Autoria de Dr. Telmo Diniz
Ao sono incontrolável durante o período diurno dá-se o nome de narcolepsia, que é uma doença neurológica crônica que se inicia geralmente em torno dos 20 a 30 anos, podendo também começar na adolescência. A narcolepsia não é uma doença rara, sendo descrita com prevalência de cerca de 0,5% na população.
As principais características da narcolepsia são:
- Presença de ataques de sono incontroláveis e a cataplexia, episódios de perda súbita de controle muscular, principalmente, associados a emoções como riso, susto ou choro.
- Também são sintomas as alucinações hipnagógicas, em que o paciente vê imagens ou escuta sons inexistentes, como se fossem reais, geralmente quando está iniciando o sono (alucinações hipnagógicas) ou, quando está acordando.
- Pode apresentar ainda a paralisia do sono, em que o indivíduo acorda durante o sono e percebe que não consegue movimentar braços, pernas e cabeça.
- Pode ter também a fragmentação do sono (sono interrompido), quando o indivíduo acorda várias vezes durante a noite.
A sonolência diurna ocorre em todos os casos, com diferentes graus de severidade; a cataplexia ocorre em aproximadamente 70% dos narcolépticos; e a paralisia do sono e as alucinações hipnagógicas são observadas ao redor de 25%. A narcolepsia possui como principal sintoma a Sonolência Excessiva Diurna, mas a ausência de outros sintomas associados é importante, já que a Sonolência Excessiva Diurna ocorre também em outras doenças. Portanto, o diagnóstico diferencial deve ser feito pelo médico.
Não é preguiça!
A principal consequência da narcolepsia é o sono incontrolável no período diurno, o que faz com que o paciente tenha dificuldade para a realização de atividades da vida diária, sendo muitas vezes chamados de preguiçosos. Na grande maioria dos casos, este transtorno é incompreendido por familiares, amigos e patrões que o associam, mais comumente, à displicência, negligência, preguiça e coisas assim.
A sonolência da narcolepsia geralmente é confundida com uma situação normal, o que leva a uma dificuldade de diagnóstico. Esses pacientes também possuem dificuldade de concentração e maior chance de sofrerem ou causarem acidentes, como dirigir, operar certos tipos de máquinas e outras ações que exigem concentração. Isso faz com que a pessoa passe a apresentar dificuldades no trabalho, na escola e, até mesmo, em casa.
É comum que portadores da narcolepsia passem a vida inteira sem se darem conta que o seu quadro é motivado por uma doença, sendo tachados de preguiçosos e dorminhocos. No entanto, se o narcoléptico procurar ajuda especializada, vai descobrir que é vítima de um mal crônico, cujo tratamento é feito por meio de medicações especificas.
O mais importante é que, se você tem sintomas como os descritos acima, saiba que existem tratamentos para controle dos sintomas, ou seja, tanto para o controle do sono excessivo quanto para as crises de cataplexia. Para o primeiro, são usados estimulantes, como o metilfenidato e, para o segundo, usa-se comumente medicações antidepressivas. Claro que a forma e dosagens vão depender de cada caso. Para uma boa qualidade de vida é preciso um bom sono noturno e boa disposição diurna.
(*) Imagem copiada de: http://soloparareir.wordpress.com
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