RENASCIMENTO E VESTIMENTAS (Aula nº 55)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

 

O livro de etiqueta de Giovanni della Casa, escrito no século XVI, rezava que “Todos devem se vestir bem, de acordo com a sua idade e posição social. Se assim não fizerem, será considerada uma falta de respeito em relação aos demais”. Não é difícil concluir, portanto, que os italianos endinheirados seguiam a etiqueta com rigor, tendo os alfaiates e bordadeiras muito serviço. Os tecidos (linhos, sedas, lãs, damascos, veludo, etc.) eram de excelente qualidade. A eles eram acrescidos fios de prata e de ouro, assim como pérolas legítimas e pedras preciosas, o que aumentava o preço das vestimentas, tornando-as exclusivas dos muito ricos. Os poderosos gastavam exageradamente, a exemplo de Lorenzo de Medici — Lorenzo, o Magnífico — cujo valor de um só de seus ternos dava para custear, durante um ano, uma família de classe média com quatro pessoas.

O gasto das famílias governantes era tão absurdo que foi necessária a promulgação de leis para conter tais despesas creditadas ao erário público. Não foram poucas as mulheres dessas famílias a protestar contra tal contenção, sob a alegação de que suas vestes diziam qual era a sua posição social. A vestimenta feminina constava normalmente de três camadas de roupas: uma camisa de fio, uma combinação de lã ou de seda e um vestido finamente trabalhado, ornado com muitos enfeites para as ocasiões especiais (ver ilustração acima). As mulheres mais velhas normalmente optavam por vestidos mais discretos, enquanto os das jovens excediam em pedras preciosas, apliques de peles, pérolas, etc. No princípio do século XV as mangas volumosas (bufantes) estavam no auge, tempos depois vieram as mangas justas, com aberturas, a fim de deixar à vista as peças interiores.

Os sapatos (chopines) pareciam uma peça de martírio. As plataformas podiam ostentar de dez a trinta centímetros e tinha por finalidade impedir que a barra dos longos vestidos fosse arrastada pelo chão e, certamente, tinham por objetivo tornar as mulheres mais altas. As damas tinham que contar com o auxílio de suas criadas para andarem, o que de outro modo não conseguiriam. Outra moda estranha para os nossos dias era a linha do cabelo depilada (ver ilustração acima), cujo objetivo era aumentar o tamanho da testa e repassar a ilusão de que as mulheres eram mais altas. Os cabelos eram presos numa touca bordada, muitas vezes com fios de ouro e pérolas, tendo como adorno um véu transparente com bordas de ouro e pérolas. Enquanto as mulheres apreciavam os cabelos louros, os homens tingiam os seus de preto.

Segundo o escritor Giovanni Boccaccio, “os cabelereiros despelavam as damas, tosando-lhes as sobrancelhas e rostos, para dar a impressão de serem mais altas”. Com o passar dos tempos, outros estilos de beleza foram se apropriando da moda. As mulheres passaram, então, a usar tranças ou coques no alto da cabeça. A esses eram agregados broches, pérolas, pedras preciosas, etc. As joias eram adornos importantes para as damas ricas. Essas se tornaram ainda mais volumosas a partir do século XV, à medida que os decotes iam se ampliando. Ainda que as leis referentes às despesas do erário público tentassem coibir o uso de joias caras, as damas ricas transgrediam-nas.

A vestimenta do homem rico renascentista compunha-se de três partes principais: uma camisa de manga longa de fio fino, um jaleco ou casaco justo e calças de tricô ou de tecido. Os homens mais velhos, principalmente funcionários e acadêmicos, costumavam fazer uso de túnicas longas e elegantes sobre o traje normal. As leis para diminuírem os gastos também diziam respeito ao exagero da largura das mangas. Quanto mais ricas se tornavam as cidades italianas, maior era a competição entre elas, organizando festividades religiosas, cujo objetivo maior era exibir luxo, ostentação e poder — oportunidade em que homens e mulheres de famílias ricas esmeravam nas vestimentas e adornos, numa verdadeira competição.

Ilustração: 1. Chopine / 2. Moda do Renascimento / Simonetta Vespucci, (c.1500-1510), obra de Piero di Cosimo.

Exercício
1. Como se vestiam as mulheres renascentistas da aristocracia?
2. Que moda parece aos nossos olhos extremamente bizarra?
3.O que o texto diz sobre Lorenzo, o Magnífico?

Fontes de pesquisa
História da Vida Privada 2 / Edit. Companhia das Letras
Arte e Vida na Itália Renascentista / Editora Folio

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NÃO ACREDITEM EM INDIANOS NA INTERNET

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Autoria de Eliana Silva

Conheci um indiano no Facebook em 2018. Depois de muitas idas e vindas ele começou a sumir, mas voltava dizendo que esteve muito ocupado com o trabalho. Outras vezes era a família… Sempre uma desculpa. Eu não acreditava mais nele. Sempre dizia que me amava e que era divorciado, mas eu achava que era casado, pois vi uma foto de uma mulher com um bebê que sempre curte tudo dele e no perfil dela vi uma foto dos dois sentados em cadeiras próximas. Descobri que ele tem perfis falsos no Facebook e Instagram. Já conversou com uma amiga minha dizendo que gostava dela, o que fala para todas. Pedi-lhe que o adicionasse e ele passou a querer uma relação amorosa com ela. Nas ligações dele de madrugada, queria que ela mostrasse os seios, sendo que mostrou o pênis para ela, enquanto se masturbava. Ela o bloqueou na hora.

Depois de dois anos de contato virtual, ele me pediu dinheiro, dizendo que a mãe precisava de uma cirurgia de câncer, senão morreria. Eu, sensibilizada, dei. Ele sumiu durante um mês e voltou dizendo que estava com problemas em casa, mas sentia a minha falta. Eu não acreditei, mas continuamos conversando. Depois disse que houve um acidente e o pai estava mal no hospital e precisava de mais dinheiro. A mãe e a irmã tinham morrido. Eu lhe disse que não podia enviar mais, pois não tinha. Ficou indiferente por um tempo, mas voltou a mandar mensagem. Estava amável. Sempre voltava, quando queria algo. Fiquei decepcionada e disposta a sair fora. É difícil aceitar que lidei com um golpista o tempo todo. Dizia que trabalhava numa empresa de nutrição Herbalife, mas que com a pandemia os negócios caíram muito. Antes, disse que era professor de faculdade.

Lu, você tem toda razão quando diz que se eu reatar relação com esse sujeito significa que sou como ele ou pior, ao permitir tanto abuso. Há poucos dias apareceu um contato novo no meu Whatsapp. Começou dizendo que era primo dele e que queria me dizer que o tio dele pediu para falar comigo e contar que o tal estava sofrendo muito. Nem comendo estava desde que o bloqueei. Pedia para desbloqueá-lo.  Tudo mentira, logo depois disso ele conversou com uma amiga minha que o bloqueou também, pois não aguentou a insistência dele, ligando e pedindo fotos, dizendo que a amava.

Ele sempre me enganou. Segundo o tal “contato”, ele estava passando por muitas dificuldades financeiras. Morava só com o pai e estavam passando fome. E me pediu para o ajudar. Disse-me que também ia ajudá-lo um pouco, mais que também era pobre. Eu disse ao “contato” que já o ajudei muito e que ele era um mentiroso. Para intimidá-lo, disse que a Polícia Federal brasileira está investigando em todos os bancos quem enviou dinheiro para outros países. E que todos vão ter que se explicar por qual motivo foi enviado, pois houve denúncias de mulheres enganadas por estrangeiros, enviando dinheiro e que já existem relatos de suicídio de mulheres. Completei dizendo que eu tinha recebido uma notificação da polícia Federal para explicar o meu envio. E provavelmente eu e ele estávamos sendo investigados. Ele ficou muito preocupado e foi quando percebi que o dono do perfil era ele.

 O tal confessou para mim que mentiu e que era casado. Que foi obrigado a se casar com 19 anos, mas que estava se divorciando, que não tinha nada mais com a esposa. Possui um filho de 11 anos (um amigo dele me disse que ele tem dois). Que tem cinco irmãs casadas e é quem tem que cuidar de tudo. E que ficava desesperado porque não tinha dinheiro. Por isso mentia. Mas que vai me retornar tudo que lhe enviei. Antes estava me pedindo mais, até eu lhe falar da polícia Federal. Disse que a mãe está com câncer e não havia morrido como havia dito.

Era tudo mentira. Se tem coragem de falar que a mãe havia morrido, realmente faz qualquer coisa por dinheiro, sem pensar no outro. Acho que me contou tudo por medo de que a polícia investigue a vida dele e venha à tona toda a verdade. Depois disso não falou mais comigo nesse contato novo. Eu excluí seu número, mas ele continua com perfis fakes. Estou pensando em excluir meu Facebook, Instagram e WhatsApp. Não compensa. Todos os dias há solicitação de estrangeiros. Agora não aceito ninguém mais. Excluo todos. Tenho medo de passar por isso de novo. Esses contatos não vão me acrescentar nada. Minha vida é aqui junto dos meus que me amam de verdade.

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RENASCIMENTO – MULHERES E VIDA CONJUGAL (Aula nº 54)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A união nupcial era resultante de uma combinação política entre as famílias abastadas, fortalecendo dessa maneira o cume da pirâmide social. Havia a cerimônia do “dia do anel”, quando um notório registrava a união. A combinação era feita entre os pais dos nubentes e, na falta desses, por um membro varão da família. Segundo a tradição da época, os casamentos somente eram consumados após a esposa mudar para a casa do marido, o que podia demorar meses. Era comum que os recém-casados, após trancarem a porta do quarto, dessem início à vida matrimonial ajoelhados em oração, pedindo a Deus abundância, harmonia, riqueza, honra, virtude, fecundidade e que viessem muitos meninos.

A mulher, ao casar-se muito jovem — normalmente havia uma diferença de sete a dez anos entre marido e esposa — ainda inexperiente, tinha no marido o seu educador, era tratada do mesmo modo como ele agia com os filhos. Seus dons e formação eram vistos como mérito do esposo, pois dos homens dependia a qualidade de uma esposa exemplar — assim pensavam. Havia um provérbio que dizia: “Boa esposa ou desmazelada, toda mulher necessita de bordoada”. É bom dizer, contudo, que as esposas pobres não tinham por seus maridos tamanho apreço, pois, ao contrário das ricas, tinham que trabalhar muito para prover a família, referindo este texto às ricas.

No que diz respeito à beleza da mulher, essa não era vista como uma característica exterior apenas, simbolizava sua perfeição moral interior. Como uma mulher bela poderia ser dotada de maldade ou de costumes amorais? Em assim sendo, as mulheres consideradas bonitas encontravam maridos facilmente e esses tanto podiam ser de sua mesma classe social como de uma classe superior. A beleza encobria o fato de que a donzela não levava consigo uma boa fortuna ou não contava com padrinhos políticos. E como ficam aquelas destituídas de atributos tidos como necessários para arranjar um casório? Nem tudo estava perdido, uma vez que para essas existiam preparações herbais muito conhecidas que prometiam grandes transformações, tais como: tingir o cabelo, eliminar as rugas, clarear a pele e os dentes, etc.

O marido era o chefe incontestável da família, o administrador de seus bens. Poder que atingia também seus netos, uma vez que a ele deviam obediência. A esposa era totalmente obediente, dócil e servil ao seu marido. A Igreja Cristã comungava com a postura enérgica do esposo e a submissão da mulher. As pregações religiosas reforçavam: “Único senhor em sua casa, o marido não revela à sua esposa senão uma parte dos segredos familiares. Ele próprio forma-a em seu ofício de mulher e, considerando a fragilidade de seu corpo e de seu caráter, não lhe deve confiar senão responsabilidade menores”. E certos estatutos diziam que os maridos deviam “corrigir seus filhos, seu irmão mais novo e também sua mulher”.

O nascimento de um herdeiro era muito comemorado pelas famílias ricas, o mesmo não acontecendo com a vinda de uma menina. A ilustração acima apresenta uma bandeja do século XV, criada pelo pintor Masaccio, em comemoração ao nascimento de um herdeiro de uma nobre família florentina. A mãe encontra-se deitada na cama, enquanto as parteiras cuidam do bebê que já se encontra todo enfaixado, trazendo um terço no pescoço. Duas freiras cumprem a obrigação de receber as mulheres visitantes. Um arauto, mostrando uma bandeira com o símbolo da família, anuncia a chegada dos familiares masculinos — esses não podiam entrar no quarto — trazendo presentes. Outra bandeira similar é carregada por outro criado.

A toalete das crianças era supervisionada pelas mães, mas a limpeza do marido contava sempre com a ajuda de sua mulher. Essa, por sua vez, contava com o auxílio das domésticas para lavá-la, vesti-la e maquiá-la. A catação de piolhos era tão comum entre as mulheres e suas famílias que no século XIII um decreto proibiu que tal comportamento acontecesse em público, debaixo das arcadas. Após a ceia uma infinidade de coisas — direcionadas pela mulher — eram feitas: remendar, debulhar grãos, limpar, consertar objetos e conversar. Era o momento em que diferentes assuntos vinham à tona: casamento das filhas, o fisco, o desconforto com a parição e o excessivo número de rebentos, dote, problemas materiais, reações com o proprietário ou patrão, religião, etc. Era comum os avós falarem de sua genealogia, muitas vezes imprecisa. Entravam em pauta também os escândalos locais (bigamia, assassinatos, etc.). Tais assuntos só fugiam à regra na casa dos humanistas, onde a conversa atingia certo ar de erudição.

Ilustração: O Parto de uma Nobre Florentina, (1425 a 1428), obra de Masaccio.

Exercício
1.  Como era, de modo geral, a união nupcial durante o Renascimento?
2. Qual era a função do marido numa família rica e como agia a Igreja Cristã?
3. Havia diferença entre o nascimento de meninos e meninas? Explique.

Fontes de pesquisa
História da Vida Privada 2 / Edit. Companhia das Letra
Arte e Vida na Itália Renascentista / Editora Folio

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O DÍPTICO DE MELUN (Aula nº 53 A)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Como já estudamos anteriormente, a arte do norte europeu não tinha o mesmo interesse que a arte italiana em relação à beleza e à harmonia, ideias presentes numa obra. Contudo, não se pode dizer que essas duas escolas — a italiana e a nórdica — desenvolveram-se separadamente. Sendo a Itália um grande centro artístico, era comum que os artistas nórdicos ali fossem vez ou outra. Os mestres italianos também costumavam transitar por outras partes da Europa. O artista francês Jean Fouquet (c.1420-1480) — o principal pintor francês do século XV — é um desses exemplos. Quando jovem, ele visitou a Itália, tendo em 1447 pintado o papa em Roma. A pintura que ora estudamos foi pintada logo após o seu regresso à França. Primeiramente é necessário acessar o link Fouquet – O DÍPTICO DE MELUN e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Os participantes devem ler integralmente o texto indicado pelo link, para aguçar a sua capacidade de interpretação de obras.

  1.  A Virgem de Melun — também conhecida como Virgem com o Menino e Anjos ou Mandona e o Menino — é a parte complementar de um ……….. que tem hoje suas partes separadas, localizadas em diferentes cidades.

    1. tríptico
    2. quadro
    3. dípitico
    4. painel

  2. A ilustração acima mostra o Díptico de Melun em sua forma original. O painel à direita é denominado:

    1. O Doador Devoto
    2. Madona e o Menino
    3. Os Santos e o Doador
    4. A Virgem e seu Filho

  3. O santo responsável por encomendar o doador à Virgem é:

    1. São Francisco
    2. Santo Antônio
    3. São Sebastião
    4. Santo Estêvão

  4. Embora se trate de um tema ………………, com a presença de anjos, a representação translada do divino para a esfera do…………..

    1. sacro/ profano
    2. secular/ sagrado
    3. laico/ religioso
    4. cristão/ leigo

  5. Um dos seios bem modelados da Madona encontra-se à vista. A este respeito, apenas uma das alternativas abaixo está incorreta de acordo com o texto:

    1. O seio à vista não condiz com o tema, pois a criança não está mamando.
    2. Alguns críticos têm para o peito nu de Maria uma explicação teológica.
    3. Os seios no século XV não eram vistos como uma imagem erótica.
    4. O seio da Virgem à mostra é em referência ao papel de Mãe e de intercessora.

  6. A testa de Maria, protuberante e raspada à navalha, tem a ver com:

    1. seu poder terreno
    2. a moda da época
    3. o estilo do pintor
    4. a exigência cristã

  7. A Virgem encontra-se num trono decorado com ouro, pedras preciosas e pérolas, transportado por um grupo de anjos azuis e vermelhos que preenchem:

    1. todo o lado esquerdo da obra
    2. o primeiro plano do quadro
    3. uma pequena parte da obra
    4. o restante da composição

  8. O tesoureiro usa um rico traje de festa na cor vermelha, todo forrado de pele, com duas grandes ombreiras e muitas dobras — vestimenta própria:

    1. dos funcionários do rei
    2. das festas religiosas
    3. dos nobres da época
    4. das poses para retratos

  9. O gesto do santo, apontando para o doador com o dedinho da mão direita, significa que:

    1. As preces do tesoureiro foram ouvidas.
    2. A misericórdia divina é para os bons.
    3. Sem fé não há misericórdia.
    4. As preces precisam ser enfáticas.

  10. O santo em questão é reconhecido pelos atributos que lhe são próprios:

    1. o crânio, o livro e  o leão
    2. os Evangelhos e a pedra
    3. o Menino Jesus e a Cruz
    4. a espada, o cavalo e o dragão

  11. As cores azul, branco e vermelho, presentes na pintura, eram as cores do escudo do rei…………… de França.

    1. Felipe IV
    2. Luis XV
    3. Francisco I
    4. Carlos VII

  12. As figuras tranquilas e esculturais do artista mostram influências da arte italiana, enquanto a textura e superfície das coisas (pele, pedra, pano, mármore, etc.) são uma referência à tradição ………….. de Jan van Eyck.

    1. italiana
    2. românica
    3. nórdica
    4. gótica

  13. A técnica usada por Jean Fouquet foi:

    1. têmpera sobre madeira
    2. óleo sobre madeira
    3. têmpera sobre tela
    4. afresco

Gabarito
1.c / 2.b / 3.d / 4.a / 5.c / 6.b / 7.d / 8.c / 9.a / 10.b / 11.d / 12.c / 13.a

Obs.: Conheça mais sobre a vida do artista, acessando o link abaixo:
Mestres da Pintura – JEAN FOUQUET

 

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AS MULHERES NO RENASCIMENTO (Aula nº 53)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

      (Clique nas ilustrações para ampliá-las.)

Ainda que o Renascimento tenha trazido profundas mudanças para a Itália, é possível dizer que a vida da maioria das mulheres continuava muito parecida com a que levava na Idade Média. As tarefas eram as mesmas: trabalhar em casa ou nos campos e cuidar de suas famílias. Muito raramente elas apareciam em público, pois deviam primar pelo recato e pela modéstia e ser portadoras de uma fé inabalável, seguindo todos os ditames da religião cristã. No topo de importância na família estava o marido, senhor absoluto de tudo, devendo sempre ser obedecido e jamais contrariado. Excetuando aquelas mulheres que optavam pelo convento, somente as “muito bem nascidas” fugiam dos rigores direcionados às mulheres, ao ser excluídas dos afazeres femininos.

A riqueza e a posição social privilegiada impediam que as mulheres ricas seguissem o mesmo roteiro indicado às mulheres comuns — a mesma servidão do passado medieval. Às privilegiadas era permitido mostrar a sua independência através do mecenato das artes e, assim, desenvolver seus talentos e habilidades, mas desde que ficassem nos limites do privado. Não deve ter passado despercebido aos participantes de nosso curso de História da Arte que até agora não apareceu uma mulher pintora, escultora ou arquiteta. Seriam elas desprovidas de tais habilidades? Seriam esses talentos apenas masculinos? Claro que não!

Na Renascença era costume que homens e mulheres se sentassem separados em festividades, como vemos na ilustração acima à direita (obra do pintor Sandro Botticelli que faz parte de uma série de quatro painéis, baseados no romance “Decameron” de Coccaccio). Os homens podiam frequentar as ruas quando assim o quisessem. As mulheres ricas ficavam em casa, principalmente se ainda fossem solteiras, sendo raramente vistas nas janelas — deviam proteger a castidade acima de tudo. E se porventura tivessem que ir à rua por algo que ninguém pudesse fazer por elas, eram acompanhadas por uma senhora que tinha por objetivo impedir que fossem importunadas. Às mulheres pobres eram dadas maiores liberdades, pois tinham que sair para trabalhar, na maioria das vezes servir as madames das casas ricas.

O Renascimento, contudo, ao abraçar uma visão humanista, foi a pedra angular para que se mudasse o conceito arcaico sobre a posição da mulher, fazendo brotar, assim, as primeiras raízes dentro de uma sociedade machista, sobre o conceito de “mulher moderna”. Três importantes mulheres renascentistas deixaram seu exemplo (ver ilustração começando pela esquerda): Catarina Sforza que defendeu sua cidade Foli — atacada por César Bórgia; Vitoria Colonna, poetisa muito famosa em sua época, tendo atraído o interesse de Michelangelo; e Sofonisba Anguissola, uma das primeiras mulheres pintoras famosas, tendo ficado por um tempo na corte de Felipe II, ensinando sua mulher a pintar.

Ilustrações:
1. Retrato das três famosas renascentistas / 2. O Banquete de Casamento, 1483, obra de Sandro Botticelli. Tal temática era comum na Florença do século XV em obras criadas para ornamentar a cabeceira de leitos nupciais. Sobre os capitéis em primeiro plano podemos notar os escudos das famílias do noivo (Pucci), do patrono (Médici) e da noiva (Bini).

Exercício
1.  Como era, de modo geral, a vida das mulheres no Renascimento?
2. O que diferia as mulheres “bem nascidas” das pobres?
3. Cite o nome de três mulheres renascentistas importantes. Pesquise sobre elas.

Fontes de pesquisa
História da Vida Privada 2 / Edit. Companhia das Letras
Arte e Vida na Itália Renascentista / Editora Folio

 

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A “MELANCOLIA” DE DÜRER (Aula nº 52 D)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

 (Clique na foto para ampliá-la.)

O Renascimento do norte europeu contribuiu com grandes nomes na pintura. Dentre eles se encontra o do artista alemão Albrecht Dürer que muito se preocupou em aprender os novos princípios introduzidos pelo Renascimento italiano e posteriormente decidir se deveria usá-los ou não. Contudo, ao longo de sua vida, ele teve consciência de como as descobertas feitas pelos italianos eram essenciais para o futuro da arte. Estudamos hoje uma de suas gravuras que é tida como uma das mais complexas desse artista intuitivo e dotado de grande imaginação, mas que até os dias de hoje não se tem certeza sobre sua interpretação exata. A obra, riquíssima em detalhes, é um complexo objeto de estudo desde aqueles tempos aos dias de hoje. Primeiramente é necessário acessar o link Dürer – MELANCOLIA e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Os participantes devem ler integralmente o texto indicado pelo link, para aguçar a sua capacidade de interpretação de obras.

  1.  A gravura intitulada “Melancolia” é um clássico do Renascimento …………. e também uma das obras simbólicas do artista Albrecht Dürer, toda feita em cobre.

    1. inglês
    2. holandês
    3. francês
    4. alemão

  2. Ao observamos os elementos contidos na composição, notamos que separadamente cada um tem uma simbologia específica, mas reunidos denotam um estado de:

    1. enorme concentração
    2. extremo desespero
    3. grande vazio existencial
    4. intensa criatividade

  3. Nesta composição nós podemos observar como o artista fez uso ……………., ao misturar imagens religiosas com outras do cotidiano.

    1. da astronomia
    2. da geometria
    3. da profundidade
    4. da bidimensionalidade

  4. Todas as afirmativas sobre a figura central da obra estão corretas, exceto:

    1. Traz sobre os cabelos, cuidadosamente penteados e que se despencam sobre suas costas e ombros, uma coroa de louros.
    2. Tem o olhar enraivecido, perdido no nada, e o semblante moldado por visível descontentamento.
    3. Na cintura das vestes da figura alada estão dependuradas chaves e uma bolsa de dinheiro.
    4. Na mão esquerda segura um compasso sobre um livro aberto, como se pretendesse desenhar algo.

  5. São objetos que se encontram espalhados desordenadamente pelo chão, exceto:

    1. uma esfera e uma pedra multifacetada
    2. pregos, uma régua e madeira
    3. plaina, serrote, madeira e frascos
    4. uma esfera, martelo e turquês

  6. São objetos que se encontram dependurados num minarete, atrás do anjo, exceto:

    1. uma balança e uma ampulheta com areia
    2. uma escada, um sino e uma tabuleta
    3. uma balança, um triângulo e uma cruz
    4. uma escada, uma tabuleta e uma balança

  7. À direita do anjo grande encontra-se um triste anjinho sentado sobre ……………….., com um livro no colo, perdido em seus devaneios, e um cão enrodilhado.

    1. um toco oco de madeira
    2. uma roda de moinho
    3. uma roda de carroça
    4. um velho pneu

  8. O rosto do animalzinho enrodilhado no chão apresenta-se:

    1. triste
    2. alegre
    3. sereno
    4. perturbado

  9. À direita do anjo ao fundo, um semicírculo representando o arco-íris traz dentro de si o sol que emite fachos de luz em várias direções. Abaixo, nota-se:

    1. um rio e matas
    2. o mar e um castelo
    3. um rio e um povoado
    4. o oceano e uma vila

  10. Pelos reflexos vistos nas vestes do lado esquerdo do anjo e em outros elementos presentes na composição presume-se que outra fonte de luz entra pela …………….. da cena.

    1. direita
    2. parte superior
    3. esquerda
    4. centro

  11. Dentro do semicírculo, um cartaz é segurado por um ……………., onde está escrita a palavra que dá nome à composição: Melancolia I.

    1. camundongo
    2. animal não identificado
    3. morcego
    4. cachorro

  12. Walter Benjamin considera esta obra um ícone de nossos tempos, pois vivemos sob a ditadura do número, do peso e da ………………., desprovidos do encantamento de um mundo divinizado que foi desaparecendo após o Renascimento.

    1. medida
    2. pressa
    3. emoção
    4. preocupação

  13. Segundo alguns, o numeral romano “I”, após o título gravado, sugere que Dürer tinha em mente projetar e executar uma série de quatro gravuras de cobre, ilustrando os quatro temperamentos …………………….., conforme pensam alguns.

    1. fleumático, ansioso, colérico e otimista
    2. melancólico, fleumático, pacífico e confiante
    3. melancólico, fleumático, colérico e nervoso
    4. melancólico, fleumático, colérico e otimista

  14. Os “Quatro Temperamentos” foram conectados imediatamente com os quatro humores: ………………….., secretados pelo corpo, de acordo com a antiga medicina:

    1. bile negra, suor, bile amarela, sangue
    2. bile negra, fleuma, catarro, sangue
    3. bile negra, fleuma, bile amarela, sangue
    4. transpiração, fleuma, bile amarela, sangue

  15. A escada de sete degraus é outra característica comum do simbolismo …………. Os degraus representam os sete metais, as operações da alquimia e os organismos associados celestes.

    1. anímico
    2. alquímico
    3. químico
    4. rímico

  16. Na Renascença o cão deitado aos pés do dono era considerado um símbolo de resistência e de ……………., mas também um símbolo de perseverança e dedicação.

    1. coragem
    2. submissão
    3. contentamento
    4. ingenuidade

  17. No passado a melancolia era associada à inteligência. O italiano ………….., o artista da capela Sistina, escreveu: “a minha alegria é a melancolia”.

    1. a.Rafael Sanzio
    2. Leonardo da Vinci
    3. Gioto di Bondone
    4. Michelangelo

  18. A data de 1514 é exibida na linha inferior do quadro mágico e também acima do monograma de Dürer que se encontra na parte ……………. da obra

    1. inferior à esquerda
    2. superior à direita
    3. inferior à direita
    4. central

Nota: a tabuleta traz o famoso Quadrado Mágico de Dürer. Clique no link para entendê-lo: Dürer – O QUADRADO MÁGICO

Gabarito
1.d / 2.c /3.b / 4.a / 5.d / 6.c / 7.b / 8.a / 9.d / 10.c / 11.b / 12.a / 13.d / 14.c / 15.b / 16.a / 17.d / 18.c

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