Adaptar-se a uma nova cultura, talvez seja uma das tarefas mais difíceis para o ser humano. Seus valores são revirados de cabeça para baixo. E, se não fez a opção por vontade própria ou se não encontra um objetivo para minorar o sofrimento, a cabeça dança. Portanto, minha cara amiga predisposta a viver na Índia ou em qualquer outro país, antes de tomar uma decisão definitiva, é preciso colocar os neurônios em funcionamento, medindo os prós e os contras, para ver se tem peito para enfrentar as vicissitudes que encontrará pelo caminho.
Em relação à Índia, muitas pessoas deixam-se levar por reportagens com artistas e gente da elite, narrando suas visitas àquele país, mostrando só glamour. Esquecem-se de que esses indivíduos não habitam o mesmo mundo dos mortais comuns, pois lhes são oferecidos pedaços do paraíso (spas de alto luxo), deixando-os distantes de todas as mazelas do país visitado, apenas tendo acesso ao que é de melhor. E o fato de um país ter uma cultura milenar, não significa que esteja à frente de outros na história da humanidade. O Código de Manu é milenar. A Declaração dos Direitos Humanos é bebezinho. Que escolha você faria entre os dois?
A inaceitabilidade das famílias indianas em relação às mulheres estrangeiras é real, não apenas ficção novelística, como muitas mulheres pensam, quando começam a ter contatos amorosos com indianos. O difícil convívio entre sogras e noras (incluindo as noras indianas) é outra realidade visível e constrangedora, é abertamente mostrada pelas novelas indianas. E pior, não há meio de botar a sogra de lado, pois a vivência do filho com a família é estreita, isso quando não vivem na mesma casa.
Apesar de adentrar no mundo da tecnologia de ponta, a visão indiana sobre o papel da mulher é retrógrada e inconcebível para nós ocidentais. Ela nem ao menos pode ser tocada na rua pelo marido, sob o risco de o casal ser preso por atentado ao pudor. O grande hiato, entre homens e mulheres, com a subjugação dessas, não é figura de retórica. É realidade, mesmo! A dicotomia entre Oriente x Ocidente é abissal, principalmente quando se trata de casamentos e direitos das mulheres, ou melhor, a falta destes.
Na Índia, existem classificados de casamento, como aqui existem pessoas oferecendo diferentes formas de serviço. E o mais estupendo é que os anúncios são divididos por castas, obedecendo rigorosamente o espaço de cada uma no jornal. Assim como procuramos uma moradia por bairro nos classificados, assim se busca um marido nas bandas de lá. E, como não poderia deixar de ser, o dote é o salvo-conduto para um bom achado.
A avidez pelo dote ainda é soberana, de modo que sogras e maridos, muitas vezes, unem-se para assassinar a nora. E, como a mulher não deve arrastar o sári pelo mercado, mas queimar a barriga no fogão, as tragédias deliberadas ocorrem mais na cozinha. Ali, a nora indesejada recebe um banho de querosene e uma tocha de fogo, no chamado acidente “à beira do fogão”. Para os familiares, vizinhos e mídia, tudo não passa de um acidente, segundo o mantra dos autores do delito. E de tanto contarem a mentira, com o poder que nela é investido, que ninguém ousa duvidar, muito menos a polícia. Ficando o “viúvo” livre para arranjar uma nova vítima, acompanhada de um novo e bom dote, é claro. Quanto mais pobre for a vítima do fogão, menos clamor por justiça é ouvido. Ademais, a justiça do país possui coisas mais importantes a fazer do que se preocupar com centenas desses casos, que pipocam todos os dias, pensam as autoridades.
Uma estrangeira na Índia não recebe o respeito devido. É julgada pela roupa em si, pelo fato de não arrastar um sári. É vista como uma mulher à procura de homens, trocando em miúdos, prostituta. O assédio a ela é muito grande. Por isso, uma firanghi nunca deve sair desacompanhada. O que acontece à mulher num país onde ela não goza do respeito dos homens? É agredida e vítima de estupro. Não sendo à toa, que a Índia encabece os mais altos índices de agressão e estupro contra mulheres, quer estrangeiras ou indianas (principalmente mulheres dalits).
A chamada “mão boba” está presente em quase todos os lugares do país. Portanto, é bom não cair na propalada “docilidade” do homem indiano, por se tratar de uma cultura que valoriza o machismo. Até mesmo o fato de a mulher pegar uma condução sozinha leva-a a correr sérios riscos, assim como encarar homens na rua é indicativo de “mulher fácil”. Em meio a aglomerações, a mulher deve sempre cruzar os braços diante do peito, protegendo os seios, além de desviar o seu olhar do olhar dos homens. E o spray de pimenta costuma ser uma boa arma contra os indesejados agressores.
É bom que se diga que os budistas não possuem a mesma visão dos hinduístas. Inclusive, não aceitam a discriminação de castas, como já vimos em textos anteriores. Infelizmente, a porcentagem de budistas é muito pequena, em relação aos devotos do hinduísmo, maioria absoluta na Índia. Portanto, minha cara amiga, antes de se apaixonar por um indiano, procure primeiro conhecer sua futura sogra. Será ela quem dirigirá a sua vida. Na dúvida, opte por alguém de seu país, que tenha os mesmos costumes que você. Outro passo importante é consultar o blog Indi(a)gestão da brasileira Sandra Duarte, casada com um indiano e radicada na Índia, para conhecer a verdade nua e crua.
Leiam o artigo:
ÍNDIA – GOLPE DA UNIÃO COM ESTRANGEIRAS
Nota:
Algumas informações, encontradas neste texto, foram tiradas da reportagem da jornalista Florência Costa/ Marie Claire/ nº 218.
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