Autoria de LuDiasBH
O pintor barroco, desenhista e gravador espanhol Francisco de Zurbarán (1598-1664) foi aluno de Pedro Diaz de Villanueva, em Sevilha. Ele fez inúmeras obras para o Convento de Sevilha. Sua fama levou-o a receber o título de pintor honorário dessa cidade. Trabalhou para a corte de Madri no governo de Filipe IV. É tido como um dos mais importantes pintores espanhóis do século XVII, ao lado de Velázquez, Ribera e Murillo. Ele se tornou conhecido, sobretudo por suas obras religiosas que descrevem monges e mártires, e também pelas suas maravilhosas naturezas-mortas. A maioria de suas pinturas era destinada às ordens religiosas espanholas, tendo criado muitas pinturas religiosas durante a era barroca.
A composição intitulada A Adoração dos Pastores é uma obra do artista, criada sob a encomenda dos Cartuxos de Jerez, com a finalidade de adornar a igreja da ordem. Fazia parte das quatro principais pinturas de um retábulo que descreviam a infância de Jesus, sendo vistas como inigualáveis tanto na opulência da cor quanto no espetáculo mostrado. A pintura aqui apresentada possui uma apresentação direta da cena, carregada de uma poderosa interpretação de seu significado espiritual.
A obra mostra o momento em que o Menino recém-nascido – ladeado por Maria e José – recebe a visita dos pastores, pessoas rústicas e simples, maltratadas pela labuta diária sob o sol e intempéries. A maioria delas encontra-se ajoelhada em sinal de adoração e reverência. Toda a cena está organizada em torno da figura da criança iluminada no centro inferior da composição. Anjos estão presentes na adoração, entre os visitantes, tocando e cantando. Os demais estão na parte de cima – representando o mundo divino. O maior deles toca harpa, enquanto seis dos nove putti acompanham uma partitura. Os pastores mostram-se encantados com a presença do Salvador.
O artista cria uma atmosfera de serena reverência em sua obra. Ele não mostra preocupação com a anatomia das figuras. Sua maior atenção é dedicada à parte superior dos corpos e rostos, contudo esmera-se nos detalhes inanimados, como podemos observar: no pelo lanoso do cordeirinho com os pés peados, manchado pelo barro seco; na trama grosseira do tecido colorido que cobre a palha da manjedoura; nas cascas secas dos ovos, etc.
Ficha técnica
Ano: 1638
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 267 x 185 cm
Localização: Museu de Pintura e Escultura, Grenoble, França
Fonte de pesquisa
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições
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