Existe uma atração intrínseca, no âmago das pessoas, pelas notícias negativas. Os noticiários de TV passam uma quantidade enorme de informações que geram sentimentos negativos e poucas que trazem bem estar, esperança, alegria ou uma mensagem positiva. Essa, infelizmente, é a “face urubu” da imprensa que vende jornais, tem audiência. Daí a vocação nata, implícita para repórter, investigador ou fofoqueiro em quase todos, marcando presença na internet. A desgraça alheia atrai muito mais do que a felicidade. O público quer separações, divórcios escandalosos, falências, corrupções, mortes, detalhes escabrosos de crimes hediondos, sangue, corpos esquartejados. Se inexistem esses pormenores, não há interesse. Não há venda de jornais.
Sem pretensão estatística, arrisco-me a dizer que 80% das notícias veiculadas na mídia giram em torno do “lado urubu”, dos fatos negativos, que despertam sentimentos desconfortáveis, inadequados, que vão da raiva, tristeza, medo, impotência, indignação à apatia ou à banalização de tudo, devido à insistente repetição. O pior é que a “máquina de fazer doidos” não dá sequer tempo para o espectador acomodar, digerir, metabolizar suas emoções. Após um fato tristíssimo vem outro pior ou uma publicidade coagindo o subliminar a ser jovem, feliz, dinâmico, atraente pós-consumo de certo produto. Vejam o disparate nos comerciais das cervejas e a caça aos motoristas alcoolizados. Ou o ideal de magreza e a publicidade de fast food, programas de gastronomia. Essa miscelânea de emoções, conflitos, apelos, desestrutura até os mais conscientes. O que dizer dos semianalfabetos ou dos alienados?
O padrão é semelhante em todas as emissoras, seja nos jornais televisivos locais ou de abrangência nacional. Alguns acham que a culpa é da mídia na escolha das notícias negativas que veicula. O problema não é tão simples. A televisão vive da audiência, sim, e se não existisse tanto interesse pela notícia negativa, a mídia teria que melhorar ou mudar o que coloca na programação, nos comerciais. Sob esse aspecto é válido o conceito ou enunciado da homeopatia – Simillia, similibus (semelhante atrai semelhante).
A televisão baseia a sua produção, a grade de programação, de acordo com aquilo que as pessoas sentem-se atraídas em assistir. Se ela oferece um PF (Prato Feito) que inclui violência, escola de crimes, desrespeito aos valores essenciais da civilização, além de sexo gratuito e banal, é porque sabe que há público. Notícias sobre tragédias rendem semanas de insistência na pauta. Ficam exaustivamente nos jornais da tevê, são comentadas em programas de auditório, de fofoca ou de debate até que outra escatologia aconteça.
Se algum canal, jornal impresso ou rádio resolver veicular 80% de notícias positivas e apenas 20% de negativas, teria provavelmente uma audiência baixíssima e correria o risco de ir à falência. Os programas de melhor qualidade estão na televisão a cabo. E porque é paga, visa a um público específico, seleto, tem menor audiência. Não adianta colocar a culpa na mídia, bode expiatório para tudo. Nela só permanece aquilo que a população aprova via audiência. O importante é entender o que leva o público à atração pela negatividade, ou ainda porque bandidos, criminosos, celebridades à la Andy Warhol transformam-se em heróis e “escrevem” suas biografias, tornando-se bestsellers.
A negatividade atrai devido ao fato de estar aninhada no inconsciente das pessoas e, talvez, no inconsciente coletivo. Pensamentos, crenças, emoções guardadas do passado, sentimentos de tristeza, medo, mágoa, raiva e outros recalques, acumulam-se durante toda uma vida e passam a ter vida própria no interior dos indivíduos, formando um lado escuro que busca o fortalecimento, que atua na escolha de conteúdos, torcidas pelos bandidos, fascínio por filmes de terror, violência, pornografia e geram alienação, doenças psíquicas. Certas pautas e seus desdobramentos podem ser encaradas como de interesse nacional. Leva a um aprendizado ou exigência de mais segurança nos lugares que acolhem grande público, como a tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Mas não a insistência, persistência, em busca de comoção, como no caso da morte de Tancredo Neves, um político em cima do muro durante 50 anos, de repente transformado em mártir das Diretas-Já. Ou a morte de Lady Diana, Ayrton Senna… É interação negativa demais. Sem possibilidade de externar compaixão a conhecidos virtuais ou desconhecidos intocáveis.
Há um tipo de notícia-denúncia que fica sem cobrança da continuidade, explicação, solução. Exemplo: Jorgina de Freitas e o rombo no INSS. Serve apenas para elevar os níveis do estresse, medo, pânico, insônia, depressão na população às voltas com uma sociedade doentia, vítima do consumismo, do capitalismo selvagem, da automedicação, da banalização da morte e de valores de conduta, essenciais no processo civilizatório. Só as pessoas minimamente felizes, aptas a lidar com a Matrix, podem realizar transformações profundas no mundo. Se a maioria das revoluções se revelou sanguinária, ditatorial, sem o mínimo respeito aos Direitos Humanos, credite-se o fato ao substractum dos líderes recalcados, sedentos de poder.
Além da percepção do lado escuro, é vital fazer uma faxina, um 5 S do controle da qualidade, no potencial de negatividade acumulada. O desentulho ou descarte minimiza a atração pela mídia escatológica. Se a sociedade, como um todo, está doente, cumpre a cada pessoa fortalecer o próprio self, para não se diluir num dos estágios da loucura coletiva que, em maior ou menor grau, atinge-nos a todos. Só a partir daí é possível proteger crianças e jovens do lado sombra.
Views: 8
Adorei o texto.
Infelizmente é precário e pobre nossos meios de informação. A maioria dos programas são péssimos.
Ao meu ver falta tudo a população; deveria ter incentivo aos bons programas principalmente para os mais carentes, para despertar o interesse e envolver com conhecimentos de qualidades. Os tele jornais, informação sobre problemas diários sem a necessidade de escorrer sangue pela TV de tanta tragédia. Onde a banalização de sexo e drogas não estejam tão presentes. Dar a eles a opções trabalhos, pesquisas e de um futuro melhor. Músicas de qualidades, concertos desenvolvem a sensibilidade e apuram os ouvidos. Falta cultura e interesse político.
É difícil selecionar bons programas perante tanto lixo.
Glória, ainda vou refletir mais sobre seu artigo, que achei admirável. Eu me esforço, na quadra da vida em que me encontro(olha que preciosismo!) em me manter alegre. É difícil, concordo. Mesmo porque sempre tenho me lembrado de um verso daquela música COMO NOSSOS PAIS, que diz: “Apesar de ter feito tudo que fizemos”. Não somos mais os mesmos e nem vivemos como nossos pais, mas minha geração se esforçou muito pelas mudanças. Foi uma luta cheia de riscos e podemos até nos considerar sobreviventes. E nossas esperanças se frustraram, infelizmente. O poder corrompe sempre e o absoluto corrompe absolutamente, é um dito acertado. Mas ditado acertado mesmo é aquele que diz que “quem nunca comeu melado quando come se lambuza”. Os valores que foram impostos à nossa juventude, ridicularizando ao mesmo tempo o que chamam de comportamento burguês foi um desastre completo. O que há de errado num jovem querer estudar, trabalhar, sonhar, constituir família, viver uma vida decente? Por que o ensino foi tão tristemente menosprezado, e no lugar dele imposta a concepção de o que vale é tirar proveito, é ser espertinho, é saber convencer as pessoas.
O que se deseja para um povo? Que ele viva tranquilo, que ele trabalhe para o bem comum, que seja solidário, que receba incentivos, que não seja absolutamente dependente do Estado, mas procure sua independência em todos os níveis. Que não tenha na cabeça fazer concurso público mas exercer uma tarefa que lhe agrade como pessoa, que o estimule como ser pensante. Estado não é curador de incapaz. Estado é gerente dos bens do povo. Vou continuar lutando, hoje quase como aquele beija-flor que tentava apagar incêndio com uma gota de água levada no bico. Mas vou. Minha parte tenho que fazer pelo abissal amor que sinto pelo Brasil e pelo seu povo. Não há lugar no mundo, e conheço muitos, que eu queira morar a não ser aqui. Onde moro. Sabe, Glória, eu gostei muito mesmo do seu escrito. E de sua reflexão, bem como de todos os comentaristas. Estou com você.
Mas o Luiz Gonzaga já cantava: “quem sai da terra natal em outros cantos não para”. Vou deixar este meu Cariri só depois que não existir mais pau-de-arara.
Abraço carinhoso para você.
Olá Gloria! Brilhante seu artigo.
Estamos na fronteira da loucura. O abraço, o sorriso, o aperto de mão foram banidos de nossa sociedade, as pessoas têm medo umas das outras e isto acontece devido ao excessivo lixo que a mídia defeca dentro dos lares e o pior, é que esse lixo é passivamente aceito pela maioria que se compraz e se identifica com ele.
A cultura no nosso país não encontra apoio dos patrocinadores – veja o desabafo e o exemplo do Paulo Afonso – pois esses querem isenção de impostos, ou seja, estão realmente interessados no lucro fácil. Existem sim, noticias boas. Vejam o exemplo de uma empresária que, anonimamente, importou e mantém com recursos próprios um dessanilizador de água no agreste mineiro. Essa atitude beneficia 60 famílias. Embora ela queira ficar no anonimato, sua atitude deveria ser noticiada, mas isso comprometeria os diversos veículos de imprensa, além de, é claro, desagradar os políticos, que fazem da seca um dos alvos de suas eternas promessas.
Glória,
Infelizmente tenho que concordar tanto com você quanto com o Paulo Afonso. Num país vastíssimo, com tanta diversidade cultural, o predomínio da notícia do mal prevalece sempre. Temos edições seguidas de jornais sem uma matéria de interesse cultural. Parece mais agradável vender tragédia do que boa notícia, ou melhor, vender cultura.
Obrigado pela boa reflexão!
Abraço,
Luiz Cruz
Glória, concordo em gênero e grau com tudo o que você disse. Não tiro uma só vírgula. Há muito tempo deixei de assinar jornais, revistas e assistir à tv aberta, pois não vale a pena. Parabéns por dizer tantas verdades.
Abraços
Moacyr
Feliz de você, Moacyr, que pode se resguardar de tanta informação. Como professora, profissional da Comunicação, sou obrigada a ver, ler, ouvir, o que está por aí. Tenho pena daqueles que fazem televisão e não sabem da extensão do seu trabalho. Alguns agem como prostitutas, vendendo seu charme, inteligência, credibilidade ao marketing,como Toni Ramos, Fátima Bernardes e aquela chata e feiosa Regina Casé ( o nome é este?)…
Abraço
Glória
Concordo em gênero, número e grau com o comentário do Paulo Afonso. Foi definitivo. Também já falei e ouvi muita gente repetir o que ele escreveu no último parágrafo. E as duas últimas frases! Palmas para ele. Não são notícias negativas, penso que são notícias que retratam a realidade. Nós só podemos nos indignar. E viver acuados, dentro de casa. Foi um ótimo assunto, e um brilhante comentário.
Abraços
Matê
Obrigado, Matê. Faltou dizer que me decepcionei bastante com as Organizações Globo a partir do momento em que reconheceram o “erro por ter apoiado o Regime Militar”. Os tempos eram outros. Não há do que se arrepender. São lições que a vida dá. Mostrar arrependimento denota covardia, querer ficar bem com o partido que está no governo, para não perder verbas federais ou a própria concessão. Hoje, quando a Globo é atacada nas ruas, fico sem saber se é pela direita ou pela esquerda. Uma empresa que cria um programa como o Telecurso, levando instrução de qualidade onde professores não chegam (mas a parabólica chega), tem comportamento tão repugnante. Além do Telecurso, primeiro e segundo graus, quantas minisséries levaram ao brasileiro obras importantes da nossa literatura. Como pode uma emissora ter posições tão antagônicas e exibir novelas que nada acrescentam de útil? Faustão, Luciano, Esquenta, BBB, etc… E os noticiários? Alguém acredita neles? A situação na Venezuela pegando fogo e a mídia exibindo a crise na Ucrânia sem falar nada sobre o país vizinho. No final, queremos o bem do Brasil.
Prezada Glória Drummond
Por incrível que pareça, numa resposta a um comentário sobre o meu texto “A Minha Esperança”, tirando algumas expressões que achei, diante de seu texto, desnecessárias, expus:
Hoje os jornais, impressos ou televisivos, fazem das notícias ruins o mote para sua audiência, seus negócios e a venda de publicidade, deixando de mostrar o lado bom que existe em nossa sociedade, como faz apenas alguns poucos programas.
Fico muito para baixo, quando começo a ver as reportagens mostradas por programas que apresentam como o mote principal os crimes e sofrimentos da nossa população. Esses programas policiais deveriam ser proibidos de serem exibidos em horário impróprio para crianças e adolescentes, pois mostram somente o lado ruim da sociedade.
É verdade que a violência e a criminalidade estão crescendo, mas entendo que tais programas, renito, pelo horário em que são exibidos, durante mais de duas horas, trazem má influência aos jovens. Poderiam ser uma alerta, mas acabam sendo um incentivo à baderna generalizada. Por sinal, parece que torcem para que isto aconteça.
Há o lado do bem, todos têm seu lado bom. Seria importante mostrar o positivo também, pois a imagem da solidariedade, da compaixão, do amor, da demonstração de honestidade e de tantos outros valores humanos servem de exemplo, influem e muito no espírito e no coração daqueles que estão amadurecendo (e veja que o jovem só completa seu amadurecimento por volta de 25 anos aproximadamente.) e também de toda a população.
Há muitos programas que têm como objetivo mostrar cenas de violência sexual, de verdadeiros atentados ao pudor, que crianças ,adolescentes e jovens acabam assistindo e, na sua maneira de entender, passam a admitir como sendo corretos e morais. Não vou desfilar mais temas tratados na TV, porque você os fez com extrema capacidade.
Finalmente, penso que, infelizmente, o negativismo está trazendo descrença nos princípios democráticos, um dos males mais assustadores desta irresponsabilidade de nossa mídia, pois destrói uma formação democrática que ainda está nos primeiros passos. Não podemos nos esquecer que o Brasil foi descoberto há 500 anos e somente tivemos democracia, muito rudimentar, com a República. Depois, veio o golpe do Estado Novo. Terminado o período ditatorial desse, tivemos o retorno à ditadura, que demorou duas décadas. Somente a partir de então, começamos a gatinhar na Democracia. E ela está se desenvolvendo. O povo precisa acreditar que é este o único caminho que nos poderá levar a melhoria de vida e desenvolvimento do indivíduo e da sociedade. Não há outro. O desfilar de fatos negativos, cada vez mais, está levando ao povo brasileiro a descrença em suas instituições. E isto é muito grave.
Parabéns pelo seu elucidativo texto.
Chaddad:
Fazemos piada de tudo, justo para aliviar a carga de raiva, impotência. Assistimos passivos à queda de todos valores, porque temos medo de ser julgados caretas. É mais ou menos aquilo que disse o chatatorix jurídico Rui Barbosa – o homem (e a mulher) honesto tem vergonha de ser ‘honestino”…
O pior de tudo é a escola de crimes que plantaram com os lixões de Hollywood, minisséries, capitães Nascimento e filmes nem tão lixões. O vilão está em alta. O bandido e o justiceiro passam know how e a marginália tornou-se a darling dos políticos (ah! este voto obrigatório). Nunca antes a vida e a morte foram tão banalizados. Ou drogas, drogados e traficantes mereceram o selo de “intocáveis”.
A concordância nas entrelinhas e linhas do seu e meu texto, de outros críticos destes tempos, é uma espécie de cumplicidade do Bem para o BEM. Um luzinha no fim do túnel, que se não ilumina ainda, não atropela ninguém.
Abraço
Glória
Também sinto uma grande tristeza ao ver que a mídia nacional não tem nenhuma preocupação com a formação cultural de nosso povo. Somos um país em que o objetivo central de tudo é o lado financeiro. Todo o lazer é caríssimo, a ponto de os grandes nomes da MPB pedirem mais de 50% do salário mínimo por um ingresso de seus shows. Que família de classe pobre pode levar os filhos ao cinema pelo menos uma vez por mês? Assim, só resta ao povo o entretenimento oferecido pela mídia marrom, daí a vendagem incalculável dos jornalecos de R$0,25 que, se forem torcidos, enchem as mãos do leitor de sangue, e o acesso aos programas televisivos da mais baixa qualidade. Como diz um ditado popular “Se não tem tu, vai tu mesmo!”.
Aqueles que possuem um certo discernimento e conta com outras opções, fica fácil abrir mão dessa mídia fantasiosa e excrementícia. Mas quem não tem, só resta encher sua casa de desgraça e mais desgraça, como se somente isso existisse no país e no mundo.
Quando optei por um blog de arte e cultura, muitos me disseram que era besteira, pois o brasileiro não gosta dessas coisas. Mentira! Ele só não tem acesso a elas. O preço dos livros de arte são estratosféricos, assim como dos livros em geral. Mas devo dizer que sou eu quem paga todas as despesas do meu blog, no desejo de contribuir com o meu país. Conto também com colaboradores devotados, como a Glória, que ajudam a enriquecê-lo.
Também não vemos TV em minha casa. Já a descartamos há muito tempo. Prefiro, nos momentos livres, ver um bom filme ou um documentário.
Parabéns por seu brilhante artigo.
Grande abraço,
Lu
LU:
Oura vez obrigada pelo seu endosso. Pela possibilidade de dialogar com tantas pessoas inteligentes. E… que bom, elas têm “carinhas”! Já não falo sem saber quem é quem.
Beijo
Prezada Gloria Drummond
Primeiramente gostaria de parabenizar pelo excelente artigo, principalmente por abordar um assunto de grande interessa para nossa sociedade, que é a verdadeira banalização do mal (Hannah Arendt) executado por uma mídia que articula a lavagem cerebral como se mentecaptos fôssemos; mas será que uns 30%, no quais me incluo, não o são realmente?
Segundo, a resposta é o famigerado dinheiro e poder. De 2002 para cá, houve um redistribuição de verbas publicitárias para as mídias pequenas e as grandes ficaram “magoadas”; e essa mágoa ajudou na transformação do negativismo, do quanto pior melhor, atacando a frágil democracia em benefício do capital. Como vivemos numa pseudo democracia, onde 70% (a diferença que citei acima) não sabe do que estamos discutindo, sofremos. Só para exemplificar, sem entrar numa argumentação política, analisemos a grande mídia (Organizações Globo, Grupo Abril, Folha de SP e Estadão, entre outros). Escatologia pura, alienantes, verdadeiro Macarthismo praticado nas décadas de 40/50 nos Estados Unidos, como tu bem disseste: é a pregação do negativismo no seu mais alto grau, e tudo isso sem um mínimo de regulamentação que se possa punir a escatologia.
Contrapondo teu ponto de vista, segundo especialistas, a TV aberta está em declínio, perdendo todos os anos audiência para a TV paga. E num ponto eu concordo contigo: é insuportável conviver com a péssima qualidade da mídia escatológica; não é só de um 5S que ela precisa, necessita de todas as ferramentas de qualidade possíveis para melhorar, principalmente do “Brainstorming”.
O Marco Civil de Internet é o primeiro passo para a correção do problema, o segundo será dado no ano que vem com a Lei de Meios que tem que sair da gaveta não importando o governo que esteja no poder… O que não pode é a mídia ser poder e continuar a nos tratar como esgoto.
Abração
Mário Mendonça
Obrigada, Mário./Mare, naturalmente Mar, ao contrário de mim que gostaria de ser Marina e sou Glória… Explico: Mário e Marina, dois nomes que amo, por causa do Mar. Mas, vamos à discussão das mídias, da escatologia eletrônica…
Às vezes, pensando no fim dos últimos dinossauros do Jurassic Park da nossa cultura, nos meus alunos da graduação e pós, (tão incipientes, burraldinhos), chego a esta conclusão: está tudo dominado para a globalização. Mas, não deixo de acreditar numa rebelião ou revolução contra o objetivo de eliminar o que de bom a civilização nos legou. E que poderia ser disseminado ad infinitum pela TV, Internet…
Abraço.
Será que atrai mesmo? Ou será falta de opção?
Hoje completo um mês sem assistir televisão. Fiz a experiência e estou adorando. Pelo Facebook soube das baixarias do Esquenta, e de tantas outras notícias ruins. Prefiro escolher um vídeo produzido em país civilizado, de preferência na Europa tradicional, não latina.
De quem é a culpa? Nossa. Escolhemos quem não se preocupa em nos oferecer uma visão melhor do mundo, considerando melhor aprender a dançar o leco leco (é isso?) do que assistir a um espetáculo de música clássica. Temos a cultura do imediatismo, da Lei de Gerson. E os políticos sabem disso e não fazem nada para mudar. Isso rende votos.
Meu blog cultural não foi pra frente. Faltou apoio. A grande mídia também se vendeu. Até o SBT viu que precisa das verbas federais. E a poderosa Globo pediu perdão por ter apoiado o regime militar. Conseguiu ficar mal com a direita e com a esquerda. Ninguém perdoa covardia.
Enfim, tivesse eu menos de 50 anos e estaria de partida para o Canadá ou Europa. Tantos países maravilhosos para se viver, criar família, ter contato com a civilização. Nosso destino, prevalecendo o que acontece com nossos vizinhos, é o pior possível. Felizmente me sobra pouco tempo. Lamento pelos filhos e próxima geração. Na próxima encarnação mereço nascer em um ambiente mais civilizado. Já fiz a minha parte. Contribuí com o meu exemplo.
Paulo Afonso:
À base da pirâmide social não se oferece opções para escolher o lazer. A intelligentsia tupiniquim, desde o Brasil Colônia, não ofereceu o mínimo da educação reservada às elites. Basta um look na História da Educação Brasileira. As mulheres permaneceram na ignorância até no início do século passado, por uma questão de sobrevivência do patriarcalismo e os homens, como reserva de mão de obra.
O que mantém programas como “Esquenta”, BBB, Faustão e outras preciosidades nas telas da TV nacional é o mesmo filão da música sertaneja, sertaneja universitária, rodeios… é falta de cultura, nivelamento por baixo.
Eu também ainda sonho ir para o Canadá ou uma cidadela litorânea . Às vezes sinto vergonha de ser uma profissional da mídia… alguém que, no meu tempo de âncora era obrigada a dar destaque a tantos disparates.
Abraço
Obrigado, Gloria. Na verdade, começo a acreditar que se a Holanda, ou quem sabe a França, saíssem vencedoras nas guerras durante a colonização, poderíamos estar melhor culturalmente. A cultura do saque, do levar vantagem, do imediatismo, nasceu com o Brasil. São as três raças muito tristes de que falava Vinícius. Os Estados Unidos foram descobertos na mesma época que o Brasil. Com todos os seus defeitos… é o que é. Aqui não se anda pra frente. Não se evolui. Nunca pensei em sentir inveja da Colômbia. Mas é o que sinto. Desgostoso, sem ver uma saída concreta, a não ser o tempo. Quem sabe 500, 1000 anos possam mudar isso. Obrigado por postar um texto bastante importante e atual. Me fez sair da janela e escrever alguma coisa nesta página.
Paulo Afonso, que felicidade ver sua carinha e seu comentário. Sabe que sinto enorme saudade de você? Quando você tiver um pouco triste, lembre-se de que um dia me deu muita alegria com o ALMA CARIOCA. E fiz amigos que levarei para sempre. Sempre me lembro de você com muita ternura e faço um pensamento positivo a seu respeito, pois lhe desejo tudo de bom que existe neste nosso mundo tão difícil. Todo carinho da amiga.
Olá, Hila. Também sinto saudades de você e dos amigos que fizemos no Alma Carioca. O site não existe mais. Procurei novos caminhos mas nunca os encontrei. Preferi encerrar, mas parte do acervo está salvo em outro site gratuito, do WordPress. Agora estou vivendo na roça, no meio dos bichinhos. Faz um ano e meio que não vou ao Rio. Até vendi o carro. Criei um site, o Tudo Sobre Bichinhos e um canal no YouTube. Faço o que gosto e isso me dá uma enorme satisfação. Vivo rodeado de amigos sinceros. Vou colocar o link para um vídeo e peço que a Lu aprove. Mostra uma gatinha persa que todos os dias vem comer aqui em casa. Meus cachorros a aceitaram e ela já frequenta o quintal. Grande abraço,
https://www.youtube.com/watch?v=JPm3kMbHPxk
Paulo Afonso
Que fofuras!
Eu fico maluquinha, quando vejo animal.
Queria ser rica só para cuidar de muitos e muitos deles.
Abraços,
Lu