Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Pieter de Hooch – CUIDADOS MATERNAIS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Uma Casa de Campo é uma obra do pintor holandês Pieter de Hooch (1629-1684), tido como um dos mais importantes pintores holandeses de cenas de interior. Foi aluno do pintor paisagista Nicolaes Berchem. Inicialmente, o artista trabalhou com cenas de estalagens e casernas. Posteriormente deixou-se inspirar pelas obras de Jan Vermeer e Carel Fabrizius, passando a criar cenas de pátio e interiores, retratando a vida da burguesia da época. Mais tarde, inspirado pela arte francesa, mudou o seu estilo, passando a pintar grupos sociais elegantes, em suntuosos salões.

Em seu quadro Uma Casa de Campo, o artista apresenta mais uma das características comuns às suas pinturas de gênero: a sequência de espaço.

Em primeiro plano está uma mãe, sentada numa cadeira, revistando a cabeça de sua filha, que tem o cabelo partido ao meio, para ver se ali encontra piolho ou lêndeas presas aos fios. Elas se encontram num amplo quarto, onde são vistos: uma cama, cortinas parcialmente abertas, um aquecedor de cama, feito de cobre, um cãozinho, um cesto de vime e uma cadeira de criança, onde o artista colocou sua assinatura.

O cachorrinho preto está assentado próximo à porta, de costas para o observador, olhando atentamente para o outro ambiente, que possui uma janela e, através da qual pode-se ver um jardim ensolarado. Nota-se também um quadro acima da porta que leva a um outro cômodo, possivelmente a cozinha. A luz no ambiente entra através de uma janela de vidro, à direita. No segundo espaço ela vem através de uma janela frontal, iluminando o chão.

Ficha técnica
Ano: c. 1660
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 52,5 x 61 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 10

Mantegna – APRESENTAÇÃO NO TEMPLO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Apresentação no Templo , também conhecida por Circuncisão , é uma obra do pintor italiano Andrea Mantegna, considerado um dos artistas mais importantes do início do Renascimento. Sua obra destaca-se pela exatidão anatômica das figuras, ricos detalhes e perspectiva perfeita, influenciando não apenas pintores italianos, mas o norte dos Alpes.

Esta obra faz parte de um tríptico, sendo um dos paineis laterais, juntamente com “Ascenção” e “Adoração dos Magos”, encomendado por Ludovico II Gonzaga, para decorar a Capela Ducal do S. George Castel, em Mântua. No painel acima, o artista retrata a Virgem com seu Menino nos braços, dentro de um templo, para ser circuncidado. É a mais bela cena apresentada no tríptico, em que o artista mostra um interior clássico, com uma suntuosa decoração. A pintura apresenta, ao mesmo tempo, dois temas bíblicos: a apresentação de Jesus Cristo no Templo e a sua circunscisão.

Maria está acompanhada de sua mãe Ana e seu esposo José. O Menino parece amedrontado diante do sacerdote à sua frente, buscando a proteção da mãe. José encontra-se à esquerda. Ele traz na mão direita um cesto com duas rolinhas, importantes para o rito da purificação de Maria, após o nascimento do filho, e com a esquerda segura o manto. O ajudante segura uma bandeja com uma tesoura e ataduras para serem usadas na circunscisão, enquanto o sacerdote, vestindo um manto amarrado à cintura, segura na mão direita uma espécie de bisturi, tocando no Menino com a mão esquerda.

O gesto do sacerdote leva o olhar do observador para o Menino Jesus. Uma mulher, com o filho recostado a ela, acompanha a cena. A criança está vestida de veremelho (cor muito presente nas obras de Mantegna). Com um dedinho na boca e uma rosquinha na outra mão, ela não acompanha o acontecimento, embora não pareça haver pressão na mão de sua mãe, impedindo-a de olhar. A ausência de auréolas impede alguns estudiosos de classificá-los como Isabel e João Batista, embora outros o façam.

A ornamentação do ambiente é primorosa. Dividindo a composição ao meio, verticalmente, ergue-se uma majestosa coluna de mármore manchado, sustentando um capitel coríntio, de onde nascem dois arcos. Na extremidade de cada arco está um medalhão, em mármore negro, de onde saiem fitas. Abaixo, duas lunetas mostram cenas figurativas. Na primeira contempla-se o sacrifício de Isaac, e na segunda vê-se a entrega das tábuas da lei. Um querubim em ouro, com suas asas abertas, está postado acima, no espaço entre os dois arcos. Na parte de baixo, de cada lado da coluna, divididos por mármore branco, estão quadros de mármores preciosos, de diferentes cores, como se fossem pinturas.

Á esquerda ergue-se um aparador feito de mármore branco, decorado com motivos florais. Sobre ele se encontra um jarro de ouro. À direita vê-se um magnífico armário com portas decoradas em ouro. Acima dele estão duas cornucópias, encimando um vaso de duas asas atadas em fitas. O piso da sala é de mármore xadrez.

Ficha técnica
Ano: c. 1462-1464
Técnica: têmpera em madeira
Dimensões: 86 x 42,5 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.geometriefluide.com/pagina.asp?cat=circoncisione-tritticouffizi-decapsangior-mantegna

Views: 6

Van Dick – MADALENA PENITENTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor Anthony van Dyck foi o mais talentoso discípulo e ajudante do pintor francês Peter Paul Rubens, sendo 22 anos mais jovem do que o mestre, de quem herdou o talento na representação da textura e superfície das figuras. Também se transformou num dos pintores retratistas mais procurados da Europa.

A composição Madalena Penitente é uma obra da juventude de Van Dyck, quando ele ainda se encontrava bem próximo ao estilo de seu mestre Rubens. Contudo, em sua pintura, o artista moderou na exuberância da cor e na sensualidade da modelo. Ele usou uma palheta rica e uma estrutura original na sua composição.

Madalena, a discípula mais amada de Jesus, é retratada de corpo inteiro, volumosa, coberta apenas por um suntuoso manto, finamente trabalhado. Sua tez é perolada e seus cabelos dourados estçai a cair-lhe pelas costas robustas. Com as mãos retorcidas e os olhos voltados para os céus, ela chora.

À direita, atrás de Maria Madalena, encontra-se um anjo que, ao contrário dela, volta a cabeça para baixo. Ele traz nas mãos um vaso de unguento, usado para ungir as feridas de Cristo, atributo da santa. Sobre ela, à esquerda, realçando a cor de sua pele, está parte de um sobrecéu, e ao fundo descortina-se uma paisagem verdejante.

Obs.: Existem três outras versões desta tela.

Ficha técnica
Ano: c.1640-1641
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 169 x 148,5 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 4

Giotto – MADONA E O MENINO EM MAJESTADE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor e arquiteto florentino Giotto di Bondone (1267 – 1337) é considerado um dos mais importantes precursores da pintura ocidental. Conta a lenda que, ainda rapaz, foi descoberto por Cimabue, enquanto desenhava as ovelhas de seu pai. Não se sabe se tal fato é verdadeiro, mas se tem como certo a informação de que ele foi discípulo do mestre Cimabue, tendo trabalhado em sua oficina, ainda que de forma independente.

A composição Madona e o Menino em Majestade, também conhecida como Madona Entronizada com os Santos e ainda Madonna di Ognissanti, é uma obra de Giotto. Este retábulo foi feito para ornamentar a igreja de Ognissantie em Florença, na Itália.

A Virgem, com o filho ao colo, encontra-se em seu trono, uma unidade estruturada arquitetonicamente e muito bem decorada, cujos degraus elevam-na. À esquerda e à direita do trono encontram-se doze figuras, sendo seis de cada lado, representando os santos. Todas trazem a cabeça num plano ligeiramente mais baixo de que a do Menino, em sinal de reverência. Dois anjos apresentam-se ajoelhados, em primeiro plano. Os olhares estão concentrados na figura da Virgem e de seu Filho. Somente ela lança um olhar para fora do quadro, na direção do observador, como se dedicasse a ele toda a sua atenção. As vestes e as cores usadas são bastante comuns, como seriam na vida real. É possível ver até o contorno dos seios da Madona através do tecido transparente de seu vestido. As dobras do manto azul da Virgem direcionam o olhar do observador para o Menino Jesus.

Ao contrário das divinais figuras sacras anteriores, a Virgem de Giotto é extremamente humana em sua bela e majestosa figura. Suas volumosas proporções e o grande espaço ocupado por ela, em relação aos demais personagens, são propositais. Têm o objetivo de mostrar a grandiosidade da Mãe do Salvador, apesar de sua visível humanidade. O artista traz a Virgem e seu Filho para o plano terreno, numa nova concepção de mundo. Esta obra trata-se de um uma incrível invenção pictórica, envolvendo não apenas um novo conteúdo ideológico como também novas posições mentais.

Este painel, em relação à época em que foi feito, apresenta um Giotto extremamente revolucionário, assim com o foram Masaccio e Caravaggio em suas respectivas épocas. Foi responsável por dar início a uma nova tendência na arte florentina.

Ficha técnica
Ano: c.1308
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 325 x 204 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
Os pintores mais influentes/ Editora Girassol
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Gótico/ Taschen
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 102

Mantegna – MADONA DA PEDREIRA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Madona da Pedreira, também conhcecida por Madona da Caverna ou Nossa Senhora da Caverna é uma obra do pintor italiano Andrea Mantegna (1431-1506), considerado um dos artistas mais importantes do início do Renascimento. Foi aluno de Francesco Squariciona. As esculturas de Donatello e as pinturas de Andrea del Castagno e Jacopo Bellini exerceram grande influência sobre ele. Trabalhou na Corte dos Gonzagas em Mântua. Sua obra destaca-se pela exatidão anatômica das figuras, ricos detalhes e perspectiva perfeita, influenciando não apenas pintores italianos, mas o norte dos Alpes.

A pintura acima, cujo título é alusivo à pedreira, apresenta A Virgem Maria, em primeiro plano, com seu Menino Jesus ao colo, na frente de uma gigantesca rocha, que parece lhe servir de trono. A Virgem usa um manto azul sobre um vestido vermelho e sapatos da mesma cor.  Seus cabelos dourados, soltos, caem-lhe pelas costas e ombros. Seus olhos parecem mirar o vazio, como se antevisse o sofrimento pelo qual passará. Seu Menino rechonchudo está nu, com os olhos voltados para cima e a boquinha aberta.

O cenário, que se desenvolve atrás das duas figuras principais, exige a atenção do observador, para não passar despercebido, em razão dos tons muito semelhantes da pintura. Ali, pessoas trabalham com as rochas. Atrás de Mãe e Filho, à direita, trabalham cinco pessoas no vão aberto na pedreira, na parte superior.  Duas outras trabalham na inferior, fazendo um sarcófago, que alude à morte de Jesus Cristo, como se mostrasse o destino da criança, que ali se encontra com sua mãe.

Na parte esquerda da composição, abaixo e à direita de onde se encontra a Virgem com seu Menino, vê-se, num nível mais alto, um castelo e uma estrada em meio a plantações, que conduz a uma cidade. E no nível mais baixo, algumas pessoas trabalham na colheita de feno, outras pastoreiam ovelhas, e algumas outras caminham em derredor. A rocha é tão vívida que dela parece irradiar uma luz dourada. Para Kristeller trata-se de basalto encontrado em Veneto.

Ficha técnica
Ano: c. 1488-1490
Técnica: têmpera no painel
Dimensões: 32 x 30 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.frammentiarte.it/2016/41-madonna-delle-cave/

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Murillo – A COZINHA DOS ANJOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Cozinha dos Anjos, também conhecida por Um Milagre na Cozinha, é uma das obras mais famosas do pintor espanhol Bartolomé Esteban Murillo, artista extremamente religioso. Esta gigantesca tela foi pintada para ornamentar o claustro dos franciscanos, juntamente com outras dez, em Sevilha.

O pintor apresenta cinco jovens anjos trabalhando na cozinha de um mosteiro, executando diferentes afazeres. Eles se despem de suas divindades para mostrar o lado humano, como se fossem seres mortais. Além dos anjos estão presentes três franciscanos, um deles levitando em êxtase místico, dentro de um halo de luz. Possivelmente ele seja o irmão leigo Francisco Pérez. Dois homens, vestidos à moda da época, estão estancados na porta de entrada da cozinha, ao lado do frade superior, surpresos com o que veem. Três pequeninos anjos brincam no chão.

O pintor acreditava que, quanto mais aproximasse os seres divinos das pessoas comuns, mais fácil seria ganhar a devoção dessas. Ele acabou por revolucionar o modo de representar figuras sagradas, ao expor alegria, simplicidade e humanidade em suas obras, ao contrário do que se via na pintura sacra da Espanha da época. É interessante notar que nesta obra, assim como em outras de sua lavra, o artista traz o divino para dentro da dimensão terrena, como se mostrasse que o milagre pode ocorrer em meio à vida cotidiana.

Nota: Francisco Pérez era um irmão leigo que passou trinta anos como assistente na cozinha do mosteiro San Francisco el Grande. Conforme conta a história, ele era muito fervoroso e, certo dia, perdido em suas devoções, esqueceu-se de seus serviços. Ao retomar a consciência, ficou surpreso ao notar que suas tarefas tinha sido milagrosamente executadas.

Ficha técnica
Ano: 1646
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 180 x 450 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Murillo/ Abril Cultural
http://www.wga.hu/html_m/m/murillo/1/104muril.html

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