Stephan Lochner – A VIRGEM DO JARDIM DAS ROSAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                 (Clique na imagem para ampliá-la)

O pintor alemão Stephan Lochner (c. 1410–1451) foi um dos principais nomes da Escola de Colônia. Chegou a morar por certo tempo nos Países Baixos, mas foi em Colônia que teve uma importante oficina e tornou-se participante do conselho da cidade. Foi um grande admirador das obras de Jan van Eyck. A influência desse seu contemporâneo levou-o a criar um estilo muito primoroso. As obras tradicionais de sua Colônia também o levaram a criar pinturas delicadas, líricas e sensíveis. Lochner também unificou a vocação realística do sul da Alemanha com o idealismo do final do Gótico de Colônia. Suas obras apresentam uma intensa luminosidade e grande transparência, com grande destaque para os reflexos de luz. Ele foi sem dúvida alguma um importante pintor de sua época, com seu estilo delicado. É tido como um dos primeiros pintores alemães que seriam prestigiados pelos românticos.

A composição intitulada A Virgem do Jardim de Rosas ou A Virgem das Rosas ou ainda A Virgem do Caramanchão de Rosas é uma obra votiva do artista lírico que só gostava de criar em cima dos aspectos mais ternos da religião. Aqui ele apresenta a Virgem Mãe sentada sobre almofadas vermelhas, usando um vestido e manto azuis, trazendo seu Menino no colo, rodeada por treze anjos alados. As vestes de Maria apresentam inúmeras tonalidades de azul, sendo a parte do manto que toca o gramado a mais clara e a próxima ao broche a mais escura. Ela segura delicadamente o braço direito de sua Criança. A pintura é de uma delicadeza inimaginável, o que prova o quão sensível era o artista.

Apesar das muitas figuras presentes na pintura, o olhar do observador converge sempre para a Virgem e o Menino — presentes no centro da composição. As flores (lírios do vale, violetas, margaridas, rosas, etc.) às suas costas e também presentes no relvado simbolizam sua virtude.  O broche de unicórnio preso ao seu vestido é uma alusão à sua virgindade — segundo a lenda, o unicórnio só poderia ser apanhado por uma virgem casta. A coroa — cuja beleza é salientada pela magnífica auréola atrás — simboliza sua majestade. A testa alta da Virgem está de acordo com a moda da época, mas também significa poder espiritual.  Seu olhar voltado para baixo simboliza sua humildade. A maçã que o pequeno Jesus Cristo segura na mãozinha esquerda simboliza a redenção do pecado original em razão de sua Paixão.

Os anjos músicos encontram-se em primeiro plano — dois de cada lado. Aquele que toca o alaúde possui asas semelhantes às penas de um pavão — símbolo do renascimento espiritual, ou seja, da ressurreição de Jesus Cristo. Os olhos presentes nas penas também podem ser interpretados como um sinal de onisciência de Deus. À direita da Virgem com seu Menino estão dois anjos com as mãos em postura de oração e um terceiro de pé, colhendo uma rosa. À sua esquerda estão quatro anjinhos, sendo que um deles segura uma cesta com maçãs semelhante à que o Menino traz na mão.

Na parte superior da pintura Deus Pai — posicionado no meio — abençoa a Virgem e sua criança. À sua frente está o Espírito Santo em forma de uma pomba branca, direcionando sobre Mãe e Filho seus sete raios. Um anjo encontra-se à direita e outro à esquerda. Ambos seguram a cortina de brocado, sendo que o fundo dourado simboliza o céu. O pintor conseguiu sugerir o espaço em que a Virgem encontra-se entronizada em frente a um fundo dourado e, diante desse, vê-se um palco com dois anjos que arredam para trás a cortina que parece pender da moldura.

Os morangos — com suas inúmeras simbologias — vistos no gramado podem ser uma referência à Paixão de Cristo (sua forma lembra o coração de Jesus e o sangue que ele derramou pela humanidade), mas ao florescer e frutificar ao mesmo tempo, pode se referir à virgindade de Maria. Trata-se também de uma planta trifoliada podendo simbolizar a Santíssima Trindade — o que também vale para o trevo visto no gramado.

Ficha técnica
Ano: c. 1448
Técnica mista sobre madeira
Dimensões: 51 x 40 cm
Localização: Museu Wallraf-Richartz, Colônia, Alemanha

Fontes de pesquisa
Gotico/ Editora Taschen
A história da arte / E. H. Gombrich
1000 obras primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.artbible.info/art/large/560.html
https://www.stefanbarme.de/stefan-lochner-madonna-im-rosenhag/
https://de.wikipedia.org/wiki/Madonna_im_Rosenhag

2 comentaram em “Stephan Lochner – A VIRGEM DO JARDIM DAS ROSAS

    1. LuDiasBH Autor do post

      Antônio

      Esta obra de Stephan Lochner realmente prima pela beleza das cores, sendo extremamente delicada.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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