Autoria de Lu Dias Carvalho
Albrecht Dürer, mestre renascentista alemão, foi um dos primeiros artistas a abordar estudos sobre a natureza. Retratou vários animais com uma riqueza de detalhes e precisão científica. Dentre esses, dois são particularmente famosos: o Rinoceronte e a Jovem Lebre.
O Rinoceronte de Dürer é o nome dado a uma das xilogravuras do pintor Albrecht Dürer, cuja imagem foi baseada numa descrição escrita e num rascunho de um rinoceronte indiano, feitos por um artista desconhecido, já que Dürer nunca vira um rinoceronte em vida. Embora haja falta de coerência na anatomia do animal, este desenho fez grande sucesso na Europa, sendo copiado e redesenhado até os dias de hoje, sendo um marco na história da ilustração científica. E o mais interessante é que até o século XVIII foi tido como uma representação verdadeira do animal. Segundo alguns críticos e estudiosos de arte, “provavelmente nenhuma imagem de um animal exerceu uma tão profunda influência nas artes”. O rinoceronte de Dürer foi desenhado, como se seu corpo fosse coberto por uma armadura. Nas costas do animal, um pequeno chifre foi direcionado para frente.
A Jovem Lebre é tida como o exemplo máximo de perfeição no trabalho de Dürer. Nesta composição, o pintor parece ter pintado fio por fio do pelo dourado. A pintura foi feita com aquarela e guache, sendo os destaques brancos em guache. A pequena lebre passa ao observador a sensação de que se encontra encolhida e assustada. Suas orelhas parecem em alerta, como se ela estivesse pronta para fugir. Imagina-se que o artista tenha se valido de um modelo de pelúcia e da observação cuidadosa, que fazia dos animais vivos, para fazer uma representação tão realista. Esta aquarela, em que uma lembre e sua sombra encontram-se isoladas em uma folha de papel de cor creme, tornou-se muito famosa e popular, sendo reproduzida em grande escala no século XX. Na Alemanha, esta obra de Dürer está presente em quase tudo.
A pele do animalzinho foi pintada com tonalidades e gradações delicadas, tendo o pintor usado uma grande variedade de pinceladas. A sombra que o pintor acrescenta, ajuda a dar ao animal uma aparência tridimensional. A obra apresenta o monograma do artista (AD), logo abaixo da data em que foi concluída.
Observação:
Encontrei em alguns textos que uma janela do estúdio de Dürer reflete no olhinho brilhante da lebre. Confesso que não consegui perceber.
Ficha técnica do Rinoceronte
Data: 1515
Técnica: xilogravura
Dimensões: 24,8 x 31,7 cm
Localização: Bristish Museum, Londres, Reino Unido
Ficha técnica da Jovem Lebre
Ano: 1502
Técnica: aquarela e gauche sobre papel
Dimensões: 21,1 x 22,6 cm
Localização: Museu Albertina, Viena, Áustria
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