Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Caravaggio – RAPAZ MORDIDO POR LAGARTO

Autoria de LuDiasBH

menino1

A composição denominada Rapaz Mordido por Lagarto, obra do pintor barroco italiano Caravaggio, mostra que ele foi sempre um artista revolucionário. A temática desta pintura, se relacionada a seu tempo, é totalmente inovadora, assim como o tratamento dado à luz. O pintor fez duas versões dessa obra, numa mesma época, com diferenças quase imperceptíveis.

Em relação à figura humana da pintura, acreditam alguns estudiosos que se trata de Mario Minniti, companheiro e modelo do artista, presente em muitos de seus trabalhos. Entretanto, outros veem ali o próprio Caravaggio. É um trabalho da juventude do artista, e encontra-se entre as 50 pinturas mais famosas do mundo.

O rapaz recua instintivamente, após ser picado por um lagarto, num ato de defesa, embora tardio. Sobre sua mesa encontra-se um vaso de vidro transparente, com uma rosa e um ramo de jasmim. É possível observar que não se encontra cheio de água até à boca e, que há até mesmo uma folha num dos caules mergulhados na água, tamanha é a transparência do vidro. Duas cerejas vermelhas e outras frutas estão ao lado do vaso. É fascinante a luz que cai sobre o vaso com água e flores, e dele emana.

A pintura mostra um jovem moreno, de cabelos escuros encaracolados e lábios carnudos e vermelhos, vestindo dois roupões, um branco e outro marrom. Sua glabela enrugada contribui para mostrar dor e surpresa ao mesmo tempo, após ser mordido por um pequeno lagarto, que se encontra escondido entre as frutas. Atrás da orelha, entre os cabelos, usa uma rosa branca. A luz incide sobre seu rosto, ombro direito e mão. Como em quase todas as obras do pintor, o menino traz as unhas sujas, mostrando que é um garoto do povo. O dedo mordido é o médio da mão direita, pendido para baixo.

Segundo alguns estudiosos das obras de Caravaggio, o quadro contém um simbolismo sexual complexo. O ombro à vista e a rosa atrás da orelha são indicativos de que o garoto é vaidoso e quer ser admirado, sendo que as cerejas simbolizam o desejo sexual. O dedo médio tinha, no século XVII, o mesmo significado que tem hoje, num gesto muito comum entre nós, quando dobramos os demais e apontamo-no para cima. O lagarto seria a metáfora do pênis. O susto do menino e a expressão de dor aludem às dores do amor físico.

Segundo a história, foi no século XIX, com o aparecimento do capitalismo, que os homens, principalmente os de classe média, não mais queriam ser considerados belos, parecidos com as mulheres. Até então, eles se enfeitavam e buscavam os atrativos usados por elas. Eles passaram a usar roupas diferentes e modificaram outros comportamentos sociais, como o ato de beija ou chorar, que passou a ser visto como próprio de mulheres, e não de homens. E assim, muitas pinturas passaram a ser analisadas sob uma ótica diferente da época em que foi feita, vendo-se homossexualidade em tudo. É por isso que eu sempre me questiono sobre tais interpretações. Será que o pintor pensou nisso, quando fez sua obra, ou tudo não passa de suposições, num mundo totalmente obcecado pela sexualidade das pessoas?

Ficha técnica
Ano: c. 1595
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65,8 x 52,3
Localização: The National Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Caravaggio/ Coleção Folha
Caravaggio/ Abril Coleções
http://allart.biz/photos/image/Michelangelo_Caravaggio_7_Boy_Bitten_by_a_Lizard_1594_1596.html
http://albertis-window.com/2010/09/boy-bitten-by-a-lizard-posner-vs-gilbert-2/

Views: 29

Boucher – A VISITA DE VÊNUS A VULCANO

Autoria de Lu Dias Carvalho

vivenvul

O gravador, desenhista e pintor francês François Boucher (1703 – 1770) era filho de um artista que criava padrões para bordados e ornamentos. Iniciou sua vida artística ainda muito jovem, como aprendiz de Fraçois Lemoyne, onde ficou por um breve tempo, vindo depois a trabalhar para Jean François Cars, um gravador de cobre. Aos 20 anos de idade recebeu o “Grand Prix de Rome” que era um incentivo aos novos artistas.

A composição denominada A Visita de Vênus a Vulcano é uma obra mitológica do pintor francês François Boucher. Na pintura, Vênus, deusa da beleza e do amor, desce numa nuvem até a oficina de Vulcano, deus do fogo, situada na ilha de Lemnos, para pedir-lhe armas para Eneias, um valente guerreiro troiano, filho da deusa Afrodite (Vênus) e Anquises.

A deusa do amor está rodeada por inúmeros gênios infantis alados, ninfas e pássaros. O deus Vulcano está sentado, próximo à sua forja, sobre um couro de leopardo. Ele se encontra coberto por um manto vermelho e traz na cabeça uma fita da mesma cor. Estende o braço direito para  entregar a Vênus uma espada, com a qual Eneias combaterá. A seus pés está sua inseparável aljava, cheia de flechas.

Ficha técnica
Ano: 1757
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 210 x 200 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch

Views: 4

Monet – MULHERES NO JARDIM

Autoria de Lu Dias Carvalho

verm12345

A composição denominada Mulheres no Jardim é uma obra do pintor impressionista Oscar-Claude Monet, que a vendeu a seu grande amigo Fréderic Bazille.

A pintura mostra quatro jovens mulheres, elegantemente vestidas, o que denota pertencerem a uma classe social alta, num jardim. O pintor usa como modelo, para três delas, a sua esposa Camille. A quarta figura, que é a mulher com cabelos ruivos, de costas para o observador, é uma outra modelo. As quatro figuras estão muito bem vestidas, uma prova de que o pintor entendia bem da moda da época.

As mulheres vestem vestidos longos e volumosos, com rendas e bordados. Uma delas está assentada na relva, com seu vestido branco rodado, aberto como se fosse uma flor. Ela se cobre com uma pequena sombrinha e traz no colo muitas flores, para as quais dirige o seu olhar. Duas outras, próximas a ela, conversam animadamente. Uma delas usa um vestido branco com listras verdes e um chapéu plano, feito de flores, com um enorme laço, que lhe cai pelas costas. A outra, com sua vestimenta cor de pêssego, enfeitada com uma carreira de botões, de cima abaixo, traz na mão esquerda uma sombrinha fechada, e na direita um buquê de flores, com o qual cobre parte do rosto, como se estivesse a cheirá-lo. A quarta mulher distancia-se do grupo, enquanto colhe flores.

A luz ilumina a composição través da abertura entre as árvores, e em especial uma parte do caminho, assim como a mulher afastada do grupo, e parte do vestido da que se encontra sentada e também de sua sombrinha. Chama a atenção o salpicado de luz no vestido das duas mulheres que estão a conversar e as sombras sobre parte da sombrinha e o do vestido da que se encontra assentada.

Este quadro foi feito ao ar livre, mas concluído no ateliê do artista, que à época tinha 26 anos. Monet, em sua composição, não está preocupado em retratar as mulheres, tanto é que seus rostos são imprecisos, mas capturar luz e sombra do momento. Os personagens são meros detalhes.

Ficha técnica
Ano: 1866-1867
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 256 x 208 cm
Localização: Musée d’Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Monet/ Editora Abril
Monet/ Coleção Folha
http://www.rivagedeboheme.fr/pages/arts/oeuvres/claude-monet-

Views: 23

Pieter Bruegel, o Velho – O TRIUNFO DA MORTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

morfin   (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

A composição denominada O Triunfo da Morte é uma pintura do artista Pieter Bruegel, o Velho, que mostra a importância de ter sido um pintor de miniaturas, ao agregar numa única tela inúmeras figuras, fato comum em suas obras. Este quadro encontra-se entre as 50 pinturas mais famosas  do mundo. Embora não tenha intenção ou temática religiosa, a sugestão para esta obra foi tirada do Apocalipse e do Eclesiastes, livros bíblicos. A sua motivação encontra-se numa razão secular: as chacinas da dominação espanhola e a revolta dos “mendigos”, inspirada, portanto, na resistência.

Bruegel tinha grande preocupação com os princípios morais estabelecidos pela religião. Preocupava-o, sobretudo, a condição humana que parecia servil aos vícios, à loucura, ao homicídio e ao medo. Nesta composição, a exemplo das obras de Hieronymus Bosch, ele mostra que, ao final, a morte sempre triunfará sobre tudo e todos, ou seja, também os opressores serão arrebatados por ela, pouco importando o seu tempo de glória terrena ou a vida de ostentação e poder que levaram.

Não era fácil a vida durante a Idade Média e início da Moderna, quando a ciência ainda engatinhava. As pessoas eram vitimadas por epidemias, pragas e, como se isso não fosse suficiente, também pelas guerras religiosas e políticas. Na visão popular tudo era atribuído ao “castigo divino” em razão dos vícios da humanidade, sendo Deus visto como um juiz temerário que enviava a morte como punição para toda a humanidade.

A tradição de culto à morte que amainou em outros lugares, continuou forte nos Países Baixos, até o século XVI, como nos mostra Bruegel na pintura acima. A Morte, com seu poderoso exército de esqueletos, alastra-se sobre toda a paisagem isolada e esfumaçada, desde o horizonte, destruindo tudo que encontra. Ela se posiciona no meio da composição, conforme mostra o seu distintivo — a foice. Um esqueleto na parte superior à esquerda toca o sino anunciando a batalha, ou seja, a sentença mortal para a Terra e seus habitantes.

A guerra final contra as forças do mal acontece em primeiro plano. À direita, na parte inferior da pintura, a Morte, montada num esquelético cavalo, com uma longa foice na mão, avança contra as pessoas amontoadas umas sobre as outras. Elas são obrigadas a entrar numa espécie de passagem que possivelmente conduz ao Inferno, encurraladas por exércitos de esqueletos à direita e à esquerda, impedindo a fuga. Estes portam escudos amarelos, parecidos com tampas de caixões, com o desenho de uma cruz.

Um esqueleto, montado num raquítico cavalo branco que leva um corvo no dorso, conduz uma carroça, onde são colocados os crânios decepados, trazendo em cima desses uma pá. Um guerreiro da morte aponta um relógio de areia para um rei, a indicar-lhe que seu tempo de vida chegou ao fim. Enquanto o monarca agoniza, um esqueleto rouba-lhe as riquezas guardadas em barris. Nem mesmo os membros da Igreja estão a salvo. Tampouco tem alguma serventia as espadas. No canto inferior direito da composição um tocador de alaúde e uma dama tentam ignorar o horror que deles se aproxima, mas um esqueleto traz a espada em punho atrás da dupla, pois nada escapa ao rigor da Morte.

A colheita da Morte é brutal: cabeças decepadas, corpos enterrados, afogados, torturados, degolados, pisoteados, transpassados por lanças, etc. Mesmo no mar é possível observar a destruição, ocasionada por incêndios e naufrágios. A mulher, usando vestido vermelho e touca branca e sobre a qual irá passar o cavalo e a carroça da morte, traz nas mãos um fuso e uma roca que simbolizam a fragilidade humana. A presença de uma mesa com toalha branca significa que os comensais tiveram que interromper seu banquete para lutar contra a Morte, enquanto o bobo da corte enfia-se debaixo da mesa.

Bruegel em sua cena dramática descreve aspectos da vida no século XVI, quando eram muito usados passatempos como o gamão e o baralho de cartas. Ele usa cores quentes para repassar a sensação de calor, reforçando a ideia de inferno que se estende por todo o quadro. Como quase toda obra do pintor esta também repassa um conteúdo moral que é o de reafirmar que a morte é cruel, mas democrática, pois não faz distinção entre credos, classes sociais ou cargos. É o fim de todos os seres vivos. É impossível esquecer a tragicidade da cena retratada.

Ficha técnica
Ano: c. 1562
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 117 x 162 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa

Enciclopédia dos Museus/ Prado/ Madri
http://comunidade.sol.pt/blogs/jaguar/archive/2008/01/21/A-Pintura-Flamenga
http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/pieter_brueghel
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Triumph_of_Death

Views: 38

Rubens e Jan Bruegel, o Velho – ALEGORIA DO OLFATO

 Autoria de Lu Dias Carvalho

ALDOL

A composição, denominada Alegoria do Olfato, foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos, no século XVII, eram muito apreciadas. A “visão”, desde o tempo era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles, os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum na Antuérpia, nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

A alegoria referente ao olfato foi representada do lado de fora, ao ar livre, ao contrário das outras (visão, audição, tato e paladar). Nela está presente uma bela mulher nua, tida como Vênus, a deusa da beleza e do amor, sentada sobre um manto azul-marinho, e seu filho Cupido, o deus do amor, que lhe oferta um enorme buquê de flores. Ela cheira as flores que tem nas mãos, como se lembrasse ao observador, que ali está para sentir o prazer ocasionado pelo olfato. Os objetos vistos no chão, à sua esquerda, como perfumes, âmbar, etc., induzem a essa observação. A presença de um cão, atrás da deusa, trata-se de um código que aliava o cão ao sentido do olfato, assim como as flores.

A cena acontece num paradisíaco jardim, com edificações à esquerda e à direita, e uma alameda que conduz para fora do local. Estão presentes ali os mais diferentes tipos de vasos, flores, árvores e animais, numa profusão de cores, formas e perfumes. Próximos às edificações estão inúmeros vasos contendo variadas espécies de folhagens e flores. Jan Bruegel, o Velho, que era um especialista na pintura de flores, encanta com os detalhes, cuidadosamente elaborados, distinguindo as diferentes flores com suas cores e matizes. Ele trata cada tipo individualmente, não se esquecendo das folhas.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
https://www.museodelprado.es/…on…/el-olfato
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…

Views: 15

Rubens – A QUEDA DOS CONDENADOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

quedaAs montagens mais brilhantes de carne exuberantemente nua na arte ocidental. (David Feedberg)

A composição A Queda dos Condenados, também conhecida como a A Queda dos Anjos Rebeldes ou A Expulsão dos Anjos Caídos, é uma obra religiosa do pintor barroco Peter Paul Rubens, o mais importante de todos os pintores flamengos do século XVII. Ele retrata uma cena isolada do drama final, quando os maus são lançados ao inferno, numa massa de corpos flutuantes, sendo impossível detalhar contornos e feições, tamanho é o número de corpos que despenca.

Na sua monumental composição de um tema estruturalmente muito intrincado, como a vibração de uma vigorosa massa anatômica, Rubens retrata um grande número de condenados sendo expulsos do Paraíso. Seus corpos nus estão sendo atirados ao Inferno  pelos anjos, sob a chefia do arcanjo Miguel que pode ser identificado através de sua túnica azul e capa vermelha e o uso de uma lança e um escudo. Parece estar empurrando os corpos para baixo com a ajuda de outros anjos alados.

Ao observar a cascata de corpos despencando é possível ver seres alados que lembram um dragão. Existem também criaturas que mostram chifres e garras, lembrando seres mitológicos. A dramaticidade da cena é ampliada pelo uso do claro e escuro usado nos corpos e nas nuvens, distantes da luminosidade do céu, ampliando-se o escuro à medida que se aproxima do Inferno, para evidenciar a queda no submundo.

Para compor sua obra-prima que se encontra entre as 50 pinturas mais famosas do mundo, o artista fez com giz seu esboço em preto e vermelho, com lavagem cinzenta. A seguir ele pintou sobre ela, usando tinta a óleo. Presume-se que Rubens tenha tido a ajuda de um assistente. É interessante notar que os anjos caídos estão pintados nus, enquanto os responsáveis por expulsá-los estão vestidos. Eles caem em queda livre, nas mais diferentes posições, predominando a postura de cabeça para baixo, como se fosse num tornado. Não é à toa que se diz que Rubens foi o criador “do movimento humano, da carne e da sensualidade”.

Esta pintura também já esteve em perigo, quando um vândalo jogou ácido sobre ela, em 1959, mas não lhe causou dano que não pudesse ter sido reparado.

Ficha técnica
Ano: c. 1620
Técnica: óleo sobre lona
Dimensões: 286 x 224 cm
Localização: Alte Pinakothek, Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://kab89.wordpress.com/2012/02/24/the-fall-of-the-damned-circa-1620-
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Fall_of_the_Damned

Views: 30