Esta delicada composição intitulada Chuva de Verão é uma obra-prima da pintura decorativa japonesa. Presume-se que Sakai Hôitsu (1761 – 1828), o responsável pela criação, buscou nas divindades do vento e da chuva a inspiração para decorar um de seus biombos (divisória móvel, feita geralmente com folhas de madeira, presas por dobradiças, cuja finalidade é dividir um aposento em duas partes, ou para isolar um espaço, ou proteger da luz ou do vento).
O artista em vez de personificar a chuva, optou por apontar seus efeitos na natureza, ao mostrar um aguaceiro caindo sobre a vegetação de verão. As folhas e as flores dobram-se sob a força da chuva. É possível notar o viço que elas emanam. Na parte superior à direita, um regato sinuoso de águas azuis está sendo formado. O fundo da composição é metálico prateado, sendo o resto da pintura em cores e detalhes naturalistas. A pintura foi feita sobre papel num par de biombos com duas folhas.
Sakai Hôitsu, discípulo de Sotatsu e Korin, ainda se encontrava ativo no início do século XIX. Nasceu no Edo numa família de samurai. Experimentou variados estilos e veio a tornar-se um religioso budista. Fundou uma escola de pintura chamada Ukaan. Por ser um grande observador da natureza tornou-se especialista na pintura de flores e plantas, assim como seu mestre Ogata Kôrin.
Ficha técnica
Ano: início do séc. XIX
Autor: Sakai Hôitsu
Período Edo
Dimensões: 166 x 183 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão
Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric
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