Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Chardin – O CASTELO DE CARTAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intutulada O Castelo de Cartas, também conhecida como A Casa de Cartas, é uma obra do pintor francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin que, usando temas realistas da vida cotidiana, tão a gosto do estilo rococó, apresentava coisas simples, mas graciosas, sem apelar para os assuntos galantes e frívolos. Antes de introduzir a figura humana em seu trabalho, o artista era conhecido por suas naturezas-mortas. Ele pintou quatro versões com tal temática, sendo esta a última delas. A caracterização física e psicológica do menino lembra-nos as conhecidas pinturas de Paul Cézanne, intituladas “Jogadores de Cartas”.

A cena em questão, uma pintura de gênero, é tranquila e de grande intensidade poética. Um garoto de bochechas rosadas, sentado de perfil, encontra-se diante de uma mesa de madeira, com os olhos voltados para baixo, colocando cartas de baralho em pé, depois de dobrá-las ao meio. Ele se mostra absorto e calmo. Apesar de próximo, não tem nenhum contato com o observador, como se não quisesse ser interrompido em seu jogo ou brincadeira. Já colocou nove cartas de pé, trazendo na mão esquerda outas três já dobradas. Está vestido de acordo com sua época.

A mesa de fundo verde traz uma gaveta semiaberta, com puxador em formato de bola na ponta, onde se vê um valete de copas e outra carta desconhecida, pois se encontra de costas para o observador. Sobre a mesa são vistas três moedas e dois outros objetos indecifráveis. A assinatura caprichosa do pintor encontra-se no corpo da mesa, à esquerda.

Ficha técnica
Ano: c.1735

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 82 x 66 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/c/chardin/1/09h_card.html

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Modigliani – CIGANA COM FILHO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Amedeo Modigliani (1884 – 1920) teve que conviver com o pouco caso da crítica e do mercado por sua pintura. E o fato de ser obrigado a abandonar a escultura, em razão de seu péssimo estado de saúde, arte que ele elevava acima da pintura, tornou sua vida ainda mais atribulada. O mais paradoxal é que, logo após sua morte, os colecionadores arrebataram suas obras, dando-lhe a atenção que não lhe dispensaram em vida. Sua pintura, dona de formas sinuosas e estilizadas, possuía uma elegância ímpar. Embora o pintor tivesse tido uma existência dramática, sua obra repassa pureza formal, perfeição e calma.

A composição intitulada Cigana com Filho, ou ainda Cigana com um Bebê, é uma obra do pintor, dono de um estilo muito peculiar. Trata-se uma composição simplificada na linguagem das formas, cor e traço. Presume-se que haja um protesto social em seu conteúdo, apesar do lirismo que o tema traz em si.

O artista apresenta em sua pintura uma jovem mulher, de frente para o observador, sentada numa cadeira, tendo ao colo um bebê. Sua expressão fisionômica é séria, sendo que seus olhos azuis transmitem uma grande tristeza. Ela veste uma blusa branca com gola de marinheiro vermelha e traz no pescoço um lenço em forma de gravata. Sua saia de um verde-acinzentado vai até a base inferior da tela, não permitindo que se veja o restante de seu corpo.

A cigana traz as mãos cruzadas em torno do corpo de sua criança de bochecha rosada, e envolto numa manta azul-escuro, e também usa um gigantesco gorro cor-de-rosa, com listras nas extremidades, e com o formato de um cone.

Ficha técnica
Ano: 1918

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 116 x 73 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Louis Le Nain – PAISAGEM COM CAMPONESES

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Louis Le Nain (1593 – 1648), também conhecido por o Romano, ao chegar a Paris, vindo de Lyon, juntamente com dois irmãos Antoine e Mathieu, ali abriu uma oficina de pintura. Anteriormente a isso nada se sabe sobre sua formação artística, assim como é difícil, muitas vezes, saber qual foi a obra pintada por esse ou aquele, pois os três costumavam trabalhar numa mesma tela. Mas é certo que Louis foi o mais criativo dos três. Através do apelido recebido é provável que tenha ido a Roma. Fez parte da Academia Real de Pintura e Escultura, em Paris. Os irmãos deixaram uma pequena série de pinturas históricas, mas preferiram as cenas de vida no campo, uma vez que vieram de uma família do meio rural.

A composição Paisagem com Camponeses, obra do artista, mostra uma cena doméstica, em que uma camponesa já idosa, sentada com as mãos no colo, à esquerda, próxima a um imenso muro, observa algumas crianças a brincar, possivelmente seus netos. Três garotos, sendo dois meninos e uma menina, encontram-se em primeiro plano, dois deles olhando para o observador, enquanto o do meio traz os olhos voltados para o que parece ser uma flauta.

Na estrada, em direção contrária à das crianças, passa um jovem com um chapéu na mão. Mais distante vê-se uma imensa paisagem, com céu e terra encontrando-se no horizonte, ambos ocupando, praticamente, o mesmo tamanho na tela. Pessoas tangem o gado, ovelhas ainda se encontram a pastar e um homem anda a cavalo. Uma pequena casa, com uma matinha na frente, situa-se na parte central da composição. Mais distante, em direção ao horizonte, várias edificações são vistas num terreno mais inclinado. As sombras espalhadas pela paisagem mostram que o sol não tarda a esconder-se.

Ficha técnica
Ano: c.1640

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46 x 57 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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François Clouet – UMA SENHORA EM SEU BANHO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês François Clouet (c.1520 -1572), também conhecido como François Janet, teve como pai o também pintor Jean Clouet, de quem foi aluno e com quem também trabalhou. A influência do estilo realista e naturalista do norte europeu, como da pintura da corte alemã, pode ser notada em seus retratos e pinturas mitológicas. Em seu trabalho o artista também adotou elementos do Maneirismo de Florença. Foi pintor da corte dos reis franceses Francis I, Henry II e Charles IX, onde era tido em alta estima.

A composição Uma Senhora em seu Banho, também conhecida como Diana de Poitiers, é  uma obra do artista, como mostra sua assinatura na borda da banheira. É tida como uma obra-prima da arte renascentista francesa. Trata-se de uma obra totalmente assimétrica em que a figura principal ocupa o canto frontal direito, tendo seu antebraço tocado pela ponta do cortinado vermelho.

A modelo chegou a ser identificada como sendo Diana Poitiers, amante de Henrique II, mas tal afirmação é hoje rejeitada, dando-se sua identidade como desconhecida, alegando alguns se tratar de Mary Stuart. O retrato é típico de uma amante real, levando em conta as características aristocráticas da mulher.

A bela jovem, em primeiro plano, encontra-se nua, lindamente iluminada, sentada dentro de uma banheira forrada com um lençol branco, voltada para o observador. Ela traz a mão esquerda sobre a borda da banheira, tendo recolhido parte do lençol, deixando à vista a assinatura do pintor, logo abaixo. Sua mão direita descansa numa tábua coberta com uma toalha branca, sobre a qual se encontram uma fruteira e flores. Entre seus dedos ela traz uma flor. Seus traços são delicados. Tem os cabelos presos, tendo uma pérola a enfeitar-lhe a ampla testa branca, conforme moda da época. Seus seios são pequenos e rijos. Usa ricas joias em ouro e pérolas.

A cena acontece no canto de uma sala suntuosa, onde se vê uma lareira acesa, em segundo plano, para onde o olhar do observador é atraído, onde uma criada manipula um cântaro metálico com água quente para o banho de sua senhora. Sobre a lareira está um quadro de tapeçaria com a figura de um unicórnio que na corte simbolizava a castidade. Um garotinho, próximo à banhista, levanta o braço para pegar um cacho de uvas. E mais ao lado, uma ama de leite, com traços grosseiros, sorri, enquanto alimenta um bebê de rosto grande e corpo pequeno, muito bem enrolado. Grossas cortinas vermelhas de cetim, entreabertas, deixam à vista o restante do ambiente.

O costume de retratar mulheres, enquanto tomavam banho dentro de uma banheira, era peculiar à Escola de Fontainebleau. É possível que o nu, um tipo de Vênus, represente a beleza ideal e não uma figura feminina específica. A pintura também pode ser uma alegoria à fertilidade. Este tipo de quadro que mostra uma visão íntima da vida cotidiana era muito apreciado pela aristocracia da época.

Ficha técnica
Ano: c.1571

Técnica: óleo em carvalho
Dimensões: 92 x 81 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Renascimento/ Editora Taschen
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.46112.html

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Piero di Cosimo – IMACULADA CONCEIÇÃO COM SANTOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura A Imaculada Conceição com Santos, também conhecida como A Encarnação de Jesus, é uma obra do pintor italiano Piero di Cosimo (1462-1521), cujo nome original era Piero di Lorenzo. Estudou com Cosimo Rosseli, tendo, inclusive, trabalhado com seu mestre nos afrescos da Capela Sistina, em Roma. Foi em homenagem a ele que adotou o sobrenome Cosimo. Recebeu influência da pintura de Leonardo da Vinci e de Filippino Lipi. Trabalhou também com peças decorativas de interior. Era tido como uma pessoa excêntrica e muitas vezes reclusa.

A cena acontece ao ar livre. A Virgem ocupa a parte central do quadro, de pé sobre um pedestal de mármore, decorado com as figuras da Anunciação. Ela usa um vestido vermelho e um manto azul com forro verde. Um longo véu desce-lhe pela cabeça e ombros, passando por seu braço direito e caindo ao lado de seu corpo, quase até o pedestal. Seus olhos estão voltados para o céu, onde se encontra o Espírito Santo, em forma de pomba, liberando uma nuvem de luz, e pairando acima de sua cabeça. A mão na barriga significa que ela já está grávida do Filho de Deus. Seu livro de orações está caído ao chão, semiaberto.

À esquerda da Virgem estão os santos: Pedro Apóstolo, segurando uma gigantesca chave e um livro, Antônio Pierozzi, com os olhos voltados para o céu, ambos de pé, e Margarida, ajoelhada, com uma cruz e um rosário nas mãos. À direita encontram-se os santos: João Evangelista, apontando para Jesus presente no ventre da Virgem Maria, Filipe Benizzi, segurando um ramo com lírios, que simbolizam a pureza e a virgindade de Maria, ambos de pé, e Catarina de Alexandria, ajoelhada, segurando um livro, que marca com o dedo indicador, e uma peça da roda de seu martírio. As duas santas ajoelhadas formam, junto com Maria, uma composição triangular.

O artista acrescentou, à cena principal, três outras, como se estivessem acontecendo ao mesmo tempo. No lado esquerdo da pintura, na parte superior, estão representadas a Natividade e a Anunciação aos Pastores, enquanto à direita, também na parte superior, está a Fuga para o Egito. Atrás da Virgem vê-se uma paisagem. A composição é extramente equilibrada.

Ficha técnica
Ano: c. 1500

Técnica: têmpera e óleo sobre madeira
Dimensões: 206 x 172 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://it.cathopedia.org/wiki/Immacolata_Concezione_tra_Santi

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Guardi – VENEZA: A GIUDECA COM…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Veneza: A Giudecca com a Igreja das Zitelle é uma obra do pintor italiano Francesco Guardi (1712-1793), considerado um dos mais renomados pintores de vista (vedute) venezianos, arte que aprendeu com Giovanni Antonio, seu irmão. No início de sua carreira, o pintor tinha os retábulos como principal trabalho. Depois passou a pintar cenas atmosféricas de sua cidade, tendo como influência o trabalho de Canaletto e Michele Marieschi. Além disso, criou pinturas ilustrativas das grandes festas venezianas.

Para um melhor entendimento da tela, é preciso saber que a Giudecca é um pequeno arquipélago, e também o nome da sua ilha principal, ao sul do centro de Veneza, separadas do centro por um canal chamado Canale della Giudecca.

Pelo enquadramento da composição, presume-se que o artista estava a pintá-la de dentro de um barco, de onde podia pintar a fachada da igreja das Zitelle (Santa Maria della Presentazione) e também a cena que se desenrolava à sua frente, com barcos subindo e descendo, o esvoaçar de suas velas e os remos empurrando a água.

Ficha técnica
Ano: c. 1780-85

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 17,8 x 23 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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