Tarsila – CARNAVAL EM MADUREIRA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

emie1   (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

Tarcila do Amaral esteve no Rio de Janeiro em 1924, onde passou o Carnaval. Surpreendeu-se com a ousadia da cultura popular ao deparar-se com uma alegoria de 15 metros, criada como decoração do carnaval de Madureira, como foi noticiado e documentado por fotografia, de uma Torre Eiffel em torno da qual, através do uso de uma engenhoca girava um dirigível, homenagem à Santos Dumont. Esta foi a inspiração do quadro em questão, exposto em Paris em 1926, e hoje fazendo parte do acervo da Pinacoteca da Cidade de São Paulo.  (Marlon Lima)

A composição Carnaval em Madureira, obra da pintora brasileira Tarsila do Amaral, é uma construção visual, feita a partir de esboços e de experiências vivenciadas pela artista. Não se trata de um registro real. A escolha do título deveu-se à fama do bairro de Madureira, conhecido desde as primeiras décadas do século XX por suas rodas de samba e blocos carnavalescos tradicionais.

No meio da tela está a Torre Eiffel (situada em Paris/França) enfeitada com bandeirolas coloridas. À sua esquerda encontra-se um dirigível. Ao fundo duas enormes pedras remontam às lembranças da vida da artista na fazenda da família com várias formações rochosas, local em que a pintora viveu sua infância. Tudo isso é transportado para os morros da cidade do Rio de Janeiro numa linguagem própria e numa mistura de meio rural, urbano e exterior.

Na seu quadro Carnaval em Madureira Tarsila emprega tonalidades luminosas e mistura temas brasileiros e estrangeiros. As figuras possuem o tom de pele moreno que se destaca pela uso de roupas coloridas. A vegetação é de um verde luxuriante.

Quase todas as mulheres presentes na composição usam chapéus chamativos de diferentes tamanhos, formas e cores — adereços de Carnaval. Também estão presentes várias crianças. Duas delas ornamentam seu cachorro, prendendo um enorme laço de fita ao rabo do animal, pois o bichinho também faz parte da folia. Uma mulher alta e magra, com muitos colares no pescoço, contrapõe-se à outra, baixa e gorducha, trazendo um lenço na cabeça. Há muitas figuras geométricas na pintura (círculos, triângulos, retângulos, trapézios).

A presença da Torre Eiffel está ligada à França, símbolo de modernidade, país buscado ou almejado por quase todos os artistas da época. A pintora ali passou vários anos de sua vida. As bandeirinhas aludem à alegria.

Ficha técnica
Ano: 1924
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 76 x 63 cm
Localização: Acervo da Fundação José e Paulina Nemirovsky, São Paulo, Brasil

Fonte de pesquisa
Tarsila do Amaral/ Coleção Folha

16 comentaram em “Tarsila – CARNAVAL EM MADUREIRA

    1. LuDiasBH Autor do post

      Virginie

      Agradeço a sua visita e comentário. Volte mais vezes e faça parte de nosso curso gratuito de História da Arte.

      Abraços,

      Lu

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Dayan

      Que informação interessante. Eu não sabia disso. Pensei que fosse saudades da Tarsila no que diz respeito à cidade de Paris, onde expandiu a sua arte. A torre de Madureira não existe mais? Vou ler o link do artigo enviado.

      Agradeço a sua visita e comentário. Volte mais vezes.

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. Dayan

        Lu

        Depois que vi que foi mais ou menos o que o Marlon escreveu e já citado no texto, só que a matéria traz mais detalhes e fotos, a torre não existe porque foi uma espécie de coreto montado somente para o carnaval de 1924, veja se consegue ver o link abaixo que é do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BAIXADA DE IRAJÁ, que foi de onde a Veja fez a matéria, tem dois artigos bem detalhados sobre o assunto, inclusive fala de outro detalhe, aquelas 2 pedras lá trás fazem parte do morro do Dendê. Os artigos tem fotos da torre e das pedras.

        http://resenha-digital-ihgbi.blogspot.com/

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Dayan

          Vou fazer isso, meu amiguinho. Agradeço a sua atenção.

          Abraços,

          Lu

  1. Maga Oliveira

    Poderia retirar o termo ‘não é um registro real’ pois foi sim um registro real do que ela viu em Madureira.Era comum naquela época o concurso de coretos,é o princípio dos carros alegóricos com temas, cada ano tinha um tema diferente. Existe a foto deste coreto.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Maga

      Muitas vezes o artista retrata algo de lembrança, ou seja, não se atém a uma cópia fiel, por isso ele junta vários elementos. O Carnaval existia, sim, mas a cena não feita ao vivo, tal e qual estava acontecendo, mas, sim, no atelier da artista. Todas as pesquisas que fiz deixam claro que não se trata de um “registro real”, ou seja, feito in loco. Você poderia me enviar a fonte de sua pesquisa? O sentido de “não real” aqui é que a artista não pintava enquanto tudo acontecia, ela usou apenas a sua memória ou fez algum esboço do lugar. Certo?

      Muito obrigada pelo seu comentário e participação. Será sempre um prazer recebê-la.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Tisha

    Amei o seu tópico. É importante que continue mantendo a qualidade de seu trabalho, o que é raro atualmente na
    Internet. Sempre visito aqui para me informar. Eu tenho uma pergunta, como eu faço para compartilhar este tópico no G+?

    Parabéns!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Tisha

      Agradeço os elogios feitos a este espaço. Quanto a compartilhar no G+, confesso que não sei como fazê-lo.

      Abraços,

      Lu

      Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Eliete

      Minha querida, você tem toda a razão. Na hora em que fui postar a imagem, acabei copiando a da Estrada de Ferro Central do Brasil, que por sinal também se encontra no blog.

      Sou apaixonada pela Tarsila do Amaral. É a pintora brasileira que mais me encanta. Muito obrigada pela descoberta do meu engano. Já fiz o reparo.

      Abraços,

      Lu

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      1. Marlon Lima

        Em 1924, Tarcila do Amaral esteve no Rio de Janeiro, onde passou o Carnaval. Surpreendeu-se com a ousadia da cultura popular ao deparar-se com uma alegoria de 15 metros, criada como decoração do carnaval de Madureira, como foi noticiado e documentado por fotografia, de uma Torre Eiffel em torno da qual, por uma engenhoca girava um dirigível, homenagem à Santos Dumont. Esta foi a inspiração do quadro em questão, exposto em Paris em 1926, e hoje fazendo parte do acervo da Pinacoteca da Cidade de São Paulo.

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        1. LuDiasBH Autor do post

          Marlon

          Que informação interessante! Eu sempre me perguntava o porquê daquela Torre Eiffel ali no meio do Carnaval em Madureira. Vou agregar sua explicação ao texto.
          Sua uma apaixonada pela Tarsila do Amaral.

          Abraços,

          Lu

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