Autoria do Dr. Telmo Diniz
Hoje é dia nacional do Enfermo
Desde que me formei na Universidade Federal do Rio de Janeiro, aprendi com grandes mestres, principalmente nos últimos dois anos antes da formatura, como se deve tratar um paciente. Durante minha graduação, passei por diversos estágios, como pronto-socorro, cirurgia geral, centro de tratamento de queimados, centro de hemorragia digestiva, obstetrícia, CTI, etc. Saí da faculdade como clínico geral e é o que faço até os dias atuais.
Como clínico, atendo pacientes com diversas patologias. Então, para o hipertenso, um anti-hipertensivo; para o diabético, uma medicação para o controle dos níveis de glicose no sangue; para a tireoide “que não funciona”, uma reposição do hormônio. E daí vai. O que quero dizer é que, desde que saí da faculdade, vejo no cotidiano do médico o tratamento de doenças, onde a tônica tem como foco a cura ou a estabilização das doenças. Não que as medicações não sejam importantes. São, sim! Salvadoras de vidas em diversos casos. Mas, de longe, não são sinônimos de boa saúde. Não me lembro de ter uma cadeira na faculdade de “prevenção”. Se foi falada alguma coisa, não me lembro. Nos estágios, nem de perto qualquer coisa sobre hábitos de vida saudáveis. No máximo, o que a gente ouve é: “Você tem que perder peso, fazer exercício físico e ter uma dieta balanceada”.
Ao contrário do que observo na rotina diária do médico, as pessoas previnem-se ao colocarem o cinto de segurança antes de assumirem os volantes dos seus automóveis, os quais também possuem freios ABS e airbags para o caso de haver um acidente. As pessoas também se previnem ao colocar grades nas janelas para as crianças, a fim de evitar acontecimentos que poderiam trazer graves consequências. A grande maioria das pessoas não faz a prevenção médica como deveria, e procura nas medicações uma melhor projeção para sua saúde.
Somente para ilustrar um caso recente, após uma cirurgia, a paciente queixou-se de “indisposição e dor no estômago”. Como havia feito uso de anti-inflamatório, foi prescrito omeprazol endovenoso. Pouco depois, a paciente queixou-se de náuseas e vômitos biliares. Foi, então, prescrito plasil endovenoso. Ela passou sete dias sem alimentação, somente na “soroterapia”, pois as náuseas persistiam. Então, foi indicado, para o dia seguinte, a introdução de sonda para alimentação. Acompanhando todo o processo, pensei sobre o que poderia estar causando tamanho desconforto. Quando estou “perdido” em determinado caso, tenho a tendência de observar se as medicações não estão interferindo no processo de melhora do paciente, pois cada pessoa reage diferentemente ao uso das mesmas, ou seja, podendo apresentar efeitos colaterais diferentemente de cada uma. Então todas as medicações foram suspensas. Em 24 horas, o paciente já alimentava via oral e com muita fome, sem nenhuma queixa clínica. Em 48 horas, estava de alta hospitalar. Em resumo, não podemos achar que pílulas vão resolver tudo. As medicações são para ajudar e não para atrapalhar ou protelar um problema de saúde. A medicalização nos rodeia e, portanto, temos que considerar isto em nosso cotidiano. O pai da medicina, Hipócrates, disse:
“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”.
(*) Imagem copiada de www.massala.org
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“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”.
Esqueceram de avisar os laboratórios (conluio com médicos) e os próprios.
Medicina é uma arte que deixou de existir (pelo menos no Brasil) há muito tempo.
Abração
Mário Mendonça
Mário
E bota conluio nisso.
À indústria farmacêutica só interessa o lucro.
E aos médicos também, em sua maioria.
Como diz o Dr. Telmo, a alimentação é o melhor remédio.
Abraços,
Lu