Autoria de Suedro Potiele
Certa vez um circense,
Palhaço muito engraçado,
Foi à igreja para avisar
Ao sacerdote Romualdo
Que um circo ali pertinho
Estava prestes a ser armado
E que, por ser inofensivo,
O padre não tinha motivo
Pra ficar preocupado.
Pra não perder a chance
De falar com o vigário,
O palhaço que do circo
Também era proprietário,
Quando viu que o clérigo
Atendia nesse horário
Seus fiéis em confissão
Ajoelhou-se ali no chão
Diante do confessionário.
Após ouvir desse palhaço
Que uma das brincadeiras
Que ele mais executava
Era plantar bananeira,
O padre bem curioso
Quis saber de que maneira
Esse tipo de palhaçada
Era, no circo, realizada
Ante uma plateia inteira.
Por ser muito brincalhão
O palhaço imediatamente,
Embora ele estivesse
Num sagrado ambiente,
Pra explicar o que no circo
Ele fazia frequentemente,
Por incrível que pareça
Ficou de ponta cabeça
Aos olhares dos presentes.
Neste instante ao depararem
Com a tal cena descabida
Duas velhinhas, na igreja,
Caminharam pra saída
Enquanto uma dizia
Sobremodo espavorida:
– Vamos embora, Generosa.
A penitência tá perigosa
E nós viemos desprevenidas.
Nota: desenho do autor.
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