Autoria de Lu Dias Carvalho
Que verdade em tudo aquilo (isso)! – no olhar, no beiço estufado prendendo o canudo do pito, na serena expressão da fisionomia, nas vestes, nas rugas, na luz e na sombra! (Correio Paulistano)
Na composição Nhá Chica, obra do artista brasileiro Almeida Júnior, a modelo, segundo Affonso de Taunay, era uma pessoa ligada à família do artista, tendo cuidado de seu pai até a morte.
A modelo é mostrada na janela, usando roupas simples: uma blusa branca de decote redondo sob uma saia cor-de-rosa, com pequenas estampas brancas e várias pregas. No pescoço, ela traz um cordão que vai se esconder debaixo da blusa, possivelmente com uma medalha, tão comum à época.
Nhá Chica, com seu enorme pito, olha para fora da janela com um olhar distante, como se não enxergasse nada além da saudade. Acima do pito pode-se ver a fumaça que sai do canto esquerdo de sua boca, em direção à abertura da janela. Seu rosto envelhecido, visto de perfil, mostra inúmeras rugas. O cabelo preso num coque, deixa cair alguns fios pela testa. A mão direita, com suas veias salientes e dedos maltratados, próxima à tramela, descansa sobre o peitoril de madeira da janela, onde também se encontra uma cafeteira de lata.
Através da janela, é possível ver uma parte da cerca de pau a pique e a mata ao fundo.
Ficha técnica
Ano: 1895
Dimensões: 109 x 72 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil
Fonte de pesquisa
Almeida Júnior/ Coleção Folha
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