Autoria de Lu Dias Carvalho
Para muitos estudiosos, foi ao tomar conhecimento do suplício de Gordon, cuja foto foi mostrada pela revista “Harper`s Weekly”, e que causou consternação em várias partes do mundo, especialmente entre os abolicionistas parisienses, que Cézanne pintou a sua obra denominada O Negro Cipião (foto menor). A composição era, portanto, um manifesto contra a escravidão. O artista pintou sua obra três anos depois de a foto ter sido publicada.
A história de Gordon não foge às muitas outras de negros escravos, que fugiam dos Estados sulistas norte-americanos, escravocratas, para se unirem àqueles que lutavam pelo fim da escravidão, no norte do país. Era o auge da Guerra Civil Americana.
Gordon conseguiu fugir, através dos campos pantanosos da Louisiana e Mississipi, friccionando cebola no corpo cansado, para despistar os cães farejadores, que se encontravam em seu encalço, seguidos de seus capatazes. O seu objetivo era se unir aos soldados do norte do país, que lutavam contra os Estados escravocratas.
Os fotógrafos McPherson e Oliver clicaram o escravo com as costas dilaceradas pela covardia de seus senhores. A foto saiu na revista “Haper’s Weekly”, recebendo o nome de Costas Feridas. Elas mais se parecem com um bordado executado no próprio corpo, que horroriza quem vê, até mesmo nos dias de hoje. Quanta maldade pode conter o coração humano!
Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/07/1660211
Views: 4