Autoria de Lu Dias Carvalho
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O estudo da História da Arte exige o conhecimento dos períodos da História, ou seja, a divisão criada pelos historiadores no que diz respeito às épocas, a fim de facilitar a compreensão e análise dos acontecimentos históricos e, como consequência, as mudanças ocasionadas na arte. Tal periodização não é consenso entre eles, mas é a que usaremos em nossas aulas por serem as mais seguidas. Diz respeito às seguintes fases: Pré-História, Idade Antiga (ou Antiguidade), Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Segundo o Prof. E. H. Gombrich, “as datas são cabides indispensáveis para pendurar a tapeçaria da história”, por isso, postei à direita, no final da página principal de nosso blogue, um esquema bem explicativo dessas épocas com suas subdivisões, mostrando quando começaram e terminaram cada uma delas, de acordo com a visão da maioria dos historiadores. Sempre que houver necessidade de maior compreensão, revejam-nas.
Em nossa viagem pela História da Arte já passamos pela Pré-História, quando tivemos contato com as pinturas rupestres. A seguir navegamos pela Idade Antiga, também conhecida como Antiguidade, período que nos reportou à arte do Egito, da Grécia, da Roma Antiga e de Bizâncio — cidade que recebeu o nome de Constantinopla em homenagem ao Imperador Constantino e atualmente é conhecida como Istambul, situando-se na Turquia. A partir de agora iremos estudar a arte da Idade Média que é dividida pelos historiadores em duas fases: Alta Idade Média e Baixa Idade Média.
Durante a Alta Idade Média a Europa passou por grandes mudanças em razão, sobretudo, do esfacelamento do Império Romano. O feudalismo teve seu início, o cristianismo espalhou-se pela Europa ocidental e o Império Bizantino transformou-se numa grande potência. Na Baixa Idade Média o feudalismo alcançou o seu auge. Grandes transformações surgiram em razão do renascimento urbano e comercial, com o surgimento de técnicas que propiciavam maior produtividade relativas às colheitas. Também aconteceram as Cruzadas — tentativa dos cristãos em recuperar o domínio sobre a Terra Santa que se encontrava em mãos dos muçulmanos. No primeiro período da Idade Média diferentes tribos (godos, saxões, vikings, etc.) destroçaram a Europa em razão da fragmentação do Império Romano do Ocidente, destruindo tudo que encontravam e saqueando as riquezas, enquanto formavam novos reinos, usando a estrutura deixada pelo outrora poderoso império.
Essas tribos eram chamadas de “povos bárbaros” por aqueles que prezavam as criações gregas e romanas na literatura e na arte. O que não significa que não possuíssem uma arte própria. Elas contavam com artistas hábeis e experientes, principalmente na criação de obras de metal maravilhosamente trabalhadas. Eram também habilidosos entalhadores. De sua arte fazem parte complexos padrões que abrangiam corpos contorcidos de dragões ou de aves enlaçadas. É possível que tais imagens tivessem ligações com a prática de magias e de exorcismo de espíritos. A arte produzida por essas tribos trouxe novas influências para a arte ocidental, fazendo surgir algo novo.
A Idade Média foi também chamada de “Idade das Trevas” — termo que deriva do latim (hoje língua morta) “saeculum obscurum” — pelos humanistas do século XVII, pois, segundo a análise feita por eles, não passou de um tempo de ruínas e flagelos para a humanidade. É fato que esses séculos foram muitas vezes caóticos, marcados por constantes levantes, motins e guerras, forçando as migrações das pessoas de um lado para outro do continente europeu, surgindo daí inúmeras diversidades tanto entre as classes sociais como entre os povos. As pessoas mostravam-se perdidas em meio ao obscurantismo da época, uma vez que o conhecimento era precário em quase todos os campos e as multidões pobres eram também analfabetas. Ainda assim houve progresso no campo das artes, por exemplo.
Os dois últimos séculos da Baixa Idade Média foram terríveis. O século XIV foi um dos piores no que diz respeito aos acontecimentos catastróficos. Foi caracterizado pelo surgimento de uma crise sem limites, ocasionada pelas guerras que aniquilavam tudo, gerando carestias e fome, o que culminou com a terrível Peste Negra — surto de peste bubônica que matou um terço da população europeia entre 1347 e 1350. Houve também o chamado Grande Cisma do Ocidente — crise religiosa ocorrida no seio da Igreja e que ocasionou inúmeras guerras entre estados. A vida cultural desse período foi dominada pela escolástica (filosofia que buscava unir a fé à razão) e pela fundação das primeiras universidades. Dentre os mais importantes feitos dessa época encontram-se a obra de Tomás de Aquino, a pintura de Giotto, a poesia de Dante Alighieri e Geoffrey Chaucer, as viagens de Marco Polo e a construção das suntuosas catedrais góticas.
Obs.: As abreviações a.C. (ou A.C.) e d.C. (ou D.C.) significam respectivamente: “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. As datas relativas ao tempo antes de Cristo obedecem a uma ordem decrescente e as relativas ao tempo depois de Cristo obedecem a uma ordem crescente. A abreviação A.D. (Anno Domini) refere-se à expressão latina que significa “Ano do Senhor”, utilizada para marcar os anos seguintes ao ano 1 do calendário mais comumente utilizado no Ocidente, designado como “Era Cristã” ou ainda, como “Era Comum” que se refere ao ano de nascimento de Jesus Cristo (ver ilustração acima). Outro ponto importante é aprender a relação entre século em numeral e em algarismos romanos. Veja a tabela na página principal do blogue, à direita, acima dos períodos históricos.
Exercício
- Quais são os períodos da História e em qual deles o mundo se encontra?
- Quais tipos de arte estudamos na Idade Antiga?
- Por que o século XIV (Idade Média) foi um dos mais brutais para a humanidade?
Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich
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