Ticiano – O SOL ENTRE AS ESTRELAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A técnica virtuosa de Ticiano combinava a brilhante cor veneziana, aplicações expressivas de óleo e uma abordagem atmosférica das formas que seria adotada pelos artistas nos 500 anos seguintes. (David Gariff)

A trajetória de Ticiano evolui de uma fase luminosa e sensualíssima, inspirada na mitologia clássica, para uma fase religiosa de tons sóbrios, e já precursora do Barroco, vacilante entre a exaltação e a mortificação da carne. (Gênios da Pintura/ Abril Cultural)

Chamado de “o sol entre as estrelas” por seus contemporâneos, Ticiano é tido como um dos mais versáteis pintores italianos, cuja maestria era vista em retratos, paisagens, temas religiosos ou mitológicos, sendo comparado como retratista a Rembrandt e Velásquez.

Ao deixar seu mestre Giorgione, Ticiano foi aos poucos modificando a sua linguagem pictórica, trazendo para suas personagens femininas certo erotismo. Suas modelos são mulheres comuns que usam as águas de Veneza para lavar os cabelos, secando-os ao sol. São representadas com “cabelos de um loiro fulvo, ligeiramente ruivo, abundante e anelado”. Suas personagens divinas são por demais parecidas com as terrenas. O que diferencia as primeiras das segundas é apenas o uso das auréolas — marcas dos santos. A nudez com que o artista apresentava os personagens sacros não deixava de ter certo atrevimento para os pintores de sua época. O artista preferiu pintar os modelos mitológicos a representar cenas bíblicas durante um bom tempo.

O Renascimento italiano enfatizava o lado sensual da cultura grega, fato que deixou Ticiano à vontade para pintar belos, exuberantes e sensuais nus, nomeando-os com títulos gregos. Mas uma vez passado o ímpeto boêmio da juventude, o artista voltou às cenas bíblicas, caminhando para uma crescente religiosidade. As madonas transformaram-se em mães respeitáveis e severamente vestidas, imbuídas do mesmo ar campônio de sua meiga esposa Cecília. Na década de 1560, Ticiano voltou às figuras da mitologia clássica. Embora ainda se encontre sensualidade em seus personagens, as figuras foram se tornando menos materializadas. A nudez passou a ser velada, carregada de uma aura de espiritualidade.

Já bem amadurecido, o pintor substituiu a mitologia por santos e mártires, numa religiosidade rígida. Mesmo assim não se libertou inteiramente do culto à beleza física. Suas composições abrangem desde as formas curvilíneas de corpos femininos nus à pelúcia, o veludo e o arminho que enfeitavam a nobreza da época.

O pintor italiano é conhecido sobretudo pelas maravilhosas composições de nus, mas a sua glória é vista através dos retratos de monarcas e pessoas de classes abastadas que pintou e, que lhe garantiram fama, privilégios e ouro. Mas tanto em seus personagens reais como em suas figuras mitológicas ou religiosas, o artista deixou visível a sua marca através de sua acuidade psicológica, de seu desenho seguro e da riqueza do seu colorido. Ticiano foi o mestre renascentista da cor e o maior pintor da escola veneziana. Foi também um dos primeiro pintores a assinar a sua arte. Ficou famoso pelo uso da cor, tornando-se o colorista mais original de seu tempo. Usava muito o ultramarino, cor feita com lápis-lazúli. À época, tal calcário, que contém o mineral de nome lazurita, era mais caro do que o ouro. Como trabalhava para uma clientela rica, o pintor podia comprar a tinta vinda das mais caras fontes.

Ilustração O Bacanal, obra do artista, presente aqui no blogue.

Fontes de pesquisa:
Tudo sobre arte/ Sextante
A história da arte/ E.H. Gombrich
Gênios da pintura/ Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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