie Mundano” (Terrena Vênus), dando ênfase ao amor carnal.

Quer seja Júpiter e Antíope ou Vênus e Cupido com um Sátiro, o fato é que esta composição de Correggio tem colecionado admiradores em todos os tempos. A pele sedosa da jovem como se expelisse luz interior, nunca fora antes vista na pintura. Outro motivo de encantamento é o modo como o artista apresentou a beleza feminina.

Ficha técnica
Ano: c. 1524
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 188 x 125 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Correggio/ Editora Abril

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