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O mundo da arte é incomum e fascinante. Pode-se viajar através dele em todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois a arte é incessante.

MESTRES ANTIGOS E ORIGINALIDADE (Aula nº 23)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                    

Os mestres do passado — egípcios, chineses ou bizantinos —, em sua maioria, não traziam consigo a noção de “originalidade” como vemos hoje. Um artista medieval da Europa Ocidental não seria capaz de compreender o porquê de se inventar maneiras diferentes para construção de uma igreja ou de representar as Escrituras Sagradas, por exemplo, se as existentes serviam prontamente para tais fins. Tampouco ele se sentiria incomodado ao ter que representar algo em conformidade com o que já havia sido feito. Um mecenas medieval, ao fazer uma encomenda, não queria que ela fugisse ao senso comum, ou seja, ao modo como vinha sendo representada. Não lhe interessava a criatividade do artista, mas que executasse a obra o mais parecida possível com as já existentes. Assim sendo, a criatividade era pouca exigida do artista. As duas ilustrações acima, às quais chamaremos de “A” e “B”, explicam melhor o assunto.

A ilustração “A” refere-se a uma página de uma Bíblia cristã, criada na corte do imperador medieval Carlos Magno. Apresenta a figura de São Mateus a escrever o Evangelho, pois era comum que livros gregos e romanos retratassem o autor na folha de rosto. A imagem do evangelista escrevendo tinha que ser uma cópia o mais fiel possível daquela já conhecida. O corpo do santo apresenta-se envolvido em uma toga branca em conformidade com a maneira clássica. Sua cabeça está modelada em várias tonalidades de luz e cor. Essa observância mostra-nos que o artista medieval preocupou-se muito em apresentar uma composição bem feita de um modelo já conhecido e venerado. Enquanto isso, o pintor da ilustração “B” provavelmente tinha diante de si o mesmo modelo antigo, ou muito parecido, de São Mateus, relativo aos primeiros templos cristãos, o mesmo que usara o pintor da ilustração “A”.

A ilustração “B” apresenta o evangelista sentado, segurando um tinteiro de chifre na mão esquerda que repousa sobre um suporte medieval apropriado para a escrita, enquanto segura uma pena com a direita. Apesar de diferentes, as duas ilustrações retratam o mesmo tema: São Mateus a escrever o Evangelho. Contudo, algo muito especial difere uma composição da outra — a originalidade. Enquanto o pintor da ilustração “A” tentou ser fiel ao modelo original o máximo que podia, o da figura “B” buscou representar o santo de uma maneira diferente, o que era extravagante para sua época. Ele retratou o evangelista de acordo com a sua percepção, sem nenhum compromisso com a fidelidade ou com a tradição cristã.

O fato de o criador da figura “B” não limitar sua composição a uma mera cópia, mas, sim, transmitir através dela seu sentimento e devoção, não pode classificá-lo como um pintor ruim, incapaz de reproduzir o modelo que certamente lhe fora apresentado na encomenda. Tampouco a representação de São Mateus com olhos arregalados e mãos imensas faz dele um pintor ignorante ou inepto. Seu objetivo, ainda que fugisse à regra comum à época, era o de que o santo repassasse uma expressão de intensa concentração, imbuído que estava da importância de seu trabalho. Essa tensão é repassada através do modo como pintou a túnica e o fundo da composição, desenhando linhas sinuosas e dobras ondulantes. Ao fugir da cópia, buscando a originalidade, artistas como o da ilustração “B” tornaram-se os responsáveis pelo surgimento de novos estilos e, no caso em questão, por um novo estilo medieval.

O Prof. E. H. Gombrich escreveu com propriedade que “os egípcios haviam desenhado principalmente o que sabiam existir, os gregos o que viam e na Idade Média o artista aprendeu também a expressar em sua composição o que sentia”.

Exercício

  1. Que tipo de artistas foram importantes no surgimento de novos estilos?
  2. Qual das duas pinturas o impressionou mais? Por quê?
  3. Explique com suas palavras a frase do Prof. Gombrich.

Ilustração: 1. São Mateus, c. 800 d.C. / 2. São Mateus, c. 830 d.C.

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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VIAJANDO PELA HISTÓRIA DA ARTE (Aula nº 22)

Autoria de Lu Dias Carvalho    

(Clique em cima da figura para ampliá-la.)

 O estudo da História da Arte exige o conhecimento dos períodos da História, ou seja, a  divisão criada pelos historiadores no que diz respeito às épocas, a fim de facilitar a compreensão e análise dos acontecimentos históricos e, como consequência, as mudanças ocasionadas na arte. Tal periodização não é consenso entre eles, mas é a que usaremos em nossas aulas por serem as mais seguidas. Diz respeito às seguintes fases: Pré-História, Idade Antiga (ou Antiguidade), Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Segundo o Prof. E. H. Gombrich, “as datas são cabides indispensáveis para pendurar a tapeçaria da história”, por isso, postei à direita, no final da página principal de nosso blogue, um esquema bem explicativo dessas épocas com suas subdivisões, mostrando quando começaram e terminaram cada uma delas, de acordo com a visão da maioria dos historiadores. Sempre que houver necessidade de maior compreensão, revejam-nas.

Em nossa viagem pela História da Arte já passamos pela Pré-História, quando tivemos contato com as pinturas rupestres. A seguir navegamos pela Idade Antiga, também conhecida como Antiguidade, período que nos reportou à arte do Egito, da Grécia, da Roma Antiga e de Bizâncio — cidade que recebeu o nome de Constantinopla em homenagem ao Imperador Constantino e atualmente é conhecida como Istambul, situando-se na Turquia. A partir de agora iremos estudar a arte da Idade Média que é dividida pelos historiadores em duas fases: Alta Idade Média e Baixa Idade Média.

Durante a Alta Idade Média a Europa passou por grandes mudanças em razão, sobretudo, do esfacelamento do Império Romano. O feudalismo teve seu início, o cristianismo espalhou-se pela Europa ocidental e o Império Bizantino transformou-se numa grande potência. Na Baixa Idade Média o feudalismo alcançou o seu auge. Grandes transformações surgiram em razão do renascimento urbano e comercial, com o surgimento de técnicas que propiciavam maior produtividade relativas às colheitas.  Também aconteceram as Cruzadas — tentativa dos cristãos em recuperar o domínio sobre a Terra Santa que se encontrava em mãos dos muçulmanos. No primeiro período da Idade Média diferentes tribos (godos, saxões, vikings, etc.) destroçaram a Europa em razão da fragmentação do Império Romano do Ocidente, destruindo tudo que encontravam e saqueando as riquezas, enquanto formavam novos reinos, usando a estrutura deixada pelo outrora poderoso império.

Essas tribos eram chamadas de “povos bárbaros” por aqueles que prezavam as criações gregas e romanas na literatura e na arte. O que não significa que não possuíssem uma arte própria. Elas contavam com artistas hábeis e experientes, principalmente na criação de obras de metal maravilhosamente trabalhadas. Eram também habilidosos entalhadores. De sua arte fazem parte complexos padrões que abrangiam corpos contorcidos de dragões ou de aves enlaçadas. É possível que tais imagens tivessem ligações com a prática de magias e de exorcismo de espíritos. A arte produzida por essas tribos trouxe novas influências para a arte ocidental, fazendo surgir algo novo.

A Idade Média foi também chamada de “Idade das Trevas” — termo que deriva do latim (hoje língua morta) “saeculum obscurum” — pelos humanistas do século XVII, pois, segundo a análise feita por eles, não passou de um tempo de ruínas e flagelos para a humanidade. É fato que esses séculos foram muitas vezes caóticos, marcados por constantes levantes, motins e guerras, forçando as migrações das pessoas de um lado para outro do continente europeu, surgindo daí inúmeras diversidades tanto entre as classes sociais como entre os povos. As pessoas mostravam-se perdidas em meio ao obscurantismo da época, uma vez que o conhecimento era precário em quase todos os campos e as multidões pobres eram também analfabetas. Ainda assim houve progresso no campo das artes, por exemplo.

Os dois últimos séculos da Baixa Idade Média foram terríveis. O século XIV foi um dos piores no que diz respeito aos acontecimentos catastróficos. Foi caracterizado pelo surgimento de uma crise sem limites, ocasionada pelas guerras que aniquilavam tudo, gerando carestias e fome, o que culminou com a terrível Peste Negra — surto de peste bubônica que matou um terço da população europeia entre 1347 e 1350. Houve também o chamado Grande Cisma do Ocidente — crise religiosa ocorrida no seio da Igreja e que ocasionou inúmeras guerras entre estados. A vida cultural desse período foi dominada pela escolástica (filosofia que buscava unir a fé à razão) e pela fundação das primeiras universidades. Dentre os mais importantes feitos dessa época encontram-se a obra de Tomás de Aquino, a pintura de Giotto, a poesia de Dante Alighieri e Geoffrey Chaucer, as viagens de Marco Polo e a construção das suntuosas catedrais góticas.

Obs.: As abreviações a.C. (ou A.C.)  e d.C. (ou D.C.) significam respectivamente: “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. As datas relativas ao tempo antes de Cristo obedecem a uma ordem decrescente e as relativas ao tempo depois de Cristo obedecem a uma ordem crescente. A abreviação A.D. (Anno Domini) refere-se à expressão latina que significa “Ano do Senhor”, utilizada para marcar os anos seguintes ao ano 1 do calendário mais comumente utilizado no Ocidente, designado como “Era Cristã” ou ainda, como “Era Comum” que se refere ao ano de nascimento de Jesus Cristo (ver ilustração acima). Outro ponto importante é aprender a relação entre século em numeral e em algarismos romanos. Veja a tabela na página principal do blogue, à direita, acima dos períodos históricos.

Exercício

  1. Quais são os períodos da História e em qual deles o mundo se encontra?
  2. Quais tipos de arte estudamos na Idade Antiga?
  3. Por que o século XIV (Idade Média) foi um dos mais brutais para a humanidade?

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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TESTE – HISTÓRIA DA ARTE (MÓDULO II)

Autoria de Lu Dias Carvalho

  1. (Aula 12) Atenas era a mais conhecida e importante cidade grega em relação à arte, sendo responsável pelos primeiros passos de uma técnica que viria a fazer toda a diferença na história da arte: …………… (desenho ou pintura que reproduz seus motivos em escala menor, segundo as normas da perspectiva).

    1. sfumato
    2. escorço
    3. chiaroscuro
    4. têmpera

  2. (Aula 12) Ao compararmos os artistas gregos com os egípcios, afirmamos que:

    1. Os egípcios tomavam o conhecimento que tinham como incompleto.
    2. Os egípcios não seguiam as normas preestabelecidas.
    3. Os gregos acrescentavam ao que aprendiam suas próprias experiências.
    4. Os gregos deixavam claro que a criatividade tinha seus limites.

  3. (Aula 13) A fim de que arte grega garantisse seu ideal de beleza, os gregos criaram um Cânone sobre as proporções entre as partes do corpo humano, o que exerceu influência sobre a futura geração de escultores, ao assegurar que se obtinha a perfeição da forma através de relações numéricas precisas, tomando como base as figuras geométricas simples. Uma dessas regras mais conhecidas rezava que a altura do corpo humano deveria corresponder a…..

    1. sete vezes a altura da cabeça.
    2. cinco vezes a altura da cabeça.
    3. oito vezes a altura da cabeça.
    4. seis vezes a altura da cabeça.

  4. (13/link) ……….. é tida como uma das mais belas obras da escultura helenística, sendo vista como “o ícone prototípico da agonia humana” na arte ocidental, uma vez que, ao contrário dos martírios apresentados na arte cristã, esse não possui redenção ou qualquer outra forma de recompensa.

    1. O Lançador de Discos
    2.  Vênus de Milo
    3. A Pietá de Michelangelo
    4. Laocoonte e seus Filhos

  5. (Aula 14) O Império Romano foi erguido sobre as ruínas dos reinos helênicos (ou helenísticos). A civilização helenística foi, portanto, a soma da união de diversas sociedades com a predominância da grega, persa e egípcia. Sua arte escultórica era dotada de fortes emoções ou movimentos bruscos, efeitos que os artistas helenísticos conseguiam obter através….

    1. do uso do uso de cores vibrantes em excesso.
    2. de poses retorcidas ou de aprimorados drapeados.
    3. do uso do Cânone criado pelo escultor Policleto.
    4. de poses eretas copiadas dos artistas egípcios.

  6. (Aula 14) A maior parte dos artistas que exerciam sua profissão em Roma era grega, mas, quando Roma passou a ser a mandachuva do mundo, as coisas mudaram no que diz respeito à arte. Os artistas foram obrigados a adequar-se às imposições de seus mandantes, pois lhes foram destinadas tarefas diferentes das que executavam. O campo da …………… foi aquele que teve maiores realizações.

    1. engenharia civil
    2. arquitetura
    3. arte pictórica
    4. arte estatuária

  7. (Aula 15) Os romanos eram um povo de caráter prático que possuía uma maneira peculiar de narrar os feitos de seus heróis. Contavam a história de suas campanhas militares e apregoavam suas vitórias numa espécie de crônica ilustrada, como mostra …………., o que contribuiu para alterar a tendência da arte, levando a expressão dramática a sobrepor-se à harmonia e à beleza.

    1. os Arcos Triunfais
    2. o Panteão
    3. a Coluna de Trajano
    4. o Palácio Augustano

  8. (Aula 15) Os artistas romanos aprenderam muito com a arquitetura ……….. e fizeram uso de tudo que lhes interessava, o mesmo aconteceu nos demais campos da arte.

    1. egípcia
    2. persa
    3. mesopotâmica
    4. grega

  9. (Aula 16) No que diz respeito ao início da arte cristã, apenas uma das alternativas abaixo é falsa:

    1. Suas obras mais primitivas jamais representam Jesus Cristo em pessoa.
    2. Seus artistas conheciam os métodos da pintura helenística achada em Pompeia.
    3. Aos pintores cristãos interessava representar a figura humana com precisão.
    4. O objetivo de sua pintura era didático, servindo aos interesses da Igreja.

  10. (Aula 16) Em relação à pintura “Três Homens na Fornalha Ardente”, obra primitiva da arte cristã, não está correto dizer que:

    1. Refere-se à história bíblica de Daniel.
    2. A cena cristã pintada objetivava agradar o pintor.
    3. A figura dos três homens é extremamente tosca.
    4. O pintor se preocupou em dar clareza à obra.

  11. (Aula 17) Inicialmente as obras de arte dos cristãos eram portáteis ou ocultadas dos censores nas …………….. (galerias escavadas no subsolo, onde os primeiros cristãos eram sepultados, ali também se realizavam rituais fúnebres e muitas vezes serviram de esconderijo secreto dos cristãos).

    1. catacumbas
    2. zigurates
    3. pirâmides
    4. grutas

  12. (Aula 17) A arte cristã no Ocidente apareceu antes que o cristianismo viesse a tornar-se oficial. As paredes das galerias escavadas continham imagens simples que diziam respeito a uma simbologia própria dos cristãos. As obras mais ousadas da arte cristã em seus primeiros tempos eram inspiradas em modelos clássicos, a exemplo de ………….., obra inspirada em estátuas clássicas do deus Mercúrio.

    1. O Bom Cristão
    2. A Fornalha Ardente
    3. Caminhos da Salvação
    4. O Bom Pastor

  13. (Aula 18) Todas as afirmativas sobre os templos cristãos, após o cristianismo tornar-se a religião oficial do Império Romano estão corretas, exceto:
    1. Os templos que já possuíam eram  pequenos e simples para serem usados.
    2. Os templos pagãos eram diminutos, abrigavam apenas a estátua de um deus.
    3. Eram necessários espaços grandes, mesmo os adeptos sendo poucos.
    4. Os grandes salões tornaram-se conhecidos pelo nome de “basílica”.

  14. (Aula 18/link) No Brasil só os iniciados sabem o que é …………., o tipo iconográfico mais propagado e um dos mais significativos para a fé cristã, aquele que apresenta Jesus Cristo como Mestre Soberano de todas as coisas.

    1. O Bom Pastor
    2. O Cristo Pantocrator
    3. O Mestre dos Mestres
    4. O Cristo Primitivo

  15. (Aula 19) A arte bizantina (oriunda de Bizâncio) foi célebre na produção de ……… que reproduziam composições sacras.

    1. mosaicos
    2. vitrais
    3. afrescos
    4. têmperas

  16. (Aula 19/link) A cor azul já ocupou um dos piores lugares na paleta de cores, retroagindo ao primeiro século após o nascimento de Cristo, época em que nenhuma pessoa importante usaria um manto azul. A partir de 1200 d.C., essa cor tomou seu lugar de majestade ao ser usada nas vestes ………….

    1. de Jesus Cristo.
    2. da família real.
    3. da aristocracia.
    4. da Virgem Maria.

  17. (Aula 20) Os artífices do Oriente precisavam encontrar uma saída para expandir sua criatividade. Se não podiam representar figuras humanas, teriam que trabalhar com padrões e formas. Foi exatamente o que fizeram, criando magníficos ………… rendilhados nos mais variados padrões decorativos.

    1. mosaicos
    2. tapetes
    3. arabescos
    4. vitrais

  18. (Aula 20/link) Todas as afirmações sobre a “arte degenerada”, assim chamada por Hitler, estão corretas, exceto:

    1. Durante a II Guerra Mundial Hitler roubou as obras de arte de vários países.
    2. A “Lança de Longino”, usada para perfurar S. Pedro, também foi afanada.
    3. O ditador alemão nutria grande aversão pela arte moderna.
    4. Após sete décadas 1400 obras foram encontradas num sujo apartamento.

  19. (Aula 21) Todas as afirmações sobre a arte chinesa estão corretas, exceto:

    1. Os chineses eram exímios na técnica de fundir o ouro, criando vasos que remetem ao primeiro milênio antes de Cristo.
    2. Presume-se que alguns mestres chineses criam que a arte era um meio de lembrar ao povo os exemplos de virtude que existiam em eras passadas.
    3. As pinturas dos artistas chineses eram feitas em rolos de seda que eram guardados com o maior zelo em recipientes especiais e valiosos.
    4. Era comum aos artistas chineses o fato de escreverem alguns versos junto à composição no mesmo rolo de seda.

  20. (Aula 21/link) Os Guerreiros de Terracota — enterrados em valas entre três trincheiras — tinham a missão de “proteger” …………… de Quin Shi Huangdi.

    1. a vida terrena do imperador
    2. os ancestrais do imperador
    3. os soldados do imperador
    4. o reino subterrâneo imperial

Gabarito (Módulo II)


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O BUDISMO E A ARTE CHINESA (Aula nº 21)

Autoria de Lu Dias Carvalho                                                                             

      

                                                     (Clique nas figuras para ampliá-las.)

Embora saibamos muito pouco sobre os primórdios da arte chinesa, excetuando o fato de que os chineses era exímios na técnica de fundir o bronze, tendo ornado seus templos com vasos de bronze que remetem ao primeiro milênio antes de Cristo, é certo que o choque da religião sobre a arte foi ainda mais forte na China. Está comprovado que nos séculos imediatamente antes e depois de Cristo, esse povo fazia uso de costumes fúnebres que lembravam os do povo egípcio. Em suas câmaras mortuárias diversas cenas mostram o modo de viver dessa gente nesses tempos tão remotos.

Presume-se que alguns dos mestres chineses acreditavam que a arte era um importante meio de relembrar ao povo os exemplos de virtude que existiam em eras passadas, como mostra a primeira ilustração acima, cujo tema diz respeito à acusação injusta do marido a sua esposa. Vê-se aqui que o artista chinês já era capaz de representar o movimento, algo extremamente difícil para aquela época.

O budismo (religião altamente espiritual nascida na Índia, vindo a espalhar-se pelo Tibete e posteriormente pela China) exerceu grande influência na arte chinesa. Os monges e outros seguidores de Buda eram frequentemente representados em realísticas estátuas. Os artistas chineses usavam delineamentos curvos para formar as orelhas, lábios e faces, como mostra a segunda ilustração deste texto. O budismo, além de oferecer novas atividades aos artistas, também foi responsável por dar à pintura uma visão totalmente nova e uma deferência ao trabalho do artista jamais vista em outros lugares. Os chineses, ao contrário de outros povos até agora estudados, viam seus artífices com distinção, sendo a criação artística algo excepcional.

A arte religiosa na China — provavelmente em razão das práticas meditativas — acabou sendo usada muito mais para narrar as lendas do Buda e dos mestres chineses, ou seja, para ajudar na prática da meditação do que para doutrinar, como acontecera com a arte cristã. Como a arte ajudava na prática meditativa, poderia indagar alguém? Os artistas budistas representavam a água, as montanhas, os pinheiros e outras coisas mais da natureza num espírito de profunda humildade e respeito, no intuito de oferecer meios que levassem à meditação. A eles não interessava a arte com a finalidade decorativa ou instrutiva, como faziam outras culturas.

As composições dos artistas chineses eram feitas em rolos de seda que eram guardados com o maior zelo em recipientes especiais e valiosos. Só eram trazidos à vista, ou seja, estendidos para serem apreciados, em momentos de grande serenidade, quando podiam ser contemplados, induzindo à meditação. As maiores pinturas chinesas de paisagens, criadas nos séculos XII e XIII tinham como único objetivo ajudar na meditação, como mostra a terceira ilustração acima. Suas paisagens não eram reais. Os artistas usavam o método de meditação e concentração para criar seus trabalhos, sem se preocupar com a representação da realidade.

Os artistas chineses adquiriam primeiro a habilidade de “como pintar pinheiros, nuvens, rochas, água, etc.”, através do estudo das obras de grandes mestres, mas sem recorrer à própria natureza. Somente após ganhar destreza na representação desses elementos é que passavam a viajar e a observar as maravilhas naturais, objetivando divisar a essência da paisagem. Ao retornarem para seus lares, buscavam a alma daquilo que observaram, unificando as imagens apreendidas (pinheiros, nuvens, rochedos, etc.), tal como um poeta maneja seus versos. Assim, suas criações não retratavam a realidade tal e qual a viram.

Aos mestres chineses importava a habilidade adquirida na lida com o pincel e a tinta, responsáveis por dar vida àquilo que vira, enquanto a inspiração ainda estava presente na memória. Era comum o fato de escreverem alguns versos junto à composição no mesmo rolo de seda como vemos nas gravuras acima. Ainda hoje os chineses buscam nas pinturas do artista os traços de seu arrebatamento ao criar.

Exercício

  1. Qual era a função da pintura para os antigos chineses?
  2. O EXÉRCITO CHINÊS DE TERRACOTA
  3. CHINA – CALENDÁRIO CHINÊS E FENG SHUI

Ilustração: 1. Marido repreendendo a esposa, c. 400 d.C/ 2. Cabeça de um Lohan (c. 1000)/ 3. Seguindo o Caminho na Primavera (c. 1200), Ma Yuan.

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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A ARTE NO MUNDO ISLÂMICO (Aula nº 20)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                     

                                         (Clique nas imagens para ampliá-las.)

Na aula sobre a decoração das igrejas cristãs nós vimos como tudo acabou se acomodando no Ocidente, contudo, no Oriente Médio as coisas não aconteceram bem assim. Os conquistadores muçulmanos que nos séculos VII e VIII da nossa era dominaram um grande território (Pérsia, Mesopotâmia, Egito, África do Norte e Espanha) possuíam uma religião extremamente radical que proibia terminantemente a feitura de quaisquer imagens. Aos artistas não era permitido a representação de qualquer figura humana. Estaria então a arte fadada a desaparecer no Oriente Médio, conforme a vontade de seus soberanos e religiosos? Isto é o que iremos ver.

A arte não pode ser simplesmente banida ao gosto das religiões ou ao bel-prazer dos mandatários, pois ela é inerente à criatividade e à cultura de cada povo. Não é possível sufocá-la para atender os caprichos dos homens no que diz respeito às suas crenças. Hitler foi um dos exemplos de interferência no mundo artístico com a sua famosa crítica à “arte degenerada” (ver link abaixo sobre o assunto). Mas o que aconteceu com os artistas muçulmanos? Os artífices do Oriente precisavam encontrar uma saída para expandir sua criatividade. Se não podiam representar figuras humanas, teriam que trabalhar com padrões e formas. Foi exatamente o que fizeram, criando magníficos arabescos rendilhados e graciosos nos mais variados padrões decorativos, como vemos na ilustração de uma mesquita acima à esquerda.

Os tapetes orientais alcançaram terras não islâmicas, fazendo com que o mundo ocidental conhecesse uma nova arte — a dos arabescos, como mostra a segunda ilustração. No mundo dos seguidores de Maomé, ao invés de os artistas travarem contato com a realidade, optaram por representar o onírico, usando apenas linhas e cores. Porém, seitas posteriores entre os muçulmanos mostraram-se menos severas na interpretação daquilo que dizia respeito à proibição de imagens. Para elas a reprodução de figuras e ilustrações podiam ser feitas, sim, desde que fossem desprovidas de qualquer cunho religioso, como mostram as representações presentes em romances, fábulas e histórias criadas na Pérsia a partir do século XIV. Mais tarde o mesmo sucedeu na Índia, sob a governança de muçulmanos (mongóis), como mostra a terceira ilustração, inspirada num romance persa do século XV, obra que não aparenta praticamente qualquer ilusão de realidade, como também acontecia com a arte bizantina.

Exercício:

1. HITLER E A “ARTE DEGENERADA” 
2.
RELIGIÃO ISLÂMICA – A ARTE DOS ARABESCOS
3.
OS BELOS TAPETES TURCOS

Ilustração: 1. Pátio dos Leões (1377), Alhambra, Granada, Espanha / 2. Tapete persa (séx. XVII) / 3. O príncipe persa encontra a princesa chinesa Humayn em seu jardim (c.400 a.C.)

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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O MILAGRE DOS PÃES E DOS PEIXES (Aula nº 19)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                            (Clique na obra para vê-la melhor.)

Como aprendemos na aula passada, a arte pictórica (referente à pintura) usada nos templos cristãos obedecia a certas normas preestabelecidas pelos dirigentes da Igreja. Uma delas rezava que a história bíblica deveria ser apresentada da maneira mais clara e simples possível, omitindo tudo aquilo que pudesse desviar o cristão de seu objetivo sagrado. A arte bizantina (oriunda de Bizâncio) foi célebre na produção de mosaicos que reproduziam composições sacras. Hoje iremos analisar uma obra intitulada “O Milagre dos Pães e dos Peixes”, presente nos Evangelhos.

A obra estudada é um mosaico feito de pequenos cubos de pedra e de vidro. Os fragmentos de vidro dourado são responsáveis por compor o fundo que repassa a sensação de ser de ouro. O mosaico trata-se, portanto, de uma arte decorativa milenar que ajunta pequenas peças de diferentes cores, formando padrões e imagens, após fixá-las numa base de cimento ou argamassa, tendo sido usado inicialmente na decoração de pavimentos. A utilização de peças menores permitia a criação de desenhos mais variados. Além de ser extremamente resistente ao tempo, bem mais do que a pintura mural, o mosaico repassava com clareza as narrativas cristãs, uma vez que a imensa maioria da população à época não sabia ler.

Jesus Cristo é a figura central da obra, posicionando-se um pouco à frente de seus apóstolos. É representado ainda muito jovem, sem barba e pálido — bem diferente da representação do Cristo de nossos tempos. Seus cabelos longos estão jogados para trás, pois era assim que os primeiros cristãos concebiam-no. Usa um manto púrpura que deixa seus pés à vista, cingidos por uma sandália semelhante à dos apóstolos. Seus braços estão abertos numa atitude de bênção. O artista responsável por esta composição representou a cena imbuída de grande solenidade. Cristo olha fixamente para o observador, como se fosse ele a ser alimentado.

Quatro apóstolos com vestes brancas e com as mãos cobertas ladeiam-no. Dois deles ofertam-lhe pães e peixes — simbolizando os milagres narrados pelas Escrituras Sagradas para os cristãos.  O fato de terem as mãos cobertas diz respeito a um costume da época, pois era assim que os súditos costumavam usá-las, ao levar tributos para seus senhores. Não existe a impressão de profundidade na composição, por isso, temos a impressão de que é Cristo quem detém os alimentos, como se eles flutuassem debaixo de suas mãos, quando na verdade são os dois apóstolos que os segura.

As cinco figuras estão postadas em rígida posição frontal, não lembrando em nada o movimento e a expressão vistos nas obras da arte greco-romana. Apenas o manto em torno do corpo de Cristo, deixando suas principais articulações visíveis por baixo das pregas, remetem aos artistas gregos e romanos. Chama a atenção o modo como o artista dispõe as pedras e vidros de diferentes tons na sua composição, reproduzindo com maestria as cores da pele dos personagens e da rocha. Ele fez sua obra com tanta dedicação religiosa que até reproduziu as sombras dos personagens no chão, algo surpreendente para a época.

A simplicidade da obra em nada tem a ver com a capacidade e o conhecimento do artista, apenas obedece a um fim predeterminado que no caso era religioso, tendo ele que se ater às regras rígidas da Igreja da época. Não significa, portanto, que o artista fosse primitivo ou não soubesse fazer algo mais elaborado. Ele apenas teve que fazê-lo assim, de acordo com as normas da arte cristã da época. Como podemos concluir, a clareza vista na representação da arte egípcia também se encontrava presente na arte cristã, onde se retratava apenas o essencial, como vemos aqui nesta composição.

Exercício:

  1. A IMPORTÂNCIA DA IGREJA CRISTÃ NA ARTE
  2. A LIBERTAÇÃO DOS CULTOS
  3. HISTÓRIA DA COR AZUL NA PINTURA

Ilustração: 1. São Vital, mosaico, século VI.

Ficha técnica
Ano: c.520
Técnica: mosaico
Dimensões: x
Localização: Basílica de Santo Apolinário, o Novo, Ravena, Itália

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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