Autoria de Lu Dias Carvalho
De modo geral, a cultura muçulmana é a favor de que as mulheres casem-se bem novas, para preservar a honra, muitas delas ainda meninas, para nós ocidentais. O casamento precoce tem por objetivo afastá-las da tentação sexual. É arrumado pelos pais, sendo encabeçado pela mãe, que tem a obrigação de escolher o melhor partido para o filho, uma vez que à garota cabe apenas dizer sim. Garotos e garotas aceitam a escolha dos pais, sob a alegação de que eles são sábios para escolherem.
Na Arábia Saudita, país que goza de uma condição econômica privilegiada, onde, em consequência, existem muitas famílias abastadas, os casamentos são geralmente ajeitados dentro da própria família, principalmente quando essas são importantes, para que a herança não vá migrar para outras bandas, em caso de divórcio. Desse modo, elimina-se qualquer tipo de preocupação, e, além disso, a união entre primos, normalmente de primeiro grau, unifica ainda mais a família. Ao contrário de nós ocidentais, não há qualquer preocupação com a consanguinidade, ou assim aparentam. Como se trata de um país muito fechado, não sabemos como se dá esse encontro entre os genes dominantes, pois a genética não perdoa. Tanto podem nascer filhos excepcionais para mais ou para menos.
Ao contrário de nós ocidentais, pois em nossa cultura a noiva é a peça chave do casório, no mundo muçulmano são os pais do futuro nubente que põem as cartas na mesa, aprovando ou não, a escolhida do filho. Isso quando ele mostra a sua preferência, já que em família torna-se mais fácil o contato entre homens e mulheres. Uma vez dado o “de acordo”, eles procuram os pais da pretendida, levando a proposta, que é normalmente aceita, pois todo pai quer casar sua filha com um bom partido, e então são feitas todas as combinações.
Desde que ganha um filho homem, a preocupação primordial da mãe saudita é garantir-lhe uma noiva especial, rica e bem preparada. A garota também precisa ser de boa família, sadia e bonita. Uma vez encontrada a eleita, as duas mães, começam a discutir sobre o provável casamento. Estando as mães satisfeitas com o negócio, os pais são os novos atores, responsáveis por definir o dote, que também pode ser negociado em dinheiro e joias.
O regime saudita é extremamente rigoroso com as mulheres. Nenhuma parte da pele ou fiapo de cabelo pode ficar à vista de um homem, que não faça parte do círculo familiar mais próximo da mulher. Nesse país, as mulheres vestem uma capa negra, denominada “abaya”, que é completada com um lenço preto e um véu fino, usado no rosto. Nem mesmo os olhos podem ser expostos. Tampouco as mulheres têm permissão para rezarem nas mesquitas. Elas são literalmente encarceradas na maior parte do tempo. Há inclusive, avisos em vitrines e lojas, proibindo sua entrada, ainda que ali vendam peças para elas.
Aos homens, contudo, é-lhes facultado o direito de sair e até passar a noite na companhia de amigos, sem que suas mulheres e familiares possam questionar. Digo “suas mulheres” porque podem ter até quatro mulheres, ao mesmo tempo, obedecendo aos ensinamentos do Islã. Homens e mulheres jamais fazem encontros juntos ou participam de festas no mesmo ambiente. Também não cabe a elas fazer qualquer pergunta relativa ao que acontece fora de casa, na vida do marido.
Existe uma hierarquia em relação às esposas. Aquela que se casou primeiro é a que goza de mais privilégios. No caso de ter sido ela a primeira a dar ao marido um filho, além de ser prima em primeiro grau, terá seu prestígio triplicado.
O marido deve dar um tratamento igual às esposas, excetuando o caso acima mencionado, compartilhando tudo igualmente: presentes, tempo e até mesmo pensamentos. A mulher que fugir à regra, não aceitando com magnanimidade os casamentos do marido, como uma norma sagrada do Islã, não terá o “paraíso” como recompensa. Deve haver muita harmonia no lar, entre as quatro famílias, tendo os filhos que honrar e respeitar todas as esposas do pai.
As mulheres sauditas sempre rezam para que venha um menino em lugar de uma menina. O filho é o preferido, e por isso, a mulher que só pare filhos homens é tida como abençoada por Alá. Ela sente que é invejada por muitas outras mães de garotas.
Como ficou bem claro, a cultura saudita é extremamente machista, possivelmente uma das mais severas com as mulheres. Os homens estão à frente de tudo. A eles cabem todas as decisões. E as mulheres? A elas cabe a tarefa de prepararem o lar, de modo a agradar o marido quando esse se encontrar em casa. Nada pode haver que o incomode ou lhe traga desprazer.
Fonte de pesquisa
Sobre a Sombra do Terror/ Jean Sasson, Najawa Bin Laden, Omar bin Laden
Indicação de leitura:
O Reino Sombrio: uma mulher na Arábia Saudita/ Carmen bin Laden
Os Bin Laden – Uma Família Árabe no Século Norte-Americano/ Steve Coll
Nota: imagem copiada de 9ets.com
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Eu não consigo imaginar o que era a vida das mulheres há milhares de anos, nesses países horrorosos.
Valquíria
Ainda bem que vivemos nesta época e num país ocidental, pois a vida das mulheres na maior parte do mundo islâmico continua como naquela época, como o que acontece na Arábia Saudita.
Beijos,
Lu