XANDECO REFLETE SOBRE SUA NOVA PÁTRIA (IV)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Depois de sua visita à Câmara Federal e ao Senado, Xandeco, o marciano, tirou o resto da semana para refletir sobre o que presenciara e também vira na mídia da capital brasileira, embora alguns fatos chegassem a ele à boca pequena. Nenhuma das duas casas visitadas deixara-lhe uma boa impressão, pois, apesar dos entreveros às claras, ele sabia muito bem que o destino da nação é resolvido à chucha calada, quando todos os gatos sãos pardos,  quando o filho chora e mãe não vê. Embora a fina flor dos mandantes tente passar ao povo a impressão de que o país caminha sobre tapete vermelho, usando aquela mesma e velha história de mudanças, o povo, à duras penas, empurrado a ferro e fogo, vive na penúria, continuando à matroca. E, se um ou outro expõe a verdade nua e crua, deixando claro que a vaca foi para o brejo há muito tempo, é logo tratado a pata de cavalo e chamado a abaixar a bola.

Não é possível a Xandeco deixar de fazer algumas considerações sobre parte dos mandachuvas de sua nova pátria, pois arrotam importância, mas tratam o Brasil a sangue-frio, com seus segredinhos guardados a sete chaves, sempre abaixando a guarda para o Tio Sam e a elite dominante do país, adulando o sol que nasce. O marciano considerou a maioria dos não tão “nobres” representantes brasileiros como um bando de medíocres com a rédea solta, fazendo tudo em conformidade com as forças poderosas que os controlam, aproveitando enquanto Brás é tesoureiro, mesmo vendo a desgraça dos pequenos seguir a todo vapor. Também ficou sabendo  que muitos brasileiros, sentindo que a porta da rua é a saída da casa, estão deixando o país a peito descoberto, mesmo sabendo que Mr. Trump pode lhes dar um belo chute no traseiro (pois tem ojeriza a latinos sem eira e nem beira), e os pobrecos que aqui ficam estão a enfiar bufa na linha, enquanto uns poucos conseguem trabalhar a troco de reza, pois emprego é coisa de primeiro mundo. Junto à maioria dos brasileiros, o marciano segue também a trouxe-mouxe.

Xandeco concluiu que, sem nenhuma sabença sobre a real ocupação de seu planeta no Universo, os prepotentes se consideram a cereja do bolo do Cosmo. Em sua pouca cultura, é provável que ainda esteja achando que a Terra é o centro do Universo, conforme apregoava o matemático e astrônomo grego Ptolomeu (90 d.C. e 168 d.C). Pobres coitados! A sua Via Láctea não passa de mais uma das possíveis 400 bilhões de galáxias existentes apenas no Universo observável (na parte que é capaz de ser vista pela tecnologia humana).  Se irrelevante é a Via Láctea, galáxia que agrega o planeta terrestre, menor importância se pode dar à Terra, uma merdinha à toa perdida na imensidão sideral. Por aí é possível imaginar a insignificância dos terráqueos, seres medíocres, chués e chifrins  diante da magnitude do Cosmo, rodando presos a uma bolinha feita de rocha e metal, solta num obscuro e solitário mundaréu do nada.

O marciano matutava, mas não conseguia entender a empáfia desmedida, especialmente dos chamados representantes brasileiros, a maioria em busca de poder e riqueza, mesmo sabendo que são passageiros fugazes de uma navezinha à toa (Terra) à deriva num Universo que se expande aceleradamente, com galáxias a se afastarem velozmente. Lamentou que a evolução darwiniana (baseada na seleção natural) também não grassasse em meio aos políticos (não apenas do Brasil), sem a necessidade da intervenção da justiça humana que tarda e falha. Xandeco, que não era ligado a nenhuma crença religiosa, passou a acreditar na sabedoria popular que reza que Deus os fez e o diabo os ajuntou. É muita desgraça junta. Grande parte estaria muito bem atrás das grades, mas o marciano sabe que até que o inferno congele isso jamais acontecerá, pois essa gente também costura as leis que a protege. É por isso que o desrespeito ao povo, nas bandas de cá, prossegue até o diabo dizer basta, quiçá até o fim dos tempos, fim esse que nenhuma diferença faria a este paiseco atado de pés e mãos, sem coragem para arregaçar as mangas e dar um basta nesta merda toda. Aqui tem jacutinga! E muita!

7 comentaram em “XANDECO REFLETE SOBRE SUA NOVA PÁTRIA (IV)

  1. Matê

    Lu
    Xandeco, está vendo como o povo brasileiro é “feliz”. Esquece tudo: a febre amarela,as chacinas, as balas perdidas, a classe política para cair no samba, deslumbrando-se com o desfile das Escolas de Samba patrocinadas pelos bicheiros e a verba das prefeituras falidas. Para tudo se acabar na quarta-feira…

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Matê

      Aguardemos a visão do Xandeco após o Carnaval. Aposto que ele irá levar, em conta em sua análise, esta sua visão, pois ele é muito sensível.

      Beijos,

      Lu

      Responder
  2. Hernando Martins Dias

    Lu
    Certamente o Xandeco deve ter ficado abismado com o domínio do país por grupos poderosos que não tem nenhum escrúpulo, é o poder pelo poder, nem que tenha que destruir uma jovem democracia construída com sangue e luta. Essa ganância de acúmulo de riquezas em detrimento da exploração dos menos favorecidos só pode ser proveniente de distúrbios mentais para saciar seus vazios de alma, com muita maldade é um egoísmo exacerbado.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Hernando

      É muito triste saber que muitos lutaram para conseguir direitos que beneficiavam todos, agora sendo tirados por um bando de corruptos, vassalos dos grupos poderosos nacionais e internacionais. Esses lambe-botas estão a destruir a nossa jovem democracia realmente. Nosso povo parece picado pela mosca do sono. Pobre Brasil!

      Abraços,

      Lu

      Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      O nosso pobre marciano deixou-se iludir pelo verde (temporário) da floresta Amazônica. Mas estou gostando de sua presença aqui, pondo a pratos limpos a miséria de nosso país.

      Abraços,

      Lu

      Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *