Chamamos de angústia uma forte sensação psicológica, caracterizada por “abafamento”, insegurança, humor irritadiço, opressão no peito e “fôlego curto”. A angústia é também uma emoção que precede algo, como um acontecimento, uma ocasião ou uma circunstância. A pessoa sente fisicamente que algo ruim ou inesperado poderá ocorrer. Pode, também, a angústia chegar através de lembranças traumáticas que ocorreram no passado. Os sintomas da angústia podem simbolizar situações reais ou imaginárias.
Subitamente, e sem aviso prévio, vem aquele aperto no peito e uma “falta de ar”. Surge em qualquer momento, hora ou lugar, como se uma grande mão apertasse o peito. Em seguida, vem uma sensação bem esquisita de opressão. A pessoa quer se livrar dela, mas não consegue. O coração acelera. Num determinado momento, ela está bem e noutra a apreensão surge sem pedir licença. Em outros, a angústia está associada a alguma preocupação ou sensação de insegurança. Se você vive um momento confuso ou difícil, ela pode se instalar, gerando medos e uma terrível insegurança. Em casos mais graves a pessoa pode sentir-se perseguida, com típicos quadros de paranoia.
Partindo para a filosofia da angústia, o filósofo Arthur Schopenhauer tinha uma visão extremamente pessimista da vida, onde “viver é necessariamente sofrer”. Para ele, a própria vontade de ter algo é um mal, pois isso gera angústia e dor. Nietzsche, outro filósofo, concluiu que “é preciso ter consciência de que a vida é, sim, uma tragédia, para que possamos desviar um instante os olhos da nossa própria indigência, desse nosso horizonte limitado, colocando mais alegria em nossas vidas”. Já Jean-Paul Sartre, filósofo francês, defendeu que a angústia surge no exato momento em que o homem percebe a sua condenação irrevogável à liberdade, isto é, o homem está “condenado a ser livre”. Ao perceber tal condenação, ele se sente angustiado em saber que é senhor de seu destino.
Filosofias à parte, para a ciência, mais especificamente para a psiquiatria, a angústia, se não tratada, pode evoluir para a depressão. As pessoas que apresentam quadro de angústia e não têm acompanhamento profissional desenvolvem outros distúrbios emocionais, como cansaço físico e mental, comportamento inadequado e baixa autoestima.
Ficamos angustiados por opção, por força de nossas próprias escolhas, por causa de coisas e pessoas. Assumimos compromissos financeiros que não podemos saldar, adquirimos bens pelos quais não podemos pagar. Tudo em busca de status. Compramos o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para mostrarmos a pessoa que não somos. O ato da compra é sublime e fugaz. A obrigação decorrente é amarga e duradoura. É angustiante.
O tratamento deve ser feito com as medicações psicotrópicas, com tranquilizantes e/ou antidepressivos. Elas ajudam a pessoa a superar os sintomas que acompanham a angústia. Porém, a psicoterapia cognitivo-comportamental é de suma importância para a prevenção. Para as pessoas com religiosidade, sugiro que voltem a alimentar o espírito, com prática de atividades físicas, mais lazer e, principalmente, voltem a respirar fundo e ter fé em si, para ultrapassar os limites e superar seus medos e receios.