Arquivo da categoria: Vida Saudável

Temas diversos sobre saúde

CONCLUSÃO FINAL DA OMS: CARNES E CÂNCERES

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Comer carne processada, como salsichas, hambúrgueres e bacon, aumenta o risco de câncer. Esta foi a conclusão final de especialistas integrantes da Organização Mundial de Saúde (OMS). O documento concluiu que este tipo de alimento é carcinogênico para as pessoas, igualando a substâncias reconhecidamente cancerígenas como o cigarro, o plutônio e a poluição ambiental. Já a carne vermelha (vaca, porco, cavalo, cordeiro, cabra etc) também foi apontada como carcinogênica, porém de forma menos agressiva. Se esta conclusão for uma verdade absoluta, somente os veganos estarão a salvo.

O estudo da OMS considerou carne processada “qualquer tipo de carne que foi transformada com sal ou através do processo da fermentação (curada ou defumada), para melhorar o sabor e preservar o alimento”. Isso inclui salsichas e hambúrgueres de carne moída e também embutidos. Embora a maioria deles seja de carne de vaca ou porco, esse grupo também inclui embutidos feitos com sangue, carne moída de ave e vísceras.

A maior parte das evidências, citadas no sumário de suas conclusões, foi publicada no “The Lancet Oncology” e basearam-se em estudos epidemiológicos realizados em vários países europeus e em outras partes do mundo. Esses trabalhos mostram que este tipo de produto está associado a uma maior incidência de câncer colorretal. O estudo encontrou uma associação direta entre estes alimentos e esse tipo de câncer em 12 dos 18 estudos.

O que levaria esses produtos a serem cancerígenos? O que me vem à cabeça, e o que me parece mais provável, é a presença dos nitratos nesse tipo de alimento. O nitrato de sódio (NaNO3) e o nitrito de sódio (NaNO2) são conservantes encontrados em muitas carnes processadas. Alimentos, como salame, cachorro quente, pepperoni, mortadela, presunto, bacon e carnes em conserva, normalmente contêm nitrato de sódio como um de seus ingredientes. São os nitratos que conservam o produto, além de fornecerem uma coloração mais avermelhada, dando uma melhor aparência a eles.

Os nitratos também inibem o crescimento do clostridium botulinum (que causa o botulismo) e previne a formação de toxinas nos produtos defumados. Entretanto, quando consumimos esses produtos conservados com nitratos, eles se transformam no organismo em nitrosamimas, substâncias que irão provocar as mudanças celulares, culminando em neoplasias.

As sociedades brasileira e americana de oncologia recomendam um consumo de até meio quilo de carne vermelha por semana, o que equivale a 100g por dia — já que elas são ricas em proteínas, ferro e vitamina B12. Já as processadas, pela grande quantidade de conservantes e de sal, devem ser consumidas em quantidades bem menores. Portanto, o recomendado é manter uma alimentação saudável, que mescle carne vermelha com peixes, ovos e vegetais de forma igualitária. Enfim, o mais indicado é equilibrar todos os alimentos ao longo da semana. Mais uma vez, a moderação e o equilíbrio são as palavras de ordem.

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O OFTALMOLOGISTA E O GLAUCOMA

Autoria do Dr. Ivan Large

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Os olhos do senhor Olegário parecem dois pontos de interrogação. Ele é um motorista de táxi de 52 anos, e está consultando apenas para uma revisão rotineira de óculos e não entende a razão das minhas perguntas. E que perguntas! Eu quero saber, entre outras coisas, se há casos de glaucoma na sua família. Mas como ele poderia me responder se nem sabe o que é o glaucoma? E assim acabamos por travar o seguinte diálogo:

– Mas o que é glaucoma, doutor?

– O glaucoma é uma doença causada pela pressão alta nos olhos.

– Os olhos têm pressão, doutor?

– Têm sim. É a pressão do olho que lhe dá a sua consistência. Ela é produzida por um líquido que entra, circula e sai do olho.

– Então a pressão do olho é uma coisa boa, doutor?

– É, se estiver normal, ou seja, quando o líquido sai na mesma quantidade em que entra. Mas quando não consegue sair nessa mesma velocidade, a pressão do olho sobe.

– E qual é o problema?

– A pressão alta machuca a cabeça do nervo situado atrás do olho.

– Ah! O olho também tem um nervo, doutor?

– Sim. Se o olho fosse uma 1âmpada, o nervo seria o fio elétrico responsável pela condução de energia entre ele e o cérebro. Esse fio é composto de mais de um mi1hão de pequenos nervos que são destruídos pouco a pouco, muito lentamente, pela pressão alta.

– E o que a gente pode fazer, doutor?

– Antes de fazer qualquer coisa, precisamos saber se a pressão do olho é alta. E quanto mais cedo se descobre o problema, melhor é. Dá mais tempo para interromper o processo antes do agravamento dos danos, que são praticamente irreversíveis.

– E o que a gente sente quando a pressão do olho é alta, doutor?

– Habitualmente, não se sente nada! Só se sabe o valor da pressão nos pneus de um carro indo ao posto de gasolina para verificar a calibragem. No caso do olho, é preciso ir ao oftalmologista.

– E depois?

– Depois é com a gente e com Deus.

Julgando ter fornecido ao meu paciente uma quantidade suficiente de informações sobre o glaucoma, concentro-me na realização do exame oftalmológico propriamente dito. Durante o exame, aproveito para medir a sua pressão intraocular, que se encontra, felizmente, dentro dos limites da normalidade. No final, suas expectativas são correspondidas, quando lhe entrego uma receita atualizada dos seus óculos. Satisfeito, ele se despede de mim. Eu também fiquei satisfeito de ter ajudado a esclarecer as suas dúvidas sobre o glaucoma, apesar de não conseguir me livrar das minhas.

Este ar de certeza que eu ostentava, enquanto eu resumia esta doença como uma simples relação de causa e efeito, era apenas uma atitude aparente, usada com finalidade pedagógica. Teria sido, na verdade, completamente antipedagógico revelar, por exemplo, ao Sr. Olegário que a pressão intraocu1ar, às vezes, pode estar aparentemente normal em alguns portadores do glaucoma. Isso nos levaria a ter que lhe explicar que a certeza da existência e evolução da doença baseia-se na avaliação dos danos do nervo óptico. E no final teríamos que lhe confessar que essa ava1iação utiliza aparelhos que, apesar de serem cada vez mais sofisticados e caros, não conseguem sempre fornecer resultados tão precisos que não deixem dúvidas.

Não é estranho que a medida que aumenta o nosso conhecimento, aumentam também as nossas dúvidas? Segundo Descartes, em toda dúvida existe algo de que não podemos duvidar: a própria dúvida. Se duvidássemos que estamos duvidando, não duvidaríamos mais. Mas como a dúvida é um pensamento e como precisamos existir para pensar, existe algo de que podemos ter certeza: “Penso, logo existo”.

A dúvida pode ser, portanto, a porta do conhecimento.

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CONHECENDO O LÚPUS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A maioria de nós pouco ou quase nada sabe sobre lúpus, que em alguns casos trata-se de uma forma benigna da doença, pois não há lesão renal e cerebral no primeiro surto, sendo a doença caracterizada por lesões de pele, asa de borboleta, dor nas juntas, sintomas facilmente controláveis com medicação. É também provável que o paciente não apresente os problemas correlacionados, com o passar da idade, e morra de outra causa que não o lúpus. É exatamente sobre tal assunto que se trata a pesquisa de hoje. E quem mais uma vez dirige-nos nesta busca é o conceituado Dr. Drauzio Varela. Vale a pena ler.

O que é o lúpus?
Lúpus é uma doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes patológicos. O fato é que, no lúpus, a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico.

De onde vem o nome lúpus?
Há várias versões sobre a origem do nome da doença (“lúpus” significa lobo em latim). Uma delas é a de que o nome vem da Idade Média, sendo assim chamada  porque as lesões na face são parecidas com dentadas ou arranhaduras feitas por lobos. Outra teoria refere o termo “loup”, um estilo francês de máscara que as mulheres usavam para esconder as erupções cutâneas em seus rostos. Em 1895, o médico canadense Sir William Osler caracterizou melhor o envolvimento dos vários tecidos do corpo e adicionou a palavra “sistêmico” ao nome.

O lúpus tem cura?
Não. O lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especialistas. Pessoas tratadas adequadamente têm condições de levar vida normal. As que não se tratam, acabam tendo complicações sérias, às vezes, incompatíveis com a vida.

Entrevista do Dr. Dráuzio Varela com Dr. Samuel Kopersztych (médico reumatologista do Hospital das Clínicas da USP e do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo).

Drauzio –  O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença de autoagressão, uma doença autoimune. Quais as principais características de uma doença autoimune?
Samuel Kopersztych – A doença autoimune é fundamentalmente caracterizada pela formação de autoanticorpos que agem contra os próprios tecidos do organismo. Por isso, o nome autoagressão, às vezes, é mais feliz. O paciente, geralmente do sexo feminino, fabrica substâncias nocivas para seu organismo e o anticorpo, que é um mecanismo de defesa, passa a ser um mecanismo de autoagressão. Portanto, o que caracteriza a doença autoimune é a formação de anticorpos contra seus próprios constituintes.

Drauzio – Teoricamente, esses anticorpos podem agredir qualquer tipo de tecido e provocar as mais variadas doenças?
Samuel Kopersztych – Eles podem agredir qualquer tipo de território. De modo geral, a maior agressão ocorre no núcleo da célula, graças ao aparecimento de vários autoanticorpos contra substâncias presentes em seu interior. Entretanto, o mais importante não é o anticorpo isoladamente. Do ponto de vista anatomopatológico, o que define a autoimunidade nos tecidos é a formação dos chamados complexos imunes.

Drauzio – O que se entende por complexo imune?
Samuel Kopersztych – A paciente que tenha a etnia lúpica, ou seja, formação genética constitucional que a predispõe a desenvolver lúpus, já possui autoanticorpos em grande quantidade. Quando uma substância vinda do exterior une-se a eles, forma-se o complexo antígeno-anticorpo. Isso ativa um sistema complexo de proteínas chamado de complemento e leva à formação dos complexos imunes, cuja concentração dita a gravidade e o prognóstico da doença, porque eles se depositam no cérebro e nos rins principalmente. O complexo imune depositado no rim inflama esse órgão, produzindo a nefrite lúpica, importante para determinar se a doente vai viver muitos anos ou ter a sobrevida encurtada.

Drauzio – Qual é a substância exterior que mais agride essas pacientes?
Samuel Kopersztych – A radiação solar, em especial os raios ultravioleta prevalentes das dez às quinze horas, é a substância que mais agride as pessoas que nasceram geneticamente predispostas. Em estudos conduzidos no Hospital das Clínicas de São Paulo, foi possível detectar inúmeros casos de pacientes que tinham o primeiro surto logo após ter ido à praia e se exposto horas seguidas à radiação solar. Em geral, eram pacientes do sexo feminino, já que a incidência de lúpus atinge nove mulheres para cada homem. Nos Estados Unidos, há maior prevalência entre as mulheres negras; no Brasil, verifica-se equivalência de casos em brancas e negras.

Drauzio – Que indícios podem fazer uma pessoa desconfiar de que está com lúpus?

Samuel Kopersztych – Havia grande confusão diagnóstica em relação ao lúpus até a Sociedade Americana de Reumatologia enunciar onze critérios de diagnóstico, em 1971. A mulher que preencher quatro deles seguramente tem a doença.

Os dois primeiros referem-se à mucosa bucal. Entre outras lesões orais importantes, aparecem úlceras na boca que, na fase inicial, exigem diagnóstico diferencial como pênfigo, uma doença frequente em países tropicais. Pode ocorrer também mucosite, uma lesão inflamatória causada por fatores como a estomatite aftosa de repetição, por exemplo.

O terceiro critério envolve a chamada buttefly rash, ou asa de borboleta, que muitos admitem como o critério mais importante, mas não é. Trata-se de uma lesão que surge nas regiões laterais do nariz e prolonga-se horizontalmente pela região malar no formato da asa de uma borboleta. De cor avermelhada, é um eritema que geralmente apresenta um aspecto clínico descamativo, isto é, se a lesão for raspada, descama profusamente.

O quarto critério é a fotossensibilidade. Por isso, o médico deve sempre investigar se a paciente já apresentou problemas quando se expôs à luz do sol e provavelmente ficará sabendo que mínimas exposições provocaram queimaduras muito intensas na pele, especialmente na pele do rosto, do dorso e de outras partes do corpo mais expostas ao sol nas praias e piscinas.

O quinto critério é a dor articular, ou seja, a dor nas juntas, geralmente de caráter não inflamatório. É uma dor articular assimétrica e itinerante, que se manifesta preferentemente nos membros superiores e inferiores de um só lado do corpo e migra de uma articulação para outra. Geralmente, é uma dor sem calor nem rubor (vermelhidão) nem edema (inchaço), os três sinais da inflamação. Há casos, porém, em que esses três sintomas se fazem presentes, assim como podem ocorrer artrite e excepcionalmente inflamação no primeiro surto de 90% das pacientes.

O sexto critério, e um dos mais importantes, é a lesão renal. Paciente com lesão renal acompanhada de hipertensão no primeiro surto tem prognóstico mais reservado. A hipertensão arterial denota que surgiu um processo inflamatório nas membranas das estruturas envolvidas no sistema de filtração do sangue que atravessa os rins e a paciente é acometida por glomerulonefrite. Se esse distúrbio não for tratado convenientemente, a paciente evolui para insuficiência renal rapidamente progressiva.

O sétimo critério: a lesão cerebral. Seu primeiro sinal é uma convulsão, um ataque epilético comum que pode ser confundido como característico de doença exclusivamente convulsiva e relegar o diagnóstico e tratamento do lúpus para segundo plano. O comprometimento cerebral, em geral, não acontece no início da doença. No entanto, se estiver ligado à lesão renal, as dificuldades terapêuticas se agravam bastante.

O oitavo critério: no território do sangue, o lúpus estabelece as chamadas penias. Em 20% dos casos, a anemia hemolítica coincide com a ruptura dos vasos sanguíneos e a fragilidade dos glóbulos vermelhos, levando à anemia hemolítica autoimune, uma manifestação da síndrome pré-lúpica. Outra manifestação de penia mais incidente é a leucopenia, ou seja, a diminuição de glóbulos brancos, dos leucócitos. Outra possibilidade é a ocorrência da plaquetopenia, ou púrpura trombocitopênica idiopática, uma lesão provocada por anticorpos contra as plaquetas que não tem etiologia definida e que pode preceder, em alguns anos, a instalação do lúpus.

O nono critério: é o imunológico. Pacientes lúpicas apresentam uma reação falsamente positiva para sífilis e manifestam a síndrome anticoagulante lúpica que se caracteriza por trombose, embolias e abortos de repetição.

O décimo critério: é a incidência de pericardites (inflamação do pericárdio, membrana que envolve externamente o coração) e de pleurites (inflamação da pleura, membrana que recobre o pulmão) também podem ocorrer em pacientes com lúpus.

O décimo-primeior critério – primeiro critério: é o fator antinúcleo.

Drauzio – Você citou formas de evolução mais lenta e mais acelerada do lúpus. O que determina tal diferença?
Samuel Kopersztych – Quanto mais jovem for a mulher, pior será o diagnóstico. Lúpus dificilmente aparece em meninas que ainda não menstruaram. Em geral, o acometimento coincide com a época da menstruação e atinge mulheres na faixa entre 15 e 30 anos. Se não há lesão renal e cerebral no primeiro surto, trata-se de uma forma benigna de lúpus caracterizada por lesões de pele, asa de borboleta, dor nas juntas, sintomas facilmente controláveis com medicação. É também provável que a paciente não apresente os problemas correlacionados com o passar da idade e morra de outra causa que não o lúpus. Mas, se no primeiro surto, porém, ela manifestar lesão renal ou cerebral ou, o pior de tudo, as duas ao mesmo tempo, é sinal de mau prognóstico. Nos EUA, estatísticas mostram que a mulher negra tem evolução pior do que a branca. O que vimos no HC, entretanto, é que aqui há uma equivalência da doença entre mulheres brancas e negras.

Atenção: a entrevista completa sobre o assunto pode ser encontrada no seguinte endereço: http://drauziovarella.com.br/mulher-2/lupus-eritematoso-sistemico/

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O SILICONE INDUSTRIAL É UM PERIGO…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O silicone industrial é um perigo, quando usado no corpo, causando um grande  dano à saúde. Somente pessoas sem informação alguma pode usá-lo na modelagem desse. Dentre os seus efeitos nocivos estão: necrose das células, embolia, reações alérgicas, deslocamento do silicone para outras áreas do corpo, trazendo deformações severas, levando muitas vezes ao óbito. Ainda assim, existem pessoas sem nenhum escrúpulo, ou orientação médica, trabalhando na ilegalidade com o silicone industrial, na modelagem do corpo. Quando tal produto entra na corrente sanguínea,  pode provocar infecção generalizada (septicemia), levando à morte.

Infelizmente ainda existe muito desconhecimento em relação ao silicone industrial na modelagem do corpo. O seu uso é uma realidade entre as pessoas de baixa renda e, principalmente, entre travestis e transexuais, prática que vem sendo disseminada entre mulheres. Além do risco que traz o uso de tal produto, a falta de higiene e a falta de preparo também são alarmantes. Como sua aplicação é proibida pela Agência de Vigilância Sanitária, o produto é aplicado clandestinamente pelas “bombadeiras” que usam as maneiras mais inconcebíveis, inclusive seringas veterinárias. A desinformação é a tônica de quem faz uso de tal produto, assim como de quem o aplica.

Os hospitais possuem nas suas estatísticas um número avassalador, principalmente de travestis, que a eles acorrem, vitimados pelo uso do silicone industrial. O produto tem sido usado para turbinar, principalmente, os seios e as nádegas e também para o preenchimento da face e dos lábios. A aplicação de tal produto nas nádegas costuma deformar pernas e pés, impossibilitando o usuário de andar. Normalmente quando é aplicado no seio, o produto costuma descer para a barriga. A dor é muito grande, sem falar nos danos psicológicos com os quais a pessoa terá que conviver pelo resto da vida. E pior, nem sempre é possível a sua retirada do corpo.

O silicone industrial é usado para impermeabilizar azulejos, lustrar pneus e painéis de carro. Por isso o seu custo é baixíssimo. Para maiores informações, consultem alguns vídeos no Youtube.

Fontes de pesquisa:
R7 Vídeos
http://graziosi.com.br/cirurgiaplastica/silicone-industrial-perigo/
http://nadaerrado.com.br/silicone-industrial/

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DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE FÍGADO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Em todo o mundo, inúmeras pessoas encontram-se na fila para um transplante de fígado, mas poucos sabem o modo como se dá o transplante de tal órgão. Pesquisando, tive acesso a uma entrevista do conhecido médico Dr. Dráuzio Varela com o Dr. Telesforo Bacchela (Professor de cirurgia, presidente da Comissão de Transplantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro do conselho da ABTO.), que me pareceu muito esclarecedora. Vou postar as partes mais interessantes, que julgo necessárias para o conhecimento do leitor. Porém, seria bom que tomassem conhecimento de todo o artigo, cujo endereço eletrônico encontra-se ao final deste texto.

Mas o que é o fígado? O fígado é uma glândula constituída por milhões de células – os hepatócitos –, localizada no lado direito do abdômen, que produz substâncias essenciais para o equilíbrio do organismo.

Se o fígado possui uma capacidade extraordinária de recuperação, por que adoece? Certas doenças provocam insuficiência hepática aguda ou crônica grave que podem levar ao óbito. Nesses casos, o único recurso terapêutico é a substituição do fígado doente por um fígado sadio retirado de um doador compatível com morte cerebral ou de um doador vivo que aceite doar parte de seu órgão para ser transplantado.

Onde foi realizado o primeiro transplante de fígado na América Latina e qual é a taxa de sobrevidas nos casos de transplantes? O primeiro transplante de fígado foi realizado com sucesso no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1968. A taxa de sobrevida nesses casos, que era de 30% nos anos 1970, passou a 90% no final da década de 1980.

Drauzio – Em linhas gerais, tecnicamente como é feito o transplante de fígado?
Telesforo Bacchella Existem duas modalidades principais de transplante de fígado:
1º caso – usando o fígado de um doador em morte encefálica ou parte do fígado de um doador vivo. Depois de obter a autorização da família para utilizar o órgão, uma equipe especializada retira o fígado, que é preservado em soluções especiais a quatro graus centígrados e transportado para o hospital onde será transplantado no receptor doente indicado pela Secretaria de Saúde. A colocação envolve suturas nas principais vias sanguíneas que passam pelo fígado (veia cava, veia porta e artéria hepática) e o restabelecimento do fluxo da bile, que é produzida no fígado e lançada no intestino.

2º caso – No transplante intervivos (entre pessoas vivas), idealizado para atender receptores pediátricos por causa da escassez de órgãos nessa faixa de idade, o doador é um adulto do qual é retirada parte do lobo esquerdo ou do lobo direito do fígado. Apesar de mais complexa e envolver risco para o doador, como essa técnica cirúrgica mostrou-se bem indicada e bem aceita nas crianças, acabou sendo utilizada também em pacientes adultos, uma vez que a falta de órgãos para transplante não ocorre apenas na infância.

Drauzio – Qual é a duração dessas cirurgias?
Telesforo Bacchella O transplante de fígado de cadáver, que pressupõe apenas a cirurgia do receptor, em média, leva de 6 a 8 horas, mas pode chegar a dez, doze horas, às vezes. Atualmente, essa técnica está bem padronizada e controlada, e é raro os receptores necessitarem de muito sangue. Já o transplante intervivos é um procedimento mais demorado. Leva de 10 a 12 horas porque, além da hepatectomia (retirada de parte do fígado do doador vivo, e do fígado doente do receptor) e da colocação do fígado sadio no lugar do fígado doente, a técnica envolve a utilização de microcirurgia, tendo em vista que os vasos sanguíneos são muito finos.

Drauzio – É a mesma equipe profissional que realiza a cirurgia do começo ao fim?
Telesforo Bacchella – Existem centros em que a mesma equipe realiza as duas cirurgias: a do doador e a do receptor. No Hospital das Clínicas, uma equipe faz a cirurgia no doador e só depois de verificar que, do ponto de vista anatômico, o fígado é viável, outro grupo de profissionais inicia a cirurgia no receptor. O objetivo em buscar certa sincronia nos dois procedimentos é reduzir o tempo da operação.

Drauzio – O pós-operatório dos transplantes de fígado é muito complicado?
Telesforo Bacchella Tudo depende das condições do receptor antes do transplante e da qualidade do órgão transplantado. Se o receptor se encontra em condições clínicas favoráveis, sob o ponto de vista nutricional e da doença hepática de base, suporta melhor a cirurgia. Se o órgão veio de um doador considerado ideal, a recuperação do doente é rápida. No primeiro dia depois do transplante, ele fica na UTI e já, no dia seguinte, começa a alimentar-se. Se o fígado veio de um doador não ideal, se a cirurgia foi mais complexa porque o doente já havia sido operado anteriormente e apresentava aderências de tecidos ou doença hepática em estágio mais avançado, por exemplo, as complicações são mais frequentes. Quanto ao funcionamento do órgão transplantado, o tempo independe do tipo de transplante (de cadáver ou intervivos). No entanto, quanto maior for a demora em o órgão transplantado começar a funcionar, mais prolongado será o período de internação na UTI e mais arrastada a recuperação.

Drauzio – Em que casos, o transplante de fígado deve ser indicado?
Telesforo Bacchella A principal indicação em criança é um defeito anatômico congênito chamado atresia das vias biliares. Nesse caso, como o canal da bile não se desenvolve, ela fica represada no fígado, que evolui para cirrose. Quando não se consegue corrigir esse defeito por outros meios, o jeito é fazer o transplante. Também são candidatas ao transplante de fígado as crianças com defeitos metabólicos, isto é, com doenças congênitas hereditárias que determinam alterações metabólicas graves. Noventa por cento dos candidatos adultos ao transplante hepático são cirróticos. Desses 90%, metade tem cirrose porque foi infectada pelo vírus da hepatite C. Nos outros, a causa da cirrose pode ser o vírus da hepatite B, o álcool, o vírus da hepatite C associado ao álcool,  o vírus da hepatite B mais hepatite Delta, hepatites autoimunes, cirrose biliar primária, colangite esclerosante e cirrose biliar secundária.

Drauzio – Que riscos correm os doadores vivos que se propõem doar parte do fígado para transplante?
Telesforo Bacchella Como dissemos, o transplante intervivos foi idealizado inicialmente para os receptores pediátricos, por causa da escassez de doadores nos primeiros anos de vida. O grau de complexidade dessa cirurgia varia bastante. Ela pode ser relativamente simples e de pouco risco para o doador adulto, quando se utiliza um pequeno segmento – o segmento lateral esquerdo – de seu fígado para transplantá-lo em crianças menores. No entanto, a cirurgia torna-se muito mais complexa, se for necessário transplantar todo o lobo esquerdo ou todo lobo direito do fígado do doador adulto, porque o receptor tem tamanho maior. Atualmente, o transplante intervivos faz parte da rotina no tratamento das doenças hepáticas. Os riscos existem para o doador adulto, e vão desde complicações simples, como infecção da ferida cirúrgica e demora em voltar ao trabalho, até o óbito.

Drauzio – O doador tem de ser histologicamente compatível com o receptor? Isso obriga que seja escolhido entre os familiares da pessoa doente?
Telesforo Bacchella Diferente dos transplantes de rim que exigem compatibilidade maior por HLA ou por prova cruzada, o transplante de fígado requer apenas a compatibilidade ABO do tipo sanguíneo, porque ele é um órgão de maior tolerância imunológica, ou seja, que se adapta mais facilmente ao novo receptor, apesar da agressão imunológica a que está exposto. Exceção feita aos irmãos univitelinos, isto é, aos gêmeos idênticos, está provado que não faz diferença o doador ser um parente próximo ou distante ou um cadáver.

Drauzio –Nos transplantes de fígado, como fazer o organismo aceitar esse corpo estranho e harmonizar esse convívio?
Telesforo Bacchella Essa é uma questão-chave na tecnologia dos transplantes. Convém lembrar que a rejeição é uma das reações imunológicas que nos mantêm vivos. Nosso organismo é diariamente atacado por vírus, bactérias e fungos. Através do sistema imunológico, ele reconhece esses microrganismos como agressores e os elimina. Com o órgão transplantado, comporta-se da mesma forma. Como com o novo órgão entra no organismo do receptor uma carga enorme de proteína e de antígenos, seu sistema de defesa não sabe se aquilo é um vírus ou uma bactéria e começa a desenvolver clones celulares e anticorpos específicos para destruir o corpo estranho. Felizmente, a ciência progrediu muito e foram descobertas substâncias capazes de “enganar” o sistema imunológico a fim de que o órgão do doador seja tolerado pelo organismo do receptor. Embora o maior medo do transplantado seja a rejeição, o risco de perda do órgão por esse motivo é de 1%, portanto, muito baixo.

Atenção: a entrevista completa pode ser encontrada em
http://drauziovarella.com.br/clinica-geral/transplante-de-figado/

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A IMPORTÂNCIA DOS ANTIOXIDANTES

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Todos nós já ouvimos falar em antioxidantes e em como eles “destroem” os radicais livres, mas a maioria das pessoas não sabe realmente o que ocorre quando consumimos essas substâncias. Antioxidantes são substâncias que ajudam o organismo a impedir a ação dos radicais livres dentro das células, evitando danos permanentes que, ao longo do tempo, podem levar ao desenvolvimento das chamadas doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão, diabetes, câncer, artrose, demência, etc.). Hoje, veremos quais são os alimentos campeões na atividade antioxidante e, portanto, protetores destas patologias.

Para um melhor entendimento do leitor, os radicais livres são moléculas instáveis, pelo fato de seus átomos possuírem um número ímpar de elétrons. Para atingir a estabilidade, essas moléculas reagem com o que encontram pela frente para “roubar” um elétron e, com isso, causam danos às células. Uma parte do oxigênio que respiramos (cerca de 3%) transforma-se em radicais livres que, até certo ponto, ajudam no combate às infecções e inflamações no corpo. Mas, quando produzidos em excesso, passam a ser prejudiciais. Daí a importância do consumo diário de substâncias antioxidantes como forma de contrabalançar a produção desenfreada destas moléculas reativas.

Normalmente, os antioxidantes são produzidos pelo organismo humano em pouca quantidade e, por isso, é necessário ingerir alimentos ricos em antioxidantes, como as frutas e os vegetais, para evitar o envelhecimento precoce e proteger as células, e o DNA, contra os efeitos deletérios dos radicais livres. Os alimentos com mais antioxidantes, geralmente, são ricos em vitamina C, vitamina E, selênio, carotenoides, entre outros.

Desenvolvido por cientistas do Setor de Pesquisa de Agricultura dos Estados Unidos e pelo Instituto Nacional do Envelhecimento, o Indice Orac (Oxygen Radical Absorbance Capacity) é uma referência na atividade antioxidante de vários alimentos e suplementos alimentares. De forma disparada, o cacau em pó (sem adição de açúcar) é o campeão na atividade antioxidante. Logo em seguida (e que já foi tema nesta mesma coluna) vem todas as “berries” como mirtilo, framboesa, morango, gojiberry, cramberry e açaí, além da romã. A tabela Orac é longa e pode ser acessada em sites especializados da internet.

Hoje em dia, o consumo de substâncias antioxidantes vem aumentando e muitas pessoas podem utilizar este índice para escolher os alimentos com as maiores taxas. O nosso açaí, fruta típica da Amazônia, seria uma escolha sensata para consumo frequente se não fosse bastante calórico. Particularmente, recomendaria os sucos ou chás de romã e/ou de cramberry para consumo diário, pois são saborosos e serão extremamente úteis para a saúde. Para o leitor mais prático, um prato colorido contendo verduras e legumes certamente tem boas concentrações de antioxidantes. Atividades físicas, lazer com amigos e familiares, meditação, oração e boas horas de sono completam as ações que diminuem a formação dos radicais livres, com consequente envelhecimento saudável.

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