Braque – HOMEM COM UMA GUITARRA

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­­­­­­­­­Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor normando Georges Braque (1882 – 1963) era filho e neto de pintores. O avô e o pai possuíam uma firma especializada em decoração de paredes. Ao mudar-se para Havre, na França, o garoto passou a frequentar o liceu e a praticar esportes, fazendo cursos de belas-artes no período noturno. Mas nove anos depois, já com 17 anos de idade, ele deixou os estudos regulares para trabalhar com a família, período em que entrou em contato com a técnica da pintura sobre paredes. Também mostrou interesse pela música, tendo aulas de flauta. Aos 18 anos, Braque optou por estudar pintura em tempo integral, indo morar em Paris.

A composição intitulada Homem com uma Guitarra é uma obra cubista de Braque, pertencente à fase do Cubismo analítico, ou seja, quando a aparência do objeto retratado era mostrada através de uma série de superfícies planas interconectadas, cujas pintura era feita normalmente em tons tênues.

A obra é composta por uma única figura tocando guitarra. A tradicional perspectiva única foi substituída por várias perspectivas em uma superfície em grande parte plana com formas bidimensional ou tridimensional, coexistindo de inúmeros modos. Embora a composição mostre-se a princípio confusa, o artista oferece ao observador pistas para que ele se oriente na compreensão da obra. As cordas e o corpo da guitarra sobressaem, enquanto uma diagonal que parte do centro até a esquerda aponta para o braço da figura. O mamilo do músico encontra-se perto da parte central da figura, atraindo o olho do observador.

A negação da profundidade é mostrada através de uma borla e uma tachinha na superfície do quadro, à esquerda. O volume é criado pelo artista ao lançar mão de uma sucessão de planos. As camadas vão progressivamente compondo a imagem final. Por sua vez, pinceladas diagonais paralelas, pintadas como se estivessem sendo apagadas na superfície da obra, põem em destaque as formas da cabeça do violonista, ao obscurecê-las, impedindo o observador de humanizá-la. Na parte superior da obra, o artista utiliza intencionalmente uma abordagem pictórica, mostrando que dominava sua tradição.

Ficha técnica
Ano: 1911/1912
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 116 cm x 81 cm
Localização: MoMa, Nova York, EUA

Fonte de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante

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ESTOU ME SEPARANDO DE UM BIPOLAR

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Autoria de Fátima Andrade

Sou casada há 6 anos e cheguei a perder minha personalidade e ainda procurar erros em mim, já que em tudo que acontece meu marido se refere a mim como culpada. Ele é bipolar tipo 1, a forma mais agressiva dessa doença que machuca muito quem está por perto de seu portador.

Ele faz uso de álcool, porém parou por um tempo. Agora, por qualquer motivo banal ou alheio, ele julga alguém culpado por ter voltado a beber. Passou por várias internações, inclusive numa delas nem a clínica o suportou, pois era uma instituição de reabilitação do álcool e das drogas. Alegaram não ter estrutura para ele, após um mês de internação. Claro que isso aconteceu em razão de sua arrogância, grosseria, etc.

Ele é um bom homem quando longe das crises, as quais têm se tornado cada vez mais frequentes. Não me traía, até mesmo porque pouca oportunidade eu lhe dava. Agressivo física e psicologicamente, quebrava as coisas e até mesmo me deu duas facadas na região da orelha. Nunca imaginei passar por isso. Fiz uma plástica e ele foi preso em flagrante, mas saiu em 5 dias através do advogado que eu mesma paguei para ele. Incrível, não é?

Ninguém acredita, mas na cadeia ele não sabia o porquê de estar lá. Nunca sabe nada sobre os atos que pratica após beber. Apaga tudo da mente. Apaga mesmo! E nesse período ele pode estar alegre, mas também pode ter comportamento infantil ou ficar agressivo verbalmente, o que acontece na maioria das vezes.

Nós passamos por várias separações e voltas, e a cada dia eu me sinto mais machucada e esgotada. O sentimento de culpa que eu carregava antes pelas ações dele, hoje não tenho mais. Aprendi a enxergar que é ele quem está doente e quer transpor as culpas de seus atos para mim, pois assim se mantém na zona de conforto da doença. Até chegar a esse entendimento eu me martirizei muito.

Eu o amo muito, sou grata a tudo de bom que me fez, mas atualmente suas qualidades são muito inferiores (ou se tornaram inferiores) aos seus defeitos. Deixei minha vida social por ele ser uma bomba relógio, porque implica com tudo e julga pessoas, principalmente as de minha família. Preferi me manter afastada para evitar comentários tão ofensivos. Até mesmo meus pais já falecidos, que nem conheceu, já chegou a xingar.

Ele é alguém que nem para quando come, ou seja, nem se senta. Fala alto quando em períodos de crise e não dorme durante dias. E eu fico com ele sempre acordada. Já tentou suicídio várias vezes e possui várias marcas no corpo que provocou a si mesmo. O pior é que sempre credita a culpa a mim ou a alguém próximo. Já sofri muito e ainda sofro. Nesse último final de semana, depois de beber e começar uma briga referindo-se ao passado — ele traz o passado sempre para o presente e usa a vida das pessoas como comparativos para a dele — mais uma vez foi embora.

Minha alma está tão doída, infeliz e maltratada e minha razão falando tão forte que eu me questiono a onde vou parar assim, deixando a razão de lado e agindo apenas com o coração e as emoções, sempre. Preciso muito de ajuda.

Estou sentindo que desta vez agirei com a razão somente na esperança de que minha vida mude. A esperança de um relacionamento de paz acabou. Tentei de todas as formas. Dei mais do que eu podia dar a ele que ainda diz que eu nunca fiz nada em seu benefício e que sou assim como todos que desejam prejudicá-lo. Esses “todos” que querem prejudicá-lo só existem na sua cabeça, dentro da ideia de perseguição que carrega, na sua paranoia.

Tomar remédios, sim, ele toma, mas do que adianta se mistura com álcool nas suas fases de oscilação? Ou toma doses indiscriminadas, conforme acha ser melhor, isso quando não altera as medicações prescritas. Ele é um ser sem controle, um avião sem piloto – sendo eu seu piloto automático, quando está estável.  Desestabilizado, exclui e segue dono do percurso da rota por “saber” de tudo e ser “soberano” em tudo.

Tudo isso é muito difícil, minhas amigas. Pensem bem, se não forem casadas, ao se unir a alguém. Não é fácil, eu pensei que conseguiria modificar meu marido devido ao nosso amor e por eu ser da área da saúde, mas foi tudo uma grande ilusão.

Se você está iniciando uma jornada com alguém com essa doença crônica e progressiva (bipolaridade), pense bem antes da âncora puxá-la, pois para sair desse poço fundo é muito doloroso. Se eu soubesse o quanto seria traumático para mim, teria fugido e me escondido, não me deixando envolver, muito menos me permitido amar. Hoje realmente sei o quanto não tenho estrutura, ou a perdi nessa caminhada. Precisei perder o meu “eu” para acordar em relação a tudo isso.

Nota: a ilustração do texto, Garota na Janela (1893), é uma obra de Edvard Munch.

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A ARTE DO CUBISMO (I)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Início do Cubismo

No início do século XX diversos pintores europeus não mais se atinham a criar a ilusão de profundidade e volume em seus trabalhos. Buscavam novas alternativas que alterassem a tradição ocidental. A arte africana, por exemplo, não levava em conta as ideias ocidentais referentes ao naturalismo e à beleza.  Foi o Cubismo, ao trabalhar com representações de objetos e espaço, o grande responsável por romper com as convenções até ali existentes. Em seu começo tal movimento era tanto intelectual e conceitual, assim como voltado para a análise visual.

O Cubismo surgiu em Paris nas primeiras duas décadas do século XX, sob a liderança dos pintores Pablo Picasso e Georges Braque, sendo que o último teve inicialmente aversão por tal estilo, como deixou explícito em 1907, ao conhecer a pintura “As Senhoritas de Avignon” (Les Demoiselles d’Avignon), composição que ilustra este texto, juntamente com os pintores André Derain, Henri Matisse e o crítico de arte Guillaume Apollinaire. Os quatro amigos desprezaram a pintura de Picasso.

Pablo Picasso e Georges Braque eram grandes admiradores da obra pós-impressionista do pintor francês Paul Cézanne, principalmente no que dizia respeito à sua abordagem plana e abstrata. Cézanne, ao contemplar a natureza, via nela formas geométricas básicas, tais como: esfera, cone e cilindro. E numa exposição póstuma de sua obra, apresentada no Salão de Outono em 1907, encontraram o incentivo para o movimento cubista.

Assim como Cézanne, o mestre pós-impressionista, os participantes do Cubismo reafirmavam que a arte não era uma cópia da natureza, mas, sim, um paralelo dela. A arte africana foi outra influência de destaque para o novo estilo, como fica claro nos rostos semelhantes a máscaras da composição acima. Também buscaram na arte africana uma paleta de tons e cores naturais terrosos que se tornaram predominantes nas obras iniciais do Cubismo.

Picasso e Braque, pelo fato de abraçarem juntos o movimento cubista, tornaram-se os líderes. Entre os anos de 1907 e 1912 ambos compuseram os primeiros quadros cubistas, tidos hoje como analíticos — período em que faziam experiências tanto com a câmara como através do olho, buscando compreender como era possível apreender uma imagem, mas também a maneira como a mente processava-a.

Para um melhor entendimento, Picasso e Braque “decompuseram” intelectualmente as estruturas, a fim de analisá-las e posteriormente recriá-las. Ao pintar de forma tonal, fazendo uso do cinza, preto, azul, verde e ocre, os dois pintores compuseram imagens severas, mostrando visões complicadas e múltiplas de um objeto limitado a planos sobrepostos, opacos e transparentes. O resultado eram imagens achatadas, tendo suas formas naturais restritas a figuras geométricas, principalmente cilindros, esferas e cones. A princípio eles se concentraram na natureza-morta e na figura, buscando seus temas na vida parisiense.

Braque, ao passar o verão de 1908 em L’Estaque, sul da França, criou uma série de paisagens com edifícios em estilo cubista analítico. Ao ver tais pinturas, o marchand Daniel-Henri Kahnweiler, surpreso com sua originalidade, aceitou promover seu trabalho e o de Picasso. Nesse mesmo ano organizou uma exposição em sua própria galeria. Ali se encontrava a obra intitulada “Casa L’Estaque” de Braque que foi avaliada negativamente pelo crítico de arte Louis Vauxcelles que usou o nome de “cubismo” na revista Gil Blas. No seu artigo ele criticava o artista por compor quadros, reduzindo tudo a “contornos geométricos e cubos”.

Os dois amigos foram aos poucos reduzindo sua escala cromática, passando de um variedade básica do verde ao marrom, até atingir quase uma monocromia de cinzas vivos. O desenho, por sua vez, foi se transformando numa estrutura linear, frequentemente retilínea, enquanto a pintura era espalhada como uma camada protetora, indo de um extremo a outro da tela. A partir de 1911 Picasso e Braque experimentaram diversos modos de reforçar a realidade da superfície pictórica. O estilo monocromático e texturizado inicial do movimento cubista cedeu lugar a uma pintura plana, normalmente com cores vivas e com superfícies evidentes na obra de Pablo Picasso e Georges Braque .

Não se pode negar que o Cubismo estava muito além da sua época, o que levou a maioria dos críticos e do público a rejeitá-lo, ainda assim, muitos artistas em Paris adotaram-no, sendo Juan Gris — pintor francês de origem espanhola — um grande destaque nas últimas fases do Cubismo, a partir de 1912.

Os cubistas passaram a criar imagens de pessoas, lugares e objetos domésticos fazendo uso de uma série de planos ilusórios. Eles faziam uso, ao mesmo tempo, do achatamento medieval de campo e das ilusões renascentistas de volume, resultando na criação de um espaço raso, no qual podiam mesclar padrões de superfície e ambiguidades espaciais com objetos parados, vistos a partir de pontos de vista em movimento. Contudo, os chamados “Cubistas de Salão”, com suas obras menos complexas, estilisticamente falando, buscaram temas com muitas figuras, com o objetivo de atrair um público maior.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO CUBISMO (II)
A ARTE DO CUBISMO (III)
Braque – CASAS DE L’ESTAQUE
Braque – HOMEM COM UMA GUITARRA
Léger – TRÊS MULHERES
Picasso – AS SENHORITAS DE AVIGNON
Teste – A ARTE DO CUBISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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A ARTE DO CUBISMO (II)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Fases do Cubismo

Os pintores cubistas foram além da teoria de Cézanne — teoria essa que retratava as formas da natureza como geométricas —, ao representar num mesmo plano aos lados de um objeto, de modo que suas faces ficassem de frente para o observador. O uso de um objeto tridimensional no mesmo plano dava-se através do uso de linhas retas e formas geométricas, sem nenhuma preocupação com a aparência da realidade. Os artistas cubistas, portanto, abriram mão da perspectiva, fizeram a geometrização das formas e passaram a usar cores neutras (branco, preto, cinza e tons de castanho e ocre, etc.).

O movimento cubista pode ser dividido em duas fases: o Cubismo Analítico (1909) e o Cubismo Sintético (1911) que se diferem em razão das seguintes características:

Cubismo Analítico — retrata o período inicial do movimento, sendo visto como um Cubismo mais sofisticado, bem mais próximo das técnicas pictóricas tradicionais. Fazia a decomposição dos elementos que compunham uma obra, com o objetivo de mostrar a visão total de todos os ângulos e lados, numa ordem de planos sucessivos e sobrepostos, ficando a figura menos identificável. As passagens criadas necessitavam ser reconhecidas pelo observador, exigindo que ele se tornasse um participante efetivo. Para Juan Gris o que Cubismo Analítico fazia era partir de um detalhe (um motivo visto) até chegar a uma generalização (a pintura).

Cubismo Sintético — buscou tornar a figura mais reconhecível e adicionou elementos como o vidro, pedaços de madeira, metais, letras, números e objetos, a fim de que a composição, além de tornar-se mais visual, provocasse sensações táteis. Desaprovava alguns dos princípios do Cubismo Analítico. Levava em conta a realidade da imagem que passou a fazer parte do mundo real. Para Juan Gris o que Cubismo Sintético fazia era partir da generalidade da superfície e dos materiais usados pelo artista, até chegar a uma imagem especial e única criada por ele.

As pinturas cubistas analíticas mostravam imagens frias e achatadas, mas a partir de 1911 pequenas mudanças estavam sendo introduzidas na arte cubista, como mostra a composição “Ma Joli” de Pablo Picasso que era o título e também o refrão de uma canção popular francesa. Ao adicionar tais palavras à sua composição, o artista, fazia, ao mesmo tempo, uma dedicatória à sua amante Marcelle e personalizava e humanizava a imagem pouco reconhecível de uma mulher tocando violão. Por sua vez, o cubista Juan Gris mostrava-se menos rebuscado e mais tradicional, com o objetivo de tornar sua obra mais reconhecível e calorosa como pode ser visto em “Retrato de Picasso”.

Na fase do Cubismo Sintético muitas texturas passaram a ser exploradas, dando maior ênfase ao uso de uma combinação ou “síntese” de diferentes estilos numa única obra. Essa fase teve início em 1912 e perdurou por toda a década de 1920, tendo dela participado artistas como Robert Delaunay, Francis Picabia, Jean Metzinger, Fernando Léger e Marcel Duchamp.

Os pintores cubistas estavam cientes de que era preciso tornar sua parte mais compreensível para o público. O pintor Fernand Léger, por exemplo, ao criar uma série de pequenas pinturas bem delineadas em cores primárias — um pouco distante das obras de Picasso e Braque —, repassou ao Cubismo um ânimo diferente e uma nova estética no mundo da arte pictórica, ao romper com as regras de perspectiva, escorço, textura e o uso do chiaroscuro, elevando o Cubismo a um mundo modernista, guiado pela tecnologia. Da série “disco” de Léger, a mais notável é conhecida como “A Saída do Ballets Russes”, onde ele fez uso de uma paleta alegre de amarelos, vermelhos e azuis, além do preto.

As mudanças cromáticas de Fernando Léger, agregadas ao desenvolvimento da colagem por Picasso e Braque, contribuíram para impelir as mudanças e apressar a visão da crítica e do público em relação ao Cubismo que entra na segunda fase sintética. Nessa fase os artistas preocupavam-se menos com o método de observação e mais com o processo de estruturação e planejamento da obra. A cor ganha um papel mais forte e as formas — ainda fragmentadas e planas — tornam-se maiores e mais decorativas. Materiais como fragmentos de jornais e pedaços de tecidos são muitas vezes adicionados à tela, representando de antemão a colagem.

O Cubismo que se iniciou com as artes plásticas, acabou se espalhando por outras manifestações artísticas, como a Poesia e a Literatura. Quanto à existência de tal movimento no Brasil, aqui não existiram pintores tidos como cubistas, sendo o Cubismo apenas objeto de estudo, no entanto, diversos artistas modernistas viram-se por ele influenciados.

Ilustração: Três Mulheres,1921, Fernand Léger

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO CUBISMO (I)
A ARTE DO CUBISMO (III)
Picasso – AS SENHORITAS DE AVIGNON
Braque – CASAS DE L’ESTAQUE
Braque – HOMEM COM UMA GUITARRA
Léger – TRÊS MULHERES
Teste – A ARTE DO CUBISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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A ARTE DO CUBISMO (III)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Uso da Colagem

A colagem, na medida em que reforçava sua relação com o Cubismo, passou a influenciar o método de todos os artistas do grupo, encantados com um meio que se exprimia com base num processo de corte, colagem e dobradura do objeto. O sucesso entre eles foi tamanho que chegaram a pintar quadros que imitavam colagens. E como era de se esperar, o Cubismo Sintético ofereceu uma visão mais decorativa da arte, tornando-se mais popular junto aos críticos e ao público. Teve seu apogeu com Henri Matisse, chegando até os movimentos posteriores do século XX, principalmente à Pop Art. A pintura cubista, a partir de c. 1912/1913, já trazia muita influência da colagem.

O mais interessante na colagem é que não se tratava de símbolos, pois o elemento usado representava a si mesmo (jornais, caixas de fósforos, cartões de visitas, etc.). E, de acordo com o desejo dos cubistas, trazia a arte para mais próximo da realidade. O artista Juan Gris no seu quadro intitulado “O Lavatório” (1912), fez uso de um pedaço de espelho. Tanto Picasso quanto Gris fizeram colagens humorísticas e inventivas em suas primeiras obras usando tal técnica.

O uso de materiais cada vez mais fortes fez com que a influência da colagem se espalhasse em obras tridimensionais, permitindo que o Cubismo se tornasse uma escultura que se abre. Vazios e sólidos passaram a ter o mesmo valor artístico. Artistas como Jacques Lipchitz e o escultor russo Alexander Archipenko que fez a primeira escultura “com um furo” (Mulher Andando), liderados por Picasso, tomaram o mesmo caminho. Na arte pictórica pode-se dizer que a colagem só foi assumida como meio de expressão por Pablo Picasso, Georges Braque e Juan Cris, pelo menos na maior parte. Ainda assim, Picasso e Braque, que tinham trabalhado muito anos juntos, com a invenção da colagem, deixaram as diferentes personalidades reaparecerem.

Os combates bélicos (Primeira e Segunda Guerra Mundiais e a Guerra Civil Espanhola) afetaram profundamente o Cubismo. Os artistas, aterrorizados com os horrores vistos e ouvidos, começaram a transformar suas obras, principalmente Fernand Léger e Georges Braque, modificando totalmente seu estilo após 1918. Pablo Picasso e Georges Braque acabaram se separando, uma vez que o segundo foi servir no front (1915), onde foi seriamente ferido e, ao retomar à pintura mais tarde, não mais adotou as formas geométricas, preferindo pincelada suaves e livres.

O fato é que “As Senhoritas de Avignon” (Les Demoiselles d’Avignon), obra de Pablo Picasso, foi responsável tanto pelo Cubismo quanto por toda a arte moderna. Ao fracionar uma imagem, o Cubismo contribuiu para o aparecimento do Orfismo, do Raionismo e do Futurismo. E ao botar a geometria em primeiro plano, serviu de apoio para a arte Supremista e Construtivista. Com o uso da colagem, o Cubismo antecedeu o Dadaísmo, o Surrealismo e a Pop Art. Com o uso de superfícies planas preparou o caminho para o Expressionismo Abstrato, estilos que veremos à frente.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO CUBISMO (I)
A ARTE DO CUBISMO (II)
Braque – CASAS DE L’ESTAQUE
Braque – HOMEM COM UMA GUITARRA
Léger – TRÊS MULHERES
Picasso – AS SENHORITAS DE AVIGNON
Teste – A ARTE DO CUBISMO

Nota: a ilustração acima é uma obra de Juan Gris, intitulada Natureza-morta com Xadrez (1915) em que o artista agrega a técnica da colagem.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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Teste – A ARTE DO CUBISMO

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(Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

No início do século XX diversos pintores europeus não mais se atinham a criar a ilusão de profundidade e volume em seus trabalhos. Buscavam novas alternativas que alterassem a tradição ocidental. A arte africana, por exemplo, não levava em conta as ideias ocidentais referentes ao naturalismo e à beleza.  Foi o Cubismo, ao trabalhar com representações de objetos e espaço, o grande responsável por romper com as convenções até ali existentes. Em seu começo, tal movimento era tanto intelectual e conceitual, assim como voltado para a análise visual.

  1. No início do século XX diversos pintores europeus não mais queriam…

    1. criar a ilusão de profundidade e volume em seus trabalhos.
    2. alterar os parâmetros da tradição ocidental pictórica.
    3. levar em conta a arte africana com seu ideal de beleza.
    4. Todas as alternativas estão corretas.

  2. O Cubismo surgiu em Paris nas primeiras duas décadas do século XX, sob a liderança dos pintores:

    1. Paul Gauguin e Georges Braque
    2. Juan Gris e Pablo Picasso
    3. Pablo Picasso e Fernand Léger
    4. Georges Braque e Pablo Picasso

  3. Os pintores cubistas foram além da teoria de —————– que retratava as formas da natureza como geométricas.

    1. André Derain
    2. Paul Cezánne
    3. Juan Gris
    4. Francis Picabia

  4. Os artistas cubistas ao buscar novas alternativas que alterassem a tradição ocidental…

    1. abriram mão da perspectiva.
    2. fizeram a geometrização das formas.
    3. passaram a usar cores neutras.
    4. Todas as alternativas estão corretas.

  5. O movimento cubista pode ser dividido em duas fases:

    1. analítico e sintético
    2. simples e complexo
    3. anterior e posterior
    4. inovador e renovador

  6. Na medida em que reforçava sua relação com o Cubismo, ———— passou a influenciar o método de todos os artistas do grupo, encantados com um meio que se exprimia com base num processo de corte, colagem e dobradura do objeto.

    1. a nuance
    2. a colagem
    3. o contorno
    4. o espaço

  7. Pintura de Pablo Picasso tida como o marco do movimento cubista:

    1. Casas em L’Estaque
    2. Retrato de Picasso
    3. As Senhoritas d’Avignon
    4. Ma Jolie

  8. O artista Juan Gris no seu quadro intitulado “O Lavatório” (1912) fez uso de um pedaço de…

    1. espelho
    2. cerâmica
    3. pente
    4. saboneteira

  9. Pablo Picasso e Georges Braques, assim como Pablo Cezánne, achavam que a arte…

    1. deveria retratar a natureza o máximo que pudesse.
    2. só tinha valor quando inseria o homem na natureza.
    3. não era uma cópia, mas um paralelo da natureza.
    4. jamais deveria poderia abrir mão da natureza.

  10. O Cubismo foi responsável por colocar _________ em primeiro plano:

    1. a geometria
    2. o contorno
    3. as cores ocres
    4. o esboço.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO CUBISMO (I)
A ARTE DO CUBISMO (II)
A ARTE DO CUBISMO (III)
Braque – CASAS DE L’ESTAQUE
Braque – HOMEM COM UMA GUITARRA
Léger – TRÊS MULHERES
Picasso – AS SENHORITAS DE AVIGNON

Nota: a obra ilustrativa acima chama-se Mulher com Bandolim, 1910, de Pablo Picasso.

  1. Gabarito
    1a / 2d / 3b / 4d / 5a / 6b / 7c / 8a / 9c / 10a

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