Rafael – O PRÍNCIPE DOS PINTORES

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Autoria de Lu Dias Carvalho rafael1

Rafael atinge o intento de criar imagens que até hoje, para a maioria das pessoas cultas, representam os modelos espirituais de aspirações mais elevadas. “Linda como uma Virgem de Rafael!”, para os europeus com gosto artístico, esse ainda é o supremo elogio da beleza feminina. (Bernard Berenson)

A comparação entre os três grandes gênios do Renascimento é uma constante nos livros de arte. Qual deles foi o maior? Se Leonardo da Vinci inumou as limitações ortodoxas ao criar o chiaroscuro (claro-escuro, distribuição de luz e sombras nas artes figurativas) e Michelangelo fez renascer a concepção helênica da batalha do homem contra o universo, Rafael Sanzio contribuiu com o Renascimento ao introduzir na arte uma inclinação para a beleza ideal, inspirada nos conceitos artísticos da Antiguidade. O que se traduz num empate técnico entre eles, pois cada um é genial a seu modo.

Os primeiros trabalhos de Rafael mostravam que ele carregava uma forte influência de seu mestre Perugino: traço delicado, fervor religioso, composição equilibrada e uma tendência para a idealização lírica. Contudo, o aluno não tardou em ultrapassar o mestre na sua capacidade de criar relações bem elaboradas e ricas nas poses e atitudes de suas figuras.

Durante os quatro anos passados em Florença, Rafael aprendeu tudo aquilo que pudesse enriquecer a sua arte em técnica, conceitos de expressão e influência cultural da Antiguidade. Trabalhava com afinco, produzindo um número considerável de obras e cultivando um gosto especial pelas madonas. O tema da Virgem Maria, muito popular na Itália da época, era o seu predileto, embora suas madonas apresentassem um leve toque de sensualidade, não se mostrando nem místicas ou tampouco humanas. Elas se situam entre o abstrato e o real, e são até os dias de hoje muito conhecidas e reproduzidas. Entretanto, foi nos retratos de personalidades que o pintor escancarou seu talento. A famosa obra Retrato de Cardeal é um exemplo de sua genialidade como caracterizador.

Quando recebeu a incumbência de decorar as paredes de várias salas do Vaticano, Rafael exibiu seu domínio do desenho perfeito e da composição equilibrada, pintando vários afrescos nas paredes e tetos das salas. O grande Michelangelo, portanto, teve um único grande rival: Rafael. Enquanto o primeiro alcançou a culminância no domínio do corpo humano, o segundo é tido como aquele que conseguiu a mais perfeita e harmoniosa composição de figuras movimentando-se livremente, ou seja, executou aquilo que foi a grande busca das gerações antigas. Além disso, a pura beleza de suas figuras foi sempre um motivo de grande admiração em todos os tempos.

Rafael Sanzio teve uma grande influência na história da pintura ocidental, sobrepondo-se a Leonardo da Vinci e a Michelangelo. Sua arte foi motivo de inspiração durante muitos séculos, sendo considerada a síntese da pureza, bom gosto, refinamento e excelência, transformando-se em um marco da cultura ocidental. Tornando-se conhecido como o Príncipe dos Pintores e O Pintor dos Príncipes.

Os gestos das figuras da pintura acima são ricos em significados:

  • O pintassilgo é uma alusão à Paixão de Cristo, prevista nos escritos de João Batista.
  • Nossa Senhora traz um livro aberto na mão, símbolo da revelação, que se cumpre com o reconhecimento do Messias por João Batista.
  • A entrega do pássaro ao Menino por João Batista é uma advertência sobre a sua morte.

Ficha técnica:
Nome: Madona do Pintassilgo
Data: c. 1505/1506
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 107 x 77,2 cm
Localização: Galeria degli Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa:
O Livro da Arte/ Publifolha
A História da Arte/ E. H. Gombrich
Tudo sobre Arte/ Sextante
Para Entender a Arte/ Maria Carla Prette
A Arte em Detalhe/ Publifolha
Grandes Mestres/ Abril Coleções
Os Pintores mais Influentes do Mundo/ Girassol

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