EM DEFESA DO VICE-REI

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

Se quando um não quer dois não brigam diz também outro sábio ditado popular que quem muito se abaixa, mostra o fundilho. Somando os dois ditos populares, há de convir o leitor que ambos podem ser postos em prática, mas desde que se respeitem as causas que levam ao exercício de um e de outro. Para certos casos, o primeiro calha como uma luva, mas também há fatos que exigem a observância do segundo, a fim de proteger a honra do ultrajado, caso contrário, poder-se-ia usar um segundo dito popular que diz: quem com os porcos anda, farelo come, ou ainda um provérbio com um teor ainda mais firme: quem cala, consente.

Deixando os ditos e não ditos de lado, tem sido vexamoso o modo como o vice-rei vem sendo tratado no reino pela família real e seu staff. Dentre os inconsequentes desacatos estão palavras como “traidor” e “golpista”. O rei finge de morto na defesa de seu vice, enquanto dá espaço para que seus bambinos – os príncipes 1, 2 e 3 – desçam o relho no general, num visível abuso de poder. Ainda que tais atitudes descabidas a princípio fortaleçam o vice-rei – ao mostrar que o soberano não tem pulso nem com seus filhos – em longo prazo tiram a admiração que os súditos vêm nutrindo por ele, pois não vivemos nos tempos de São Jerônimo quando sofrer humilhação era um degrau para a santidade. Como essa gente de ânimo buliçoso não alarga a consciência, está passando da hora de botar os pingos nos is.

Num reino totalmente despirocado em que a família real não demonstra um fanico de compostura para com seu povo, sendo dada a arroubos de grandeza e poder a ponto de ocupar a mídia com declarações imprudentes e temerárias – e sendo desprovida de qualquer ajustamento de conduta – qualquer indivíduo com um mínimo de bom senso foge à desarmonia vigente e, por isso, é malhado como um “Judas”, pois o grupelho exige a unicidade de todos os seus partícipes.  Qualquer um que emita um parecer próprio é visto como um desatinado, uma ovelha desgarrada que precisa ser contida em fortes correntes ou jogada às feras. Em assim sendo, a cordialidade e a civilidade excessivas por parte do ultrajado general funcionam como se ele estivesse apanhando água com a peneira.

Engana-se quem pensa que não há muito mais farinha debaixo do angu dos queixosos reais. O que eles tanto temem em relação à postura do vice-rei – “sombra que às vezes não se guia de acordo com o sol… – na corte? É elementar, meu caro leitor! Eles temem que o general continue ganhando a simpatia dos vassalos e obtenha poderes para se opor ao desmonte generalizado  que ora se vê, rechaçando os vendilhões das riquezas do reino. Eles temem que o apoio ao segundo homem mais poderoso da monarquia acabe com as asnices do guru da corte e membros do staff real. Eles temem que a aprovação popular ao vice-rei seja capaz de botar um freio na truculência verbal dos príncipes.  Eles têm medo de que a simpatia pelo vice-rei – com bom trânsito entre políticos da oposição, mídia e empresários – possa fazer tremer os alicerces do trono.

Todos os vassalos têm conhecimento de que o vice-rei tornou-se um saco de pancadas de uma monarquia que não mostrou ainda a que veio. Desviar a atenção para ele é uma forma de contabilizar em sua pessoa os fracassos estrondosos da política atual do reino. Na verdade, ele é um dos pouquíssimos tripulantes a demonstrar credibilidade nesta nave destrambelhada, sem um comandante confiável e capaz de levar todo o reino – nos seus mais diferentes campos – à bancarrota. Eles, porém, fingem não ver isso, pois lhes importa mais o poder totalitário próprio dos ditadores, como as expressas diariamente.

Ainda que no passado o vice-rei tenha se aproximado em sua retórica dos abilolados reinantes, pode-se dizer que hoje é a “voz da razão e moderação”, a voz do bom senso, um farol na escuridão das ideias anacrônicas, estapafúrdias e esdrúxulas que despencam sobre o reino como as sete pragas do Egito. Ideias essas baseadas num “bliblianismo” contrário a tudo o que Jesus Cristo ensinou, mas amalgamadas a interesses próprios e a sabujar as elites, sem qualquer compromisso com os pobres – os escolhidos do Mestre Jesus. Eles não passam de hipócritas que usam o nome de Deus a bel-prazer, posando de homens e mulheres tementes ao Mestre Jesus. Farisaicos… Isto é o que são!

Os súditos trazem o entendimento de que se o vice-rei não der seu grito de BASTA, os inconsequentes irão atingir o objetivo que tanto buscam – “resuma-se à função de poste, fique quieto, pois é apenas um representante da maçonaria e de parte do Exército”. Eles irão transformá-lo no poste que almejam. Nós, os vassalos, continuamos perguntando: Até quando, general, o senhor irá tolerar tanta humilhação, zombaria, rebaixamento e pulhice? Já estamos ficando incomodados com sua excessiva leniência. Essa gente não conhece a linguagem da moderação e do respeito. Chega de impunidade! A continuar assim, nem mesmo os lacaios do palácio irão respeitá-lo e outros zés-ninguém aparecerão para insultá-lo. Bote logo um fim nesta novela! Até mesmo o presidente da Câmara do reino diz que um dos príncipes (02) “age seguindo a estratégia definida pelo próprio rei nas redes sociais”. O que mais é preciso?

Nota: São Jerônimo, obra do pintor barroco Hendrick van Someren

4 comentaram em “EM DEFESA DO VICE-REI

  1. Hernando Martins

    Lu,
    Sinceramente, quero acreditar que o vice-rei esteja cozinhando o rei e seu clã em banho-maria,esperando o momento político oportuno para dar o xeque-mate.
    A paciência, a sabedoria e a força são requisitos fundamentais para almejar sucesso nas trajetórias da vida. E o vice-rei sabe que o rei ainda tem seguidores fanáticos, principalmente na classe média. Os ricos tem a expertise de ficar sempre do lado do grande capital e geralmente são pouco atingidos quando há qualquer turbulência no Reino. Os pobres já começaram a perceber que foram enganados e que este rei e um impostor e entreguista. Neste momento, a nossa esperança de nos livrarmos desse rei nefasto é através do seu vice, se falhar, só nos restará apelar para Chapolim Colorado.

    Abraços,

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Hernando

      A situação está caótica neste reino. E olhe que em todos os campos! Acho que nem o Chapolim Colorado irá querer entrar neste lamaçal. Se o vice-rei não fizer nada para salvar este reino degringolado, estaremos no “c.” (peço licença ao guru pelo uso da palavra) do caos. Meus botões dizem que ainda há muita água para rolar. E viva a lei do carma!

      Beijos

      Responder

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