Autoria de Lu Dias Carvalho
O entalhador de iluminuras e pintor italiano e pré-renascentista Duccio di Buoninsegna (c. 1255- c.1318) era conhecido apenas pelo primeiro nome de Duccio. Supõe-se que tenha nascido em Siena. Não se sabe como se deu a sua formação artística. Além de trabalhar em Siena, sua cidade natal, também construiu sua obra em Florença e supõe-se que tenha participado dos afrescos da Basílica de San Francesco em Assis. Além da Escola de Siena, o talentoso Duccio foi também inspirado pela obra do mestre Cimabue. Mesmo sendo adepto da arte bizantina, o pintor também abraçou a arte gótica. Suas obras chamam a atenção sobretudo pelas linhas elegantes e os reluzentes esquemas de cor, assim como por sua estrutura tridimensional e pelo ritmo que ele dá às figuras. É tido como uma figura de suma importância no desenvolvimento da pintura de Siena.
Sabe-se que Duccio gozou de certa prosperidade econômica e popularidade, apesar de sofrer penalidades políticas e administrativas em sua vida, tendo sido multado algumas vezes, sempre vivendo às turras com as autoridades de Siena. É fato que também não sabia administrar o que ganhava, pois vivia sempre atolado em dívidas. Prova disso é que sua esposa Taviana e seus sete filhos optaram por não receber a herança deixada por ele, uma vez que suas dívidas eram imensamente maiores do que os bens deixados.
Existe uma grande distância entre a vida do artista e sua obra. Pelo que se deduz, Duccio era um homem incapaz de gerir seus negócios, dilapidando o que ganhava, sempre envolvido com dívidas. Contudo, suas pinturas eram equilibradas, não afeitas a grandes emoções, tampouco traziam em si qualquer vislumbre de tragédia. Delas emanavam uma espiritualidade delicada, cheia de lirismo e nobreza, e um padrão estético muito elevado. Os pormenores em seus trabalhos são tratados com realismo. Ele sempre dispunha seus personagens de maneira bem uniforme. Nota-se que há pouca diferença entre os personagens considerados mais importantes e os menos, pois ele se preocupava mais com o equilíbrio do todo da composição. Giotto di Bondone foi contemporâneo do pintor em Florença.
Nota: a ilustração é um detalhe da pintura Maestá.
Fontes de pesquisa
Duccio/ Abril Cultural
Arte Ocidental/ Editora Rideel
1000 obras-primas da cultura europeia/ Könemann
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