Autoria de Lu Dias Carvalho
A arte, desde os tempos primevos, está presente na história da humanidade que através dela expressa suas preocupações e desejos nas mais diferentes manifestações artísticas. Se a arte reflete as aspirações e as necessidades humanas é mais do que natural que o sexo nela esteja inserido através de uma simbologia apropriada a cada época da história. E mais do que qualquer outro segmento, os artistas foram sempre os mais seduzidos pela sexualidade que se faz presente em todo o caminhar da arte. Ao acompanhar a sua trajetória, notamos que essa sexualidade algumas vezes mostra-se mais explícita e noutras mais velada, de acordo com os censores de cada época. Vejamos adiante um pouco da história da arte erótica através dos tempos.
No período pré-histórico as mulheres de seios grandes e cintura larga simbolizavam a mulher mãe, cujos atributos estavam mais ligados à concepção. A homenagem à fertilidade suplantava a sexualidade, porque naquela época pensava-se que a mulher era a única responsável por gerar novas vidas, sendo o homem excluído de tal processo. O surgimento dos símbolos fálicos, embutidos de significados religiosos, como os totêmicos, ganhou espaço na etapa seguinte.
Através da pintura e dos textos dos povos etruscos — ainda que mutilados pelos censores cristãos — é possível notar que levavam uma vida sexual variada e satisfatória. Muitas das pinturas desse povo, presentes em nossos dias, mostram casais em diferentes posturas de relação sexual. A arte erótica no Peru pré-histórico, como mostram os desenhos em cerâmica que chegaram até nós, apresentam sinais de que a vida sexual era livre. Os temas abordados mostram que o sexo era visto com naturalidade, entretanto o zelo puritano dos conquistadores espanhóis acabou destruindo quase que a totalidade dessas obras.
A celebração do corpo humano fazia parte da arte da Grécia Antiga. Os artistas buscavam um ideal de beleza ao representar homens e mulheres nus. As figuras humanas retratadas eram quase sempre ambíguas, hermafroditas, trazendo características de ambos os sexos. Ainda que os romanos — que a si creditavam a continuidade da cultura grega — nunca tenham sobrepujado seus dominados, as ruínas de Pompeia mostram que a vida sexual desses era também despojada de tabus na Antiguidade Clássica.
A arte erótica na China, por sua vez, era muito detalhada e explicativa, educando e excitando ao mesmo tempo. Os chineses, no entanto, nunca representavam a autoestimulação masculina em razão da filosofia do Yang-Yin que apregoava que o sêmen masculino deveria ser retido, pois, se não se juntasse à essência feminina durante o coito, o homem acabaria perdendo sua força. O ponto alto da arte erótica japonesa aconteceu na cidade de Edo, atual Tóquio. O Ukyio-e — estilo de arte — retratava a vida diária das pessoas, inserindo também os temas sexuais. Os artistas Utamaro e Hokusai tornaram-se famosos em todo o mundo com as chamada pinturas shunga.
Nota: Vênus, Cupido e o Sátiro, 1503, obra de Bronzino
Fontes de pesquisa
Vida a Dois/ Editora Três
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Lu
A hipocrisia sempre permeou muitas culturas onde o rebuscamento da roupagem sobreposta escondia um falso moralismo descabido. Fato é que a religião tem um papel preponderante sobre essa realidade. Por outro lado, civilizações mais primitivas eram mais evoluídas neste quesito, como bem evidencia o texto. O mundo natural não foi suficiente para que o homem compreendesse a sua própria natureza!
Antônio
A sábia conclusão de seu comentário dispensa qualquer explicação:
“O mundo natural não foi suficiente para que o homem pudesse compreender a sua própria natureza!”
Abraços,
Lu
Lu
O impulso religioso, com diferentes entendimentos do que era permitido e do que era impróprio, influenciou o desenvolvimento da forma nua. Mal compreendidas, mal faladas, as polêmicas sobre artes que retratam o sexo permanecem até os dias de hoje. São vistas como pornografia pelos falsos moralistas. Na Historia da Arte o erotismo tem a função de retratar a relação da pessoa e sua identidade . Obras de arte dessa natureza levam muito tempo para terem seu valor reconhecido.
Marinalva
O falso moralismo intrometeu-se na arte sem dela entender nada. Está presente nos censores das religiões que, ao terem a vida a descoberto, fizeram (e fazem) corar os santos, tamanha é a hipocrisia. O próprio Hitler, como iremos ver mais à frente, apossou de várias obras de arte, classificando-as como “arte degenerada”. Depois se descobriu que os quadros, em sua maioria, estavam escondidos com ele.
Abraços,
Lu
Lu
O erotismo é inerente à espécie humana, desde os primórdios foi utilizado nas artes como expressão importante da essência humana.
Nós temos cinco sentidos de fundamental importância para as conexões sensoriais com o nosso cérebro (olfato, visão, paladar, tato, audição). São os instrumentos que permitem uma interação com o meio interno e externo para nossa sobrevivência. Analogicanente podemos pensar também que o sexo (etimologicamente se origina do latim “sexus”) poderia ser o sexto sentido, porque é um divisor de águas na nossa vida. O sexo pode ser o sentido da criatividade, porque permite uma interação profunda nas relações humanas.
O sistema e as instituições que controlam a massa, desde as culturas antigas,já tinha uma preocupação doentia em tentar controlar o sexo a todo custo, principalmente as instituições religiosas. Se o sexo é o sentido da criatividade, então para controlar o povo é necessário criar dogmas e regras para ditar o certo e o errado. Se as pessoas ficam livres para criar novos conceitos, elas se libertam da opressão e da escravidão física e psicológica.
É perigoso pensar, porque, “se eu penso,logo eu existo”, portanto, é muito melhor para o sistema que as pessoas sigam padrões estabelecidos pelas instituições, ficando reféns do inconsciente coletivo. Por isso os artistas sempre exploraram o erotismo como forma de expressar sua criatividade,através do símbolo sexual, como forma de criatividade e de libertação do pensamento criador.
Podemos observar tanto nas culturas antigas como na atualidade como o sexo está presente na mente das pessoas, principalmente daquelas detentoras do poder político. Quando existe um desequilíbrio nesse campo é perigosíssimo, principalmente quando esses indivíduos não aceitam suas condições sexuais ou, muitas, vezes não têm a capacidade e discernimento necessário para o entendimento, o que pode transformá-los em monstros radicais, detentores de uma ira avassaladora capaz de provocar o caos local ou até mundial. Podemos citar personagens da história com esse perfil: Nero, Hittler e muitos outros.
A impressão que se tem é que essas pessoas com distúrbio sexual aproximam muito do poder como forma de autoafirmação para mostrar algo que elas não possuem: criatividade, altruísmo, sabedoria e, muitas vezes, coragem de assumir uma opção sexual nelas camuflada.
Hernando
É impossível excluir o sexo da história da humanidade. Ele está presente na história das primeiras colheitas e nas primeiras expressões de arte.
Vale a pena refletir sobre o que aqui diz:
” Se o sexo é o sentido da criatividade, então para controlar o povo é necessário criar dogmas e regras para ditar o certo e o errado. Se as pessoas ficam livres para criar novos conceitos, elas se libertam da opressão e da escravidão física e psicológica.”.
Ter controle sobre o sexo é ter controle sobre a massa. Grande verdade! E o que usam: leis absurdas e terrorismo sobre o “Inferno”.
Também merece uma boa análise:
“… o sexo está presente na mente das pessoas, principalmente daquelas detentoras do poder político. Quando existe um desequilíbrio nesse campo é perigosíssimo, principalmente quando esses indivíduos não aceitam suas condições sexuais ou, muitas, vezes não têm a capacidade e discernimento necessário para o entendimento, o que pode transformá-los em monstros radicais, detentores de uma ira avassaladora capaz de provocar o caos local ou até mundial. Podemos citar personagens da história com esse perfil: Nero, Hitler e muitos outros.”
Concluindo sua lógica:
“A impressão que se tem é que essas pessoas com distúrbio sexual aproximam muito do poder como forma de autoafirmação para mostrar algo que elas não possuem: criatividade, altruísmo, sabedoria e, muitas vezes, coragem de assumir uma opção sexual nelas camuflada.”
Agradeço muitíssimo a sua participação sempre coerente e sábia,
Lu