O BRASIL É UM PAÍS DE ANSIOSOS

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Quem já não apresentou ansiedade alguma vez na vida? Acho que boa parte de nós. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade em todo o mundo, ou seja, 9,3%  de brasileiros sofrem com o problema. Já em outros países, a média é bem inferior, cerca de 3,6%. Podemos ver que o problema por aqui atinge quase 10% da população e que em vários casos chega a sufocar e a paralisar a pessoa, processo que pode durar meses e até anos.

A ansiedade pode surgir de forma sutil, como a entrega de um trabalho, um primeiro encontro, uma entrevista de emprego e através de diversos fatores que nos causam estresse diário. Entretanto, quando deixa de ser temporária e começa a impactar negativamente a vida de uma pessoa é preciso atenção médica.

Os transtornos de ansiedade cursam com um estado permanente de aflição, angústia, insegurança, estranheza do ambiente, entre outros. Contudo, essa doença tão prevalecente continua a ser tratada de forma negligente pela sociedade. Conheço pessoas em que os níveis de ansiedade são tão altos que me pedem para dormir mais tempo, “pois o início do dia é um terror”; pedem-me para “tirar um aperto no peito que não passa”; afirmam-me que “querem melhorar, mas o corpo não deixa; dói todo e não consiguem fazer nada”.

Esses e vários outros relatos são reais e de pessoas que sofrem do transtorno de ansiedade e que necessitam de um olhar atento e de uma intervenção terapêutica rápida. Várias são as formas de tratar da ansiedade generalizada, e não estou falando somente de prescrever uma medicação, que seria uma forma muito simplista para cuidar de um problema tão grave.

Você, caro leitor, que sofre com problema de ansiedade, se seguir alguns passos durante o decorrer do dia poderá se sentir melhor, neste “estado de sufocação permanente”. Vamos lá:

  • inicie o dia fazendo um alongamento simples;
  • passe a um café da manhã leve, optando por produtos que contenham o aminoácido triptofano (banana e leite), que irá aumentar os níveis de serotonina;
  • durante o caminho para sua atividade habitual (escola ou trabalho), tente ter somente pensamentos positivos (pensamentos negativos não ajudam em nada – pelo contrário só aumentam sua ansiedade).
  • durante o trabalho do dia a dia, pare algumas vezes para controlar a respiração;
  • pratique uma respiração profunda pelo nariz e faça a expiração pela boca. Veja que isso alivia qualquer produção de ansiedade naquele momento;
  • mantenha sua rotina organizada. Não há nada pior para quadros de ansiedade do que uma pessoa desorganizada.

Portanto, pare um tempo e vá organizar seu quarto, sua papelada, enfim, qualquer coisa que remeta à falta de organização. Dando sequência à procura de bem-estar, não poderia faltar a atividade física em algum momento do dia. É esta atividade que reduz os quadros de estresse. Enfim, termine o seu dia com um bom banho e a utilização de chás que relaxam à noite (como valeriana, melissa, etc). Sêneca, filósofo romano, disse: “Nada é tão lamentável e nocivo como antecipar desgraças”. Isto é ansiedade pura. Fuja deste padrão e procure ajuda!

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20 comentaram em “O BRASIL É UM PAÍS DE ANSIOSOS

  1. Rosa

    Lu e amigos

    Graças aos medicamentos, a Deus e a vocês deste espaço maravilhoso, fiz a minha viagem para a Europa, apesar do receio que estava sentindo de passar mal em decorrência do pânico e da depressão.

    Tomo o Escilex de 5 mg desde dezembro do ano passado, quando tive uma crise fortíssima de ansiedade. Já tenho um passado de mais de 7 anos de medicações, passei por várias crises, como já escrevi neste espaço.

    Durante a viagem que foi linda, consegui dar conta dos passeios, porém, tive quedas de “energia” repentinas. Isso acontece com vocês? Estou preocupada porque, às vezes acabo de fazer refeições e tenho essas quedas, além de continuar a ter espasmos musculares e nervosos à noite, depressão matinal volta e meia e muitas dores no corpo.

    O que vocês poderiam me dizer deste quadro, pois às vezes no auge da ansiedade, ouço vozes enquanto tento dormir, isso me preocupa. Eu, conscientemente, sei que muito da ansiedade e da depressão que sinto ultimamente se devem à convivência com o envelhecimento da minha mãe, uma senhora que sempre foi forte, mas hoje enfrenta limitações, o que me deixa angustiada e triste, além de ser muito autoritária comigo que fico o maior tempo com ela.

    É isso, e chega de reclamações, rs, só queria ouvir de vocês, se há alguém com um quadro semelhante, mesmo tomando medicações.

    Grande Lu, muito obrigada pela espaço, pelos conselhos, pela generosidade, e vamos em frente, com coragem.

    Beijos a todos!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Rosa

      Que bom saber que a nossa garota internacional viajou e deu conta do recado! Se fosse se deixar levar pelos temores, não teria saído do lugar. Parabéns garota POP!

      As quedas de energia em viagens internacionais são muito comuns tanto pelo fuso horário quanto pelo cansaço em razão do número excessivo de informações recebidas, portanto, isso não é motivo de preocupação. Você escreve:

      “Estou preocupada porque, às vezes acabo de fazer refeições e tenho essas quedas, além de continuar a ter espasmos musculares e nervosos à noite, depressão matinal volta e meia e muitas dores no corpo.”.

      Quanto a isso, somente seu médico que a acompanha de perto poderá analisar o que está acontecendo, mesmo assim não vejo motivos para preocupações, podendo ser tais sintomas ser de origem neurovegetativa. Eu mesmo passei por problemas dessa ordem com uma dor na barriga e braço direito adormecendo. Após exames (colonoscopia, endoscopia, eletrocardiograma…) que deram negativos, vi que tudo era reação do meu sistema nervoso.

      Perdi minha mãe, uma pessoa extremamente lúcida e trabalhadora, há alguns anos. Sofri muito até compreender que sua morte fazia parte do ciclo da vida e não havia nada que eu pudesse fazer, a não ser dar continuidade à minha, da melhor forma possível. Nós, depressivos, devemos trabalhar a transitoriedade da vida mais do que as outras pessoas. Assim é a existência, minha amiguinha, de tudo que tem vida.

      Um grande beijo,

      Lu

      Responder
      1. Rosa

        Oi, Lu!

        Muito obrigada, outra vez, pela sua bondade e paciência conosco, depressivos e ansiosos, quadros que nos fazem meio repetitivos, rs. Sim, temos de nos preparar para aceitar a morte de nossos entes queridos e, com o passar dos anos, a nossa própria partida. Nós, ocidentais, não temos a cultura de lidar com a morte com a naturalidade que alguns povos orientais têm, somos criados para não falar no assunto e temê-lo, principalmente. Como sou adulta e já tive muitas perdas dolorosas na minha vida, venho procurando trabalhar melhor a questão do fim do ciclo, para, quando vier a acontecer, eu seja capaz de sofrer, mas não adoecer tanto como já aconteceu.

        Beijos a todos!

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Rosa

          Infelizmente não temos outra saída senão aceitar a transitoriedade da vida. Somos todos passageiros fugazes do tempo, por isso, devemos viver da melhor forma possível cada dia, sem nos apegarmos à doentia postura do “ter” em detrimento do “ser”.

          Beijos,

          Lu

  2. Luis

    Lu
    Gostaria de saber se ao ter problemas de ansiedade é normal sentir tonturas e vertigens durante vários dias?

    Eu sou baste ansioso e faço tratamento com escitalopran 20 mg , mas mesmo fazendo tratamento há mais de 1 ano sinto vários sintomas desagradáveis, de momento o que tenho sentido mais são as tais tonturas e vertigens.

    Obrigado

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Luiz

      Como você já está fazendo o tratamento há mais de um ano, não era mais para ter esses efeitos adversos. Ao que me parece, a dosagem encontra-se baixa ou o medicamento não está fazendo o efeito esperado. Aconselho-o a voltar ao seu psiquiatra para fazer uma nova avaliação, pois não é normal “sentir tonturas e vertigens durante vários dias”. Aguardo uma nova comunicação sua.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  3. Sandra Lima

    Amigos
    Quero compartilhar com vocês meus progressos. Há 10 anos tive depressão pós parto. Ano passado, devido a várias mudanças e perda de ente querido, tive depressão novamente com uma ansiedade absurda. Confesso que demorei a aceitar isso, porém procurei um médico para tratar os sintomas horriveis dessa doença. Este site foi muito importante para vencer as barreiras do preconceito de tomar antidepressivos e para continuar POP, pois nem sempre é fácil.

    Após seis meses de tratamentos, estou fazendo o desmame do escitalopran de 10 mg faz uma semana, e me sinto ótima. Peço-lhes que não desistam! Vocês não estão ficando loucos, como eu mesma pensava, esses pensamentos estranhos vem da própria ansiedade e depressão. Vou continuar com vocês, incentivando cada um. Lu, obrigada pelas palavras encorajadoras.

    Boa Sorte! Deus os abençoe!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Sandra

      Que notícia maravilhosa! Ainda me lembro de você, achando que seu sofrimento não teria um fim. Tudo foi questão de paciência e esperar que o antidepressivo agisse a contento. Em nome de todos os frequentadores deste espaço eu agradeço o seu depoimento e suas palavras de incentivo. Isto é muito importante, pois há pessoas que ainda se encontram vivendo o que você passou no início de seu tratamento. Muito obrigada, minha querida! São poucos os que aqui voltam para falar do progresso alcançado e incentivar os companheiros de caminhada.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  4. Adevaldo Souza

    Lu,

    Esse texto está apropriado para o momento que está passando a população brasileira. Aprofundando no assunto como, você vê a relação entre o medo e a ansiedade, dentro da interfase do mundo exterior com o mundo interior e os elementos da percepção de risco, vulnerabilidade e capacidade de resposta dos passos propostos pelo Dr. Telmo?

    Abraço,

    Devas.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Devas

      O medo e a ansiedade são a face de uma mesma moeda, pois são frutos de uma destrutiva simbiose. O mundo exterior, com seus tentáculos, aprisiona o indivíduo, e esse, sem equilíbrio emocional, assimila-o, passando a vivenciá-lo. O que era externo, torna-se interno, advindo daí o medo e, consequentemente, a ansiedade. Mas não podemos nos esquecer que também existe a ansiedade (TAG) como um transtorno mental, proporcionado pelo mau funcionamento dos neurônios.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  5. Rosa

    Oi, Lu!
    Gostaria de perguntar pra você ou para os leitores desta página se eu posso tomar o Cloridrato de Venlafaxina, antidepressivo, pois tenho uma ansiedade maluca, e ao mesmo tempo tomar Ciclobenzaprina. Por causa da ansiedade e do pânico sinto muitas dores no corpo, à noite e de manhã tenho espasmos musculares, como se meus nervosos estivessem sob pressão. A clínica geral me passou o Ciclobenzaprina, e a psiquiatra me passou o Venlafaxina. Perguntei se poderia tomar o relaxante muscular, mas que é também antidepressivo, mas percebi uma insegurança por parte da psiquiatra. E então, vocês podem me ajudar. Vou viajar pra Europa daqui a três dias e quero levar estas medicações para conseguir ficar mais relaxada e aproveitar o passeio.

    Grande beijo a todos, e muito obrigada pela ajuda.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Rosa

      A pessoa mais indicada para lhe responder isso é um psiquiatra. Se as suas dores no corpo e os espasmo são provinientes de sua ansiedade, o antidepressivo deveria saná-los. Ou isso não tem acontecido? Mas, para sua segurança, converse com outro psiquiatra a respeito, antes de viajar. Assim poderá viajar tranquila, sabendo o que está tomando. E se não sentiu confiança na sua médica, vá em outro. Nunca tome nenhum medicamento tendo dúvidas.

      Você tem feito algum exercício físico? Eles são ótimos para essas suas dores de coluna e espasmos musculares. Quando voltar da viagem, venha aqui para contar-nos como foi e como está se sentindo.

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. Rosa

        Oi, Lu, muito obrigada pela sua resposta. Vou viajar no sábado, então não tenho como consultar outro psiquiatra. Mas tudo bem, vou levando meus remédios, e você e os amigos deste espaço torçam para que tudo dê certo. Grande abraço a todos.

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Rosa

          Já estamos torcendo, se possível, dê-me notícias de lá, sobre sua saúde. Tenho a certeza de que será um passeio maravilhoso. Uma boa viagem!

          Abraços,

          Lu

  6. Edward Chaddad

    Dizem que a pressa é inimiga da perfeição. É verdade que temos que dar um tempo para fazer as coisas mais devagar, buscar o sossego antes de começar a trabalhar. Ler coisas alegres. Buscar pensamentos positivos. Virar a mesa da amargura, pensar menos nas tristezas e tragédias da vida. Lembrar dos tempos mais radiantes, rir com eles, mesmo nas lembranças. Tentar imitar o sorriso daquele gente muito carinhosa com quem convivíamos. Pois a vida de hoje está levando o ser humano à tensão nervosa, à insônia, aos pensamentos fixos voltados aos fatos que o amarguram e que o deixaram decepcionados com o mundo, que estamos legando aos nossos filhos. Quer saber, nada como um lexotan para esquecer e dormir.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Edward

      Realmente precisamos trocar o rumo de nossa história. Se não podemos mudar o mundo, que, pelo menos, comecemos por nós mesmos. Toda e qualquer mudança só pode começar de dentro para fora. Fora disso tendemos a fazer parte das estatíscas alarmantes de ansiosos em nosso país. O problema chega a ser gritante. Está aí uma batata quente para os políticos tirarem a casca. Por que o brasileiro encontra-se assim? Eis a questão.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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