Autoria de Lu Dias Carvalho
Estamos continuamente expostos a situações estressantes que geram ansiedade e apreensão. Somos frequentemente regidos pelo medo de não ter ou de não ser algo. (Dr. Michel Haddad)
Dentre as variadas causas que têm levado ao aumento dos transtornos emocionais, a vida agitada de nossos dias é sem dúvida uma das mais patentes. Ao buscar desesperadamente o “ter” em detrimento do “ser”, as frustrações ganham um patamar cada vez mais elevado, pois é impossível encontrar num mundo densamente povoado – capitalista e competitivo em que a equidade encontra-se cada vez mais distante – um lugar ao sol para todos. Assim, na medida em que crescem as aspirações, diminuem as possibilidades de realização, levando à insatisfação, ao desencanto e, consequentemente, às doenças mentais.
Outro ponto que deve ser levado em conta no surgimento de tais transtornos é a enxurrada de informações – tanto positivas quanto negativas – da mídia na vida das pessoas, principalmente nos grandes centros. Ao focar questões como doenças, desemprego, violência, crise na saúde, na educação e na economia, elas acabam fragilizando as pessoas e cavando um fosso propício às doenças mentais. A poluição e a agressividade de estímulos visuais e sonoros em excesso, bombardeando os cidadãos a todo instante, são também estímulos para o surgimento de transtornos mentais, sobretudo o da Síndrome do Pânico (SP), pois, segundo a neuropsicóloga Priscila Gasparini Fernandes, especialista em SP, “Todos esses fatores podem levar ao aumento da atividade de determinada regiões do cérebro, desencadeando a síndrome”. A afetividade negativa é também conhecida como neuroticismo – termo referente a indivíduos que possuem uma maior propensão a um estado emocional negativo. As pessoas com perfil neuroticista possuem maior predisposição aos estados depressivos, sofrendo com sentimentos de culpa, inveja, raiva e ansiedade de forma mais contundente.
Hoje a Ciência já sabe que diferentes fatores – ambientais, genéticos, fisiológicos e temperamentais – podem ser responsáveis pelo surgimento de transtornos como o do pânico. Segundo a psiquiatra Renata Bataglin, “Quando o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos, ele causa sofrimento e interfere no desempenho social, familiar e profissional. Por isso, é preciso buscar auxílio médico o quanto antes”. Em sua tese, a referida psiquiatra trabalha com a hipótese de que indivíduos que lidaram com comportamentos paternos que transmitiram sensação de medo (abusos sexuais, verbais e emocionais) são também mais predispostos à SP.
O Transtorno do Pânico é visto como uma das ramificações dos transtornos de ansiedade. Quando não contida, a ansiedade desaguará em crises de pânico, isto porque ambos têm o medo agudo como gatilho. O psiquiatra Michel Haddad explica que “Geralmente, quem sofre de Síndrome do Pânico é ansioso, mas o ataque não é exclusivo deste transtorno, podendo ocorrer em outras doenças de ansiedade, como fobias específicas, transtornos de estresse e transtorno de ansiedade generalizada”. É sabido que nem toda ansiedade é negativa, como informa a psiquiatra Renata Bataglin: “Ela é considerada normal quando se manifesta nas horas que antecedem um acontecimento importante, como uma entrevista de emprego ou uma prova, e serve como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar um desafio”. Ela complementa: “Se a ansiedade não tem controle e causa preocupação excessiva, angústia e sofrimento que bloqueia as atividades rotineiras, é sinal de um possível transtorno de ansiedade generalizada (TAG)”.
Nota: obra de Salvador Dalí.
Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial
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Lu
Temos que conhecer, sim, até para aceitar e lidar com tudo. Ainda tenho crises, mas esporádicas, e já não me assustam tanto, e não tenho mais tanto medo de tomar o rivotril, se for necessário. Um dia de cada vez, vamos melhorando.
Beijos
Renata
É isso, mesmo! O conhecimento acaba por nos libertar. Continue lendo os artigos novos.
Beijos,
Lu
Lu,
estou bem melhor. E lá se vão mais de dois meses de pristiq e Valdoxan, rivotril na dose mínima e muita terapia. Estou dormindo melhor, mais animada e prestes a ser liberada para o trabalho. É claro que há dias melhores e piores e a minha amiga ansiedade das manhãs, mas estou aprendendo a lidar com ela. Eu sei que o processo é longo, mas vendo minha melhora em apenas dois meses, sei que boas coisas me aguardam.
Fica a dica para quem está começando, vale a pena aguentar os efeitos colaterais, pois depois tudo melhora.
Beijos
Renata
Fico feliz ao saber que já se encontra bem melhor. Sempre que as pessoas somem, sei que estão melhores… risos. Continue fazendo o tratamento direitinho e lendo os textos que envio, pois quanto mais conhecimento tiver sobre sua doença, mais poder terá sobre ela.
Beijos,
Lu
Lu,
troquei tudo, médico, psicóloga e medicação, e foi a melhor coisa. Eu não aguentava mais crises de ansiedade, e o médico anterior me chamou de desesperada e impaciente. Uma amiga me indicou outro, foi ótimo. Fui diagnosticada com Burnout e Tag.
Estou há 21 dias com Pristiq e Rivotril para dormir e caso tenha alguma crise durante o dia. Não tive mais crises, mais acessos de raiva, meu humor melhorou muito. Praticamente não tive efeitos colaterais, somente um pouco de dor de cabeça, e ainda acordo antes do meu horário e um pouco ansiosa, mas até onde eu sei a manhã é sempre o período mais crítico para quem tem depressão ou ansiedade. Aos poucos vou melhorando e retomando minhas atividades, espero em breve estar livre também do rivotril.
Renata
Sempre que não estivermos nos sentindo bem com o profissional responsável pela nossa saúde, o melhor a fazermos é realmente buscar outro. Você tomou uma medida sensata e que lhe trouxe reais benefícios.
Realmente a pior parte do dia é a manhã, mas com o passar das horas o nosso corpo vai entrando no ritmo. Sempre que acordar, procure levantar-se imediatamente da cama e buscar fazer qualquer atividade para desviar o foco de sua mente. Continue enviando notícias suas.
Beijos,
Lu
Lu
Fiquei um tempo ausente, pois estava esperando ver como iria ser a minha evolução e consulta com o psiquiatra.
Sobre a taquicardia/palpitações, o médico aumentou a dosagem do Tolrest (Sertralina) e também me passou propanolol. A aceleração do coração melhorou consideravelmente com esse aumento.
Um dos sintomas colaterais que tenho são GASES! Fiquei uma semana tomando …. e comecei a sentir uma queimação no esôfago que me preocupou. Neste domingo, aumentei a dosagem. Estou no quarto dia e senti que a queimação continuou. É muito ruim. Eu nunca tive azia/gastrite, na minha vida. Claro que às vezes eu sentia uma dor no estômago, dependendo do alimento que comia, mas azia, nunca senti.
Já passei pelo cardiologista, endocrinologista, clínico e não quero mais parar no médico a todo momento. Estou com a vitamina D baixa, mas já estou repondo-a. Estou no 41º dia de medicação (Tolrest), bem melhor das crises, minha vida mudou bastante pra melhor em se tratando de qualidade. Mas o que tem me deixado mais angustiada é essa azia/queimação. Sempre que aumento a dosagem os gases ficam mais intensos, mas só agora estou sentindo azia. Estou muito preocupada. Já penso em doença grave. Minha alimentação está toda modificada, já perdi peso. Tomo suco de couve com limão todos os dias, tenho comido em poucas quantidades. Estou achando que isso é da medicação, pois sempre fui muito ansiosa e nunca tive problemas gastrointestinais. Também tenho sentido contrações, peso no peito ao deitar e cãibras na costela.
Obs.: o meu médico me avaliou e disse que estou muito melhor, que o tratamento está surtindo efeito. Ainda não estava com azia quando passei por nele. Será que vou sofrer tanto assim pra poder viver bem? Será que essa azia é normal de quem toma essas medicações? E as contrações musculares? Será que isso passa?
Mais uma vez, muito obrigada por tudo!
Beijos,
Carolina
Através de seus comentários é possível chegar à conclusão de que é uma pessoa altamente hipocondríaca (Leia sobre o assunto no Google). Terá que fazer um trabalho muito sério consigo mesma para livrar-se deste sofrimento criado por você. Mesmo com o resultado dos exames em mãos você não acredita neles. Sua cabecinha fica sempre criando doenças, sofrendo desnecessariamente. Converse com seu médico sobre isso, pois ele poderá ajudá-la. É possível que venha a necessitar de tratamento psicoterápico.
O nosso sistema digestivo é o que mais sofre com os nossos problemas emocionais, pois tudo repercute nele. O coitado funciona como um saco de pancadas. Os gases que sente podem ser uma consequência dos medicamentos que toma ou um efeito de seu estado emocional em constante alerta, excessivamente ansioso.
Carolina, por ocasião do golpe contra a presidenta Dilma, o que me deixou muito agoniada, eu passei a sentir uma dor abdominal que só fazia aumentar. Não estava nem mais aguentando ficar sentada. Meu médico pediu dois exames: colonoscopia e endoscopia que deram negativos. A partir daí eu tirei aquilo da minha mente e a dor sumiu sem que eu nem percebesse. Tudo era psicossomático. Penso que o mesmo acontece com você. Pare de ficar pensando em doença. Preencha seu dia com coisas boas. Saia de casa, converse, veja programas interessantes… Tudo isso a ajudará a eliminar esses pensamentos ruins que estão a fazê-la sofrer. Saiba que os médicos não fazem milagres. O nosso comprometimento é muito importante. Em suma: precisamos ajudar a nós mesmos!
Obs.: Nas guerras, muitos soldados só percebiam que estavam feridos quando a batalha passava. Isso acontecia porque a mente deles estava focada no inimigo e não em si mesmos.
Aguardo novas notícias.
Beijos,
Lu
Lu
Esta noite consegui dormir melhor. Não me levantei nenhuma vez, só acordei uma vez meio assustada com os batimentos e com uma dor de cabeça bem chata, pois iniciei ontem a dosagem de 50 mg de Sertralina. A partir de agora é aguardar a ação plena da medicação, uma vez que depois de quatro longas semanas, atingi a dosagem estabelecida pelo médico.
Quanto ao coração, o que mais me chateia são essas contrações que dão entre um seio e outro, bem rápidas, que não sei se é normal de quem tem Transtorno de ansiedade e se isso um dia vai passar. Isso já aconteceu com você? Muito obrigada pelo apoio, esclarecimentos, as suas palavras me confortam demais. É tudo muito novo para mim. São apenas dois meses convivendo com isso. Todo dia a gente acha que é o último.
Deus abençoe a sua vida.
Beijos
Carolina
Assim que seu organismo se estabilizar com a nova dosagem, esses batimentos aflitivos desaparecerão. Contudo, minha amiguinha, você também precisa se ajudar, pois o antidepressivo não faz milagres. Precisa trabalhar esse seu medo sem limites para que não se transforme numa pessoa hipocondríaca. Se fez exames e está tudo bem, não há com que se preocupar. Conheço muitas pessoas que têm arritmia, inclusive entre os leitores deste espaço, e vivem muito bem. Lembre-se de que o medo é um monstro que só cresce, se não podarmos suas raízes. Tais contrações são frutos principalmente de seu medo. Pesquise sobre “transtornos neurovegetativos” ou “transtornos psicossomáticos”. Acredite, você se encontra cada vez melhor. Continue POP!
Abraços,
Lu
Lu
Mais uma vez, muito obrigada pela resposta. Fico assustada, mas até estou relevando mais isso. Só não suporto porque sou várias vezes acordada durante à noite com o coração acelerado. No final da semana tenho consulta com o psiquiatra. Espero que seja um efeito do antidepressivo, e que passe o mais rápido possível. Não tem jeito, tudo o que mexe com o coração, faz-nos tremer as pernas. É tudo muito novo para mim.
Obrigada pelo conforto!
Beijos
Carolina
Assim que for ao psiquiatra repasse-me o resultado da consulta. Trabalhe para controlar a sua respiração. Há umas postagens aqui no blogue sobre o assunto em MENTE E CORPO.
Abraços,
Lu
Olá, Lu!
Comecei a ter crises de ansiedade desde o final de 2018. Sempre fui muito ansiosa, a vida toda. Resido fora do Brasil e estava com passagem marcada para vir ver minha família aqui (graças a Deus), quando as crises iniciaram. Acontece que lá no país onde vivo fui socorrida duas vezes, com o clássico sintoma de infarto. Eu já sabia que era portadora de TAG, mas não havia tido manifestações físicas em forma de crise (talvez a enxaqueca que tinha todos os dias, era disso).
O primeiro médico a que fui, receitou-me o Alprazolan três vezes ao dia, dizendo que era para me manter calma, mas não me encaminhou para o psiquiatra. Fiz eletrocardiograma, tudo normal. O segundo médico, já foi mais sensato, clínico, também, receitou Sertralina, um comprimido por dia, mas me pediu que assim que chegasse ao Brasil fosse ao psiquiatra e psicólogo. Fiz eletrocardiograma, também tudo normal.
Ao chegar ao Brasil marquei o psiquiatra e as sessões presenciais de terapia (comecei logo online). Inicialmente, o psiquiatra primeiro disse que preciso desmamar o Alprazolan, pois ele só “apaga o fogo”, não trata. E receitou Rivotril como SOS, receitou o Oxalato de Escitalopram, meio comprimido, inicialmente, mas foi um INFERNO. Tive efeito reverso, fiquei alucinada, tremia muito, pressão alta, taquicardia que não passava, pesadelos, etc. Voltei no médico e ele passou Tolrest (Sertralina), tomando meio comprimido durante uma semana, até chegar na dosagem de 50 mg por dia.
Estou no 10° dia de tratamento, iniciei ontem, tenho tido os seguintes efeitos: muitos gases, pontadas/dores no peito (às vezes acho que é dos gases, às vezes acho que é da ansiedade, às vezes acho que vou infartar), a enxaqueca melhorou muito, sinto choques/beliscão pelo corpo, principalmente no braço esquerdo, pernas, costas, tive uma crise de ansiedade um dia de madrugada, acordei com o coração super acelerado e queimação na parte do pescoço (mas apenas uma vez), mas passou rápido, e às vezes noto que se penso muito nos efeitos colaterais, passo o dia com taquicardia. Esses sintomas estão dentro da normalidade?
Obs.: Estou bastante otimista com o tratamento. Minha família e amigos dizem que, apesar do pouco tempo, já melhorei bastante, até a forma de falar mudou.
Carolina
Seja bem-vinda à nossa família. Sinta-se em casa.
Amiguinha, todo antidepressivo traz efeitos adversos, mas que passam em torno de três semanas, normalmente. Eles podem ser tão fortes que a pessoa passa a achar que se encontra pior do que antes de iniciar o tratamento. Nesta fase é preciso ser POP (paciente, otimista e persistente), mas há casos em que se faz necessário procurar o psiquiatra (vou lhe enviar um texto sobre isso que, embora seja sobre o oxalato de escitalopram, pode ser aplicado aos outros antidepressivos).
Carol, é muito importante buscar um especialista assim que as crises começam, pois quanto mais cedo o tratamento for iniciado, mais fracas e contornáveis serão as crises. Também é muito importante não paralisar o uso do medicamento sem ordem médica, pois o retorno ao mesmo é ainda mais difícil. Para saber qual é o antidepressivo com o qual o corpo irá se adaptar melhor, muitas vezes é necessário experimentar outros, mas uma vez encontrado a resposta ao tratamento não demorará. A sertralina tem sido também muito indicada. Ao que me parece, tudo o que está sentindo diz respeito aos efeitos adversos, mas se achar que algum deles está muito persistente e incomodando em demasia, deverá entrar em contato com seu médico. Gostaria que lesse o conteúdo dos links que lhe enviarei, para que obtenha maiores esclarecimentos, o que a ajudará muito entender como se processa o tratamento.
Continue em contato conosco!
Beijos,
Lu
Lu
Muito obrigada pela resposta. Hoje me sinto melhor, mais bem disposta. Conversei com o médico e ele disse para observarmos os sintomas, mas que tudo o que estou sentindo deve ser da ansiedade, o que misturou com a TPM. E que pelo o que lhe falei, já estou tendo melhora.
Fora as taquicardias, leves dores no peito, vida normal. Tenho seguido minha rotina. Noto que estou mais confiante em locais públicos, apesar de dar muita atenção a qualquer batida do meu coração. Estou no 12º dia, com metade da dosagem, ainda. Não tive mais crises. Não tenho mais enjoos, dores de cabeça. Mas as dores no peito, assustam. Esses taquicardias, contrações repentinas são normais de quem tem TAG? Fiz dois eletrocardiogramas, em janeiro, e os dois estão normais. Estou pensando em marcar um cardiologista.
Estou me esforçando, ao máximo, para ser POP! Mas é difícil, Lu!
Carolina
As palpitações são normalíssimas, como poderá ver em muito dos comentários. A maioria passa por isso. Você não tem mais necessidade de perder tempo com cardiologista, uma vez que já fez dois eletrocardiogramas. Agora é hora de racionalizar e não dar importância a isso. A apreensão só faz reforçá-la. Se passar a ignorar a taquicardia, ela irá desaparecendo. Tudo depende de você, amiguinha. Você é capaz!
Beijos,
Lu
Lu,
Estou voltando para dar o “update” do meu tratamento.
Estou no 19º dia de tratamento com Tolrest (Clor. De Sertralina). Meu médico me orientou a aumentar a dosagem a cada semana, até atingir 50 mg. Estou no 4º dia tomando 37,5 mg, e hoje me sinto bem pra baixo. Acabei marcando o cardiologista para que ele avalie meu coração. Até porque fazia tempo que não ia a um.
Assim que me chamaram pra fazer o eletrocardiograma, o coração já acelerou muito. Resultado, coração está ok, mas com arritmia. O cardiologista passou medicação pra arritmia e teste ergométrico que farei amanhã.
É normal que as palpitações persistam mesmo estando já no 19º dia de tratamento (apesar de ainda estar aumentando dosagem)? Noto que me assusto com tudo, estou mais sensível, e tudo meu coração acelera. Senti uma certa melhora já. Mas faz dias e dias. Hoje estou meio pra baixo, sentindo-me mal. Ainda tenho um pouco de gases e a ansiedade está a mil.
Mais uma vez, muito obrigada pela atenção.
Carolina
Além de encontrar-se nas três semanas iniciais do tratamento, você ainda está aumentando a dosagem gradualmente, o que faz com que os efeitos adversos demorem um pouco mais. Somente ao chegar à dose indicada é que seu organismo se adaptará totalmente ao medicamento. Portanto, é preciso um pouco mais de paciência durante esse processo, sendo as palpitações normais assim como a sua sensibilidade. Seu psiquiatra não lhe receitou um ansiolítico para tomar nessa fase inicial do tratamento? Fale sobre isso com ele. Os gases são provocados pelo seu estado de ansiedade, assim que melhorá-lo, seu organismo voltará ao normal.
Amiguinha, sempre temos dias bons e outros nem tanto. Essa fase ruim irá passar. Continue POP!
Beijos,
Lu
Lu
Meu psiquiatra passou Rivotril sublingual como SOS, e deixou claro para usar só em casos de crise. Como iniciei o Alprazolan há 1 mês e meio (receitado pelo médico clínico do país em que moro, mas ainda estou no Brasil, fazendo meu tratamento como POP), meu psiquiatra disse que tínhamos que “organizar a bagunça”, ou seja, desmamar o Alprazolan (que não trata nada) e utilizar, apenas, o Tolrest, e o Rivotril como SOS.
Comecei o desmame do Alprazolan (9º dia hoje), como tomava três vezes ao dia, ele mandou tirar o da tarde, após os 15 primeiros dias de uso da Sertralina, na primeira semana, e o desmame será bem leve, pois levarei cerca de dois meses para o mesmo, tirando de pedacinho, em pedacinho, a fim de que meu corpo não sinta tanto efeitos de abstinência, ainda estou no iniciozinho do tratamento.
Já estou no 22º dia, ainda na dosagem baixa e no domingo passarei a tomar 50 mg. Tenho dias bons, dias em que acordo meio trêmula, enjoada, sentindo o corpo meio que vibrando. Eu continuo POP, só fico com medo do meu coração sempre estar acelerado, às vezes sinto umas contrações bem rápidas no meio do peito (meu cardiologista me tranquilizou quanto a isso, mas fico assustada). Durante o dia nem tanto, mas à noite, principalmente quando deito do lado esquerdo e começo a perceber os batimentos, sinto que aumentam. Só queria me tranquilizar de que isso passará, que minha confiança aumentará e que virei aqui mostrar o meu troféu de vencedora POP! Só quero ficar em paz de que isso é comum ao quadro.
Obs.: estou há três dias com uma virose. Nariz constipado, sem apetite, leve dor de cabeça, dor nas articulações, mas praticamente não tive febre (temperaturas baixas).
Mais uma vez, Lu, muito obrigada! Você nos ajuda demais! Desculpe pelo desabafo, mas ninguém nos entende e você é uma pessoa que já tem muito conhecimento sobre o assunto! Deus a abençoe! Continuarei aqui dando o meu Up date!
Só uma observação: eu me esqueci de mencionar que eu não tenho usado Rivotril, porque tomo Alprazolan à noite, fico com “medo” de me viciar em mais uma medicação. Só o utilizei pra dormir, duas vezes, quando tomei o Escitalopram, fez aquele efeito maluco em mim.
Beijos,
Carolina
É muito bom saber notícias suas.
Seu médico atual tem toda a razão ao dizer que é preciso “arrumar a bagunça”, pois o excesso de remédios como o rivotril e o alprazolam, a longo prazo causam muitos problemas. Devem ser usados apenas quando forem extremamente necessários e não três vezes ao dia, como foi receitado, pois viciam. Parece que os médicos brasileiros são bem mais consciencioso. Se você toma Alprazolam, não deve usar Rivotril. Deve ser um ou outro e isso somente quando for necessário.
Amiguinha, os dias bons e outros nem tanto são comuns na vida de todas as pessoas, mas para nós que sofremos de transtornos mentais, os ruins chegam com um peso ainda maior. Contudo, com nossa força de vontade e otimismo iremos seguindo em frente. Sei que muitas vezes não é fácil, demandando muita força, mas somos capazes de vencer.
Quanto ao coração, você precisa trabalhar melhor seus pensamentos irrequietos. Não deixe que eles comandem sua vida. Confie nos exames que fez e deram negativos. Nossa mente prega-nos muitas peças. Quanto mais você se fixar nos seus batimentos cardíacos, mais sentirá as batidas. O fato de senti-las com mais intensidade quando se deita do lado esquerdo é normal… risos… O coração fica no lado esquerdo de nosso corpo, sem falar que quando nos deitamos, nosso corpo diminui seu ritmo de trabalho, o que nos leva a perceber mais as batidas e outros sons que nosso organismo possa produzir. Por isso, se você fica ligada nelas, irá senti-las com mais intensidade. Meu conselho é que procure ouvir uma música clássica ao deitar-se (deixe o aparelho ligado baixinho). Além de ficar mais relaxada, a música absorverá as batidas do coração. Certo?
Carolina, tudo isso irá passar. Dê tempo ao tempo e respeite o tempo de seu corpo. Viva apenas um dia de cada vez. Apenas um dia! Ser POP é ter paciência, encher-se de otimismo e ter persistência no tratamento. Eu sei que você tem sido uma grande guerreira. Quanto à virose, ela tem acometido muitas pessoas. Algumas têm até diarreia. Tome bastante líquido.
Sinto-me feliz ao saber que posso ajudar. Isto é muito gratificante. Mesmo quando estiver fora do Brasil, venha sempre aqui nos visitar.
Um grande beijo,
Lu
Lu,
Boa noite!
Muito obrigada pela rápida resposta. Estou aflita com a questão do coração, será que é normal sentir uma rápida contração dele? Já ouviu algum relato assim? Senti isso hoje. Preciso parar de focar nisso, mas sempre surge uma novidade. Só Deus sabe o quanto tem sido difícil para mim. Apesar de não ter crises isoladas, sempre vem alguma coisa pra me deixar mais aflita.
Obrigada pelo apoio!
Carolina
Eu mesma já senti isso, há muito tempo, quando iniciei meu tratamento…. risos. E quanto mais preocupada ficava, mas meu motorzinho batia descompassado. Tudo se transformava num círculo vicioso: medo + coração batendo + apreensão + coração batendo mais forte + obsessão + coração parecendo um tambor. Tudo isso desapareceu quando comecei a racionalizar, compreendendo que o meu medo obsessivo era a razão de tudo, pouco importando a quantos médicos eu fosse. Tomei as rédeas de meus pensamentos e passei a comandar minhas próprias emoções, reconhecendo que somente eu poderia dar um basta naquilo tudo. Usei inicialmente a técnica da música de que lhe falei e, quando menos esperei, tudo se normalizou.
Amiguinha, somente você poderá superar esse seu medo doentio, ocasionado pelo excesso de pensamentos abusivos, ainda que consulte todos os médicos do planeta. O nosso pensamento é capaz de criar os mais cruéis fantasmas para nos atormentar. Não permita que eles sejam seus senhores, mas, sim, seus servos. Acredite na sua capacidade de poder viver com qualidade.
Beijos,
Lu
Lu
Tomo oxlato de escitalopram pra ansiedade com ataques de pânico. Em novembro próximo faz um ano. Eu me sinto muito bem. Já vou a lugares cheios, enfrento aglomerações, festas, clínicas, etc. Muitas pessoas fazem uso desse medicamento por muitos anos. Será que não tem problema? O médico vai me avaliar em novembro pra ver se regride a dose, aumenta, retira ou se vou ficar tomando sempre. Meu medo é ter que tomar por toda a vida e me trazer prejuízos.
Luana
Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.
Amiguinha, somente através da avaliação de seu médico você poderá saber como ficará seu tratamento. Como está se sentindo muito bem e já completando um ano, é provável que ele venha a interromper o tratamento, depois de passar pelo desmame. É fato que muitas pessoas fazem uso de antidepressivos durante algum tempo, enquanto outras o fazem por toda a vida. Contudo, isso não é o que importa, mas, sim, a melhora na qualidade de vida. Há muita gente que faz uso contínuo de remédio para diabetes, hipertensão, tireoide… E fazer uso de antidepressivo não causa problema algum. Aqui estou eu para lhe dizer isto, pois o meu uso é continuado (depressão). Eu me dou maravilhosamente com o medicamento. Sinto-me feliz por ele existir. Portanto, viva um dia de cada vez e não se preocupe com o que acontecerá em novembro. Seja POP (paciente, otimista e persistente). Seu médico saberá o que é melhor para você. Tenho a certeza de que tudo dará certo. Continue trazendo informações sobre seu tratamento.
Grande abraço,
Lu