Autoria de Beto Pimentel
É preciso estudar a sociedade pelos homens, e os homens pela sociedade: os que quiserem tratar separadamente da política e da moral nunca entenderão nada de nenhuma das duas. (Jean-Jacques Rousseau)
De acordo com Thomas Hobbes, a vida humana seria “desagradável, brutal e curta” sem autoridade política. Na sua ausência, vivemos em um Estado de natureza, onde cada pessoa tem ilimitadas as suas liberdades naturais, incluindo o “direito de todas as coisas” e, portanto, a liberdade de prejudicar todos os que ameaçam a nossa própria autopreservação. Neste sentido, haveria um interminável conflito de todos contra todos. Para evitar isso, homens livres estabelecem a comunidade política, da sociedade civil, através de um contrato social em que cada um ganha os direitos civis em troca de submeter-se ao direito civil ou à autoridade política. O contrato social é, portanto, um meio para um determinado fim — o benefício de todos só é legítimo na medida em que se reúne o interesse geral.
Rousseau, filósofo iluminista, entendia que a sociedade havia pervertido o homem natural, que vivia harmoniosamente com a natureza, livre de egoísmo, cobiça possessividade e ciúme. A sua teoria política pode ser considerada como uma síntese do pensamento de Hobbes e Locke. O ferro e o trigo civilizaram o homem e arruinaram a espécie humana. Para Rousseau, a maldade existente entre os homens explica-se na própria evolução humana, classificada por ele em três estágios diferentes:
1.º Estado – homem natural
2.º Estado – homem selvagem
3.º Estado – homem civilizado
O homem natural é um animal que se integra à natureza e a mesma é generosa para com ele, que vive isoladamente por vontade própria, independente do semelhante, mas dependente da natureza, de onde retira tudo o que precisa e é guiado pelo instinto da conservação. O homem selvagem, remetendo-nos às sociedades indígenas, já tem um interesse particular, marcas, vícios, conflitos a partir da consciência moral, de onde nasce a virtude. O homem civilizado tem seus interesses particulares fortalecidos e entra em conflito, pois sua consciência moral é abafada, existindo a oposição de interesses. Assim, o homem tornou-se egocêntrico e individualista, tornou-se um homem natural no pior sentido possível.
Por várias vezes, eu tenho procurado analisar alguns acontecimentos que presenciamos através da mídia, no convívio com diversas pessoas ou mesmo sofrendo as consequências da própria realidade que nos cerca: políticos corruptos, desvios de verbas públicas que poderiam ser investidas em hospitais, na melhoria da educação, a maldade sem limites dos tiranos, a desvalorização da vida por bandidos oriundos de todas as classes sociais. Enfim a maldade humana. Assim, volto sempre ao mesmo dilema, à questão básica: o homem nasce mau ou é fruto da sociedade onde vive? Procuro a resposta nos grandes filósofos da humanidade, mas não a encontro. Há sempre um ponto falho nos seus pensamentos e conclusões, ou não consigo entender. A causa seria as minhas próprias limitações intelectuais?
Entretanto, noutro dia encontrei um dileto amigo de infância no interior de São Paulo. Homem simples que crescera e ainda vivia no sítio da sua família. Após um bom papo de doces lembranças, surgiu a conversa inevitável sobre política e, por consequência, a questão básica: o homem nasce mau ou é fruto da sociedade onde vive? Foi então que o meu velho amigo, contou-me a seguinte fábula, que ouvira do seu avô:
“Durante uma enorme e devastadora seca, um incêndio de grandes proporções tomou conta da floresta. Todos os bichos, correndo juntos e esquecendo-se do fato de serem predadores ou presas, foram em direção a um grande rio. Os que sabiam nadar, o fizeram sem dificuldades. Os que não sabiam ficaram na margem, apavorados com o fogo que se aproximava. Mas eis que um escorpião avistou um pato vindo em sua direção e lhe disse:
– Compadre pato, por favor, ajude-me por piedade atravessar o rio. Preciso ver, pelo menos mais uma vez na vida, a minha fêmea e os nossos dez novos filhotes. Deixe-me atravessar nas suas costas!
Ao que o pato respondeu de pronto:
– De jeito nenhum. Já vi muitos parentes morrerem sem qualquer motivo por picada de escorpião!
Ao que o escorpião replicou:
– Mas compadre pato, vamos esquecer o passado. Ajude-me, pois morrer queimado é horrível. Além disso, eu nunca lhe daria uma ferroada, pois nós dois morreríamos afogados!
E o pato, movido pelos sentimentos que unia os bichos no momento de grandes catástrofes, concordou em dar uma carona ao escorpião. Mas, quando estavam no meio do rio, o pato sentiu uma forte e penetrante picada nas costas. E já perdendo as forças, dirigiu-se ao escorpião:
– Mas por quê? Você prometeu! – E, antes de perder os sentidos, o pato ouviu do escorpião:
– Eu sei que ambos vamos morrer. Mas o que eu posso fazer? Eu não posso evitar, pois o que acabo de fazer é próprio da minha natureza!”.
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O homem é bom pela sua natureza, o mal surge como consequência da sua civilização. Se homem ao longo da sua história não conhecesse mudanças disiguais, continuaria bom, sem sinal da malidade.A civilização europeia, americana, asiática e africana difere uma da outra, mas o homem é o mesmo. É por aqui que surge a tendência da malidade, com a suposta superioridade racial, movida pela civilização rápida de outros continentes, e daí cresce a maldade. Seria claro dizer que o mal é algo que se associa ao meio onde vive o homem. Isto porque, numa visão pessoal, me parece que o mal é também fruto da inteligência do próprio homem que aprende tudo com meio.
Ernesto
É muito interessante seu ponto de vista e não deixa de ter razão. Ainda assim, é preciso questionar o porquê de irmãos, filhos dos mesmos pais, crescendo e vivendo num mesmo ambiente, recebendo a mesma educação, se tornarem diferentes ao longo do tempo. O que significa que fatores genéticos ou adquiridos implicam também em mudanças, e não somente o meio. A complexidade da mente humana ainda é uma interrogação para a Ciência. Mas que o meio pode exercer grande influência no indivíduo é um fato incontestável, ainda mais quando ele é “fraco” de personalidade.
Ernesto, agradeço a sua visita e comentário. Continue visitando este espaço e trazendo suas ideias. Será sempre um prazer tê-lo conosco.
Abraços,
Lu
Reflexões sobre a falta de caráter na eterna luta entre o bem e o mal
Em abril de 2013, durante a maratona de Boston, dois jovens aparentemente “normais”, detonaram bombas caseiras, matando e ferindo inúmeras pessoas inocentes. Este fato nos chocou profundamente pela covardia e maldade, nos fazendo refletir. Será que eles já nasceram maus ou o seu comportamento foi alterado pelo meio em que vivem?
Cada vez mais acredito dentro de cada um de nós o bem e o mal são próprios da natureza humana. E talvez, a fábula abaixo nos forneça uma pista importante sobre o tema:
Sentado ao redor de uma fogueira, o índio mais velho da tribo explicava ao seu neto:
– Dentro de nós existem dois lobos. Um deles é egoísta, cruel e mau. O outro é bom e justo. E eles estão sempre brigando, desde que nascemos.
– Então, vovô, qual dos dois vencerá a luta? Perguntou o jovem.
Com sabedoria o velho índio respondeu:
– Aquele que você alimentar mais.
A lição aprendida é que alimentamos o lobo bom quando educamos nossas crianças a desenvolverem o livre arbítrio no que tange à formação do caráter de uma pessoa: o equilíbrio entre as suas crenças, valores e ética. Provavelmente no comportamento da pessoa má, do corrupto, do terrorista, do mentiroso contumaz, houve um desequilíbrio entre esses fatores. Exemplos: a forte crença de que os fins justificam os meios prevaleceu e assim alimentam o “lobo mau”.
Beto
Como vê, este seu artigo é um dos mais lidos, pois a indagação que traz em si tem atravessado os tempos, passando pelos filósofos antigos e chegando até os dias de hoje. E perdurará nas gerações que virão.
Sempre acreditei que o homem é a dualidade: Bem e Mal. Todos nós carregamos isso, embora muitas vezes, nem percebemos que também fazemos uso do Mal e, noutras, colocamo-lo em prática cientes do que estamos fazendo. Há uma lenda, que ainda vou postar, que diz que o Criador colocou no homem dois alforjes, um na frente e outro atrás. No da frente colocou os defeitos dos outros, e atrás colocou os seus próprios defeitos, de modo que ele só vê os defeitos do próximo, porque os seus estão nas costas. E mais, como os seus olhos são pequenos, ele só vê os grandes horrores do Mal, sem ver as sementes que germinam em torno de si. Por isso não percebe quando lesa um irmão, quando só pensa em acumular bens materiais em detrimento dos espirituais, quando se esquece de que a sobra no seu prato está fazendo falta no prato de muitos, quando acha que fazer um bom negócio é passar outrem para trás, quando lesa o IR, enquanto os mais pobres, pagam-no integralmente, pois é deduzido nos seus contracheques, quando se julga superior aos outros homens direcionado pelos preconceitos, quando escraviza, quando olha o mundo posicionado do próprio umbigo, quando torce para que o Mal tome forma, e aí por diante.
Tempos atrás, eu fiz um curso de Gnose, cuja temática principal eram os muitos “eus” com os quais nascemos, que, sintetizados, são reduzidos ao Bem e ao Mal. A explicação era a seguinte: nascemos como uma plantinha frágil, já com vários galhos, cada um representando nossas qualidades e defeitos (eus). À medida que essa planta cresce (nós) o galho que receber mais alimento irá ganhando vida e fortalecendo-se, até passar a fazer a vez do tronco, que direcionará toda a vida da árvore. O curso concluía: para eliminar a possibilidade de o Mal direcionar nossa vida, devemos vigiar, 24 horas por dia nossos menores pensamentos, pois são neles que o Mal ganha seiva.
Quanto ao livre-arbítrio, vem se desenvolvendo na Ciência uma corrente que revirará o saber que carregamos até agora: ele não existe. Como exemplo é dado a genética que carregamos. Mas, enquanto não encontrar argumentos bem sólidos, ainda fico com a possibilidade de conduzirmos nossa vontade.
Confesso-lhe, meu amigo, que a cada dia travo uma luta árdua comigo mesma, no sentindo de ser uma pessoa melhor, não porque isso agrade a uma entidade divina (não tenho religião), mas para o meu bem-estar pessoal, na convivência com o próximo e na minha relação com o mundo. Mas não é fácil. Não foram poucas as vezes em que tive vontade de falar mais do que devo, ou de jogar na frente do outro seus defeitos, de prejudicar alguém que me ofendeu, mas tento trazer o meu “lobo mau” na mordaça, sabedora de que ele sempre estará vivo dentro de mim.
Um grande abraço,
Lu
Olá,Lu
Tenho aqui uma questão, imagina que eu sou alguém sem vicio, não me meto em confusões, não bebo não fumo, e depois de um tempo, eu tenho novos amigos, os mesmos bebem fumam, arrumam em confusões e gostam de aparecer, enfim… será que esta nova sociedade, à qual passarei tempo com ela, num novo ambiente, vai criar alguma influência em mim? Sabendo que a sociedade corrompe? Será que a probabilidade de ser como eles é maior?
Danilo
Viver com os iguais é muito fácil, difícil mesmo é viver com os diferentes. Com esses, nós temos que ter um jogo de cintura muito maior, tornando mais firmes nossas convicções, para que, em vez de nos unirmos a seus defeitos, ajudemo-los a vencê-los.
Ao se unir a um grupo que difere de sua maneira de ser, é o seu caráter que vai ser determinante. Se você é uma pessoa forte, convicta de seus pontos de vista, jamais será influenciado por ele negativamente, ao contrário, será um exemplo positivo de vida para ele. Mas, se for frágil, fácil de ser manipulado, sem posicionamento diante da vida, não resta dúvida de que será captado pelo grupo.
Um grande abraço,
Lu
Danilo,
A resposta da Lu abaixo é perfeita! A questão básica é de caráter. Sempre consegui e ainda consigo conviver por vontade própria ou por força de obrigações com pessoas diferentes, de outras ideologias e vocação política ou religiosa. Entretanto, entendo que o caráter de uma pessoa é forjado, entre outros fatores, por princípios e crenças. Quando uma pessoa em situação de liderança, com carisma, exerce o poder sobre grande parte de um povo, mas não tem caráter e nem princípios, não existe a possibilidade de sucesso. Todos perdem.
O autor
Lu
O homem nasce e tende a viver em sociedade não por instinto, mas sim por necessidade, uma vez que precisa da colaboração dos seus semelhantes para satisfazer as suas necessidades. Os seus interesses colidem, gerando conflitos que nem sempre são pacificos. Na maioria dos casos têm sido violentos. O direito vem para minimizar tais conflitos, impondo regras de conduta. Esta é a natureza social dos homens.
Se houve necessidade de o Estado introduzir o direito nas sociedades foi porque previu tais conflitos a que hoje assistimos. Eu penso que o homem é mau de natureza e que precisa de uma lei jurídica de caráter imperativo e coercivo para regular o comportamento humano. Normas de ordem social para fazer com que a convivência seja mais amena e harmônica; não aprendemos a fazer as coisas erradas, todo mundo o faz sem nenhum ensinamento, pois é fácil destruir do que construir, então o homem precisa de aprender a conviver, viver e necessariamente conviver.
sou africano moçambicano, estudante da universidade adventista, fazendo licenciatura em contabilidade e auditoria. Na verdade tivemos um debate deste, quando introduzimos a cadeira de direito e eu era o único que concordou com o pensamento do Hobbes, o restante e até a docente ficaram com a ideia do John Locke que diz o homem é mau e bom, mas o princípio de não contradição diz que a mesma proposição nao deve ser verdadeira e certa ao mesmo tempo, ou é mau ou é bom. A Bíblia já disse não há homem bom na terra… esta teoria acho válida, pois certas normas jurídicas coincidem com as normas religiosas ou seja as normas religiosas teriam sido as primeiras normas de conduta.
Abraços!
Danilo
É com grande prazer que eu o recebo como moçambicano aqui no blog, que é muito lido pelo pessoal de sua maravilhosa terra, nossa coirmã. Vocês formam um povo muito amado por nós brasileiros.
Eu penso que o homem é um animal sociável por natureza. Ele precisa do contato com outros seres humanos. E, aqueles que abre mão dele, busca o contato dos animais, ou então buscam Deus, como os ascetas, que pensam que, ao mortificarem corpo e alma estarão próximos do Criador. Eu penso o contrário, ou seja, é muito mais difícil viver em harmonia com o semelhante. Ao procurar viver bem em coletividade é que está o verdadeiro encontro com o Ser Maior. E ainda que o homem, em sua arrogância, pense estar vivendo sozinho, sem o auxílio dos demais, isso não é verdade, pois ele usufrui do que outros produzem: vestimenta, alimentos, energia, etc.
Como lhe disse anteriormente, acho que o homem nasce com a marca da bondade e da maldade. Se assim não fosse, estaríamos pondo em dúvida a existência de Deus, que escolhe uns para serem bons e outros para serem maus. Assim, o homem mau, injustamente, já estaria sendo julgado por antecipação, e pior, ele não carregaria culpa alguma, pois o ato de ser mau não foi escolhido por ele, mas imposto. Compare com uma criança que nasce numa família ateia, estuda numa escola ateia e nunca ouviu falar de Deus. Que culpa ela teria? Uma pessoa cujo pai e mãe são diabéticos teria culpa de ser diabética? Claro que não! A genética é que foi determinante. Portanto, se os homens nascem somente maus, eles não carregam culpa alguma e o pecado não passa de uma lorota contada pelas religiões em busca de adeptos.
Aqui no blog, escrevi sobre o Código de Manu, que, assim como o de Hamurabi, são os primeiros conhecidos na história da humanidade, a tentar reger a sociedade humana. Através dele, vemos que era de uma barbaridade sem conta, onde os pobres eram os realmente castigados. O Direito não nasceu, a princípio, para promover a justiça, mas para garantir os bens dos ricos. Ele só foi, portanto, melhorando com a evolução da espécie humana. Um refletindo no outro. E mais do que isso, com a criação dos Direitos Humanos, no qual todos passam a ser vistos como iguais. Hoje, ainda que nem em todos os países, a lei tem como objetivo proteger igualmente todas as pessoas. Mas ainda vemos que o dinheiro é capaz de comprar a Justiça, infelizmente.
Se o homem nasce mau, como pensa você, ele não precisa aprender a fazer coisas erradas, pois já as traz consigo. Ele apenas as executa. Não penso assim. Acho que o crescimento social e espiritual é uma eterna caminhada, que nunca se completa. É preciso primeiro mudar nossa maneira de ver a vida, enxergando nossa pequenez e finitude, buscando a espiritualização, para depois mudar nossas ações dentro da sociedade, aprendendo a conviver com as pessoas. Não adianta decorar livros religiosos ou de autoajuda, pois toda mudança só pode vir de dentro para fora, pois, se acontecer ao contrário, não passará de mero conhecimento.
A Bíblia, junção de textos tirados de várias religiões, inclusive do Hinduísmo, é um poço de contradições, principalmente o Antigo Testamento, que traz um rol de barbaridades capazes de doer o estômago. Ali, visivelmente, está sacramentada a diferença entre o rico e o pobre. O rico é sempre o senhor e o pobre o serviçal. Sem falar nas práticas totalmente condenadas hoje, como escravidão, incesto, poligamia, etc. Portanto, não acredito que ela possa ser uma fonte a ser citada como 100% de correção. O Novo Testamento é bem mais humano e já mostra o homem em sua dualidade, bem e mal, sendo capaz de mudar e ascender ao Paraíso. Logo, se ele (o homem) pode se regenerar, é porque existe nele também o bem. Caso contrário, permaneceria mau, não havendo necessidade de qualquer ensinamento terreno, ou seja, de religiões. Portanto, se você é adventista, crê que o homem pode se transformar, e assim nega o que pensa, contrariando a teoria de Hobbes.
As normas jurídicas são feitas por homens. Seriam eles homens bons ou maus? Provavelmente as duas coisas, portanto, passíveis de erro, por isso essas normas vão mudando através dos tempos, com o avanço cultural das sociedades e das pressões exercidas por elas. Veja a discussão sobre a maioridade penal. Passamos por uma, agora, em nosso país. Não se pode hoje aceitar que um jovem de 14,15,16, 17 anos tenha o mesmo modo de pensar de um jovem da Idade Média, ou do século 19 ou 20. A tecnologia exerce influência sobre o saber, ao fornecer material 24 horas por dia.
Danilo, adorei nosso debate.
Deixo-lhe um grande abraço,
Lu
Imaginemos uma sociedade sem normas, sem regras, com uma liberdade total de fazer tudo que pensamos. Quais seriam os acontecimentos, se mesmo com leis direitos e deveres os homens cometem tantas maldades, roubos e criminalidades. A verdadeira compaixão e bondade tinham que ser incondicionais, não existe bondade absoluta na Terra principalmente entre os homens, que só se revelam no momento de angústia e aflição.
Danilo
Você está coberto de razão. O homem precisa de leis severas para que não ponha em prática seus instintos mais baixos. Pois em tudo que bota a mão, perde a inocência. O pior é que perdeu a noção de sua finitude, por isso, busca os bens materiais e o poder, sem limites. É só mesmo na angústia e na aflição que ele traz à tona sua humanidade.
Obrigada por sua visita ao blog. Volte sempre.
Abraços,
Lu
Danilo,
Você tem razão. Os fatos atuais estampados nos jornais, que tanto nos envergonham perante ao mundo, só confirmam acontece a um povo e com uma Nação quando as normas sociais, os princípios éticos e morais, etc. não são mais respeitados principalmente por aqueles que deveriam defendê-los. Os atuais corruptos e corruptores não foram em absoluto fruto do meio em que vivem. Revelaram o seu lado mau, pusilânime e egoísta quando surgiram as oportunidades. As mesmas oportunidades que surgiram para muitos outros que não se tornaram maus corruptos ou corruptores por terem algo fundamental: Princípios e Caráter. E porque não, Amor ao Próximo.
O homem nasce bom e o meio o corrompe ou nasce mau e o meio o salva? Eis a questão secular. Que tal uma terceira via baseada no princípio do livre arbítrio, conforme lembra o Beto. Nós fazemos nossas escolhas e as referendamos ou as trocamos pela vida a fora. Ora, pergunta o Reginaldo: No começo nós não temos livre arbítrio, nossos pais, nossos professores nossos religiosos escolhem por nós? É verdade mas, podemos substituí-las quando quisermos. Um bom método é assumir tudo aquilo que fazemos, como escolha nossa e assumirmos a responsabilidades sobre elas então, estaremos em condições de trocá-las quando quisermos porque são nossas.
Abraço
Silso
Como você diz acima, esta é uma velha polêmica jamais desvendada. E, para piorar, a Ciência acaba de revelar que não temos livre-arbítrio. Segundo ela, quando realizamos uma ação, já havia uma determinação, antes de chegar à nossa consciência. Eu sou mais eclética quanto à questão, pois, para mim, tudo é relativo. Tanto o homem pode se corromper com o meio ou, através dele tornar-se uma pessoa altruísta.
Quanto ao nascimento, acredito que já viemos marcados com certos sinais hereditários (doenças, por exemplo) e certas predisposições genéticas. Em suma, somos um arranjo muito complexo, com várias origens.
Acredito que esta é a melhor saída, indiferente disso ou daquilo:
“Um bom método é assumir tudo aquilo que fazemos, como escolha nossa e assumirmos a responsabilidades sobre elas então, estaremos em condições de trocá-las quando quisermos porque são nossas.”
Estou muito feliz com a sua participação. Volte mais vezes e traga seus amigos.
Abraços,
Lu
Beto
Eu acredito que o homem nasce com o instinto animal de sobrevivência que reage sem nenhuma consciência do certo ou do errado e, de acordo com os valores embutidos nele, pode se transformar em um ser que acreditamos ser bom. No caso de Deus, acredito eu que ele está na espera deste homem bom.
Wilson,
A raiz de todo o problema está na avareza e no egoísmo. Avaliando as consequências da avareza e do egoísmo no sofrimento do nosso povo, começo a crer que o homem nasce com a maldição da avareza e do egoísmo. O sofrimento e o desespero do paciente de hemodiálise que pode morrer por falta de hospitais, devido à corrupção ou irresponsabilidade dos governos, etc.Também aquele paciente que é ameaçado devido à greve dos caminhoneiros e/ou dos interesses de grandes empresários do setor de transporte de cargas, parece ser vitima das mesmas causas: egoísmo e avareza!
E o meio em que vive é feito por quem?
Cezar
Pelo que entendi, o autor do texto indaga se o homem já nasce com seu comportamento determinado, ou muda de acordo com o meio onde vive.
Não resta dúvida de que a genética faz uma diferença enorme em sua vida.
Portanto, presumo que os dois pontos de vista se complementam.
Obrigada por sua visita ao blog.
Abraços,
Lu
O meio em que vivemos é que vai nos moldar a ser pessoas melhores. Isso é questão de tempo.
Eu agradeço sua resposta.
Beijo
Cezar
Lu,
Muito pertinentes os seus comentários. Concordo que nós somos realmente uma dualidade. Há um constante conflito em nossas mentes entre o comportamento bom e o mau.
Obrigado pelos comentários.
Beto
Beto
Esta é uma grande indagação que vem atravessando os tempos, sem que se chegue a uma resposta conclusiva.
Penso que existe uma mistura das duas concepções.
Existem os nomes que já nascem maus, herdeiros de disfunções mentais, como nos prova a Ciência.
E se a pessoa não é dotada do livre-arbítrio, poderíamos imputar a ela a maldade?
Não estaria condenada a seguir os desmandos de sua mente doentia?
Não seria a mente conturbada a verdadeira ré?
Mas se a mente é o homem, então o que fazer?
Mas existem aqueles que têm tudo para serem bons e se desviam pelas sendas da vida.
São os fracos de caráter.
E há os que têm tudo para serem maus, e são bons.
Que paradoxo!
Nós somos a dualidade: bem e mal.
Ficará mais robusta a que for mais alimentada.
Grande abraço,
Lu
Lu
São muitos que se refugiam na ideia de que o homem nasce bom mas a sociedade o corrompe. O homem é racional porque pensa o seu próprio pensamento, responsável pelos próprios atos, pois todo mundo é livre para pensar, e cabe a ele decidir o que pensar. É preciso ser pessoa não só no sentido biologico, mas sim sociológico e filosófico etc. Tem que ter seus próprios princípios. Se acha que é tão fraco a ponto de ser corrompido pela sociedade então que busque plantar alguns princípios no seio da consciência, e lute pra que não os viole, então verá que a sociedade não o corromperá. “A natureza social do homem” só pode lutar e ser forte para fazer coisas boas, mas para fazer maldade já vem dos tempos remotos.
Eis aqui uma uma questão: por que é mais difícil pensar e fazer algo bondoso? Por que é mais difícil ser perfeito do que ser maldosos? Por que é mais fail destruir do que construir uma ideia positiva? Eu penso que o homem já nasce com o dom de maldade, e para fazer algo errado não precisa de ir à Escola, mas para fazer o bem precisa de muita lição de moral e ética, precisa do direito para regular a conduta humana.
Danilo
Eu acredito que o homem já nasce com certas inclinações para o bem e para o mal. E, que de acordo com o meio em que vive, elas irão ganhar mais força. Algumas vezes, mesmo num meio bom ou ruim, elas agem sozinhas. A exemplo disso temos a diferença entre irmãos numa mesma família. O meio não é tudo, mas ele exerce influência nos indivíduos, principalmente quando o poder e o dinheiro entram em questão. Nós somos sim, motivados pela sociedade na qual vivemos. Podemos ver isto através da religião escolhida, de nossos costumes (principalmente modo de vestir), comida, etc. Mas uns poucos conseguem viver alheios a isso, como os “hippies”, mas isso por um determinado tempo, pois a maioria acaba voltando ao modo de ser de seu povo. Até mesmo o fato de viver num país de clima quente ou frio influencia a nossa vida, o nosso modo de ser, a nossa convivência com o outro.
Ser humano é muito complexo. Somos delimitados por vários fatores, inclusive pela genética “boa” ou “ruim”, herdada de nossos antepassados, sem que nada possamos fazer: diabetes, Alzheimer, problemas mentais, etc. Existem também os sujeitos extremamente influenciáveis. A compreensão da vida, feita através do estudo é importante, pois ela nos ajuda a refletir e a domar nossas emoções, a ambição e a sede de poder.
Eu, particularmente, não acho que o homem nasce totalmente bom ou totalmente mau. Ele nasce com muitos “eus”: da bondade, da maldade, da sede de poder, da ambição, da generosidade… E aquele que ele mais nutrir, será o mais forte, o que determinará a sua vida.
Um grande abraço,
Lu