Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Luca Signorelli – CRUCIFICAÇÃO COM MADALENA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura Crucificação com Madalena é uma obra do pintor italiano Luca Signorelli  (c.1445-1523). É provável que o artista tenha trabalhado na oficina de Piero della Francesca, onde aprendeu sua arte. O desenvolvimento de sua linguagem artística deveu-se à influência dos pintores Antonio del Pollaiuolo e Andrea del Verrocchio. As figuras numa pose geométrica e estilizadas são uma característica de seu trabalho. Possuía grande habilidade para pintar a anatomia humana, como comprova a pintura em questão.  Foi um renomado pintor de painel e afrescos.

No primeiro plano da composição estão Jesus Cristo e Maria Madalena. A tosca cruz de madeira está centrada no meio do quadro, dividindo-o verticalmente. A tabuleta em vermelho, colocada no topo, toca a extremidade superior da tela.

O corpo de Jesus, pregado à cruz, mostra-se lívido. Seus músculos, em razão da distensão forçada de sua postura, sobretudo dos membros superiores, estão à vista. A cabeça, com longos cabelos dourados, tomba para frente. A coroa de espinhos atinge sua testa. Uma toalha vermelha, listrada nas pontas, cobre seu quadril e região pubiana. Um suporte, usado para que o crucificado não morresse rápido, sustém seus pés. Três grandes pregos sustentam-lhe mãos e pés. Das feridas abertas pelos pregos escorre sangue. E da chaga aberta abaixo de seu peito direito, o sangue jorra abundantemente, escorrendo pelo corpo até atingir os pés. No chão, entre a cruz e uma caveira, vê-se uma poça de sangue do Crucificado.

Maria Madalena encontra-se à direita de Cristo. Seu gesto largo e dramático demonstra dor e indignação. Traz o braço esquerdo direcionado para o corpo de Jesus e o direito apontando para o mundo, como se afirmasse que Jesus está morrendo para salvar a humanidade. Seu manto vermelho, maravilhosamente trabalhado em dobras, cai-lhe sobre os joelhos, deixando à vista seu vestido azul e os abundantes cabelos dourados, que lhe caem pelas costas e frente.

Ao fundo, numa pequena elevação à direita, duas cenas aludem aos acontecimentos que sucederão à crucificação de Jesus: a descida da cruz e o retorno com seu corpo pela parte mais baixa da colina. Três figuras encontram-se mais próximas à cruz. São bem maiores em razão da proximidade com o primeiro plano. Possivelmente duas delas sejam São João e Maria, mãe de Jesus. Ao fundo, à esquerda, avista-se uma paisagem com uma passagem numa rocha, onde se encontra José, assentado sobre uma pedra, com as mãos cruzadas sobre o joelho esquerdo. Acima vê-se um castelo.

Abaixo do pé da cruz estão dois símbolos importantes na pintura: um crânio e flores. O crâneo, colocado ao pé da cruz, faz parte da simbologia nórdica, e contém três possíveis simbologias nesta pintura:

  • referência ao local onde Jesus Cristo foi crucificado (Marcos 15:22);
  • referência ao primeiro homem (Adão) criado por Deus”(Coríntios 15:45);
  • símbolo da morte, que é redimida pela morte de Cristo na cruz, pois ele se encontra acima dela (Marcos 8:31) .

A presença das flores, em volta de Cristo crucificado, alude a uma vida nova, que somente Ele poderá proporcionar à humanidade, através da vida espiritual.

Obs.: Nas costas desta pintura existe um desenho de “São Jerônimo em Penitência”, feito a lápis preto.

Ficha técnica
Ano: c. 1500-1505
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 249 x 166 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://europeanartincontext.blogspot.com.br/2015/03/crucifix-with-maria-magdalen-luca

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Pietro Perugino – MADONA E MENINO ENTRE…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Madona e Menino entre São Sebastião e São João Bastista é uma obra do pintor italiano Pietro Perugino (c. 1448-1523), tido como um dos mais renomados mestres da Escola da Úmbria e um precursor do Alto Renascimento. Fez parte da guilda de pintores de Florença, podendo ter sido aluno de Andrea Verrochio e Piero della Francesca. Foi um artista de  colorido suave e de composições equilibradas. Foi professor de Rafael Sanzio.

Em sua equilibrada pintura, o artista coloca, em primeiro plano, uma base retangular, com a frente belamente trabalhada, que serve de apoio para o banco em que se encontra sentada a Virgem Maria com seu Menino no colo. Ela usa um vestido vermelho com um manto escuro nos ombros e um azul jogado no colo, cobrindo-lhe os membros inferiores. O Menino, sentado no joelho direito da Virgem, volta a cabecinha e seu olhar para São João Batista, enquanto a Virgem traz a cabeça voltada para a direita, com certa tristeza na fisionomia.

Um pouco atrás do trono da Virgem estão os dois santos: São João Batista, à esquerda, e São Sebastião, à direita. O primeiro, com os olhos voltados para baixo, usa um colete de couro e um manto vermelho, e traz na mão esquerda uma longa cruz, enquanto com a direita aponta para o Menino. O segundo usa apenas um pequeno xale que lhe oculta a região pubiana. Traz duas flechas em seu corpo, uma no pescoço e outra no braço esquerdo. De seus ferimentos jorra sangue. Possui o corpo bem torneado e a cabeça voltada para o alto, em atitude de meditação.

A composição, ao fundo, é bela em sua arquitetura. Às costas dos santos ergue-se um par de Pilares. E atrás de cada um deles, dispostos numa certa distância, levantam-se mais dois outros, sendo seis no total. Uma série de arcos contíguos compõem o pórtico. Mais ao fundo surge uma enorme paisagem com pequenas elevações e árvores finas.

Esta obra foi feita para adornar a capela da família da doadora, Cornelia Salviati, viúva do mercador veneziano Giovanni Martini. Perugino tomou o rosto de Chiara Fancelli, sua esposa, como modelo para o da Madona.

Ficha técnica
Ano: 1493
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 178 x 164 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Giuseppe Arcimboldo – INVERNO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Inverno faz parte da série “Quatro Estações” do famoso pintor italiano Giuseppe Arcimboldo. É o último da série.

O artista, exímio detalhista, compõe sua figura com habilidade incomparável. Quanto mais distante colocar-se o observador da tela, mais perfeita será a figura masculina, vista de perfil, voltada para a direita, com um semblante sério. E, quanto mais próximo do quadro permanecer, mais se verá em meio a galhos nus, cascas e folhas pintados detalhadamente, pois tudo ali (pele, cabelo e vestimenta)  é imaginário no que tange às partes da suposta figura humana, que se mostra em relevo, em fução do fundo escuro do quadro.

Giuseppe Arcimboldo usou o toco de uma árvore velha, quase morta, com a casca soltando, para representar a estação do Inverno. A figura composta assemelha-se a um velho, com o nariz adunco e com a pele a soltar-se, com lábios inchados e boca desdentada.  Vejamos alguns exemplos que compõem a alegoria:

  • um cogumelo (míscaro) é colocado de viés para formar o queixo verruguento;
  • crostas da madeira compõem a face cheia de cicatrizes, enquanto pequenos galhos, desprovidos de folhas, dão vida à barba espetada;
  • um sulco fundo da casca forma o olhos,
  • um pedaço de ramo repartido dá forma à orelha;
  • uma espécie de tapete de palha, com fibras grossas e ásperas,  serve de agasalho para a figura do velho. É possível vislumbrar no capacho um brasão;
  • uma laranja e um limão pendem de um pequeno galho no pescoço, como se fosse uma gravata borboleta;
  • uma hera verde, na parte posterior daquilo que é tido como cabeça, forma o cabelo;
  • um emaranhado de ramos, no topo da cabeça, lembra uma coroa.

Como nas telas “Primavera”, “Verão” e “Outono”, uma grinalda pintada, em forma retangular, em torno da figura, mostra-se bem diferente do estilo da mesma. Existe a hipótese de que tenha sido agregada à tela mais tarde.

Ficha técnica
Ano: 1573
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 76 x 64 cm
Localização: Museu Nacional do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Arcimboldo/ Editora Paisagem
https://www.nga.gov/exhibitions/2010/arcimboldo/arcimboldo_brochure.pdf

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Lorenzo Lotto – MADONA E MENINO COM SANTOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura Madona e Menino com Santos é uma obra do pintor, desenhista e ilustrador italiano Lorenzo Lotto (c.1480 -1556). O artista serviu de ponte de transição entre os velhos mestres de Veneza e a arte do Barroco tardio, no norte da Itália. Dentre os pintores que exerceram influência em sua obra estão Giovanni Bellini, Antonello da Messina, Giorgione, Ticiano e Rafael. Ele pintou altares, obras religiosas e retratos.

O artista apresenta em sua composição as figuras de Maria e Seu Menino, Sant’Ana, São José e um santo  ancião. A Virgem encontra-se assentada em meio às pernas descerradas de Sant’Ana, sua mãe, recostada a seu corpo, e com a mão sobre seu joelho esquerdo. Seus pés estão ocultos por seu vestido azul. No dedo médio da mão esquerda, ela traz um anel. Ela se mostra pensativa, e seu olhar é distante. Em pé, em seu no colo,  o Menino Jesus, encontra-se nu, com o rosto recostado no de sua mãe, e os bracinhos em torno de seu pescoço, mas com a cabeça e os olhos voltados para São José, seu pai adotivo.

Sant’Ana, sentada sobre uma almofada branca, onde se encontra a assinatura do pintor e o ano da criação do quadro, traz as mãos cruzadas sobre o peito. Seu olhar está direcionado para baixo, em direção à filha e o neto divino. Ela usa um anel na mão direita.  Numa posição abaixo está São José, aparentemente ajoelhado e recostado na cama, com o braço direito apoiado no esquerdo, que segura seu cajado. Ele também se mostra imerso em pensamentos, como se se encontrasse em êxtase. Atrás dele está o anacoreta São Jerônimo, com o dorso nu, usando um enorme chapéu cardinalício às costas. Na mão direita, rente ao corpo, traz um objeto, que não foi possível identificar, enquanto a mão esquerda, com a palma voltada para cima, está direcionada para o Menino.

Uma pesada cortina verde desce à direita da tela.

Ficha técnica
Ano: c. 1538
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 82 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Botticelli – MADONA DA ROMÃ

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Madona da Romã é uma obra do pintor italiano Sandro Botticelli (1445-1510), que aos 17 anos de idade tornou-se aluno do prestigiado artista frade Filippo Lippi, mas não demorou muito para que o aluno superasse o mestre, com suas figuras suaves, rostos sérios e expressões contemplativas, buscando apresentar a realidade interior de seus personagens. Os artistas Antonio del Pollaiuolo, Andrea del Verrochio, Ghirlandaio e Perugino também exerceram influência na arte de Botticelli.

Esta obra tem o formato arredondado (tondo). Também é circular o disco de raios dourados acima da cabeça da Virgem. Os anjos, por sua vez, formam um semicírculo. A mesma forma repete-se na romã. A pintura foi feita para ornar a sala de audiência do Magistrado dei Massai, no Palazzo della Signora. Seguindo a tradição da Idade Média, Botticelli pintou a Virgem com seu Menino numa dimensão maior do que as figuras dos anjos.

A Virgem encontra-se, em primeiro plano, de frente para o observador, com seu Menino ao colo. Ela usa um manto azul sobre o vestido vermelho. Traz na cabeça um véu transparente, que cobre seus cabelos dourados e anelados. Acima dele está outro véu que, junto com o primeiro, cinge-lhe ombros e peito. Um tênue halo circular, prova de sua divindade, adorna a cabeça. Maria, com o rosto levemente inclinado para sua esquerda, mostra-se pensativa, com o olhar perdido, como se imaginasse o sofrimento pelo qual passará a criança inocente em seus braços. Ela segura uma romã com a mão esquerda, encostada ao corpo do Filho. Sua grande dimensão atrai os olhos do observador, que descem pelo Menino e fixam-se na romã.

O Menino Jesus usa uma túnica transparente que deixa seu corpinho à vista. Assim como os da mãe, seus cabelos são dourados e cheios de cachos. Sua cabeça está inclinada para a direita, com o queixo encostado no ombro. Uma transparente auréola adorna-a. Ele mira o observador com seus olhos tristes Sua mãozinha esquerda descansa sobre a romã partida, enquanto abençoa com a direita.

Seis gracisosos anjos, três de cada lado, ligados por um festão de rosas, ladeiam a Virgem e seu Menino. Dois deles trazem um ramo de lírio, simbolizando a pureza e a virgindade de Maria. Dois outros seguram um livro aberto nas mãos, simbolizando a sabedoria da Virgem. Três dos anjos olham para fora da tela. Apenas um deles apresenta o semblante alegre. Os outros exalam grande tristeza, como se também antevissem a morte de Jesus. O primeiro anjo, à esquerda, traz duas faixas entrecruzadas na frente, onde está escrita uma saudação à Virgem: “AVE GRAZIA PLENA”.

As rosas são também um símbolo da Virgem. A romã, responsável pelo título da composição, significa que Cristo, através de seu sangue, morte e ressurreição, renascerá, assim como cada semente dela produzirá nova planta. A romã tem também outros significados, tais como: as inúmeras virtudes da Virgem Maria, a unidade da Igreja, a fertilidade, a realeza e o trabalho.

Ficha técnica
Ano: c. 1487
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 143,5 cm de diâmetro
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://poweroftheomegranate.weebly.com/art.html

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Rafael – A MADONA DO PINTASSILGO

 Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Madona do Pintassilgo é uma obra do pintor italiano Rafael Sanzio (1483-1520), um dos pintores mais importantes da Alta Renascença italiana, período em que houve uma grande concentração de gênios na arte, e em que o homem era visto como a medida de todas as coisas. Ele era filho do pintor Giovanni Sanzio, de quem recebeu as primeiras aulas sobre pintura. Suas obras são admiradas, sobretudo, pela humildade e graça que apresentam.

O artista é conhecido como “O Pintor das Madonas” por ter pintado inúmeros quadros com a Virgem e seu Menino. Esta obra foi executada para Vincenzo Nasi, um rico comerciante, mas em 1547, quando a casa de Vincenzo sofreu um desmoronamento, o quadro caiu, partindo em 17 fragmentos, encontrados sob os escombros.  O artista Michele di Rodolfo del Ghirlandajo foi o responsável por sua restauração, para o bem de nossos olhos.

Esta é uma das suas mais belas madonas, em que se entrelaçam harmonia, serenidade, suavidade e espiritualidade. Na tela estão a Virgem Maria com seu Menino Jesus e o pequeno João Batista. O grupo forma um bloco piramidal, estrutura inspirada nas obras de Leonardo da Vinci, assim como o uso do claro-escuro. As figuras estão ligadas por olhares e gestos. Michelangelo influenciou na monumentalidade das figuras, postadas no centro da composição.

A Virgem, muito serena, encontra-se sentada numa rocha, em meio a uma ampla paisagem.  Seu corpo está voltado para o observador, com um pequeno giro das pernas e do tronco para sua esquerda, mas com a cabeça voltada para sua direita. Ela usa um vestido vermelho (cor referente à Paixão de Cristo), amarrado na cintura, e coberto por um manto azul (cor referente à Igreja). Na mão esquerda traz um livro aberto de orações, e com a direita segura João Batista, para o qual volta o seu meigo olhar. Seus cabelos dourados estão trançados e jogados para trás. Uma auréola, símbolo de sua divindade, paira sobre sua cabeça. Ela se encontra descalça.

O Menino Jesus, nu, posiciona-se entre os joelhos da Virgem, neles escorando seu corpinho. Seu braço esquerdo está junto ao seu corpo, enquanto o direito está levantado em direção a João Batista, acariciando a pequena ave que segura com as duas mãozinhas. Seu corpo também se encontra de frente para o observador, mas sua cabeça está voltada para a direita, com os olhos fixos em seu primo. Seus cabelos corridos estão penteados para trás. Seu pezinho direito encontra-se em cima do pé direito de Maria. Uma faixa transparente cinge-lhe a cintura, em torno dos quadris.  Seu corpo rechonchudo apresenta muitas dobrinhas.

O pequeno João Batista aparenta ser mais velho do que Jesus. Parte de seu corpo, que se encontra de perfil, está coberto por um pequeno couro, que desce de seu ombro direito para frente e costas. Sua cabeça, com pequenos cachos dourados, está voltada para Jesus, assim como toda a sua atenção. Ele traz nas mãos um pintassilgo, cuja cabeça está voltada para o Menino. Uma frigideira está atrelada a sua vestimenta.

Duas pequenas moitas de flores aparecem próximas aos pés das duas crianças. Ao fundo descortina-se uma paisagem montanhosa com um rio, cercado por árvores e cheio de pedras. Uma ponte corta-o. Mais ao longe se divisa uma cidade.

Obs.: A última restauração desta obra, iniciada em 1999, foi concluída em 2008.

Ficha técnica
Ano: c. 1506
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 107 x 77 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.ovo.com/madonna-del-cardellino/

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